Como Putin usa mentiras e mercenários para destruir democracias
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sexta-feira, 6 de outubro de 2023
Como Putin usa mentiras e mercenários para destruir democracias - Estadão
quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
Do Bric ao Brics e ao reino da fantasia: Lavrov, suas mentiras e a diplomacia brasileira - Paulo Roberto de Almeida
A Rússia atual, todos os seus dirigentes e representantes, constituem uma imensa aldeia Potemkim, uma gigantesca montanha de mentiras.
Da diplomacia brasileira se espera que ela não se deixe influenciar pelas falcatruas, mas o atual conselheiro presidencial para assuntos internacionais é amigo pessoal do eterno chanceler Lavrov: ambos transformaram um acrônimo econômico em foro diplomático.
Rapidamente transformado em mero instrumento dos objetivos nacionais e dos interesses pessoais dos seus dois maiores integrantes. Seria ingenuidade acreditar que pudesse ser diferente.
Mas tem muita gente que considera esse personagem de pintura de Picasso o nec plus ultra da multipolaridade e da criação de uma ordem mundial alternativa à atual dominação do “Ocidente”.
Paulo Roberto de Almeida
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💬 Russia's FM Sergey #Lavrov: When Western partners deny, foaming at the mouth, that they are not at war with Russia, they are lying. The volume of support rendered by the West shows that it has staked a great deal on its war against Russia
#Outcomes2022
terça-feira, 23 de agosto de 2022
As mentiras do Pinochio no poder, em sua entrevista no Jornal Nacional (Estadão)
As mentiras do Pinochio no poder, relatadas pelo Estadão, via Carmen Lícia Palazzo:
“IMPORTANTíSSIMO: neste artigo que copiei abaixo estão DETALHADAS as MENTIRAS do homem. Vale muito a leitura.
Carmen Lícia Palazzo
"Bolsonaro conta 1 mentira a cada 3 minutos no Jornal Nacional
Presidente repetiu alegações falsas sobre pandemia e processo eleitoral que já foram desmentidas anteriormente
Clarissa Pacheco, Luciana Marschall, Pedro Prata, Victor Pinheiro e Denise Chrispim, especial para o Estadão
22 de agosto de 2022 | 22h45
O presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, repetiu informações enganosas sobre a pandemia de covid-19 e a integridade do processo eleitoral na entrevista exibida pelo Jornal Nacional. Errou ao citar dados de desemprego da ex-presidente Dilma Rousseff e distorceu informações sobre a situação e preservação do meio ambiente sob seu governo. Confira a seguir a checagem do Estadão Verifica.
Ataques contra ministros do STF
O que Bolsonaro disse: que nunca xingou ministros do Supremo Tribunal Federal.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Em mais de uma situação, o presidente insultou os ministros Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral até o primeiro semestre deste ano, e Alexandre de Moraes, responsável por inquéritos que envolvem o presidente e seus aliados.
Em uma manifestação no dia 7 de Setembro na Avenida Paulista, em São Paulo, Bolsonaro ameaçou não mais respeitar decisões do STF. Ele chamou Alexandre de Moraes de “canalha” e pediu que ele deixasse o cargo. Dois dias depois, criticou o inquérito dos atos antidemocráticos, comandado por Moraes, e xingou o ministro de “otário”.
Diante de apoiadores, na mesma data, Bolsonaro declarou que Luís Roberto Barroso era um “imbecil” por defender o sistema eleitoral eletrônico do País. “Resposta de um imbecil, lamento falar isso de uma autoridade do STF, só um idiota para fazer isso.”
Em 6 de agosto de 2021, Bolsonaro foi além e chamou Barroso de “aquele filho da puta” diante de apoiadores em Santa Catarina. Sua declaração foi transmitida ao vivo por sua conta no Facebook por volta das 14h50. Às 15h19, o vídeo havia sido apagado.
