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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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sábado, 24 de dezembro de 2011

Para suscitar o odio incontido de alguns masoquistas...

Existem masoquistas, isso é sabido desde os tempos do marquês de Sade, e de Masoch...
Não, não estou falando de pornografia pesada, nem de soft porno, mas de política mesmo.
Existem os fundamentalistas, os intolerantes, os militantes das boas causas, que não conseguem suportar ver alguém defender uma opinião contrária; eles ficam possessos, e descontrolados.
Ainda assim praticam masoquismo frequentando blogs alheios, só para se enfurecer com o que lêem.
Masoquistas compulsivos...
Eles estariam muito melhor fazendo seu próprio blog, e oferecendo ao governo, ou a alguma estatal, para algum financiamentozinho... ou então para mostrar ao partido, forma de constatar que eles fazem o dever de casa, na defesa das boas causas.
O hit do momento é a tal de privataria tucana, e os masoquistas acham que eu defendo este ou aquele governo, este ou aquele partido, quando não defendo nenhuma agremiação partidária, nenhum governo, anarquista intelectual que sou, contra o poder, e contra o Estado, em consequência.
Sou apenas a favor da inteligência, e contra a burrice. E burrice eu encontro, inclusive porque ela se manifesta voluntariamente, em comentários a este blog, por exemplo.
Se tem uma coisa que eu não suporto é a estupidez autoconsentida, criada, alimentada pelo fundamentalismo e o sectarismo. Outra coisa que suporto menos ainda é a má-fé, o mau-caratismo, a defesa das falcatruas, das mentiras e da corrupção.
Assim, só para dar comichão nos masoquistas e nos indiciados em meu tribunal moral, transcrevo um post de desconhecido, que não me interessa absolutamente pelo conteúdo ou pelo assunto, só o faço para provocar os masoquistas que sempre aparecem por aqui.
Paulo Roberto de Almeida 
10 pontos para derrubar a “Privataria Tucana”:
Por Paulo José Almeida

1) O autor Amaury Ribeiro Jr. foi indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes: violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e oferta de vantagem a testemunha, tendo participado, como membro da equipe de campanha do PT.

2) Denuncia os outros sem antes se explicar.

3) O título do livro é claramente continuação da sua atividade como propagandista da campanha petista: “Privataria tucana” – uma tomada de posição política do autor contra as privatizações.

4) O livro tem as mesmas características de farsas anteriores, desmascaradas pela polícia, como a “Lista de Furnas”, o “Dossiê Cayman” e o caso dos “Aloprados”.

5) Os documentos que ele utiliza no livro, como diz, são todos oficiais e estão em cartórios e juntas comerciais, imaginar que revelem crimes contra o patrimônio público é ingenuidade ou má-fé. Que trapaceiro registra seus trambiques em cartórios?

6) Passados 17 anos do primeiro governo de Fernando Henrique, e estando o PT no poder há nove anos, não houve um movimento para rever as privatizações. E os julgamentos de processos contra os dirigentes da época das privatizações não dão sustentação às críticas e às acusações de “improbidade administrativa” na privatização da Telebrás.

7) A nova investida ocorre num momento em que o PT está atolado em denúncias de corrupção que já derrubaram sete ministros, e aguarda ansiosamente o julgamento do Mensalão, maior escândalo de corrupção de que se tem notícia na história do Brasil.

8) Todo o processo foi exaustivamente auditado pelo Tribunal de Contas da União, Ministério Público Federal e outros órgãos de controle, e nenhuma irregularidade foi constatada.

9) A decisão nº 765/99 do Plenário do Tribunal de Contas da União concluiu que, além de não haver qualquer irregularidade no processo, os responsáveis “não visavam favorecer em particular o consórcio composto pelo Banco Opportunity e pela Itália Telecom, mas favorecer a competitividade do leilão da Tele Norte Leste S/A, objetivando um melhor resultado para o erário na desestatização dessa empresa”.

10) Também o Ministério Público de Brasília foi derrotado e, no recurso, o Tribunal Regional Federal do Distrito Federal decidiu, através do juiz Tourinho Neto, não apenas acatar a decisão do TCU mas afirmar que “não restaram provadas as nulidades levantadas no processo licitatório de privatização do Sistema Telebrás. Da mesma forma, não está demonstrada a má-fé, premissa do ato ilegal e ímprobo, para impor-se uma condenação aos réus.

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domingo, 11 de dezembro de 2011

A (NAO) banalidade do mal (petista) - editorial de Veja

A revista Veja desta semana (que começa dia 12/12/2011) traz o editorial que reproduzo abaixo, em torno de matéria de capa da revista, sobre as falcatruas e crimes cometidos por grão-petistas e petistas medíocres para esconder outros crimes e falcatruas já cometidos, para esconder suas patifarias imensas e para tentar colar nos adversários crimes e falcatruas que eles mesmo cometem e não cessam de cometer, pois faz parte de sua natureza ser assim.
Antes de transcrever, meus comentários.
Não reconheço, como fazem muitos analistas, NENHUM mérito no fato de o ex-presidente ter preservado políticas que NÃO ERAM SUAS, pois ele não fez nada além de sua obrigação, que é a de perseverar no que está sendo feito de correto em termos de estabilização macroeconômica e de fundamentos mínimos da governança econômica. Não reconheço, porque ele preservou mal, manteve porcamente essa estabilidade, aproveitando tudo o que tinha sido feito de bom, antes dele, para se aproveitar, desavergonhadamente do clima propício ao crescimento que tinha sido garantido ANTES que chegasse ao governo, mentiu descaradamente cada vez que tinha de defender políticas QUE ATACAVA ANTES, se apropriou de todas as medidas que funcionavam corretamente e continuou a mentir de forma vergonhosa com seu mote do "nunca antes".
Pois é, NUNCA ANTES em nossa história, UM PRESIDENTE MENTIU TANTO, e fez tanta propaganda de si mesmo (com o NOSSO DINHEIRO, claro), até se transformar num mito da história brasileira, graças à ignorância da maioria e à baixa educação política da maior parte dos eleitores. Trata-se simplesmente de uma FRAUDE, e é preciso que se diga.
Eu, pelo menos, por mais que seja funcionário de Estado, não hesito em reconhecer uma FRAUDE quando a vejo, e não hesito em denunciar mentirosos e desonestos quando os vejo.
Pois então fica registrado que não reconheço NENHUM mérito no governo que ainda não acabou de terminar. 
O que ocorreu, nos oito anos que se passaram sob a tutela do fraudador, foi a mais gigantesca operação mentirosa da história brasileira, o mais formidável desmantelamento das instituições a que já assistimos desde a instalação da república, a mais completa putrefação das mentalidades e a consagração da imoralidade política.
Era o que tinha a dizer. Fiquem com o editorial. 
Paulo Roberto de Almeida 


Editorial de VEJA (9/12/2011)
Os legados positivos da era Lula estão sobejamente demonstrados por aliados e até por adversários. Lula manteve os fundamentos democráticos e de política econômica que funcionavam bem desde Fernando Henrique Cardoso, aprofundando a ajuda direta aos miseráveis brasileiros, que tiveram acesso a dinheiro e crédito. Pouco se fala, porém, do imenso passivo deixado pelas escusas manobras petistas feitas com o objetivo de livrar a cara do governo depois do escândalo do mensalão - o pagamento regular a parlamentares da base aliada com dinheiro público e sobras de recursos ilegais de campanhas políticas.
A mistificação, a mentira, a falsificação e o relativismo moral foram exercitados ao limite pelo PT e pelo próprio Lula para esconder suas responsabilidades no episódio tenebroso. A manipulação dos fatos salvou o governo Lula de um colapso logo nos seus primeiros anos, mas lançou a propaganda do governo e do PT em um perigoso jogo em que a versão oficial deveria sempre se sobrepor às evidências, por mais fortes que fossem. Assim, foi se tentando apagar a fronteira entre o certo e o errado. Quase conseguiram. Foi total o desprezo pelos efeitos pérfidos que essa cultura oficial da falta de ética e da mentira teria sobre o Brasil e os brasileiros. Uma reportagem desta edição de VEJA conta, com exclusividade, a história secreta da mais ousada incursão do petismo na falsificação deslavada. Com base em gravações feitas com autorização judicial pela Polícia Federal, a reportagem mostra petistas de todos os coturnos negociando com um conhecido estelionatário a montagem de uma lista falsa de tucanos que receberiam dinheiro da estatal Furnas. A lista seria a prova de que o mensalão não fora invenção petista, já sendo prática comum usar dinheiro público para comprar consciências e financiar campanhas de candidatos. A lista resulta falsa como uma cédula de 3 reais.
É assombroso o que se ouve nas gravações sobre o uso do estado para fins criminosos. A certa altura, o estelionatário, hoje preso, cobra promessas feitas pelos petistas. Quer proteção. Quer a aprovação de seus negócios junto ao BNDES e à Caixa Econômica Federal. Ameaça “acabar com eles tudinho” se não for atendido. Em abril do próximo ano, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar, na imortal designação do procurador-geral da República, o “chefe da quadrilha”, José Dirceu, e os demais 35 réus do mensalão. A lista falsa serviria de sustentação à tese dos defensores dos petistas de que o mensalão foi apenas um pequeno desvio de conduta como tantos que ocorreram antes na política brasileira. Nesse contexto, é bom saber que a Polícia Federal e a Justiça têm informações que demonstram como a lista é produto de uma elaborada contrafação. A tese da banalidade do mensalão é insustentável. O mensalão não foi banal. Espera-se que a punição aos culpados reflita a gravidade dos crimes cometidos.
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Nota PRA: 
Promovendo um comentário de leitor ao corpo deste post: 



