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sábado, 20 de abril de 2013

Mentiras oficiais, verdades oficialescas - Jose Roberto Guzzo


J. R. GUZZO
Revista Veja, 20/04/2013

O governo brasileiro viciou-se em confundir estatísticas com realidades. Está escrito em algum papel oficial? Então é verdade. Como fomos todos informados pela presidente Dilma Rousseff, não há mais miseráveis no Brasil desde o dia 31 de março, quando foi riscado do cadastro federal o nome do último cidadão brasileiro com renda inferior a 70 reais por mês. A partir daí, quem ganha 71 mensais deixou de ser miserável, pois para a ciência estatística a miséria acaba naqueles 70 reaizinhos — ou cerca de 1,25 dólar por dia, pela média dos critérios internacionais. Daí para a frente o sujeito é promovido a pobre e deixa de incomodar tanto.
“O cadastro foi zerado”, anunciou Dilma. Conclusão: como não existem mais nomes no cadastro, não existem mais miseráveis no Brasil. Ah, sim, ainda há um probleminha com gente que ganha menos de 70 reais por mês e que não estava inscrita na lista oficial; é mera questão de tempo até o governo encontrar todo mundo, dar um dinheirinho a mais para eles e acabar não apenas com a “miséria cadastrada”, como falam os técnicos do Palácio do Planalto, mas com o problema inteiro.
Nada disso faz nexo no mundo do bom-senso, mas o governo tomou-se dependente de um outro vício — massagear números aqui e ali e fazer uso deles para tratar como retardado mental todo brasileiro que foi à escola, prestou um pouco de atenção às aulas e acabou aprendendo alguma coisa. O problema de meter-se por essa trilha é que, com frequência, os especialistas em fazer mágicas aritméticas têm de experimentar o próprio veneno. Acaba de acontecer, mais uma vez, com as últimas cifras da ONU sobre o índice de Desenvolvimento Humano em 187 países — uma medida que informa o nível de bem-estar da população, e não da “economia”. em termos de vida saudável, acesso ao conhecimento e padrão de vida decente, traduzido em dinheiro no bolso do povo.
O Brasil pegou o 85° lugar em 2013, dezesseis postos abaixo do Cazaquistão e outras potências do mesmo quilate. Não é um desastre. É apenas aquilo que realmente somos — a mediocridade em estado puro. Só na América Latina, ficamos atrás de Argentina, Chile, Uruguai. Cuba, Panamá. México, Venezuela e Peru, com a Colômbia prometendo passar à frente já no próximo levantamento. Sobra o quê, aqui em volta? Só os casos de subdesenvolvimento que já estão num leito de UTI.
A coisa não para aí. Já que o negócio é ficar refogando números, como a presidente Dilma tanto gosta, por que não servir a salada inteira? Em 1980, mais de vinte anos antes de o ex-presidente Lula decidir que o Brasil tinha sido inventado por ele, o IDH brasileiro era de 522, numa escala que começa no zero e chega ao máximo de 1000; subiu sem parar nesse tempo todo, chegando a quase 700, ou perto de 35% a mais, no Ano I da Nova História do Brasil — 2003 —, quando Lula começou sua primeira Presidência.
Nestes dez anos de Lula, Dilma e PT, o índice foi para os 730 onde está hoje. Mais: durante os dois anos do governo Dilma, o IDH brasileiro ficou perto do nível de pressão zero por zero. com crescimento praticamente nulo. O que toda essa tabuada está dizendo, no mundo das coisas reais, é o contrário do que diz o mundo da propaganda oficial: com a sexta ou sétima maior economia do mundo em volume, o Brasil simplesmente não consegue repassar o bem-estar dessa grandeza, nem de longe, para os brasileiros que a constroem.
O governo, assim que recebeu os últimos números, entrou no seu modo habitual de indignação automática: a ONU está errada, as cifras são injustas etc. Quer que a população acredite na demência segundo a qual um cidadão que ganha 71 reais por mês não é mais miserável; ao mesmo tempo, não quer que acredite nos números da ONU. Mais que tudo. ignora o fato de que “a revolução na renda” registrada nos governos petistas. e patenteada como invenção pessoal e exclusiva de Lula, é uma mentira: o mundo inteiro, mesmo nos casos mais desesperados da África, viveu uma rápida e inédita redução da pobreza durante os dez anos de governo lulista.
De 2000 para cá, 70 milhões de pessoas saem da miséria a cada ano pelo mundo afora. Em apenas seis anos, de 2005 a 2011, a pobreza mundial foi reduzida em meio bilhão de seres humanos. Desde 2003, os países pobres vêm aumentando em 5% ao ano, em média, a sua renda per capita. De onde Lula e Dilma foram tirar a lenda segundo a qual fizeram o que ninguém jamais havia feito? Vá com calma ao mexer em estatísticas, presidente. É um produto que pode ter efeitos colaterais indesejáveis.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Grandes mentiras economicas - Carlos Alberto Montaner