Inquérito de ataque hacker ao TSE
O que Bolsonaro disse: que a ministra Rosa Weber, então presidente do TSE, enviou em 2018 uma denúncia de fraude à Polícia Federal para abertura de um inquérito, que continua em apuração.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. Em 2018, a Polícia Federal instaurou um inquérito, a pedido do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), para apurar uma invasão a sistemas da Justiça Eleitoral. Técnicos da corte alegaram em relatório que um hacker chegou a ter acesso a senhas, mas, segundo o tribunal, o acesso indevido não comprometeu a integridade do processo de votação. Até o momento, não há indícios públicos de que houve fraude nas urnas eletrônicas.
O que Bolsonaro disse: Imediatamente a PF pediu os logs do que ocorreu em 2018. O TSE poderia ter respondido no mesmo dia, mas depois de 7 meses o TSE disse que os logs foram apagados.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. Bolsonaro cita um trecho do inquérito da Polícia Federal sobre invasão hacker aos sistemas do TSE em 2018. Os autos do relatório vazado pelo presidente em suas redes sociais mostram que, em 10 de junho de 2019, um técnico da corte respondeu para a PF que “o servidor de build dos códigos fonte da urna eletrônica não possuía qualquer tipo de log habilitado”.
O servidor também informou que não poderia repassar dados adicionais porque essas informações haviam sido perdidas por conta de uma manutenção e do armazenamento limitado do sistema. O pedido da PF não consta nos arquivos, o que impossibilita saber exatamente do que se tratava.
Isso não quer dizer que os dados foram apagados propositalmente pelo TSE, nem que isso impossibilite saber qual foi a extensão do ataque. Em resposta ao Estadão Verifica, a Justiça Eleitoral esclareceu que todas as versões do código-fonte ficam armazenadas no servidor e que nenhuma alteração foi detectada. Além disso, a alteração do código-fonte não é permitida em ambiente externo — o hacker só conseguiu visualizar e fazer o download do arquivo, não modificá-lo.
Ao dizer que o servidor de build não possuía log habilitado, o servidor do TSE informa que não tinha como verificar quais microcomputadores dentro da rede interna do TSE realizaram acessos ao servidor Jenkins, que elabora programas de computador. Ele também menciona uma manutenção no sistema realizada em agosto, antes do incidente ser notado e da abertura do inquérito, que ocasionou perda de informações específicas, além de uma limitação de armazenamento que fazia com que os dados fossem sobrescritos automaticamente com o passar do tempo.
Bolsonaro omite ainda que o TSE colaborou, sim, com o envio de máquinas e dados desde o começo do inquérito — cujo pedido partiu do próprio tribunal, em ofício assinado pela ministra Rosa Weber, que o presidia na época. A partir dessas informações, a PF refez a linha do tempo da invasão e deu encaminhamento ao inquérito a fim de identificar o hacker.
Em 9 de novembro de 2018, por exemplo, o delegado Victor Neves Feitosa Campos solicitou a Janino as imagens das máquinas invadidas, relatório do incidente e informações de logs e IPs suspeitos (registros de acesso ao sistema e endereço dos dispositivos conectados). A solicitação foi respondida dentro de uma semana, segundo consta nos autos.
Compra das vacinas contra a covid-19
O que Bolsonaro disse: que o governo federal comprou mais de 500 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 mais rápido do que outros países.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. Até o final de 2020, mais de 50 países já tinham iniciado a vacinação, enquanto o Brasil só aplicou a primeira dose em 17 de janeiro de 2021.
O Reino Unido foi o primeiro a iniciar a vacinação da população contra a covid-19, em 8 de dezembro de 2020. Enquanto isso, ao longo de 2020, pelo menos 53 e-mails da farmacêutica Pfizer com ofertas de vacinas ficaram sem resposta por parte do governo brasileiro. O governo federal só assinou contrato para compra de vacinas da Pfizer em novembro de 2021, quase um ano após o início da vacinação no restante do mundo.