Gilrikardo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "A (NAO) banalidade do mal (petista) - editorial de...": 

-Caro Sr. Paulo Roberto,
em certos momentos é difícil calar-me, como ler o seu post de hoje e lembrar que estou até a oralidade para contrapor o que aí está, é utopia de um idealista, sei disso, mas à noite durmo com os anjos.
Obrigado.
Gilrikardo / Joinville SC
abaixo meu comentário em meu blog:
quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Ojeriza* 

Ontem ao avistar um político do PT dirigindo o que parecia ser um automóvel último lançamento (ainda sem placas e com os plásticos nos assentos) desceu-me à memória dos discursos de tão ilustre figura. Atualmente sem mandato, sobrevive como a maioria dos não eleitos, pendurado em alguma teta qualquer, contanto que lhe forneça o “dimdim” necessário não só à sobrevivência, mas também aos sonhos de consumismo que nos dias atuais é sinônimo de felicidade. 
Quem te viu e quem te vê! 
Dá vontade de chorar quando essa turma abre a boca e se diz do povo, para o povo e com o povo... aí então percebe-se que esse tal povo não existe, nunca existiu e nunca existirá. Faça um teste e saia as ruas e pergunte onde andam aqueles que são o povo ou povão, com certeza não encontrarás nenhum. Então é por isso que em nome de entidades do além é que essa gente - se diz socialista ou comunista - apela. É para produzir o discurso, nada mais que palavras vazias para garantir a fonte de renda que nos últimos tempos se apresenta gorda e promissora: a estrutura estatal. 
Voltando à cena. Ao mirar a "notoriedade" (sic), com pose de galã acima do bem e do mal, meu estômago revirou e a ojeriza tomou conta de mim, não suportei a afronta daquela imagem. Meus neurônios explodiram e soltei o verbo: 
--Vejam, aquele ali é companheiro dos “trabaiadores”, lá na praça ele chega às lágrimas se dizendo do povo e para o povo. Alguém ainda acredita numa farsa dessas? 
Só escutei os resmungos de surpresa de alguns transeuntes próximos. Alguém perguntando quem era o louco. Outros aplaudindo e dizendo é isso aí mesmo. Outros soltanto um enigmático sorriso amarelo, significando talvez nem sim nem não. Quanto ao digníssimo, ele é ladino, é esperto, por isso se fez de morto, de surdo e de que o assunto nem era com ele. 
Ojeriza, asco, e tudo o mais que nos causam náusea. Esse é o sentimento que me invade cada vez que cruzo com um canalha desses. E cá entre nós... faz de conta que eles estão preocupados! Eis a questão, enquanto meia dúzia que não se dobram facilmente forem as poucas vozes, continuaremos pagando à companheirada locupletando-se. Esse é o Brasil. Esse sou eu. 
*Esse evento deu-se com um político do PT, adianto-lhes que poderia ser de qualquer partido, infelizmente ou felizmente, naquele dia e naquela hora, foi obra do destino nos cruzarmos. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Quem disse que o governo ia fazer economia? Ele mesmo? Mentiroso, entao...


Gustavo Patu e Ana Carolina Oliveira
Folha de S.Paulo, 20/09/2011
O governo Dilma Rousseff reduziu o ajuste fiscal dos R$ 50 bilhões anunciados em fevereiro para R$ 39 bilhões e, pela primeira vez, estima gastar mais neste ano do que no ano eleitoral de 2010. A reformulação das projeções foi divulgada ontem, sem alarde, no relatório feito a cada bimestre sobre a evolução das metas orçamentárias.
O documento deixa claro que a melhora nas contas do Tesouro está amparada no desempenho da arrecadação de impostos. As despesas chegarão ao equivalente a 18% do Produto Interno Bruto, patamar recorde. Até então, indicava-se uma queda dos 17,9% de 2010 para 17,7% do PIB. Impulsionada por receitas extraordinárias, decorrentes de vitórias judiciais ou da renegociação de dívidas tributárias, a estimativa de arrecadação foi elevada em R$ 21 bilhões.
Ela chegará ao recorde de 20,2% do PIB, já descontados os repasses obrigatórios para Estados e municípios. Foram esses recursos que permitiram o compromisso, anunciado há três semanas pelo ministro Guido Mantega, de elevar em R$ 10 bilhões a meta federal de superavit primário, ou seja, a parcela do Orçamento poupada para abater a dívida pública. Os R$ 11 bilhões restantes se transformarão em aumento de despesa, concentrado, segundo as novas projeções, em gastos obrigatórios que a equipe econômica prometia reduzir no início do ano. Do valor original do ajuste fiscal, R$ 3 bilhões deveriam vir da redução dos gastos com o pagamento do seguro-desemprego e abono salarial. Agora, a previsão foi elevada em quase R$ 5 bilhões. Também houve alta de R$ 5,5 bilhões na estimativa de gastos da Previdência Social.

domingo, 11 de setembro de 2011

Quando a verdade vai prevalecer? dificil na atual conjuntura

Leio na imprensa que os acusados do Mensalão dizem que nunca souberam de nada, que tudo não passou de caixa dois eleitoral, e que tudo foi feito apenas com base em "erros contábeis".
O principal personagem diz que "nunca soube de nada".
Quando é que os brasileiros vão parar de serem chamados de idiotas?
Quando é que os cidadãos vão se revoltar contra a mentira deslavada?

Leio isto na imprensa:

"[Marcos] Valério já confidenciou a pessoas próximas que guarda documentos que mostrariam [o condicional é habitual na imprensa, como o tal de "suposto"; deve-se ler no sentido positivo, afirmativo] o envolvimento direto dele com o ex-presidente" [Lula].

Termina assim a matéria: "Resta saber se Lula e o PT pagarão para ver."

Pois é: quando é que vai terminar a ingenuidade da Justiça (que vai liberar quase todo mundo graúdo, podem registrar) e quando é que vai terminar a tolerância da sociedade.
O Brasil, por vezes, chega a me dar nojo...
Paulo Roberto de Almeida

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Minusculo tratado da cara de pau (ou a moral dos imorais) - Reinaldo Azevedo

O título acima é meu, e tem pouco a ver com o que vai transcrito abaixo.
Os que acompanham os meus trabalhos, sabem que eu tenho uma série de... digamos, trabalhos -- que eu chamaria, na verdade, de "divertimentos" -- que eu chamei de minitratados, querendo com isso significar que constituem pequenas sínteses sobre questões divertas que simplesmente me dão prazer de elaborar.
Quem estiver interessado, pode olhar neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/04/minitratados-um-exercicio-ludico.html
Creio que o último é este aqui: 
Minitratado do Inusitado


O que vai abaixo, entretanto, não é um minitratado meu, mas um pequeno tratado de um jornalista conhecido, que resume, provavelmente de maneira irrespondível, a moral dos imorais, ou seja, dos desonestos e fraudadores contumazes, que pretendem roubar um pouco da dignidade do povo brasileiro, justificando roubalheiras e falcatruas que cometem, cometeram e ainda cometerão, em nome de sua causa que só não é totalitária porque não permitimos, mas que é certamente autoritária e eticamente abjeta.
Fica o meu protesto, registrado, assinado, reiterado.
Governistas anônimos: não se dêem o trabalho de criticar ou de protestar.
Desonestidade não tem justificação aqui neste blog, nem hipocrisia ou mentiras.
Paulo Roberto de Almeida 



Reinaldo Azevedo, 08/09/2011 16:29:10

Além de a rede petralha organizada na Internet fazer pouco das ações de protesto contra a corrupção, seus próceres indagam: “E não havia corrupção nos governos anteriores?” Ora, claro que sim! E também havia  protestos… CONTRA A CORRUPÇÃO, de que  UNE, CUT e movimentos sociais eram parte ativa. Hoje, os dinheiristas estão calados. Não é que fossem contra a corrupção; eles se opunham à corrupção dos seus adversários.

Essa é a grande diferença. Os que protestam agora não são petistas, tucanos ou sei lá o quê. São pessoas sem partido — e aí está sua força e também a sua fragilidade; já  explico —, que se opõem a qualquer corrupção. Como não têm de justificar seus aliados nem obrigação de combater seus adversários, podem se apegar ao aspecto moral e ético da questão: roubar é feio, roubar é inaceitável, roubar é injustificável.