Devo a meu amigo e colega de academia Orlando Tambosi o fato de alertar-me para este importante artigo do conhecido jornalista de origem cubana, residente na Espanha, que co-publicou, com Alvaro Vargas Llosa, o conhecido Manual del Perfecto Idiota Latinoamericano.
Paulo Roberto de Almeida 
La Ilustración Liberal, n. 50 agosto 2012

En 1556, el poderoso emperador Carlos V decide abdicar y se retira a vivir en el monasterio de Yuste, en Extremadura, España. Está cansado de las continuas guerras, deprimido por la muerte de su esposa –Isabel de Portugal–­ y de su madre –Juana la Loca–, y atormentado por los dolores que le produce la gota, ese trastorno metabólico que, convertido en una terrible punzada, suele alojarse en las articulaciones, preferiblemente en los dedos gordos de los pies, dolencia a la que entonces, por esa razón, llamaban podagra.
Carlos V, sencillamente, quiere huir de la muerte y del dolor.
Pero, una vez instalado en su nueva y austera residencia, razonablemente confortable para los estándares de la época, Carlos V de Alemania, o Primero de España, como prefieran llamarle, guiado por la ignorancia, toma dos decisiones fatales. Bebedor de cerveza, hace sembrar cebada, mientras un par de maestros cerveceros que se había traído de Alemania instalan un alambique para destilarla. Los médicos que lo acompañan intuyen, con cierta razón, que alguna relación tiene la gota con los riñones, y saben que la cerveza estimula las ganas de orinar, así que aprueban con entusiasmo la afición del ex-emperador por esta forma refrescante del alcohol. Entonces nadie sabía que esa bebida, rica en purina, aumentaba los niveles de ácido úrico de los gotosos, así que el pobre Carlos V incrementaba el problema con cada jarra de cerveza que ingería.
La segunda decisión equivocada tuvo que ver con un criterio estético. Carlos V se hizo construir una alberca para mirarla desde la ventana y acaso darse un chapuzón en los días de calor intenso. Pensaba que esos baños podían calmar el dolor de la gota. Tal vez, pero el agua estancada atraía a los mosquitos. Un mosquito le transmitió la fiebre amarilla y el pobre hombre murió en medio de los temblores y dolores de todo tipo que provoca el paludismo.
¿Cuál es el propósito de comenzar una reflexión sobre el desarrollo con esta curiosa anécdota histórica? Sencillo: demostrar que la ignorancia, generalmente convoyada por percepciones distorsionadas, conduce a la toma de decisiones equivocadas y fatales, incluso por las personas más poderosas.
Primera mentira: la riqueza de las naciones poderosas ha sido el resultado del saqueo de las más débiles
No es cierto. España, Portugal y Turquía han sido tres de los mayores imperios de la Tierra y no comenzaron, realmente, a prosperar hasta que se desembarazaron de sus conquistas. Constituir y defender un imperio suele costar mucho más que la riqueza que éstos suelen producir.
Recuerdo, a principios de los años noventa del siglo pasado, tras el derribo del Muro de Berlín, una consigna entonces en boga en Moscú: "Hay que liberar a Rusia del peso de la Unión Soviética". Los rusos, finalmente, comprendieron que el costo de mantener girando en torno a su país un rosario de satélites, a lo que agregaban costosas y lejanas colonias políticas del Tercer Mundo, como Cuba o Etiopía, desangraba inútilmente la tesorería nacional.
Holanda y Suecia nunca fueron más ricas que cuando se disolvieron sus imperios. La pequeña Suiza nunca lo ha tenido y es una de las naciones más prósperas del planeta. La riqueza de Francia no se derivaba del expolio de sus colonias, sino del comercio, como le sucedió posteriormente a los Estados Unidos.
Es mucho más lo que Inglaterra sembró en sus colonias que lo que extrajo de ellas, como puede comprobarse en Estados Unidos, Canadá, Australia, Irlanda o Nueva Zelanda. La pujanza económica que hoy vemos en un país como India, excolonia británica, se debe a la impronta civilizadora de Inglaterra y no a las milenarias tradiciones hindúes, totalmente alejadas de la mentalidad competitiva del capitalismo moderno.
Es verdad que las naciones imperiales obligaban a sus colonias a consumir productos generados por la metrópolis, dentro de la mentalidad mercantilista de la época, pero ya Adam Smith, a fines del siglo XVIII, advirtió que ésa era una medida mutuamente empobrecedora. Servía para enriquecer a ciertos cortesanos coludidos con la Corona, pero no favorecía al conjunto de la sociedad.
Ése fue uno de los caballos de batalla del pensamiento y las revoluciones liberales: abrirse al comercio internacional y a la competencia.
Segunda mentira: las naciones poderosas crean unas formas de comercio y producción que condenan a la miseria o a la mediocridad a los pueblos menos desarrollados
No es cierto. Nadie ha impedido a Taiwán convertirse en un país del Primer Mundo especializado en bienes de alta tecnología. Ninguna nación codiciosa ha tratado de evitar que Corea del Sur inunde el mundo con autos y electrodomésticos. Tampoco intentan que Brasil no produzca y venda buenos aviones, pese a que es un Estado notablemente proteccionista, o que México exporte cemento, muebles o petróleo a Estados Unidos.
La Teoría de la Dependencia, que una y otra vez asoma su equivocada cabeza, aunque a veces se disfraza de patriótico nacionalismo, es un total disparate.
Si mañana un laboratorio argentino desarrolla una vacuna contra el cáncer, o una empresa chilena de informática crea un buscador más eficiente que Google, impondrán sus productos en el mercado internacional si cuentan con el talento para comercializarlo. Por el contrario: una y otra vez los organismos financieros internacionales rescatan a los países pobres cuando se encuentran en apuros. En un mundo interdependiente como el nuestro, a ninguna nación le interesa la ruina del vecino.
Tercera mentira: el Estado debe dictar las líneas maestras del desarrollo porque el mercado abierto conduce al desorden