Em maio do ano passado, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse à CPI da Covid que o Brasil tinha contratado 562 milhões de doses de vacina, mas admitiu ter inflado os números. O Estadão mostrou, na época, que o número era de cerca de 280 milhões de doses contratadas, ou seja, a metade. A marca de 500 milhões de doses aplicadas da vacina contra a covid-19 foi alcançada em meados de junho de 2022.
O que Bolsonaro disse: A Pfizer não garantia a entrega da vacina.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: É falso. Documentos entregues à CPI da Covid, do Senado, provam o compromisso assumido pela farmacêutica Pfizer de reembolsar o valor pago pelo Brasil por doses de vacina se o prazo de entrega fosse descumprido. Essa premissa consta de telegrama diplomático enviado em 27 de agosto de 2020 pela embaixada do Brasil em Washington ao Itamaraty.
O documento diz que a empresa “se comprometeria a devolver ao governo brasileiro todo e qualquer pagamento antecipado, na hipótese em que a empresa não consiga honrar a obrigação de entregar a quantidade acordada da vacina”. Na época, a farmacêutica oferecia 30 milhões de doses de vacina contra a Covid ao governo brasileiro.
A Pfizer fez exigências no contrato de venda de vacinas. Entre elas, a assinatura, pelo governo brasileiro, de um termo de responsabilidade sobre possíveis efeitos colaterais.
Inquérito das fake news contra ministros do STF
O que Bolsonaro disse: que a procuradora-geral da República Raquel Dodge deu parecer para arquivar inquérito sobre ofensas e fake news contra o STF.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é verdade, mas o inquérito não foi arquivado. Em 16 de abril de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal determinando o arquivamento do inquérito aberto na Corte pelo ministro Dias Toffoli para apurar ataques a ministros do STF. Segundo Dodge, o inquérito era inconstitucional porque Toffoli não poderia agir de ofício para abrir a investigação, nem poderia nomear um relator – o ministro Alexandre de Moraes.
No mesmo dia, contudo, o relator indeferiu o pedido de arquivamento alegando que o pedido não era constitucional, nem lícito. O inquérito seguiu, apesar da manifestação de Raquel Dodge.
Vagas de empregos em 2014 e 2015
O que Bolsonaro disse: que em 2014 e 2015, tivemos uma perda de quase 3 milhões de empregos no Brasil.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), publicados pelo Ministério do Trabalho em 2015, apontam que o Brasil perdeu 1,5 milhão de vagas de emprego formal naquele ano, mas registrou um saldo positivo de 623 mil em 2014. O déficit entre os dois anos citados por Bolsonaro, portanto, foi de cerca de 877 mil empregos.
Além disso, informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) publicadas pelo Estadão na época apontam uma perda de postos de trabalho distante da quantidade mencionada pelo presidente. Em 2014, o Brasil registrou um saldo positivo de 420 mil empregos, seguido por um fechamento de 1,54 milhão de vagas.
Casos de corrupção no governo federal
O que Bolsonaro disse: que o governo não tem escândalos de corrupção.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Em março, o então ministro da Educação, Milton Ribeiro, deixou o cargo após uma série de acusações de corrupção. O Estadão revelou um suposto esquema de pastores que cobravam propinas de prefeitos para intermediar encontros com Ribeiro. Ele chegou a ser preso pela Polícia Federal, mas foi solto logo depois por decisão judicial.
O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles também foi alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de corrupção. Para a PF, ele estaria envolvido em venda ilegal de madeira.
Transposição do Rio São Francisco
O que Bolsonaro disse: que concluiu as obras de Transposição do Rio São Francisco que estavam paradas desde 2012.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. Conforme já verificado por agências de checagem, notícias e documentos oficiais indicam que ao menos 92,5% da execução física dos dois eixos estruturantes do projeto estavam prontos quando o atual presidente assumiu. Um deles, inclusive, foi inaugurado no governo de Michel Temer.
