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sexta-feira, 31 de março de 2023

"Aniversário" do golpe militar que inaugurou a mais longeva ditadura da história do Brasil: 31 de março de 1964 - Chico Alves, Leonardo Sakamoto, Josias de Souza (UOL)

 Para não deixar passar em branco o aniversário da famigerada.

Se ouso um toque de ironia sombria, graças à "Redentora" dos milicos, eu me politizei bem cedo, ainda adolescente, e comecei a ler sobre política, logo tornando-me um opositor decidido: saí a tempo de não ser preso, torturado, eventualmente "desaparecido", como tantos outros. Voltei 7 anos depois dos anos de chumbo.

Os artigos no site do UOL:
Colunistas lembram e lamentam aniversário do golpe de 64
Rodrigo Barradas, editor de Opinião

Para surpresa de ninguém, o Clube Militar do Rio comemorou o golpe de 64 nesta sexta. Enquanto na Lagoa Rodrigo de Freitas delírios revisionistas e autoritários fermentavam junto ao bufê, aqui no UOL os colunistas marcavam a data pelo que ela foi: o início de uma ditadura que ainda não foi devidamente processada.

Chico Alves lembrou depoimentos de vítimas do torturador Carlos Brilhante Ustra, herói de Bolsonaro e do senador Hamilton Mourão. Leonardo Sakamoto cobrou das Forças Armadas um exercício de autocrítica. E Josias de Souza, falando com os 99% de civis da população, arremata: "Brasil precisa parar de tratar militar como bibelô".

sábado, 2 de abril de 2022

Milicos continuam mentindo sobre o golpe que implantou uma ditadura no Brasil - Cavalo Kfouri (Chumbo Gordo)

Militar, “militarmente”, e o que houve há 58 anos. Confusões nacionais

MILITAR MENTE - MILITARMENTE Os militares, 58 anos depois, continuam a mentir. Foi uma sanguinária ditadura que começou no dia 1º de abril – até na data mentem – em que centenas de pessoas foram assassinadas e milhares foram torturadas. Centenas de pessoas tiveram de sair do país para não serem mortas, muitas entre elas ocuparam altos cargos em universidades norte-americanas (todas comunistas…), europeias e na ONU. Assim como o atual mandante, todos os ditadores se diziam honestos, mas nunca houve tanta corrupção. O golpe é o mais triste episódio da História do Brasil, apesar de o ignaro ignóbil tentar superá-lo.

 Como era esperado, os inúteis  militares que compõem o atual governo, cúmplices dos criminosos que atuaram durante a ditadura, divulgaram nota, por meio do Ministério da Defesa – defesa do quê, de mortes, torturas? – comemorando o criminoso golpe militar.

Completando a tragédia, em discurso no Circo do Planalto, o ignaro ignóbil defendeu os ditadores militares e Daniel Silveira, o da tornozeleira, um dos presentes.

O golpe teve a “comemoração” merecida, elogios de medíocres.

 O discurso com mais sandices de todos os tempos

Foi ornejado ontem, 1ª de abril, e não é mentira, ele disse todas as asnices que se possa imaginar,  estão gravadas. Também não é mentira que foi aplaudido por militares de alta patente (?!) e ministros, dr. Quedroga entre eles. As imagens estão gravadas. Dize-me quem aplaude etc. etc. etc.

 https://www.youtube.com/watch?v=l85P3oS7lWQ

A falta de discernimento do ornejador é tanta que não percebe que o fato de não usar máscara incomoda porque põe a vida dos outros em perigo. A dele, ora a dele.

Confessou!

O “pastor” de “pastores” Milton Ribeiro, ex-ministro do que já foi Ministério da Educação, confessou – não é admitiu, é confessou, trata-se de um crime – à Polícia Federal que o ignaro ignóbil pediu-lhe que desse atenção especial a um dos achacadores de prefeitos na intenção de repassar verbas do MEC em troca de propina.

É mais um crime cometido a mando do chefe da quadrilha que se estabeleceu em Brasília a partir do dia 1º de janeiro de 2019. E o mandante ficará, mais uma vez,  impune, pois quem deveria tomar providência, o procurador-geral da República, faz parte do grupo.



quinta-feira, 10 de julho de 2014

National Security Archive: tortura no Brasil durante o regime militar (1970)

National Security Archive:
1970s Brazilian Government Torture Techniques Revealed in Declassified U.S. Documents
by Kevin Y. Kim