No es cierto. El Estado no debe frenar o limitar la creatividad de la sociedad imponiéndole una planificación ordenada. En gran medida, el desarrollo es producto de los avances tecnológicos, y estos espasmos creativos se dan de manera espontánea e imprevista. En el siglo XVIII, a unos técnicos desconocidos se les ocurrió colocar raíles en las minas para extraer los minerales en vagones de metal. Cuando se perfeccionó la máquina de vapor, otros ingeniosos mineros sustituyeron las mulas con locomotoras. Sin advertirlo, habían inventado el tren.
A fines del siglo XIX, el señor Edison inventó la bombilla incandescente y creó las redes y la empresa para distribuir la electricidad. Al teléfono, a la aviación, a la radio, a la televisión, les ocurrió lo mismo. Nada fue planificado por el Estado. Incluso internet, que surgió como un proyecto del Pentágono para comunicar los puestos de mando en caso de guerra, sólo explica su fenomenal desarrollo porque la iniciativa privada lo sacó de la cuna y lo hizo crecer.
Ésa no es la función del Estado. No puede hacerlo. No sabe hacerlo. Por eso el mundo socialista, dirigido por el Estado, fue prácticamente estéril en el terreno de la creación.
De la chispa genial surge la invención; tras la invención aparece la empresa; tras ella, la competencia y la actividad frenética que cambian el panorama económico. Nada de eso puede ser decidido por unos funcionarios agobiados que sólo pueden planificar sobre la realidad existente –como si viviéramos en una dimensión estática–, pero que no pueden avizorar el futuro... que ya se está cocinando en los laboratorios o en la imaginación de ciertas personas impetuosas y creativas.
Ante esa imposibilidad de prever el futuro, lo que debe hacer el Estado es crear y tutelar las condiciones para que la sociedad civil pueda desenvolverse y crear riqueza con la menor cantidad posible de limitaciones.
No es falso que cada invención también destruye empresas y capital acumulado, como advirtió Schumpeter, pero el daño de tratar de embridar la imaginación y la espontaneidad es mucho mayor.
Planificar el futuro colectivo y decidir arbitrariamente lo que debemos producir o consumir es una manera lamentable de empobrecernos.
Cuarta mentira: la calidad de un Estado se mide por el nivel de gasto social y la solidaridad que ello demuestra
No es cierto. Un Estado ideal es aquel que no requiere gasto social porque todas las personas encuentran la manera de ganarse la vida decentemente con su propio esfuerzo.
Sabemos que eso es imposible, dado que siempre hay un porcentaje de personas incapacitadas por diversas causas; pero cuanto menos gasto social se necesite, mayor será la calidad de un Estado y más clara será la demostración de que esa sociedad ha creado un tejido empresarial vasto y competitivo, en el que todas las personas encuentran su espacio.
Quinta mentira: una de las funciones principales del Estado es redistribuir la riqueza creada para evitar o limitar las desigualdades
No es cierto. O no debería serlo. La desigualdad es una de las consecuencias no buscadas de las sociedades económicamente libres.
Donde se puede crear riquezas, surgen desigualdades.
Es verdad que los gerentes y ejecutivos de las grandes empresas (especialmente en las multinacionales) reciben salarios y bonos que a veces suman hasta cincuenta o cien veces el salario promedio de los trabajadores de esas compañías, pero también es cierto que en ese tipo de empresa los salarios promedio y los beneficios marginales (seguros médicos, fondos de jubilación, asignaciones para estudios, vacaciones pagadas, etcétera) suelen ser más altos que la media. Si los accionistas de una empresa creen que la remuneración de sus ejecutivos debe ser millonaria, es una decisión que sólo les compete a ellos, de la misma manera que son los dueños de los equipos de fútbol o de béisbol los que deben decidir cuánto pagan a sus deportistas.
Por otro lado, no debe olvidarse que una de las características del mundo moderno desarrollado es que los modos de vida de las clases medias no distan demasiado de los de las clases adineradas.
La distancia real entre la posesión de un Rolex y un Mercedes Benz, por una parte, y un Citizen y un Chevrolet, por la otra, es, fundamentalmente, una cuestión de estatus. Una persona muy rica puede comprar un cuadro de Picasso en una subasta e ir a recogerlo en su avión privado. Un empleado medio, en cambio, deberá conformarse con adquirir un grabado del pintor español y volar como pasajero en un avión comercial, pero esas diferencias en el comportamiento social son totalmente adjetivas.
No le corresponde al Estado decidir qué posesiones o conductas legales son admisibles o censurables. Cada ser humano es diferente y tiene sus propias urgencias psicológicas y sus propias necesidades materiales.
En las naciones desarrolladas el puñado de ricos y las inmensas clases medias comerán los mismos alimentos, se atenderán en las mismas clínicas, tomarán medicamentos similares, se divertirán de igual manera y dispondrán de la misma información. No hay ningún estudio que indique que los ricos viven más años, o son más saludables y felices que los miembros de los sectores sociales medios. Es verdad que los ingresos son desiguales, pero ese dato no es tan importante, mientras que dedicarse a corregir esos desniveles en un tono acusador lo que provoca y fomenta es la dañina lucha de clases. Por otra parte, la evidencia indica que los grandes capitalistas, mientras acumulan sus fortunas, crean riquezas que benefician a millones de personas.
Los ejemplos de Bill Gates y Warren Buffet son clarísimos. Están entre las personas más ricas del planeta, pero el capital que han acumulado (y voluntariamente dedicado a ayudar a los necesitados) no ha empobrecido a nadie. Por el contrario, suelen remunerar muy bien a sus trabajadores y han enriquecido a millones de personas por medio de la venta de acciones y, en el caso de Buffet, reflotando empresas.
La riqueza crece por medio del trabajo y el comercio. No es una suma estática y limitada.
Sexta mentira: los países con menos desigualdades son aquellos en los que existe una mayor presión fiscal
No es cierto. Pueden coexistir ambos fenómenos, pero la presión fiscal no es la causa de que exista una menor desigualdad, sino la consecuencia de la calidad del tejido productivo y del volumen de riqueza que la sociedad puede crear.