Agravamento da pandemia em Manaus
O que Bolsonaro disse: cilindros de oxigênio chegaram a Manaus em menos de 48 horas após colapso.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é falso. O governo federal foi informado de que uma crise de oxigênio estava para eclodir em Manaus ainda no início de janeiro de 2021, mas minimizou os alertas. Nos dias 11 e 12, o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, esteve na capital do Amazonas para promover o tratamento precoce e confirmou que havia uma crise de oxigênio.
No dia 13 de janeiro, quando o sistema entrou efetivamente em colapso e pacientes começaram a morrer por falta de oxigênio, Bolsonaro começou a ser cobrado e respondeu, pelas redes sociais, que havia mandado oxigênio para Manaus em maio de 2020. No dia 17 de janeiro de 2021, 96 horas após o colapso, o governo anunciou que balsas tinham atracado em Manaus com 70 mil metros cúbicos de oxigênio, mas a remessa era suficiente para apenas um dia de demanda na cidade.
No dia 18 de janeiro, um carregamento com 107 mil metros cúbicos de oxigênio doados pela Venezuela chegou ao Brasil. No final de janeiro, um comboio com 160 mil metros cúbicos de oxigênio atrasou a chegada a Manaus por causa das más condições da BR-319.
Proteção de vegetação nativa
O que Bolsonaro disse: que o Brasil preserva 66% da sua área verde.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. O presidente refere-se ao fato de que 66,5% do território brasileiro é coberto por vegetação nativa, como mostra levantamento do MapBiomas. O Projeto Comprova já mostrou ser enganoso que essa cobertura vegetal esteja intacta.
Somos o país com a maior área absoluta de florestas tropicais e os que mais desmatam este tipo de bioma. Segundo a iniciativa Global Forest Watch, que monitora os índices de perda de cobertura florestal no mundo, o Brasil perdeu 1,361 milhão de hectares de florestas tropicais úmidas primárias em 2019. Isto equivalia a mais de um terço do observado em todo o mundo (3,8 milhões de hectares). O país liderou o ranking de perda de florestas primárias naquele ano.
Lockdown e distanciamento social
O que Bolsonaro disse: Estudo de Nova York aponta que as pessoas se contaminam mais dentro do que fora de casa.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. O Projeto Comprova demonstrou ser verdadeira uma pesquisa apontando que, de cada três novos pacientes de covid-19 no Estado de Nova Iorque, nos Estados Unidos, dois estavam em casa. Mas isso não quer dizer que o distanciamento social determinado pelo estado norte-americano tenha falhado, e sim que essas pessoas tiveram contato com infectados. Em 6 de maio de 2020, o governador Andrew Cuomo falou em entrevista coletiva sobre os dados coletados pelo Departamento Estadual de Saúde que apontaram a contaminação domiciliar, mas ressaltou que a amostragem da pesquisa foi relativamente pequena e afirmou que o número de casos começou a cair no Estado depois das medidas de isolamento social, colocadas em vigor no dia 22 de março.
Auditoria do PSDB em 2014
O que Bolsonaro disse: Em 2014, no segundo turno, o PSDB duvidou da lisura e contratou uma auditoria. Conclui que as urnas são inauditáveis.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é impreciso. Depois do pleito de 2014, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aceitou um pedido do PSDB para auditar as urnas eletrônicas e concedeu acesso a dados, arquivos e parte dos programas usados nos equipamentos naquela eleição para uma auditoria externa. O relatório da investigação concluiu que não foi possível identificar fraudes na votação de 2014 e, de fato, destacou que o sistema não permitia uma auditoria externa independente e efetiva.
Apesar disso, o TSE sustenta que há diversas formas de auditar e recontar os votos, definidas na legislação eleitoral. Como explicado diversas vezes por agências de checagem e imprensa profissional, é possível auditar votações. No dia da eleição, cada urna eletrônica emite um comprovante com os votos recebidos, chamado de Boletim de Urna (BU). Esse documento é impresso pelos mesários e se torna público logo após o fim da votação – qualquer pessoa pode comparar os números impressos com o resultado divulgado pelo TSE.