BRAZIL: TORTURE TECHNIQUES REVEALED IN DECLASSIFIED U.S. DOCUMENTS
DICTATORSHIP-ERA RECORDS GIVEN BY VICE PRESIDENT BIDEN TO PRESIDENT ROUSSEF
DETAIL "PSYCHOPHYSICAL" SYSTEMS OF TORTURE, SECRET EXECUTIONS
43 STATE DEPARTMENT RECORDS MADE PUBLIC BY BRAZILIAN TRUTH COMMISSION

National Security Archive Electronic Briefing Book No. 478
Posted July 8, 2014
Edited by Peter Kornbluh

For more information contact:
Peter Kornbluh 202/374-7281 or peter.kornbluh@gmail.com

Washington, D.C., July 8, 2014 -- The Brazilian military regime employed a "sophisticated and elaborate psychophysical duress system" to "intimidate and terrify" suspected leftist militants in the early 1970s, according to a State Department report dated in April 1973 and made public yesterday. Among the torture techniques used during the military era, the report detailed "special effects" rooms at Brazilian military detention centers in which suspects would be "placed nude" on a metal floor "through which electric current is pulsated." Some suspects were "eliminated" but the press was told they died in "shoot outs" while trying to escape police custody. "The shoot-out technique is being used increasingly," the cable sent by the U.S. Consul General in Rio de Janeiro noted, "in order to deal with the public relations aspect of eliminating subversives," and to "obviate 'death-by-torture' charges in the international press."

Peter Kornbluh who directs the National Security Archive's Brazil Documentation Project called the document "one of the most detailed reports on torture techniques ever declassified by the U.S. government."

Titled "Widespread Arrests and Psychophysical Interrogation of Suspected Subversives," the document was among 43 State Department cables and reports that Vice President Joseph Biden turned over on June 17 to President Dilma Rousseff during his trip to Brazil for the World Cup competition for use by the Brazilian Truth Commission. The Commission is in the final phase of a two-year investigation of human rights atrocities during the military dictatorship which lasted from 1964 to 1985. On July 2, the Commission posted all 43 documents on its website, accompanied by this statement: "The CNV greatly appreciates the initiative of the U.S. government to make these records available to Brazilian society and hopes that this collaboration will continue to progress."

The records range in date from 1967 to 1977. They report on a wide range of human rights-related issues, among them: secret torture detention centers in Sao Paulo, the military's counter-subversion operations, attitudes of the Church on human rights violations, and the regime's hostile reaction in 1977 to the first State Department human rights report on abuses. Some of the documents had been previously declassified under routine release procedures; others, including the April 1973 report on psychophysical torture, were reviewed for declassification as recently as June 5, 2014, in preparation for Biden's trip.

During his meeting with President Rousseff, Biden announced that the Obama administration would undertake a broader review of still highly classified U.S. records on Brazil, among them CIA and Defense Department documents, to assist the Commission in finalizing its report. "I hope that in taking steps to come to grips with our past we can find a way to focus on the immense promise of the future," he noted.

Since the inception of the Truth Commission in May 2012, the National Security Archive has been assisting the Commissioners in obtaining U.S. records for their investigation, and pressing the Obama administration to fulfill its commitment to a new standard of global transparency and the right-to-know by conducting a special, Brazil declassification project on the military era. "Advancing truth, justice and openness is precisely the way these classified U.S. historical records should be used," according to Kornbluh. "Biden's declassified diplomacy will not only assist the Truth Commission in shedding light on the dark past of Brazil's military era, but also create a foundation for a better and more transparent future in U.S.-Brazilian relations."

To call attention to the records and the Truth Commission's work, the Archive is highlighting five key documents from Biden's timely donation.

Check out today's posting at the National Security Archive's website - http://www2.gwu.edu/~nsarchiv/NSAEBB/NSAEBB478/

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segunda-feira, 5 de maio de 2014

Venezuela: ditadura bolivariana recorre 'a tortura. E o que fazem oMercosul, a Unasul? Nada!

Que vergonha para o Brasil, e os brasileiros, que pensávamos que o Mercosul fosse guiado por valores democráticos e que seus membros respeitassem os direitos humanos.
Quo vadis, Mercosul?
Paulo Roberto de Almeida 
VEJA.com, 5/05/2014

Um relatório do Human Rights Watch divulgado na manhã desta segunda-feira denuncia abusos cometidos sistematicamente pelas forças de segurança sob o comando do presidente venezuelano Nicolás Maduro, durante e após as manifestações de fevereiro, quando a população foi às ruas para protestar contra o governo. O documento de pouco mais de cem páginas alerta que as violações de direitos humanos cometidas na Venezuela não foram casos isolados de membros das forças de segurança, mas um padrão sistematicamente aplicado em diferentes locais do país – inclusive no interior de unidades militares. A organização denuncia a participação ou conivência de juízes e promotores, que, segundo o relatório, “fecharam os olhos” para provas nitidamente forjadas, pessoas detidas sem direito a defesa e a sinais de tortura física e psicológica.