Es en las naciones que tienen un aparato productivo variado y con gran valor agregado, en las naciones donde las empresas compiten entre sí y se disputan la mano de obra calificada, donde hay una mejor distribución de ingresos.
En un país como Brasil, por ejemplo, donde hay unos desniveles sociales enormes, eso no sucede con los empleados de la fábrica de aviones Embraer o con los trabajadores de Petrobras, porque el valor que agregan a la producción determina que sus salarios sean mucho más altos que los que reciben los recogedores de café o los lustradores de calzado. Para poder pagar veinticinco dólares por hora a un empleado, el bien que éste produce –o el servicio que presta– tiene que valerlos en un mercado competitivo.
Séptima mentira: el Estado debe determinar los salarios y los precios para evitar las injusticias
No es cierto. Los funcionarios públicos no tienen una manera racional de determinar qué es un salario justo. La definición de salario justo como "la cantidad que se requiere para tener una vida digna" es la expresión lírica de un deseo noble más que el producto de una realidad económica. La única forma de contar con salarios altos que respondan a la economía real pasa por disponer de un tejido empresarial denso y competitivo que tienda al pleno empleo, para que los empresarios tengan que pujar por los mejores trabajadores y compensarlos debidamente para retenerlos.
Los asalariados no van a ganar más por la bondad de los funcionarios o por la fiereza de los sindicatos, sino por la competencia y el valor que se agregue a la producción. Si el Estado, alentado por los sindicatos, marca unos salarios y unas prestaciones excesivas, acabará por generar desempleo, fuga de capitales, desinversión y destrucción de empresas. Tampoco tiene sentido esperar de los empresarios una actitud benevolente y generosa. La tendencia de la mayor parte de los empresarios será pagar lo menos posible a sus trabajadores. No debe olvidarse que la esclavitud existió hasta hace muy poco (yo conocí en mi niñez cubana a personas que habían nacido esclavas), y fueron escasos los empresarios que hacían ascos a lo que llamaban esa institución peculiar.
Octava mentira: la educación nos sacará de la miseria
No es cierto. La educación es sólo un componente del desarrollo y la prosperidad. Es muy importante, pero sirve de muy poco si no cuenta con una sociedad hospitalaria con la posibilidad de crear riquezas, dotada de las instituciones adecuadas para ello, tanto en el terreno legal como en el financiero.
Los países europeos del bloque socialista probablemente estaban mejor educados que Estados Unidos o Canadá, si lo que se juzgaba era el conocimiento medio de sus bachilleres o licenciados. Cuba, cuyo gobierno persigue con saña a las personas emprendedoras, cuenta con casi un millón de graduados universitarios, pero muchos de ellos prefieren conducir un taxi o vender pizzas porque obtienen mejor remuneración con esas actividades que con sus profesiones.
Lo maravilloso de la historia de Microsoft, Apple o Facebook no es que cuatro muchachos en un garaje puedan crear un imperio económico en poco tiempo, sino que la sociedad en la que viven sea tan porosa, tan flexible, y con una trama de instituciones jurídicas y financieras tan notable, que haga posible el surgimiento de esos milagros empresariales.
Más impresionante que el talento de esos jóvenes creadores es el capital intangible con que contaban para llevar adelante sus proyectos.
Novena mentira: el comercio libre nos sacará de la miseria
No es cierto. Al comercio libre le ocurre lo mismo que a la educación. Es muy importante, sin él el desarrollo es imposible, o al menos es muy difícil, pero hay que tener con qué negociar.
La clave está en la oferta.
Si seguimos vendiendo café, azúcar, leche, cacao o bananos, sólo nos beneficiaremos cuando esos productos suban de precio en el mercado por un aumento inesperado de la demanda. Es desconsolador saber que sólo la Nestlé, tras procesar y envasar convenientemente esos mismos productos, vende más que el conjunto de países centroamericanos, sin necesidad de un Tratado de Libre Comercio que ampare sus actividades.
Las sociedades escasamente productivas no pueden servirse del comercio como las que rebosan creatividad. Siempre se van a beneficiar, pero no de la misma manera ni con igual intensidad .
Hoy, centroamericanos y dominicanos se sienten frustrados porque el Tratado de Libre Comercio suscrito con Estados Unidos no ha cambiado sus vidas perceptiblemente, pero no suelen hacerse la pregunta clave: ¿qué tienen ellos que ofrecer a los 300 millones de consumidores norteamericanos? ¿Dónde están las empresas innovadoras aptas para servir a ese mercado, como hacen las chinos y comienzan a hacer las hindúes, o como hacen las de pequeños países desbordados de creatividad empresarial, como Israel, Dinamarca, Suiza u Holanda?
Décima mentira: la ayuda internacional nos sacará de la miseria
No es cierto. Ningún país puede rescatarnos. Pueden aliviarnos en una mala coyuntura económica, y suelen hacerlo, generalmente sin mucho entusiasmo, pero nadie puede salvarnos de nuestros propios demonios.
Tras el terremoto que destruyó medio Haití se supo que en ese pequeño desastre caribeño operan más ONG que en ninguna otra parte del planeta. Y todo es casi inútil.
Sin embargo, otras zonas desesperadas del mundo, como Corea del Sur en la década de los cincuenta o Singapur en los sesenta, han hecho las cosas de manera diferente y se han colocado en el pelotón de avanzada del mundo.
Colofón
En definitiva, el camino del desarrollo y la prosperidad comienza por desterrar la infinita cantidad de mentiras y errores que circulan en nuestra sociedad y nos precipitan en la dirección del desastre.
Termino por donde comencé. Se cuenta que mientras Carlos V agonizaba por la fiebre amarilla, que suele producir una gran sed, pedía y le daban cerveza para aliviarlo. Eso le incrementaba el dolor de la gota. Cuentan que murió gritando.
No hay nada más peligroso que la ignorancia.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Quem disse que o governo ia fazer economia? Ele mesmo? Mentiroso, entao...