No dia da eleição o TSE promove um sorteio de urnas eletrônicas que serão fiscalizadas. A ação é para verificar a autenticidade e demonstrar a integridade do processo eleitoral “para eleitores sem conhecimentos específicos em tecnologia”, como afirma o site do órgão. As urnas sorteadas são encaminhadas para os tribunais regionais eleitorais, onde é feita uma simulação de voto. “Cédulas em papel são preenchidas e depositadas em uma urna de lona, para que os participantes digitem esses votos tanto na urna eletrônica quanto em um sistema específico que computará os votos consignados em paralelo”, explica o TSE. Se houvesse fraude, apareceria uma divergência entre os números da urna de lona e os da urna eletrônica. Nunca foi constatada irregularidade.”
Conclusão: o mentiroso continua sendo um super MENTIROSO!
sábado, 2 de abril de 2022
Milicos continuam mentindo sobre o golpe que implantou uma ditadura no Brasil - Cavalo Kfouri (Chumbo Gordo)
Militar, “militarmente”, e o que houve há 58 anos. Confusões nacionais
By Cacalo Kfouri 1/04/2022Os militares, 58 anos depois, continuam a mentir. Foi uma sanguinária ditadura que começou no dia 1º de abril – até na data mentem – em que centenas de pessoas foram assassinadas e milhares foram torturadas. Centenas de pessoas tiveram de sair do país para não serem mortas, muitas entre elas ocuparam altos cargos em universidades norte-americanas (todas comunistas…), europeias e na ONU. Assim como o atual mandante, todos os ditadores se diziam honestos, mas nunca houve tanta corrupção. O golpe é o mais triste episódio da História do Brasil, apesar de o ignaro ignóbil tentar superá-lo.
Como era esperado, os inúteis militares que compõem o atual governo, cúmplices dos criminosos que atuaram durante a ditadura, divulgaram nota, por meio do Ministério da Defesa – defesa do quê, de mortes, torturas? – comemorando o criminoso golpe militar.
Completando a tragédia, em discurso no Circo do Planalto, o ignaro ignóbil defendeu os ditadores militares e Daniel Silveira, o da tornozeleira, um dos presentes.
O golpe teve a “comemoração” merecida, elogios de medíocres.
O discurso com mais sandices de todos os tempos
Foi ornejado ontem, 1ª de abril, e não é mentira, ele disse todas as asnices que se possa imaginar, estão gravadas. Também não é mentira que foi aplaudido por militares de alta patente (?!) e ministros, dr. Quedroga entre eles. As imagens estão gravadas. Dize-me quem aplaude etc. etc. etc.
https://www.youtube.com/watch?v=l85P3oS7lWQ
A falta de discernimento do ornejador é tanta que não percebe que o fato de não usar máscara incomoda porque põe a vida dos outros em perigo. A dele, ora a dele.
Confessou!
O “pastor” de “pastores” Milton Ribeiro, ex-ministro do que já foi Ministério da Educação, confessou – não é admitiu, é confessou, trata-se de um crime – à Polícia Federal que o ignaro ignóbil pediu-lhe que desse atenção especial a um dos achacadores de prefeitos na intenção de repassar verbas do MEC em troca de propina.
É mais um crime cometido a mando do chefe da quadrilha que se estabeleceu em Brasília a partir do dia 1º de janeiro de 2019. E o mandante ficará, mais uma vez, impune, pois quem deveria tomar providência, o procurador-geral da República, faz parte do grupo.
quinta-feira, 29 de julho de 2021
Um governo que mente, tão descaradamente, que até pensa que fala sinceramente, e que a gente acredita nele...