O que começa a surgir — é ainda incipiente, e, reitero, não sei aonde vai dar — é a consciência de que não há causa boa que justifique o assalto aos cofres públicos. Pessoas comuns se deram conta de que não há causa social que explique a roubalheira, entenderam? Essa gente não agüenta mais olhar para a cara de Lula a abençoar todas as lambanças dos seus amigos, atribuindo tudo quanto é falcatrua a governos passados — como se, exceção feita aos oito anos de governo FHC — ele não fosse hoje aliado de TODOS OS GOVERNOS PASSADOS!

Então voltamos à questão: “Mas foi o PT, por acaso, que inventou a corrupção?” Claro que não! Quer dizer que, porque não foi invenção do PT, os petistas e petralhas podem, então, ser seus alegres usuários, afirmando simplesmente: “Ah, foram eles que começaram!”?
Não! O PT não inventou a corrupção, não! A obra do PT é de outra natureza. Adhemar de Barros, Paulo Maluf e Fernando Collor — para usar exemplos tornados clássicos de certo tipo de coisa — não ousaram chegar aonde os petistas chegaram: TRANSFORMAR A CORRUPÇÃO NUMA ÉTICA DE RESISTÊNCIA! Aí está a originalidade do método petista.

Se roubam, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Se cobram propina, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Se tentam comprar o Congresso com o mensalão, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Se recorrem a aloprados, é para o bem do país e para combater os reacionários.

Ora, já chega a quantidade de mentiras que esses caras contaram sobre si mesmos e sobre os outros, não é? Para ser extremamente sintético:

- posam (vocês sabem como Emir Sader escreveria isso…) de autores da estabilidade, quando, de fato, a sabotaram;
- posam de pais dos programas sociais, quando, de fato, os chamavam de “esmola”.
E tentam agora naturalizar a corrupção como desdobramento necessário e até óbvio de seu amor pelo povo?

Não dá! Qual será o alcance dessa nova consciência que começa a surgir? Não sei! O que sei é que é crescente o número de pessoas que repudiam essa abordagem, que desprezam os setores da imprensa condescendentes com esse ponto de vista e que vêem com suspeição os setores da oposição que chamam de “diálogo maduro” o adesismo, a falta de combatividade e a falta de coragem.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Compulsao da mentira, e da apropriacao de obras alheias...

O que mais me incomoda, neste nosso mundo desigual, injusto, cruel e desumano -- desculpem o dramalhão mexicano, mas é para dar tons de tragédia à questão -- não é tanto o equívoco, os erros de julgamento (que se supõe tenham sido causados por insuficiência de informação) ou a mentira involuntária (derivada de uma propensão a enaltecer posições com as quais se concorda, e negar outros aspectos da realidade), mas sobretudo a desonestidade intelectual, embora o termo "intelectual" não se aplica em 99% dos casos, ficando só a desonestidade.
Quem mente por compulsão o faz, não por insuficiência de informação, mas por desvio de educação, um defeito de caráter que fica muito feio em homens públicos, já que eles podem ser desmentidos publicamente.
O único senão é que, sendo a população, em sua vasta maioria, pouco educada politicamente, ou pouco educada simplesmente, determinadas mentiras passam por verdades.
Um ex-presidente era useiro e vezeiro em mentiras deslavadas, em deformações deliberadas, que acabavam até passando por verdades pela repetição à la Goebbels. Por exemplo, a corrupção e o roubo de recursos públicos que se convencionou chamar de "caixa 2" de partidos, de "recursos não contabilizados", de que "todo mundo faz isso"...
Agora tem essa coisa de que eles são os donos da estabilidade, dos programas sociais, da defesa dos direitos humanos (das ditaduras, talvez), e outras coisas do gênero.
Certas coisas me dão alergia: burrice é uma delas, mas desonestidade me dá ojeriza e asco.
Paulo Roberto de Almeida

TENDÊNCIAS/DEBATES
Gente que mente
EDUARDO GRAEFF
Folha de S.Paulo, 20/04/2011, pág. A3

O grande problema do PT é a desonestidade, e não falo só da corrupção desenfreada: pior é o uso sistemático da mentira como arma política


Vou andar com uma cópia do artigo que o senador Walter Pinheiro publicou aqui contra Fernando Henrique Cardoso ("O príncipe e o povo", 17/4/2011). Vai ser útil quando me perguntarem qual é, afinal, o problema do PT.
O grande problema é a desonestidade. Não falo só da corrupção desenfreada. Pior que isso, para mim, é a desonestidade intelectual: o uso sistemático da mentira como arma política. Este é o pecado original que inspira outros pecados do PT, idiotiza seus quadros, polui sua relação com os aliados, azeda o diálogo com adversários e o indispõe com a liberdade de imprensa.
O ataque do senador petista escancara esse problema. A leitura deturpada de um artigo de FHC ("O papel da oposição", reproduzido pela Folha.com em 13/4/2011) foi o pretexto do senador para martelar numa velha tecla: FHC não tem "sentimento de povo"!
O PT repete baboseiras como essa desde que escolheu FHC como inimigo. A escolha, como se sabe, deu-se em 1993. FHC pediu apoio ao PT para o Plano Real.
Em troca, o PSDB poderia apoiar Lula para presidente em 1994, como apoiara em 1989. O PT preferiu apostar contra o real. O plano deu certo, o PSDB lançou FHC para presidente e ele derrotou Lula no primeiro turno. Imperdoável!
Um erro leva a outros. Do Fundo Social de Emergência à Lei de Responsabilidade Fiscal, o PT se opôs a tudo que representou consolidação da estabilidade e modernização da economia no governo FHC.
Como se opôs a tudo que representou inovação das políticas sociais, do Fundo de Desenvolvimento do Ensino Fundamental (Fundef) à Bolsa Escola, que Lula chamou de "Bolsa Esmola".
A inconsistência das "bravatas" ficou clara quando Lula chegou ao governo e abraçou as políticas de FHC. Isso não impediu Lula de inventar a "herança maldita". Nem impede o PT de atacar a sua caricatura de Fernando Henrique com tanto mais fúria quanto menos evidentes ficam as diferenças de suas políticas com as do FHC real.
Walter Pinheiro levou esse expediente ao nível do grotesco. Segundo ele, no governo FHC o povo "comia uma vez a cada três dias". Só foi comer três vezes por dia no governo Lula. Supõe-se que o povo foi votar em 1998 de barriga vazia.
Na verdade, reelegeu FHC porque queria manter as conquistas do real. Nos oito anos antes de FHC, o valor real do salário mínimo, roído pela inflação, diminuiu 36%; o valor das aposentadorias do INSS maiores que o mínimo diminuiu 56%. Nos oito anos de FHC, o salário mínimo teve aumento real de 44% e as aposentadorias tiveram aumento real de 21%.
Como se o repertório de mentiras do PT não bastasse, o senador desenterrou uma lorota de Jânio Quadros. Com um toque pessoal: a "arguição" a que o senador se refere, sobre onde fica Sapopemba, nunca ocorreu, porque Jânio fugiu dos debates com FHC. A frase colou pelo jeito histriônico como Jânio pronunciou "Sa-po-pem-ba".
Se ele sabia chegar lá, esqueceu como prefeito. O PT também. As grandes obras da prefeitura petista de São Paulo foram dois túneis malfeitos ligando os bairros ricos das margens do rio Pinheiros. E as palmeiras imperiais na frente do Shopping Iguatemi. Fino "sentimento de povo", com efeito.

EDUARDO GRAEFF, 61, é cientista político. Foi secretário-geral da Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso. Blog: www.eagora.org.br

domingo, 3 de abril de 2011

Crimes menos que perfeitos: o Mensalao do PT e o mentiroso contumaz

Uma vasta rede de corrupção, roubo de dinheiro público, crimes financeiros, só falta um crime de homicídio, ou algum suicídio político (mas isso pode aparecer também).
Isso destrói a história de um grande mentiroso, que costuma dizer que o mensalão não existiu e que tudo foi invenção da imprensa e da oposição.
Mentirosos contumazes não costumam se redimir.
Mas se a polícia e a justiça fossem um pouco mais rápidos no Brasil, a carreira desse tipo de mentiroso já estaria encerrada, por descrédito público.
Muita gente pode desmentir mentirosos, mas nesse tipo de máfia poucos o fazem. Quando o fazem, podem se arriscar a encerrar a carreira, de uma forma dramática, digamos assim.
Já aconteceu antes, pode acontecer novamente.
Esperemos...
Paulo Roberto de Almeida

Relatório da PF confirma mensalão no governo Lula
Agência Estado, 2/04/2011

Relatório final da Polícia Federal confirma a existência do mensalão no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de seis anos de investigação, a PF concluiu que o Fundo Visanet, com participação do Banco do Brasil, foi uma das principais fontes de financiamento do esquema montado pelo publicitário Marcos Valério. Com 332 páginas, o documento da PF, divulgado pela revista “Época”, joga por terra a pretensão do ex-presidente Lula de provar que o mensalão nunca existiu e que seria uma farsa montada pela oposição.