Gustavo Patu e Ana Carolina Oliveira
Folha de S.Paulo, 20/09/2011
O governo Dilma Rousseff reduziu o ajuste fiscal dos R$ 50 bilhões anunciados em fevereiro para R$ 39 bilhões e, pela primeira vez, estima gastar mais neste ano do que no ano eleitoral de 2010. A reformulação das projeções foi divulgada ontem, sem alarde, no relatório feito a cada bimestre sobre a evolução das metas orçamentárias.
O documento deixa claro que a melhora nas contas do Tesouro está amparada no desempenho da arrecadação de impostos. As despesas chegarão ao equivalente a 18% do Produto Interno Bruto, patamar recorde. Até então, indicava-se uma queda dos 17,9% de 2010 para 17,7% do PIB. Impulsionada por receitas extraordinárias, decorrentes de vitórias judiciais ou da renegociação de dívidas tributárias, a estimativa de arrecadação foi elevada em R$ 21 bilhões.
Ela chegará ao recorde de 20,2% do PIB, já descontados os repasses obrigatórios para Estados e municípios. Foram esses recursos que permitiram o compromisso, anunciado há três semanas pelo ministro Guido Mantega, de elevar em R$ 10 bilhões a meta federal de superavit primário, ou seja, a parcela do Orçamento poupada para abater a dívida pública. Os R$ 11 bilhões restantes se transformarão em aumento de despesa, concentrado, segundo as novas projeções, em gastos obrigatórios que a equipe econômica prometia reduzir no início do ano. Do valor original do ajuste fiscal, R$ 3 bilhões deveriam vir da redução dos gastos com o pagamento do seguro-desemprego e abono salarial. Agora, a previsão foi elevada em quase R$ 5 bilhões. Também houve alta de R$ 5,5 bilhões na estimativa de gastos da Previdência Social.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Argentina: ditadura economica a caminho

