O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Chico Alves. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Chico Alves. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 31 de março de 2023

"Aniversário" do golpe militar que inaugurou a mais longeva ditadura da história do Brasil: 31 de março de 1964 - Chico Alves, Leonardo Sakamoto, Josias de Souza (UOL)

 Para não deixar passar em branco o aniversário da famigerada.

Se ouso um toque de ironia sombria, graças à "Redentora" dos milicos, eu me politizei bem cedo, ainda adolescente, e comecei a ler sobre política, logo tornando-me um opositor decidido: saí a tempo de não ser preso, torturado, eventualmente "desaparecido", como tantos outros. Voltei 7 anos depois dos anos de chumbo.

Os artigos no site do UOL:
Colunistas lembram e lamentam aniversário do golpe de 64
Rodrigo Barradas, editor de Opinião

Para surpresa de ninguém, o Clube Militar do Rio comemorou o golpe de 64 nesta sexta. Enquanto na Lagoa Rodrigo de Freitas delírios revisionistas e autoritários fermentavam junto ao bufê, aqui no UOL os colunistas marcavam a data pelo que ela foi: o início de uma ditadura que ainda não foi devidamente processada.

Chico Alves lembrou depoimentos de vítimas do torturador Carlos Brilhante Ustra, herói de Bolsonaro e do senador Hamilton Mourão. Leonardo Sakamoto cobrou das Forças Armadas um exercício de autocrítica. E Josias de Souza, falando com os 99% de civis da população, arremata: "Brasil precisa parar de tratar militar como bibelô".

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Entrevista de Paulo Roberto de Almeida ao UOL sobre o Itamaraty e a questão da Ucrânia - Chico Alves

 'Postura do Itamaraty é vergonhosa', critica embaixador


Chico Alves
Colunista do UOL
25/02/2022 11h47

Com a experiência de 44 anos de serviço na diplomacia, o embaixador Paulo Roberto Almeida se mostra bastante crítico quanto ao desempenho do Itamaraty em na mais grave crise internacional das últimas décadas. Ele considera que o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, está sendo humilhado pelo presidente Jair Bolsonaro na forma como lida com a invasão da Ucrânia pela Rússia.

"É uma situação difícil, Carlos França está na corda bamba, mas poderia encontrar uma maneira de dizer que o Itamaraty não é isso. Não o fez", comentou Almeida à coluna. "Está sendo submisso demais ao presidente".

Ainda no estágio anterior da crise, quando a Rússia reconheceu duas regiões ucranianas como repúblicas independentes, o representante brasileiro leu uma nota no Conselho de Segurança da ONU. "Ali, o Itamaraty, provavelmente orientado pela Presidência, trata o caso como se as duas partes fossem equivalentes, fala em 'preocupações legítimas de segurança de todos'", lembra o embaixador, que se aposentou no fim do ano passado. "É uma coisa vergonhosa, nesse momento em que temos uma potência intimidando um outro Estado, fazendo atos ilegais".

Já na visita de Bolsonaro a Vladimir Putin, Almeida acredita que o Itamaraty alertou o presidente brasileiro de que o momento era inoportuno. Mas Bolsonaro "bateu o pé e foi".

"O chanceler não tem nenhuma autonomia. Bolsonaro constrange todos os seus ministros, o das Relações Exteriores é um deles", avalia o embaixador.

"No último episódio, Carlos França foi levado na live do presidente para contestar a fala do vice-presidente Hamilton Mourão, que tinha defendido reação armada. O chanceler não poderia dizer que não iria, ficou ali parado, do lado do presidente", recorda. "Está manchando a biografia".

O embaixador considera que a permanência do chanceler no cargo atende até mesmo o pedido dos diplomatas, que estão aliviados em ter à frente do ministério alguém muito melhor que o antecessor, Ernesto Araújo, que Almeida classifica como "um louco".

"Nesse desgoverno, o substituto sempre pode ser pior. Mas é triste que França não consiga colocar em prática a postura técnica do Itamaraty em uma questão tão crucial", lamenta.

https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2022/02/25/postura-do-itamaraty-e-vergonhosa-critica-embaixador.htm