O relatório da PF demonstra que, dos cerca de R$ 350 milhões recebidos do governo Lula pelas empresas de Valério, os recursos que mais se destinaram aos pagamentos políticos tinham como origem o fundo Visanet. As investigações da PF confirmaram que o segurança Freud Godoy, que trabalhou com Lula nas campanhas presidenciais de 1998 e 2002, recebeu R$ 98,5 mil do esquema do valerioduto, conforme revelou o Estado, em setembro de 2006. A novidade é que Freud contou à PF que se tratava de pagamento dos serviços de segurança prestados a Lula na campanha de 2002 e durante a transição para a Presidência - estabelecendo uma ligação próxima de Lula com o mensalão. No depoimento, Freud narrou que o dinheiro serviu para cobrir parte dos R$ 115 mil que lhe eram devidos pelo PT.

O relatório da PF apontou o envolvimento no esquema do mensalão, direta ou indiretamente, de políticos como o hoje ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, do PT. Rastreando as contas do valerioduto, os investigadores comprovaram que Rodrigo Barroso Fernandes, tesoureiro da campanha de Pimentel à prefeitura de Belo Horizonte, em 2004, recebeu um cheque de R$ 247 mil de uma das contas da SMP&B no Banco Rural. As investigações confirmaram também a participação de mais sete deputados federais, entre eles Jaqueline Roriz (PMN-DF), Lincoln Portela (PR- MG) e Benedita da Silva (PT-RJ), dois ex-senadores e o ex-ministro tucano Pimenta da Veiga.

Segundo a revista “Época”, a PF também confirmou que o banqueiro Daniel Dantas tentou mesmo garantir o apoio do governo petista por intermédio de dinheiro enviado às empresas de Marcos Valério. Dantas teria recebido um pedido de ajuda financeira no valor de US$ 50 milhões depois de se reunir com o então ministro da Casa Civil José Dirceu. Pouco antes de o mensalão vir a público, uma das empresas controladas por Dantas fechou contratos com Valério, apenas para que houvesse um modo legal de depositar o dinheiro. De acordo com o relatório da PF, houve tempo suficiente para que R$ 3,6 milhões fossem repassados ao publicitário.

As investigações comprovaram ainda que foram fajutos os empréstimos que, segundo a defesa de Marcos Valério, explicariam a origem do dinheiro do mensalão. Esses papéis serviram somente para dar cobertura jurídica a uma intrincada operação de lavagem de dinheiro. De acordo com o relatório da PF, houve duas fontes de recursos para bancar o mensalão e as demais atividades criminosas de Marcos Valério. A principal, qualificada de “fonte primária”, consistia em dinheiro público, proveniente dos contratos do publicitário com ministérios e estatais. O principal canal de desvio estava no Banco do Brasil, num fundo de publicidade chamado Visanet, destinado a ações de marketing do cartão da bandeira Visa. As agências de Marcos Valério produziam algumas ações publicitárias, mas a vasta maioria dos valores repassados pelo governo servira tão somente para abastecer o mensalão.

A segunda fonte de financiamento, chamada de “secundária”, estipulava que Marcos Valério seria ressarcido pelos pagamentos aos políticos por meio de contratos de lobby com empresas dispostas a se aproximar da Presidência da República. Foi o caso do Banco Rural, que tentava obter favores do Banco Central e do banqueiro Daniel Dantas, que precisava do apoio dos fundos de pensão das estatais.
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Complemento:

Relatório da PF não traz novidade, mas é relevante; informação mais importante tinha sido antecipada por Diogo Mainardi em maio de 2006
Reinaldo Azevedo, 02/04/11

O que há de propriamente novo no relatório da PF sobre o mensalão? De essencial, nada! Então é irrelevante? Ao contrário! É relevantíssimo! Ele comprova fatos a que a imprensa já havia chegado, muito especialmente a VEJA. Vamos ver:
1 - Já se sabia que Daniel Dantas havia abastecido o esquema do mensalão. Quem revelou foi Diogo Mainardi;
2 - Já se sabia que dinheiro da Visanet — parte dele, público — havia abastecido o mensalão;
3 - Já se sabia que Freud Godoy havia sido pago com dinheiro do esquema Marcos Valério;
4 - Já se sabia que os “empréstimos” alegados por Marcos Valério eram fajutos.

O que o relatório traz de novidade é o envolvimento de alguns outros políticos com o esquema. O mais graúdo é o atual ministro da Indústria e Comércio, Fernando Pimentel (PT-MG).

Reitero: isso não quer dizer que o relatório seja irrelevante. Ele confirma, em suma, tudo o que já se sabia, trazendo consigo o peso de uma investigação oficial. É um elemento a mais a desmoralizar a afirmação de Lula e de sua turma, segundo a qual o mensalão nunca existiu.

Abaixo, reproduzo uma coluna de Diogo Mainardi de 17 de maio de 2006. Ele entrevista Daniel Dantas, que fala sobre o “pedido” de dinheiro. Dantas nega que tenha pago. Diogo encerra a coluna informando: pagou! Agora, o relatório da Polícia Federal confirma tudo. E pensar que a canalha petralha, numa tentativa fabulosa de inverter os fatos, acusava Diogo, vejam que espetáculo!, de ligação com Dantas! Como se vê, ainda que tarde, a investigação da própria PF comprova o que ele informou.

Segue a coluna:

Daniel Dantas não fala. Para quem não fala, até que ele falou muito. O suficiente para mandar um monte de gente para a forca. Em primeiro lugar, Lula e seus ministros.

Passei quatro horas no escritório de Daniel Dantas, no Rio. No fim, arranquei dele meia hora de entrevista. Vale sobretudo como registro histórico. Lendo com cuidado, dá para ver o instante exato em que o Brasil acabou.

O PT PEDIU PROPINA AO OPPORTUNITY?
O que houve foi uma sugestão de que, se déssemos uma quantia expressiva ao partido, eles poderiam nos ajudar a resolver as dificuldades que estávamos tendo com o governo.

ENTÃO FOI PIOR DO QUE PROPINA: FOI EXTORSÃO. QUEM PEDIU O DINHEIRO?
Delúbio Soares.

QUAL A QUANTIA?
Entre 40 e 50 milhões de dólares. Era a necessidade de recursos que eles tinham. E Delúbio queria saber se poderíamos ajudá-los.

A QUEM FOI FEITO O PEDIDO?
A Carlos Rodenburg, que na época (julho de 2003) trabalhava conosco.

MARCOS VALÉRIO PARTICIPOU DO ENCONTRO?
Foi ele que marcou. Mas não estava presente quando foi feito o pedido.

VOCÊ PAGOU OS 50 MILHÕES DE DÓLARES?
Perguntei ao meu advogado, Nélio Machado, se o pagamento seria ilegal ou não. Ele respondeu que isso é tipificado no artigo 316 do Código Penal, e que não estaríamos incorrendo em crime algum.

PORQUE ERA UMA EXTORSÃO?
Não é exatamente esse o termo.

O QUE ACONTECEU DEPOIS?
Eu marquei uma reunião com o Citibank em Nova York e expliquei à diretora Mary Lynn que, se contribuíssemos com uma quantia muito grande para o PT, talvez nossas dificuldades cessassem, mas acrescentei que não era essa a minha expectativa. Ela me autorizou a dizer, em nome do Citi, que não seria possível pagar, porque isso contrariaria a lei americana.

ESSE FOI O PRIMEIRO PEDIDO DE DINHEIRO DO PT AO OPPORTUNITY?
Durante a campanha presidencial de 2002, Ivan Guimarães foi ao nosso escritório e entregou um kit do partido ao Carlos Rodenburg, com o objetivo de conseguir algum apoio financeiro. Rodenburg mandou devolver o kit, porque não sabia quem era Ivan Guimarães. Isso foi interpretado pelo PT como um ato hostil, mas nós éramos politicamente neutros e não tínhamos nada contra o partido.

POR QUE O GOVERNO QUERIA TIRAR O OPPORTUNITY DO COMANDO DA BRASIL TELECOM?
Porque havia um acordo entre o PT e a Telemar para tomar os ativos da telecomunicação, em troca de dinheiro de campanha.

A TELEMAR ACABOU COMPRANDO A EMPRESA DO LULINHA. POR QUE VOCÊS TAMBÉM NEGOCIARAM COM ELE? ERA UM AGRADO AO PRESIDENTE LULA?
Nós procuramos de todas as maneiras diminuir a hostilidade do governo.

O EX-PRESIDENTE DO BANCO DO BRASIL CÁSSIO CASSEB DISSE AO CITIBANK QUE LULA ODEIA VOCÊ.
Casseb disse também que ou a gente entregava o controle da companhia ou o governo iria passar por cima.