Para o Human Rights Watch, o poder judiciário venezuelano deixou de funcionar de forma independente. “A Suprema Corte efetivamente rejeitou seu papel de garantir os direitos fundamentais, com muitos dos juízes publicamente empenhados em dar suporte à agenda política do governo”, adverte a organização. O documento alerta ainda para a “intensa pressão” exercida sobre os juízes de primeira instância para que evitem emitir sentenças que possam incomodar autoridades do governo Maduro. O governo chega a suspender ou demitir sumariamente juízes que profiram decisões em favor de opositores do regime.
A investigação que deu origem ao relatório Punidos por Protestar: Violações de Direitos nas Ruas, Centros de Detenção e Sistema de Justiça na Venezuela foi feita com base em entrevistas com vítimas e familiares, testemunhas, profissionais da área médica, jornalistas e defensores dos direitos humanos. O grupo também recolheu provas, como fotografias, gravações em vídeo, laudos médicos e arquivos do Judiciário. Também foram reunidos relatos e documentos com posicionamentos oficiais do governo Maduro e das forças de segurança.
Os representantes da ONG detectaram, no trabalho de campo e nas investigações posteriores, “claros indícios de abusos”. Nos 45 casos, diz o relatório, “encontramos provas concretas de graves violações de direitos humanos cometidos pelas forças de segurança da Venezuela”, o que inclui tortura e tratamento degradante, violência física e restrição do direito de defesa. “O Judiciário e procuradores do governo Maduro colaboraram para as violações, participando ou tolerando abusos contra os manifestantes e pessoas detidas, com graves violações do direito à defesa dos acusados”, diz um trecho do documento.
A investigação foi feita a partir de março, com visitas à capital, Caracas, e a três estados – Carabobo, Lara e Miranda. A partir dos relatos de 45 vítimas nos casos analisados, e com base em provas de diversas fontes, o Human Rights Watch relata 150 ocorrências de abusos graves. Na maioria dos casos, as forças de seguranças fizeram uso ilegal da força, inclusive disparos e agressões severas contra indivíduos desarmados. Praticamente todas as vítimas foram presas e, enquanto detidas, submetidas a abusos físicos e psicológicos. “Em pelo menos dez casos os abusos claramente configuram tortura”, diz o sumário do documento. Nos três estados visitados pela ONG, e na capital, as forças de segurança permitiram que grupos pró-governo, armados, atacassem civis desarmados. E, em alguns casos, as tropas de Maduro também colaboraram com os ataques.
O relatório faz uma ressalva: houve também atos violentos por parte de manifestantes, e os mais de 200 casos de agentes feridos, e pelo menos nove registros de mortes de policiais, são crimes que precisam de investigação. Mas, como agravante das ações perpetradas por integrantes das forças de segurança, nos 45 casos de abusos contra civis analisados, as evidências colhidas indicam que não se tratava de pessoas envolvidas em atos violentos, atividades criminosas ou que representassem algum tipo de ameaça aos policiais. “A natureza e o momento em que ocorreram muitos desses abusos sugere que tinham como objetivo não garantir a lei e dispersar os protestos, mas punir pessoas por suas visões políticas”, diz o documento.
Imprensa
Em treze dos casos examinados, as forças de segurança tiveram como alvo indivíduos que fotografavam ou filmavam agentes em confronto com manifestantes. Metade deles era jornalista, enquanto o restante eram pessoas meramente usando celulares com câmeras. Quando cita as restrições ao direito de plena defesa dos detidos, o Human Rights Watch cita que praticamente todas as 45 vítimas de abusos foram mantidas incomunicáveis, sem acesso a advogados “até minutos antes de serem conduzidas a juízo” e, em muitos dos casos, com indícios de que foram acusadas com base em “provas plantadas”. E o pior: os juízes, segundo o relatório, condenaram os acusados com base em “evidências duvidosas” apresentadas pela acusação. “Promotores e juízes rotineiramente fecharam os olhos para evidências de que os detidos haviam sido submetidos a abusos no período de detenção, assim como ignoraram óbvios sinais de agressões físicas ou interrogaram os acusados em instalações militares, onde claramente não tinham acesso a advogados”, adverte o texto.

A organização encerra o documento com recomendações tanto a integrantes do governo e forças policiais como à oposição. O texto faz um apelo à procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega Díaz, para que todas as acusações contra manifestantes presos sejam revistas e que, nos casos de detidos indevidamente ou com base em provas duvidosas, que haja imediata libertação.