Bolsonaro deu 1.682 declarações falsas ou enganosas em 2020, aponta relatório de ONG internacional
Documento da Artigo 19 mostra ainda queda no nível de liberdade de expressão no mundo e no Brasil
André de Souza
O Globo, 29/07/2021
BRASÍLIA - Um relatório da organização não-governamental Artigo 19, com escritório em noves países, inclusive o Brasil, mostra que o presidente Jair Bolsonaro emitiu 1.682 declarações falsas ou enganosas em 2020, ou seja, mais de quatro por dia. O documento também aponta ataques de Bolsonaro à imprensa e mostra uma queda no nível de liberdade de expressão no mundo em geral e no Brasil: o país obteve apenas 52 pontos numa escala que vai de 0 a 100. O índice é o mais baixo registrado pelo Brasil desde 2010, quando começou a ser calculado pela ONG. As informações fazem parte do "Relatório Global de Expressão 2021", com dados de 161 países.
De acordo com o documento da ONG, que atua na defesa da liberdade de expressão e acesso a informação, as declarações falsas ou enganosas de Bolsonaro contribuíram para a aumentar o número de casos de Covid-19. A Artigo 19 também fez críticas à falta de transparência nos números da pandemia em alguns países, entre eles o Brasil.
"Em outros casos, a desinformação vem de indivíduos que ocupam posições relevantes — até mesmo chefes de governo, como Jair Bolsonaro — geralmente por meio de contas pessoais, em vez de oficiais, nas redes sociais. Esses indivíduos isolados podem ter um grande impacto na disseminação da desinformação. O presidente dos Estados Unidos [Donald Trump, que estava no cargo em 2020] foi provavelmente o maior impulsionador da 'infodemia' de informações errôneas sobre a COVID-19 em língua inglesa", diz trecho do relatório.
O documento destacou algumas falas de Bolsonaro, como chamar a Covid-19 de "gripezinha", enquanto "promove discursos antivacinas e anti-isolamento, piorando as taxas de infecção e causando uma crise de informação com discursos altamente polarizados". Desde janeiro de 2019, quando assumiu o cargo e ainda não havia pandemia, Bolsonaro fez 2.187 declarações falsas ou distorcidas.
O problema da desinformação não se limitou ao Brasil, tendo se espalhado rapidamente nas redes sociais e aplicativos de mensagens de vários cantos do planeta. O tipo mais perigoso, diz o relatório, "tem sido as teorias de conspiração sobre minorias étnicas que espalham a doença e o discurso de ódio, traduzidas em discriminação e violência no mundo real, remédios caseiros espúrios para a prevenção ou cura do vírus e propaganda — tanto por autoridades políticas nacionais quanto estrangeiras".
Ataques à imprensa
O levantamento aponta ainda 464 declarações públicas de Bolsonaro, seus ministros ou assessores próximos atacando ou deslegitimando jornalistas. "Essas atitudes influenciam as autoridades locais e se manifestam em atitudes, assédio e ações judiciais contra jornalistas. Esse nível de agressão pública não era visto desde o fim da ditadura militar. A crescente hostilidade social contra jornalistas e seus efeitos desencorajadores não devem ser subestimados", diz o relatório.
Além disso, houve 254 violações no Brasil contra jornalistas e comunicadores em 2020, das quais 123 perpetradas por agentes públicos e 20 constituindo casos graves, como homicídios, tentativas de homicídio e ameaças de morte.
Outro problema foi o aumento no uso da Lei de Segurança Nacional, da época da ditadura militar "como arma contra manifestantes e jornalistas que desafiaram o presidente por sua falta de ação, mesmo com o aumento das evidências do escopo da emergência da Covid-19".
No mundo todo, 62 jornalistas foram mortos e 274 presos. Os países com mais prisões foram China, Turquia e Egito. "As prisões quadruplicaram de março a maio de 2020, e o assédio e os ataques físicos aumentaram em todo o mundo — do Brasil à Itália, Quênia, Senegal e Nigéria", diz trecho do sumário executivo do relatório.