LULA SE REUNIU COM A DIRETORIA DO CITIBANK. ELE PRESSIONOU OS AMERICANOS A TRAIR O OPPORTUNITY E FECHAR UM ACORDO COM OS FUNDOS DE PENSÃO?
Não posso comentar nenhuma notícia que eu tenha obtido através dos documentos que constam do processo em Nova York.

VOCÊ CONFIRMA QUE A BRASIL TELECOM SÓ CONSEGUIU TER ACESSO AO DINHEIRO DO BNDES DEPOIS DE CONTRATAR O ADVOGADO KAKAY, AMIGO DE JOSÉ DIRCEU?
Houve uma sincronia entre os fatos.

Agora releia a entrevista. Mas sabendo o seguinte: Daniel Dantas cedeu aos achacadores petistas. Ele e muitos outros.

sábado, 4 de dezembro de 2010

Mentira: um apego patologico, uma obsessao (e minha aversao por tudo isso)...

Sou normalmente tolerante com ideias equivocadas, inclusive porque gosto de aproveitar da ocasião para debater temas relevantes.
Mas tenho uma ojeriza à mentira e à desonestidade que podem até beirar a intolerância, como expresso aqui, imediatamente.
Existem pessoas que têm necessidade psicológica de mentir, é quase uma segunda natureza, e elas já nem percebem mais quando estão cometendo esses desatinos. Mas creio que isso deriva de uma desonestidade que faz parte do caráter das pessoas que assim procedem.
Seja de onde forem, seja que estatuto tiverem, seja que autoridade exibirem, é preciso sempre denunciar a mentira.
Acho até que o editorial do Estadão, abaixo, foi muito delicado, ao falar que os fatos desmentem esse personagem incontornável de nosso panorama político dos últimso 30 anos (e talvez de vários outros mais à frente). Em todo caso, o jornal poderia ter dito simplesmente: trata-se de um mentiroso contumaz
Paulo Roberto de Almeida 

Os fatos desmentem Lula
Editorial - O Estado de S.Paulo,
Sábado, 4/12/2010

Fiel a seu costume de contar a história à sua maneira, sem o mínimo compromisso com os fatos e a verdade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mais uma vez falou sobre a “herança maldita” recebida em 2003, ao iniciar seu primeiro mandato. Desta vez, o rosário de inverdades foi desfiado perante o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. O evento foi uma das várias despedidas programadas pelo presidente para este mês. De novo ele falou sobre o País quebrado e sobre o mau estado da economia no momento da transição do governo. De novo ele se entregou a uma de suas atividades prediletas, a autolouvação despudorada, atribuindo a si e a seu governo a inauguração de uma economia com fundamentos sólidos, estabilidade e previsibilidade. As pessoas informadas e capazes de discernimento conhecem os fatos, mas talvez valha a pena recordá-los mais uma vez, para benefício dos mais jovens e dos vitimados pela propaganda petista.

A primeira informação escamoteada pelo presidente Lula e pela companheirada é a origem da crise inflacionária e cambial de 2002. Os problemas surgiram quando as pesquisas mostraram o crescimento da candidatura petista. Não surgiram do nada e muito menos de uma perversa maquinação dos adversários. Os mercados simplesmente reagiram às insistentes ameaças, costumeiras no discurso petista, de calote na dívida pública e de outras lambanças na política econômica. Figuras importantes do partido haviam apoiado um irresponsável plebiscito sobre a dívida e mais de uma vez haviam proposto uma “renegociação” dos compromissos do Tesouro.

Tinha sólidos motivos quem decidiu fugir do risco proclamado pelos próprios petistas. A especulação cambial e a instabilidade de preços foram o resultado natural desses temores. A Carta ao Povo Brasileiro, com promessas de seriedade, foi o reconhecimento do vínculo entre a insegurança dos mercados e as bandeiras petistas.

Essas bandeiras não foram inventadas pelas fantasmagóricas elites citadas pelo presidente nas perorações mais furiosas. São componentes de uma longa história. Petistas apoiaram algumas das piores decisões econômicas dos últimos 30 anos. Uma de suas figuras mais notórias aplaudiu entre lágrimas uma das mais desastradas experiências dos anos 80, o congelamento de preços do Plano Cruzado. Nenhum petista ensaiou uma discussão séria quando os erros se tornaram mais que evidentes e o plano começou a esboroar-se.

Naquele período, como nos anos seguintes, petistas continuaram pregando o calote da dívida externa. Ao mesmo tempo, torpedearam todas as tentativas importantes de reordenação política e econômica e resistiram a assinar a Constituição.

O PT combateu as inovações do Plano Real. Foi contra a desindexação de preços e salários. Resistiu ao saneamento das finanças estaduais e municipais. Combateu - como já vinha combatendo - a privatização de velhas estatais, mesmo quando não havia a mínima razão estratégica para manter aquelas empresas sob o controle do Tesouro. Criticou a Lei de Responsabilidade Fiscal e atacou todas as iniciativas de ajuste das contas públicas.

A economia foi retirada do caos e seus fundamentos foram consertados, nos anos 90, contra a vontade do PT. O saneamento e a privatização de bancos estaduais permitiram o resgate da política monetária. Graças a isso foi possível, em 2003, conter o surto inflacionário em poucos meses. O Banco Central simplesmente manejou ferramentas forjadas na administração anterior.

Todos os princípios e instrumentos de política econômica essenciais à estabilidade nos últimos oito anos são componentes dessa herança mais que bendita. Se os tivesse abandonado há mais tempo, o governo Lula teria sido não só um fracasso, mas um desastre. Mas a fidelidade aos princípios do governo FHC nunca foi total. O inchaço da administração, o loteamento de cargos, a desmoralização das agências de regulação e o desperdício são partes da herança deixada à sucessora do presidente Lula, além de compromissos irresponsáveis, como o de um trem-bala mal concebido e contestado econômica e tecnicamente. Esse legado não será descoberto aos poucos. Já é bem conhecido.

domingo, 19 de setembro de 2010

Republica Mafiosa do Brasil (32): uma sintese da semana...

Apenas para resumir a informação disponível sobre a questão que mais ocupou, e parece que ainda vai ocupar, a semana que passou e, talvez, as que virão.
Tenho consciência que muito desse lixo vai ser varrido para debaixo do tapete, mas não contem comigo para isso.
Prefiro expor, e debater publicamente, o que vai pelo mundo da política. É o mínimo que se espera de um cidadão participante, e não acomodado, passivo ou conivente com o festival de falcatruas que anda pelo mundo da política.

A revista VEJA desta semana traz matéria especial mostrando o esquema de corrupção que operava no Palácio do Planalto, a poucos metros do gabinete do presidente da República e que levou à demissão da Ministra-Chefe da Casa Civil.
A reação dos principais personagens está à altura (?) do que se esperava delas...
Paulo Roberto de Almeida

Links:
http://books.boxnet.com.br/books/impressao.aspx?ID_CLIP=14673196&ID_MESA=607&TP_CLIPPING=I

http://books.boxnet.com.br/books/impressao.aspx?ID_CLIP=14672944&ID_MESA=607&TP_CLIPPING=I

http://books.boxnet.com.br/books/impressao.aspx?ID_CLIP=14673213&ID_MESA=607&TP_CLIPPING=I

http://books.boxnet.com.br/books/impressao.aspx?ID_CLIP=14673203&ID_MESA=607&TP_CLIPPING=I

http://books.boxnet.com.br/books/impressao.aspx?ID_CLIP=14673168&ID_MESA=607&TP_CLIPPING=I

http://books.boxnet.com.br/books/impressao.aspx?ID_CLIP=14673101&ID_MESA=607&TP_CLIPPING=I

sábado, 28 de agosto de 2010

Uma mentira é uma mentira, e como mentira deve ser denunciada...

Eu não tenho carreira política, nem pretendo ter. Jamais me filiei, jamais me filiarei a qualquer partido político, e nunca pretendi atuar politicamente através de qualquer instituição partidária. Sou eu e minha consciência, apenas isso.
Mas, isso precisa ficar claro, gostaria de morar num país no qual a verdade predominasse, apenas isto.
Como um cidadão consciente, quando vejo uma mentira vir a público, considero ser meu dever de cidadão denunciá-la.
Como pretendo viver num país em que a verdade predomina, quando vejo uma mentira muito grande, creio que os homens de bem têm o dever de denunciá-la.
Grandes mentirosos pretendem fazer-nos de idiotas, pensando enganar-nos com suas mentiras. A mim não me enganam, e acho que se deve sempre repetir:
uma mentira é uma mentira, uma mentira, uma mentira...
Apenas isto.
Paulo Roberto de Almeida

Violação não teve objetivo político, afirma Receita
LEONARDO SOUZA, MÁRIO SÉRGIO LIMA DE BRASÍLIA
Folha de S.Paulo, 28/08/2010

Em tentativa de despolitizar o caso, cúpula diz que havia "balcão de negócios"
Investigação sobre o vazamento de dados sigilosos de pessoas ligadas a Serra não deve acabar antes do 1º turno

O secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, e o corregedor-geral do órgão, Antônio Carlos D'Ávila, tentaram ontem despolitizar a quebra dos dados fiscais de quatro pessoas ligadas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
De acordo com os dirigentes do fisco, a violação do sigilo dos tucanos ocorreu a partir de um esquema criminoso mais amplo de compra e venda de informações que funcionava dentro da agência da Receita em Mauá (SP).
"Realmente esse fato preocupa [a quebra dos dados das pessoas ligadas a Serra]. Mas, se nós analisarmos todos os acessos feitos na agência, verificamos que foram indistintamente realizados. Não acredito que tenha havido fins específicos de natureza político-partidária", disse Cartaxo, em entrevista para explicar o caso.
Conforme a Folha revelou, os dados do vice-presidente tucano, Eduardo Jorge, estavam em um dossiê feito pela chamada "equipe de inteligência" da campanha de Dilma Rousseff (PT). Os outros alvos da quebra tiveram seus nomes citados em outro dossiê do mesmo grupo.
Segundo o corregedor do órgão, foram levantados indícios de que um intermediário de fora da Receita encomendava dados sigilosos de contribuintes diversos a duas servidoras de Mauá, mediante "pagamento de propina".
D'Ávila não informou quem seria o intermediário. "Nas investigações, que poderão ser ratificadas pela Polícia Federal, há indícios de um balcão de compra e venda de dados sigilosos", disse.
Já Cartaxo afirmou que o episódio "não só nos deixa extremamente constrangidos como instituição mas também traumatizados".
Em outubro do ano passado, foram acessados e impressos irregularmente declarações do Imposto de Renda de Eduardo Jorge, do ex-ministro de FHC Luiz Carlos Mendonça de Barros, do ex-diretor do Banco do Brasil Ricardo Sérgio e de Gregorio Marin Preciado, casado com uma prima de Serra.
Além desses casos, a corregedoria listou outros 320 acessos a informações de contribuintes realizados na agência de Mauá entre agosto e dezembro do ano passado, incluindo dados da apresentadora de TV Ana Maria Braga e de empresários. Não se sabe quantos desses acessos foram irregulares.

"PURA ENROLAÇÃO"
"Essa investigação da Receita é pura enrolação. Eu tenho cópia de todo o procedimento da corregedoria. Não há nem uma menção sequer à venda de dados. Por que o secretário Cartaxo vem a público agora falar sobre essa hipótese? Ele está protegendo o PT", afirmou EJ.
O corregedor disse que na segunda-feira a comissão de inquérito encarregada do caso vai entregar ao Ministério Público Federal representação criminal recomendando o indiciamento da analista fiscal Antonia Aparecida Neves Silva e da funcionária do Serpro cedida ao fisco Adeildda Ferreira dos Santos.
Todos os acessos irregulares ocorreram no computador de Adeildda, mas a partir da senha de Antonia. As representações são por violação do sigilo funcional.
O corregedor do fisco ressaltou que as representações encerram apenas a primeira parte da investigação. Segundo ele, não será possível concluir a apuração num prazo inferior a 60 dias, ou seja, antes do primeiro turno.
"Não estamos preocupados com o calendário eleitoral", disse Cartaxo.

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Addendum:
Transcrevo aqui dois despachos do mesmo jornal, cada um com declarações dos dois principais candidatos, em torno dos quais tudo gira, inclusive esta história escabrosa.
Leia as declarações de cada um, e escolha em quem você pretende acreditar.
Um deles está tentando nos chamar de idiotas, adivinhe quem é...
Paulo Roberto de Almeida

Apuração do fisco é "história de carochinha", afirma Serra
HUDSON CORRÊA DO RIO
MATHEUS MAGENTA DE SALVADOR
Folha de S.Paulo, 28.08.2010

Para Dilma, tudo indica que vazamento de dados sigilosos não foi político
Tucano volta a atacar o PT e diz que tentaram fazer armadilha contra ele; petista afirma que o que houve foi corrupção

O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, disse ontem que a apuração da Receita Federal sobre o vazamento de dados fiscais de pessoas ligadas ao partido "é uma história de carochinha, uma maluquice total".
Na agência da Receita em Mauá (SP) foram quebrados ilegalmente os sigilos de pessoas ligadas ao presidenciável e a seu partido. Parte dos dados serviram para a montagem de um dossiê e estavam em poder da equipe ligada à então pré-campanha de Dilma Rousseff (PT).
Para Serra, houve "a utilização do poder do governo contra indivíduos". "Foi uma armadilha que tentaram armar contra mim. Só que eles têm sempre um problema: eu sou ficha limpa", afirmou, e voltou a responsabilizar o PT pelas quebras de sigilo.
"Em todas as eleições, o PT costuma fazer a mesma coisa. Antes [2006] teve o dossiê dos aloprados. Agora tem a quebra de sigilo, todo aquele dossiê que estavam fazendo, comandados pelo candidato a senador em Minas Gerais, Fernando Pimentel [PT]."
No Rio, Serra fez uma palestra para cerca de cem pessoas no Clube de Aeronáutica e criticou uma suposta estratégia do PT de espalhar boatos contra ele.
Logo depois, em entrevista, o tucano atacou diretamente Dilma: "O PT tem sempre duas caras e a sua candidata não escapa disso".

DILMA
A candidata do PT, por sua vez, disse ontem que "tudo indica" que o vazamento dos dados fiscais faz parte de um "grande esquema de corrupção", sem caráter político.
As investigações feitas pela Corregedoria-Geral da Receita encontraram indícios de que os vazamentos foram encomendados por intermediários de fora do órgão.
"Pelo que eu li [na imprensa], tudo indica que é um grande esquema de corrupção, que envolve, parece, que vocês listam 140 nomes, visivelmente sem caráter político", afirmou Dilma durante entrevista em Salvador.
Ela voltou a criticar a oposição, que a responsabiliza pelo vazamento dos dados. "Eu acho que é uma tentativa um pouco desesperada da oposição tentar usar isso."
À noite, Dilma participaria de um comício ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Pernambuco.
Ela negou que diminuirá o número de aparições públicas até o final da campanha por liderar as pesquisas.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A mistificacao como obra deliberada (2): os ataques as "zelites"

Basta transcrever:

Por alguns minutos, Lula transformou o diretor de Redação da Folha no seu FHC. Ou: a mentira como método e a imprensa como alvo
Reinaldo Azevedo, 26/08/2010

Eu mesmo já escrevi aqui, como vocês sabem, que parte da responsabilidade por essa quase unanimidade burra e injustificada de que goza Lula cabe às oposições, em particular ao PSDB, que fez de tudo para evitar o confronto. Há, eu sei, quem ache que faltou foi aderir mais. Cada um na sua. Amplos setores da imprensa podem oferecer o seu ombro para dividir o que tem tudo para se transformar num fardo. Também colaboraram para isso. Que o presidente fosse aprovado pela maioria, vá lá. A economia, como é sabido, pode explicar — e nem cabe aqui entrar no mérito do que se pode ou não atribuir a Lula. Que a aprovação atinja os níveis que estão sendo apontados pelas pesquisas — com a conseqüente transferência de voto para a candidata que ele inventou —, bem, aí a explicação requer um pouco mais do que aquele clichê chatinho: “É a economia, idiota!”.

Todas as mentiras que Lula contou e conta sobre o seu governo passaram quase sem contestação. Não raro, quando confrontadas, buscava-se encontrar um fundo que fosse de verdade no que ele dizia para evidenciar sabe-se lá a que tribunal que não havia preconceito nenhum contra ele. O lulo-petismo conseguiu seqüestrar a independência de jornalismo, que passou a se preocupar mais em não parecer antipetista — ainda que a verdade pudesse ser a primeira vítima desse procedimento — do que em se ater aos fatos. Escrevi anteontem um texto com dados sobre as universidades federais — dados que estão no Ministério da Educação e no IBGE. Eles provam a falácia da suposta revolução que ele fez na área. Até leitores habituais deste blog se surpreenderam. E daí? Lula falou o que bem quis nestes oito anos. A oposição não conseguiu se organizar de maneira eficiente para contestá-lo com fatos que estavam à sua disposição. Boa parte do jornalismo fez o mesmo.

E Lula se mostra, por isso, menos agressivo, virulento, com a imprensa — que o PT chama “mídia” — por isso? De jeito nenhum! O partido já tem pronto um estoque de maldades legais, que pretende apresentar na forma de projetos de lei, para tolher a liberdade de imprensa e intimidar as empresas de comunicação. Há exemplos no continente elogiados pelos petistas e considerados virtuosos por eles: a Venezuela e a Argentina.

Se alguém acredita que o partido está conformado com a liberdade de imprensa, pode tirar o cavalo da chuva. Na última reunião do Foro de São Paulo, realizada em Buenos Aires sob o comando do PT, o grupo tirou uma moção de apoio a Cristina Kirchner, que tenta liquidar o grupo Clarín.