Argentina's economy
Lies and Argentine statistics
Stalinist practices in Buenos Aires

The Economist, April 20th 2011

MOST Argentines reacted with a shrug when their government began doctoring its consumer-price index in 2007. Cooking the books cost holders of the country’s inflation-linked bonds at least $2.3 billion last year. But anyone else who needed to know the true inflation rate simply turned to a clutch of private economists who drew on their own price surveys, data from provincial governments and other official statistics. They reckon that inflation is now running at about 25%. That is far above the 10% reported by INDEC, the government statistics agency, but less than the 30% wage increases public employees have received in recent years.

A presidential election looms in October and inflation, and the government’s denial of it, is perhaps the biggest threat to the prospect of President Cristina Fernández winning a second term. That may be why Guillermo Moreno, the thuggish commerce secretary, is moving to stamp out the unofficial, but widely trusted, price indices. To do so he has dusted off a decree, penalising misleading advertising, approved by a military dictatorship in 1983. In February he sent letters to 12 economists and consultants ordering them to reveal their methodology, on the grounds that erroneous figures could mislead consumers.

Some of Mr Moreno’s targets refused; the rest were analysed by INDEC, which predictably found their methods flawed. Seven of them were then ordered to pay the maximum fine of $123,000 (all have appealed). The financial threat is especially serious for Graciela Bevacqua, who lost her job as head of INDEC in 2007 for refusing to tamper with the price index. She now publishes her own inflation estimate with the help of a business partner and former students.

“The others are companies or foundations,” she says, “but we don’t have clients or assets. The only thing I own is my house where I live with my children. They’ll take it away if they continue with this.” Only one firm has stopped publishing its inflation estimate. So far Mr Moreno has merely succeeded in drawing attention to his own mendacity.