Estágios da Loucura (segundo algum Foucault do Cerrado)
Paulo Roberto de Almeida
Quando os colegas do Itamaraty – ainda em 2018, depois das revelações das impagáveis postagens no "Metapolítica 17: contra o globalismo" – começaram a chamar o chanceler escolhido de Beato Salu, achei que estavam exagerando.
Na verdade, eu estava fora do Brasil quando passou a novela (que nunca vi), e não tenho a menor ideia de quem seja, o que fez o tal Beato Salu.
Mas assim que começou, e as loucuras se multiplicaram, comecei a pensar naquela velha figura das piadas, o famoso Napoleão de hospício, mas era muito carnavalesco.
Em todo caso, as últimas manifestações, depois do famoso "comunavirus" da pornográfica reunião de gabinete de 22 de abril, confirmaram que o caso dele é realmente grave e talvez nunca mais se recupere. Bolsonaro fez mal à saúde do chanceler acidental, capacho por obrigação, louco por indução de um guru.
O famoso discurso da aceitação da condição de "pária", a saudação de final de ano ao corpo diplomático e todas as mensagens e tuítes por ocasião das eleições americanas, da apurações contestadas e da insurreição dos "Proud Boys", todas essas ocasiões nas quais o chanceler acidental se excedeu nas suas alucinações ideológicas terminaram por confirmar que a loucura do bolsolavista ultrapassou os limites do "maluco beleza" e adentraram no terreno do distúrbio psiquiátrico grave.
Acho que não tem mais volta, nem argumento. Minha avó italiana resumiria à perfeição: "È pazzo!"
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 11/01/2021