Um episódio ocorrido ontem dá o que pensar. Reproduzo trecho de uma reportagem da Folha de hoje. Leiam com atenção:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou anteontem a imprensa em comício em Campo Grande (MS) ao lado da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff.
Lula disse que foi vítima de preconceito da mídia que, segundo o presidente, não acreditava que ele seria capaz de governar por não ter curso universitário e por não saber falar inglês.
“Uma vez eu estava almoçando na Folha de S.Paulo e o diretor da Folha de S.Paulo perguntou para mim: “Escuta aqui, candidato, o senhor fala inglês?” Eu disse não. “Como é que você quer governar o Brasil se não fala inglês?” Eu falei: “Mas eu vou arrumar um tradutor”. “Mas assim não é possível. O Brasil precisa ter um presidente que fala inglês”. E eu perguntei para ele: “Alguém já perguntou se o Bill Clinton fala português?”, afirmou.
“Eles achavam que Bill Clinton não tinha obrigação de falar português. Era eu, o subalterno, o país colonizado, que tinha que falar inglês. Teve uma hora que eu me senti chateado e levantei da mesa. E falei: “Não vim aqui para dar entrevista, vim para almoçar. Se é entrevista eu vou embora”. E levantei, larguei o almoço, peguei o elevador e fui embora.”
Lula afirmou ainda que vai terminar o mandato “sem precisar ter almoçado em nenhum jornal, em nenhuma televisão”. “Também nunca faltei com respeito com nenhum deles, já faltaram com respeito comigo. (…) Se dependesse de determinados meios de comunicação, eu teria zero na pesquisa e não 80% de bom e ótimo como nós temos neste país.”

Método
Em 2002, num almoço na Folha de S. Paulo, irritado com perguntas que lhe foram feitas por Otavio Frias Filho, diretor de Redação do jornal, Lula, de fato, levantou-se e foi embora. To do o resto que ele conta é mentira, não aconteceu. Otavio jamais fez aquelas perguntas. Aquele diálogo nunca aconteceu. O colunista Clóvis Rossi escreve a respeito hoje. Conheço várias pessoas que estavam presentes e que me relataram o episódio à época. O próprio jornal publicou reportagem.

Otavio perguntou, aí sim, por que ele optara por não estudar, tomando o cuidado de lembrar que Lincoln, o presidente americano, também não tinha formação superior e fizera um bom governo — notem que a ressalva era favorável ao então candidato. Ele não respondeu e acusou desrespeito. Pouco depois, o jornalista quis saber se a união com o PL não caracterizava uma adesão a práticas fisiológicas — o mensalão revelaria mais tarde como se deu esse casamento. Lula levantou e foi embora. Esse é o fato. Essa é a verdade.

Agora voltem ao trecho em vermelho e leiam a versão que ele levou ao palanque. Ontem, por alguns minutos, Otavio se transformou no FHC de Lula. O petista resolveu contar a história como bem quis. Não na Folha certamente, mas em outros veículos por aí, é provável que prospere a versão lulo-petista do episódio — afinal, jornalismo afora, não prosperou a versão fantasiosa de que as privatizações não passaram de “privataria”? Trata-se de uma lulice. Sim, haverá os porta-vozes da mistificação que se encarregarão de espalhar a mentira. Para muita gente, o diretor de Redação da Folha será aquele que perguntou a Lula como ele se atrevia a ser presidente sem falar inglês.

Notem mais: a mentira que conta nada tem de primitiva ou impensada. Ao contrário: ao se colocar como aquele que foi discriminado por um diretor de redação de jornal por não falar inglês — e por ter origem operária; é o subtexto —, convoca a solidariedade dos ouvintes, que, nesses dois particulares, estão mais próximos dele próprio do que de Otavio e do jornal. Investe, assim, na clivagem vigarista e falsa entre “o povo”, que ele representaria, e as elites, para as quais falaria a Folha — e, por extensão, todos os jornais, revistas, TVs, sites e blogs que não estão alinhados com a causa petista.

Os oito anos de gestão Lula têm, é claro, qualidades. Seria estúpido supor — e aqui nunca se disse isso — que ele é aprovado pela maioria da população apenas porque mente com o desassombro que se vê acima, sem hesitar, tremer o lábio, nada, emprestando às suas fantasias muito bem-articuladas aquele ar de verdade de que só um grande ator — eis o grande talento de Lula! — é capaz. Não! A aprovação tem explicações bastante objetivas. Mas os contornos de mito em que ele tem investido com fúria, especialmente no segundo mandato, esses foram desenhados com a falsificação sistemática do passado, do presente e, se querem saber, até do futuro. E, para tanto, ele contou com muita ajuda.

Não é gratuito
O ataque, nos termos em que ele o faz, não é gratuito. Deve ser visto, entendo, como um sinal de alerta pela imprensa brasileira, que tem de olhar com atenção o que se passa ao redor. Lula é hoje o principal aliado de todos os governos latino-americanos que abriram uma verdadeira guerra contra a imprensa que não se conforma em ser mera extensão do Poder Executivo.

Há quatro dias, Franklin Martins — aquele que nunca teve a menor dúvida de que o embaixador seria morto se as exigências dos terroristas não fossem cumpridas, ´s gargalhadas — deixou claro, como é mesmo?, o propósito de “acabar com o poder dos aquários”. Não se trata de “política do medo”, como dizem alguns cretinos e áulicos, mas de realismo: se eleita, a criatura de Lula tentará fazer o trabalho que não se fez nos dois mandatos do chefe. Eles partirão para o enfrentamento com a imprensa independente: em uma das mãos, trarão as ameaças legais; na outra, o “incentivo” às empresas amigas que estão sendo criadas ou robustecidas para disputar leitores, telespectadores e internautas. Quais empresas? Aquelas que não têm compromisso nenhum com a liberdade de imprensa e entendem que todos são livres para aderir ao governo.

Encerro: a economia pode ter feito o governo popular; mas foram as omissões que fizeram o mito. E o mito está assanhado.

A mistificacao como obra deliberada (1): o Bolsa-Familia

Não é preciso comentar, basta reproduzir.

O discurso em que Lula afirma que Bolsa Família deixa o sujeito vagabundo, sem vontade de plantar macaxeira!!! E a prova documental de quem foi o criador do programa
Reinaldo Azevedo, 26/08/2010

Como é mesmo? Segundo um novo Datafolha, a diferença entre Dilma e Serra oscilou para 20 pontos? Os petralhas não descansam nem de madrugada — creiam (devem ganhar bem!) — e anunciam que eu já perdi a eleição? Então eu vou lhes mostrar como me comporto em meio àqueles que já disputam o seu lugar à grama. E por que vou fazer o que segue? Por apreço à verdade. E porque, como escrevi naquele texto quanto estava em Dois Córregos, Corisco só se entrega na morte de parabelo na mão, hehe.

Ontem, na impressionante coleção de invencionices a que se entregou em cima do palanque, Lula afirmou que setores “elitistas” o criticaram por causa do Bolsa Família. Também é mentira. O único “elitista” contrário ao programa era… Lula!!! E dá para provar. Quando o Babalorixá chegou ao poder, inventou que o Brasil padecia de uma fome africana — que já havia sido superado havia duas décadas ao menos. E criou o natimorto programa Fome Zero, lembram-se? O que era mero golpe publicitário de Duda Mendonça virou estandarte do governo. Havia quatro programas de renda do governo FHC: Auxílio-Gás, Bolsa Alimentação, Bolsa Escola e Bolsa Renda. Lula os juntou depois e os chamou de Bolsa Família. Isso é história. Mas, antes de fazê-lo, falou muita bobagem. E depois também.

No dia 9 de abril de 2003, com o Fome Zero empacado, Lula fez um discurso no semi-árido nordestino, na presença de Ciro Gomes, em que disse com todas as letras que acreditava que os programas que geraram o Bolsa Família levavam os assistidos à vagabundagem. Querem ler? Pois não!

Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.

Notaram a verdade de suas palavras? A convicção profunda? Então…

No dia 27 de fevereiro de 2003, Lula já tinha mudando o nome do programa Bolsa Renda, que dava R$ 60 ao assistido, para “Cartão Alimentação”. Vocês devem se lembrar da confusão que o assunto gerou: o cartão serviria só para comprar alimentos?; seria permitido ou não comprar cachaça com ele?; o beneficiado teria de retirar tudo em espécie ou poderia pegar o dinheiro e fazer o que bem entendesse?

A questão se arrastou por meses. O tal programa Fome Zero, coitado!, não saía do papel. Capa de uma edição da revista Primeira Leitura da época: “O Fome Zero não existe”. A imprensa petista chiou pra chuchu.

No dia 20 de outubro, aquele mesmo Lula que acreditava que os programas de renda do governo FHC geravam vagabundos, que não queriam mais plantar macaxeira, fez o quê? Editou uma Medida Provisória e criou o Bolsa Família? E o que era o Bolsa Família? A reunião de todos os programas que ele atacara em um só. Assaltava o cofre dos programas alheios, afirmando ter descoberto a pólvora. O texto da MP não deixa a menor dúvida:

(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação - “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de ir de abril de 1001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde - “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.

