O título acima é meu, e tem pouco a ver com o que vai transcrito abaixo.
Os que acompanham os meus trabalhos, sabem que eu tenho uma série de... digamos, trabalhos -- que eu chamaria, na verdade, de "divertimentos" -- que eu chamei de minitratados, querendo com isso significar que constituem pequenas sínteses sobre questões divertas que simplesmente me dão prazer de elaborar.
Quem estiver interessado, pode olhar neste link: http://diplomatizzando.blogspot.com/2011/04/minitratados-um-exercicio-ludico.html
Creio que o último é este aqui:
Minitratado do Inusitado
O que vai abaixo, entretanto, não é um minitratado meu, mas um pequeno tratado de um jornalista conhecido, que resume, provavelmente de maneira irrespondível, a moral dos imorais, ou seja, dos desonestos e fraudadores contumazes, que pretendem roubar um pouco da dignidade do povo brasileiro, justificando roubalheiras e falcatruas que cometem, cometeram e ainda cometerão, em nome de sua causa que só não é totalitária porque não permitimos, mas que é certamente autoritária e eticamente abjeta.
Fica o meu protesto, registrado, assinado, reiterado.
Governistas anônimos: não se dêem o trabalho de criticar ou de protestar.
Desonestidade não tem justificação aqui neste blog, nem hipocrisia ou mentiras.
Paulo Roberto de Almeida
Reinaldo Azevedo, 08/09/2011 16:29:10
Além de a rede petralha organizada na Internet fazer pouco das ações de protesto contra a corrupção, seus próceres indagam: “E não havia corrupção nos governos anteriores?” Ora, claro que sim! E também havia protestos… CONTRA A CORRUPÇÃO, de que UNE, CUT e movimentos sociais eram parte ativa. Hoje, os dinheiristas estão calados. Não é que fossem contra a corrupção; eles se opunham à corrupção dos seus adversários.
Essa é a grande diferença. Os que protestam agora não são petistas, tucanos ou sei lá o quê. São pessoas sem partido — e aí está sua força e também a sua fragilidade; já explico —, que se opõem a qualquer corrupção. Como não têm de justificar seus aliados nem obrigação de combater seus adversários, podem se apegar ao aspecto moral e ético da questão: roubar é feio, roubar é inaceitável, roubar é injustificável.
O que começa a surgir — é ainda incipiente, e, reitero, não sei aonde vai dar — é a consciência de que não há causa boa que justifique o assalto aos cofres públicos. Pessoas comuns se deram conta de que não há causa social que explique a roubalheira, entenderam? Essa gente não agüenta mais olhar para a cara de Lula a abençoar todas as lambanças dos seus amigos, atribuindo tudo quanto é falcatrua a governos passados — como se, exceção feita aos oito anos de governo FHC — ele não fosse hoje aliado de TODOS OS GOVERNOS PASSADOS!
Então voltamos à questão: “Mas foi o PT, por acaso, que inventou a corrupção?” Claro que não! Quer dizer que, porque não foi invenção do PT, os petistas e petralhas podem, então, ser seus alegres usuários, afirmando simplesmente: “Ah, foram eles que começaram!”?
Não! O PT não inventou a corrupção, não! A obra do PT é de outra natureza. Adhemar de Barros, Paulo Maluf e Fernando Collor — para usar exemplos tornados clássicos de certo tipo de coisa — não ousaram chegar aonde os petistas chegaram: TRANSFORMAR A CORRUPÇÃO NUMA ÉTICA DE RESISTÊNCIA! Aí está a originalidade do método petista.
Se roubam, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Se cobram propina, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Se tentam comprar o Congresso com o mensalão, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Se recorrem a aloprados, é para o bem do país e para combater os reacionários.
Ora, já chega a quantidade de mentiras que esses caras contaram sobre si mesmos e sobre os outros, não é? Para ser extremamente sintético:
- posam (vocês sabem como Emir Sader escreveria isso…) de autores da estabilidade, quando, de fato, a sabotaram;
- posam de pais dos programas sociais, quando, de fato, os chamavam de “esmola”.
E tentam agora naturalizar a corrupção como desdobramento necessário e até óbvio de seu amor pelo povo?
Não dá! Qual será o alcance dessa nova consciência que começa a surgir? Não sei! O que sei é que é crescente o número de pessoas que repudiam essa abordagem, que desprezam os setores da imprensa condescendentes com esse ponto de vista e que vêem com suspeição os setores da oposição que chamam de “diálogo maduro” o adesismo, a falta de combatividade e a falta de coragem.
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