Apesar das críticas a Bolsonaro e outros governos mundo afora, o relatório apontou o papel de algumas instituições como freio ao autoritarismo: "Algumas instituições demonstraram resiliência — governos regionais e Congresso foram um contrapeso efetivo no Brasil, enquanto o Judiciário no México bloqueou algumas das iniciativas mais problemáticas de López Obrado [presidente do país]."
Queda global na liberdade de expressão
Na escala de liberdade de expressão, que vai de 0 a 100 e é calculada a partir de 25 indicadores, o Brasil teve 52 pontos. É a pior pontuação da série, que começou em 2010, e é a mesma da Colômbia e do Gabão, ficando logo abaixo do Haiti, que teve 53 pontos. As melhores pontuações foram da Dinamarca e Suíça, com 95, e a pior foi da Coreia do Norte, que zerou. Na América Latina, os melhores resultados foram de Uruguai (92), Costa Rica (89), Argentina (88) e República Dominicana (87).
Em 2010, o Brasil tinha uma pontuação bem melhor: 89. Em 2015, ficou em 86. A primeira grande queda foi em 2016, quando obteve 73 pontos. Em 2017 e 2018, ficou em 66 pontos. Em 2019, nova queda, para 54 pontos. Países que têm entre 40 e 59 pontos entram na categoria de expressão restrita. Já aqueles entre 80 e 100 estão na categoria de expressão aberta, a melhor possível.
"Nos últimos cinco anos, o Brasil deixou de ser um dos países com maior pontuação mundial para ser considerado uma crise de democracia e expressão – e agora também uma crise de saúde pública. O Brasil é a perfeita avalanche contemporânea de problemas de expressão: populismo autocrático, desinformação, desigualdade severa e controle tecnológico. A pandemia consolidou as tendências observadas no último ano", diz o relatório.
No mundo em geral, o relatório também mostra uma queda no grau da liberdade de expressão e imprensa. Ao todo, 61 países analisados têm pontuação inferior a 40, ou seja, são considerados em crise ou com altas restrições, o que dá 64% da população global. Em 2010, tais pontuações abrangiam 32% da população no mundo. E pelo menos 57 governos usaram a pandemia de Covid-19 como pretexto para limitar a liberdade e a democracia.
O aumento do autoritarismo é atestado por outros índices. Em 2010, 48% da população mundial viviam eu autocracias. Em 2020, passou para 68%. No ano passado, 96 países cometeram violações moderadas ou graves à democracia. Em 29, houve 155 desligamentos da internet. Também foi constatada a diminuição da privacidade e o aumento da vigilância, e um crescimento das demissões e cortes salariais de jornalistas no mundo todo.
Também foram registrados 331 mortes de defensores de direitos humanos, das quais 264 na América Latina. A Colômbia sozinha foi responsável por 53% dessas mortes no mundo todo.
https://oglobo.globo.com/brasil/bolsonaro-deu-1682-declaracoes-falsas-ou-enganosas-em-2020-aponta-relatorio-de-ong-internacional-1-25131340
quinta-feira, 22 de abril de 2021
Paulo Roberto de Almeida analisa balanço de despedida de Ernesto Araújo e vê mentiras, falácias e falcatruas (FSP, 21/04/2021)
O texto desformatado mas melhor lisível:
Diplomata vê mentiras, falácias e falcatruas em discurso de Ernesto
Coluna Monica Bergamo
Folha de S. Paulo, 21/04/2021
O diplomata Paulo Roberto de Almeida fez análise parágrafo por parágrafo do balanço que Ernesto Araújo fez após sua saída do cargo de ministro das Relações Exteriores, apontando o que vê como falácias e falcatruas. Ele destaca o que Araújo disse em seu texto sobre as relações com EUA (“jamais promovi alinhamento automático”) e China (“mantive relações produtivas”) como grandes mentiras.