Compreenderam? Bastaram sete meses para que o programa que impedia o trabalhador de fazer a sua rocinha virasse a salvação da lavoura de Lula. E os assistidos passariam a receber dinheiro vivo. Contrapartidas: que as crianças freqüentassem a escola, como já exigia o Bolsa Escola, e que fossem vacinadas, como já exigia o Bolsa Alimentação, que cobrava também que as gestantes fizessem o pré-natal! Esse programa era do Ministério da Saúde e foi implementado por Serra.

E qual passou a ser, então, o discurso de Lula?
Ora, Lula passou a atacar aqueles que diziam que programas de renda acomodavam os plantadores de macaxeira, tornando-os vagabundos, como se aquele não fosse rigorosamente o seu próprio discurso.

No dia 23 de março de 2005, em Cuiabá, atirava contra as pessoas supostamente contrárias ao Bolsa Família. Leiam e confrontem com o que ele próprio dizia em 2003:

Eu sei que tem gente que fala: “Não, mas esse presidente está com essa política do programa Fome Zero, do Bolsa Família, isso é proselitismo, isso é esmola.” Eu sei que tem gente que fala assim. Lógico, o cidadão que toma café de manhã, almoça e janta todo santo dia, para ele Bolsa Família não significa nada, ele não precisa. E ainda mais se ele puder fazer uma crítica a mim tomando uma Coca-Cola em um bar, um uísque ou uma cerveja. Agora, tem pessoas que, se a gente não der essa ajuda, não conseguem comer as calorias e as proteínas necessárias à vida humana. E se for uma criança de antes de seis anos de idade, nós sabemos que essa criança poderá ter o seu cérebro atrofiado e nunca mais se recuperar.

Quando eu vou parar de evidenciar as mistificações de Lula? Nunca! Quanto mais “popular” ele fica, mais considero este trabalho uma obrigação moral.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Mais Foro de Sao Paulo: desta vez com FARC como membro fundador

Tem gente que mente desabridamente, e a imprensa, bocó ou conivente, não se encarrega de desmentir o mentiroso. E no entanto é muito fácil, basta ler as atas do Foro de São Paulo, para saber que as Farc foram dos fundadores do movimento e participaram abertamente de suas reuniões até 2004 pelo menos, e depois deixaram de comparecer abertamente (mandaram observadores incógnitos) apenas porque certos companheiros não queriam ser vistos ao lado de narcoterroristas e traficantes.
Basta transcrever e remeter ao link original para ver o filme:
Paulo Roberto de Almeida

Dirigente do PT mente sobre a presença das Farc em foro criado por Lula. Sim! Ele mente!
Reinaldo Azevedo, 19.08.2010

O “companheirismo” do jornalismo brasileiro ainda acabará fazendo mal ao PT. Por quê? Porque os petistas já foram mais sofisticados para mentir. Agora, eles falam qualquer porcaria. Como sabem que ninguém vai apurar se o que dizem procedem ou não, tudo se resolve na base do “aspismo”: Fulano “diz que…” Leiam o que está publicado no Estadão Online. Em seguida, recorrendo à memória, eu provo que o petista está mentindo. Não deixem de ler. Estamos diante de um caso que ainda será um clássico destes tempos.

As Farc nunca participaram do Foro de São Paulo’, diz Valter Pomar
Por Rodrigo Alvares
O Estado de S.Paulo, 19.08.2010

O secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, do Partido dos Trabalhadores (PT), negou hoje (18) qualquer vínculo desse grupo de partidos da esquerda e da centro-esquerda latino-americanas, criado em 1990, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). “As Farc não participam e nunca participaram do Foro de São Paulo”, disse Pomar, em entrevista a correspondentes brasileiros em Buenos Aires, onde se realiza o 16.º encontro da organização.
A Agência Estado insistiu na indagação sobre se nem em 1990, ano da criação do grupo pelo PT, na capital paulista, houve a participação no Foro de algum partido político ligado às Farc. “Eu estava lá. Não participou nem como um setor de partido”, afirmou. Segundo ele, todos os representantes da Colômbia que participam das reuniões do Foro pertencem a organizações e partidos legais. O secretário executivo do Foro disse que esse assunto voltou à tona por causa da declaração do candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra, Indio da Costa (DEM), sobre a ligação entre PT e Farc.
“O Serra e o Indio adotam uma postura infantil, que é tratar o conflito da Colômbia como se fosse um caso de crime organizado contra o Estado”, afirmou. “Este jeito não resolve o problema. O que precisa ser discutido é como construir um processo de paz na Colômbia.” Pomar destacou a presença de bases militares dos Estados Unidos na América Latina para recomendar: “Diante desse cenário de uma forte presença e uma expansão militar dos EUA na América Latina, coincidindo com um momento em que há governos de esquerda, a Colômbia é um nó que precisa ser desatado.” Segundo ele, “a Colômbia serve de pretexto para a ampliação da presença militar norte-americana”.
“A posição de 100% dos países do Foro é de que se precisa de paz na Colômbia”, afirmou. “A paz na Colômbia remove um dos pretextos para a presença dos EUA na América Latina.” Para o petista, o problema da Colômbia vai além da questão do crime organizado. “No conflito militar colombiano tem o governo, a guerrilha, os paramilitares e o narcotráfico, tem tudo isso misturado. Não é só o crime. Porque se fosse, como é que se explica uma guerrilha que tem 50 anos? É um problema social, econômico e político que tem de ser solucionado.” Nesse sentido, a declaração final do foro, que termina na sexta-feira, vai representar um forte chamado à paz colombiana.


Comento [Reinaldo Azevedo]:
É mentira! Mentira documentada! As Farc são membros-fundadores do Foro de São Paulo, junto com o PT e o Partido Comunista de Cuba, entre outros democratas… Notem que Valter Pomar não condena os métodos dos narcoterroristas em nenhum momento. Ao contrário: ele ataca, como é praxe no PT, o governo constitucional da Colômbia. Já volto a esse aspecto. Agora, quero que vocês vejam este vídeo. É importante que vocês o façam:
(video ver no link: http://feedproxy.google.com/~r/ReinaldoAzevedo/~3/al23OS_0tNM/)
Como viram, Chávez presta tributo ao chefe terrorista Raúl Reyes, morto por forças colombinas no Equador, onde se abrigava um núcleo do terror, sob a proteção do presidente daquele país, o filoterrorista Rafael Corrêa. ATENÇÃO: RAÚL REYES É AQUELE CUJO LAPTOP TRAZ A TROCA DE CORRESPONDÊNCIAS COM OLIVÉRIO MEDINA, QUE ESTÁ NO BRASIL. A MULHER DE MEDINA TRABALHA NO MINISTÉRIO DA PESCA, CONTRATADA POR DILMA ROUSSEFF. Falemos mais do vídeo:

2min55s - Chávez diz que, quando saiu da prisão, em 1994 (ele fora preso porque tentara um golpe militar em 1992), recebeu um convite para participar do Foro de São Paulo. Isto mesmo: o Foro de São Paulo, de que Lula era um dos chefões, convidou um notório golpista para a sua reunião. Só um golpista? Nãããããõoooo!!! Também um terrorista!

3min40s - Chávez, não mais do que um golpista então, diz que já conhecia “Lula entre outros”. Por que Lula se relacionava com um sujeito que tentara um golpe militar na Venezuela?

AGORA, A PROVA DA MENTIRA:
3min44Ss - Chávez diz que estava na “mesa de trabalho” do Foro quando chegou para saudá-lo ninguém menos do que Raúl Reyes, do comando central das Farc.

Entenderam?
O Foro de São Paulo não chamava para a reunião apenas um golpista como Hugo Chávez. Também estava presente, sim, Raúl Reyes, o chefão do narcoterrorismo. Chávez, evidentemente, não está mentindo neste caso porque se refere a um fato historicamente comprovado. Assim, quem mente é Valter Pomar, como mentem todos os petistas que negam os vínculos do partido as Farc. Chávez comete um equívoco quanto às datas: se esteve com Reyes na reunião do Foro havida em El Salvador, então foi em 1996, não em 1995, como diz.

José Eduardo Martins Cardozo, que faz a linha “sou-petista-mas-não-sou-como-eles” — não deixa de ser o pior tipo porque pretende ter do petismo só os benefícios; nesse particular, Berzoini é mais legítimo porque é o que é até na cara —, resolveu participar do Foro, levou aquela carta em que Lula ataca a “direita”, mas diz que esse negócio de Farc é acusação puramente eleitoral. Não neste blog, que denuncia essa história há muito tempo.

Chega de papo furado! Eis aí: Chávez confessa ter conhecido o narcoterrorista na reunião do Foro, de que Lula era o grande comandante.

Encerrando
Quanto a Pomar, dizer o quê? Entre criticar as Farc e criticar o governo constitucional da Colômbia, ele elege o segundo como alvo. Trata-se de uma escolha: a escolha do PT. Entre o governo legal e as Farc, as Farc!