Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 12 de maio de 2015
Intervencionismo economico: o fascismo nosso de cada dia - Antony P. Mueller
sexta-feira, 17 de outubro de 2014
Arrogância fatal, ou sobre como os candidatos querem nos conduzir pelas maos do Estado - Joao Luiz Mauad
Arrogância Fatal
Por João Luiz Mauad em 15/10/2014
“A tarefa mais curiosa da economia é demonstrar aos homens quão pouco eles sabem sobre aquilo imaginam poder planejar’. F V Hayek
Não tive como esconder um certo desânimo depois de assistir ao debate entre os presidenciáveis, ontem na TV. Nenhum dos dois pretendentes, embora isso fosse muito mais claro na postura da atual presidente, conseguiam esconder aquela arrogância fatal, de que nos fala Hayek. Ambos são por demais crentes em suas respectivas habilidades e capacidades de planificar a sociedade, de modo que ela possa alcançar os mais elevados níveis de prosperidade e bem estar. Penso que os dois estão absolutamente equivocados, malgrado, por motivos óbvios, eu tenha muito mais medo da prepotência desmedida da atual ocupante do cargo.
Segundo Adam Smith, os indivíduos não buscam conscientemente benefícios econômicos para a sociedade. No entanto, conduzidos pela pressão da competição e pelos incentivos dos ganhos pessoais, esses benefícios surgiriam espontaneamente, através das interações efetuadas no mercado. Os benefícios sociais seriam, portanto, derivados do funcionamento de um sistema e não de um propósito consciente.
Na perspectiva de Adam Smith, as limitações morais do homem em geral, e seu egoísmo em particular, não são lamentadas nem tampouco vistas como algo que se deva modificar. Pelo contrário, são tratadas como fatos, vale dizer, como características intrínsecas e próprias da vida. O objetivo fundamental de um bom sistema de organização social e econômico seria perseguir os melhores resultados possíveis (sociais e morais) a partir das limitações existentes, e não dissipar energias
tentando alterar a natureza humana, um intento que Smith considerava tão vão quanto sem sentido.
Já Hayek, em contraposição às pretensiosas e mirabolantes teses em favor da planificação econômica, tão comuns e festejadas no seu tempo, sustentava que o funcionamento da sociedade depende da ligação coordenada de milhões de fatos e ações individuais, cujo conjunto ninguém seria capaz de conhecer. Segundo ele, o conhecimento humano abrange toda a multiplicidade da experiência do homem através dos tempos, algo demasiado complexo para uma articulação explícita que se pudesse apreender. Trata-se de uma “sabedoria sem reflexão, inculcada tão profundamente que se converte praticamente em reflexos inconscientes”. Segundo o austríaco, este conhecimento esparso, não raro manifestado de forma não articulada, teria mais probabilidade de gerar frutos do que as arrogantes visões de uns poucos intelectuais.
Só a cooperação voluntária, através do mercado, permite-nos processar e transmitir as informações e os conhecimentos dispersos entre milhões de pessoas. Isso jamais seria conseguido por qualquer “planejador”, por mais inteligente e gabaritado que fosse.
Por isso, na concepção de Hayek a sociedade é comparada a um organismo vivo, que não pode ser reconstruído sem conseqüências fatais, como, aliás, restou comprovado através das diversas experiências coletivistas malsucedidas do Século XX.
Essa visão do mundo não pretende, de forma nenhuma, negar a relativa superioridade dos chamados “especialistas” dentro de um determinado setor do conhecimento humano. O que ela refuta, com certa veemência até, é que tal superioridade, principalmente em virtude do seu cunho limitado e restrito, possa estender-se por sobre outros tipos de conhecimento amplamente fragmentados e difusos. É dentro dessa perspectiva que a interação sistêmica de muitos deve ser sempre considerada superior à sabedoria específica de poucos.
Ortega y Gasset resumiu bem o perigo que representa a arrogância do conhecimento especializado quando asseverou que o especialista “não é um sábio, porque ignora formalmente o que não entra na sua especialidade; mas tampouco é um ignorante, porque é “um homem de ciência” e conhece muito bem a sua fração de universo. Devemos dizer que é um sábio ignorante, coisa sobremodo grave, pois significa que é um senhor que se comportará em todas as questões que ignora não como um ignorante, mas com toda a petulância de quem, na sua questão especial, é um sábio.”
Sob todos os ângulos que se possa olhar, as vantagens da liberdade sobre a planificação econômica e social são marcantes. Entretanto, o seu maior mérito, conforme dizia Roberto Campos, é ser este o processo mais democrático que existe.
Sobre o autor - Administrador de Empresas e Diretor do Instituto Liberal
João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo.
sábado, 12 de abril de 2014
Agronegocio: mentalidade assistencialista e intervencionista ainda predomina entre academicos (da UniCamp, claro)
"No caso da segurança alimentar, o professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Walter Belik, ressaltou que não adianta um País produzir grande quantidade de alimentos se as pessoas não têm renda para consumi-los. "Temos que mexer nos preços agrícolas para garantir acesso aos alimentos", sugeriu."
Ou seja, ele acha que é normal que as pessoas dependam do Estado para se alimentar, a mais básica de todas as atividades humanas. Tudo o que o país produz de alimentos se deve ao setor privado, à sociedade, aos grandes e pequenos proprietários de terras e produtores agrícolas. Tudo o que governo faz é cobrar impostos. Por que seria o governo a dar dinheiro às pessoas se é o setor privado quem cria riquezas? Por que não evitar essa intermediação nefasta, sempre corrupta e totalmente desnecessária, que é a distribuição de maná oficial?
E vejam ainda que ele pretende "mexer nos preços", ou seja, os preços já não seria mais os arbitrados no mercado, livremente, mas os decretados pelo governo.
Enquanto essa mentalidade continuar, o Brasil vai ser um país pobre, e o Estado gigante.
Paulo Roberto de Almeida