“O patético chanceler acidental parece não ter consciência de que vive num mundo situado em outra galáxia, distante das preocupações normais dos diplomatas profissionais", escreve Almeida. Sobre a diplomacia com os EUA, Almeida afirma que "todas as vezes que Trump ordenava alguma coisa, o traidor chanceler dos nossos interesses se apressava em cumprir, zelosamente, até de forma escabrosa, como ocorreu, por sinal, na decisão de retirar o nome do candidato do Brasil à presidência do BID, para favorecer o nome de um preposto de Trump".
Ele diz que o mesmo aconteceu no etanol, no caso do 5G, "em qualquer outra coisa que fosse ordenada de Washington." "Não se trata sequer de alinhamento obediente, mas de pura submissão automática e antinacional", completa.
Sobre as relações com a China, o diplomata afirma que "as mais tensas relações do país com o parceiro mais essencial se deram justamente com a China, e não exclusivamente por causa do anticomunismo primário do chanceler anacrônico, mas por causa das obsessões anti-chinesas da família presidencial."
Almeida acrescenta que a queda de Araújo se deu "exatamente pela condução absolutamente caótica, negativa, catastrófica das relações com o maior parceiro comercial desde 2009, o único que permite superávits salvadores na balança comercial." O diplomata ironiza trecho do texto de Araújo que diz que o então chanceler defendeu a dignidade do Brasil nas relações com a China.
"O modelo chinês impõe cautela e temor no previdente ex-chanceler, que tomou todas as providências para que o Brasil não se 'atrelasse' a essa estratégica maquiavélica do gigante asiático. O cruzado brancaleônico estava disposto a tudo para preservar nossa 'dignidade' e liberdade, em face de tão poderosa ameaça. Ufa!".
Diplomata analisa balanço de despedida de Ernesto Araújo e vê mentiras, falácias e falcatruas
Paulo Roberto de Almeida fez leitura de cada um dos parágrafos do balanço do ex-chanceler
O diplomata Paulo Roberto de Almeida fez análise parágrafo por parágrafo do balanço que Ernesto Araújo fez após sua saída do cargo de ministro das Relações Exteriores, apontando o que vê como falácias e falcatruas.
Ele destaca o que Araújo disse em seu texto sobre as relações com EUA (“jamais promovi alinhamento automático”) e China (“mantive relações produtivas”) como grandes mentiras.
“O patético chanceler acidental parece não ter consciência de que vive num mundo situado em outra galáxia, distante das preocupações normais dos diplomatas profissionais", escreve Almeida.
Sobre a diplomacia com os EUA, Almeida afirma que "todas as vezes que Trump ordenava alguma coisa, o traidor chanceler dos nossos interesses se apressava em cumprir, zelosamente, até de forma escabrosa, como ocorreu, por sinal, na decisão de retirar o nome do candidato do Brasil à presidência do BID, para favorecer o nome de um preposto de Trump".
Ele diz que o mesmo aconteceu no etanol, no caso do 5G, "em qualquer outra coisa que fosse ordenada de Washington."
"Não se trata sequer de alinhamento obediente, mas de pura submissão automática e antinacional", completa.
Sobre as relações com a China, o diplomata afirma que "as mais tensas relações do país com o parceiro
mais essencial se deram justamente com a China, e não exclusivamente por causa do anticomunismo primário do chanceler anacrônico, mas por causa das obsessões anti-chinesas da família presidencial."
Almeida acrescenta que a queda de Araújo se deu "exatamente pela condução absolutamente caótica, negativa, catastrófica das relações com o maior parceiro comercial desde 2009, o único que permite superávits salvadores na balança comercial."
O diplomata ironiza trecho do texto de Araújo que diz que o então chanceler defendeu a dignidade do Brasil nas relações com a China.
"O modelo chinês impõe cautela e temor no previdente ex-chanceler, que tomou todas as providências para que o Brasil não se 'atrelasse' a essa estratégica maquiavélica do gigante asiático. O cruzado brancaleônico estava disposto a tudo para preservar nossa 'dignidade' e liberdade, em face de tão poderosa ameaça. Ufa!".
A análise de Almeida pode ser encontrada aqui.