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quinta-feira, 6 de abril de 2023

Em face de uma nova bifurcação da estrada, à nossa frente - Paulo Roberto de Almeida

Em face de uma nova bifurcação da estrada, à nossa frente

 

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

(www.pralmeida.org; diplomatizzando.blogspot.com)

Nota sobre mais um momento decisivo na vida da nação: a opção entre sustentar um crime ou optar pela Justiça. 

  

 

Tudo indica que já chegamos ao limiar de uma ruptura fundamental entre as democracias de mercado realmente existentes e duas autocracias ambiciosas, apostando na decadência ocidental.

Nos anos 1930, o cenário apontava para a reconstrução mussolinista do Império romano, para o Lebensraumhitlerista e o extermínio da praga judaica, e para a Grande Esfera de Co-prosperidade dos militaristas fascistas do Japão na Ásia Pacífico e na China.

Naquela conjuntura crucial para os destinos do Brasil no mundo, Oswaldo Aranha, educado por Rui Barbosa, soube manter o Brasil no lado certo, ou seja, com as potências democráticas, ao contrário dos autoritários do Estado Novo e, ao lado, da Argentina, que se manteve “neutra”, mas totalmente simpática às potências fascistas até 1945.

E agora? Qual será o caminho adotado pelo Brasil?

Vai virar para o outro lado?

Temo que sim.

Se mestre Antonio Paim ainda estivesse vivo, certamente ele acrescentaria mais um capítulo ao seu livro “Momentos Decisivos da História do Brasil”.

Como ele já morreu, talvez eu mesmo escreva esse complemento. 

Mas será uma tristeza se tivermos mais uma, a quarta, chance de enveredarmos pelo caminho correto, e se a perdermos, uma vez mais, por incapacidade política ou por cegueira diplomática das elites, ou ainda, por uma visão curto-prazista de vantagens imediatas numa aliança com a potência ascendente, como parecia ser a Alemanha dos anos 1930.

Estamos no centenário da morte de Rui Barbosa, em 1923; por isso recomendo a leitura do seu “Conceitos Modernos do Direito Internacional” de 1916, também conhecido pelo título de “Os Deveres dos Neutros” (reeditado pela Casa Rui Barbosa em 1983).

Resumo o essencial: “NAO SE PODE SER NEUTRO ENTRE A JUSTIÇA E O CRIME!”

É isso!

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4351: 6 abril 2023, 1 p.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Novamente na encruzilhada da História? - Paulo Roberto de Almeida

 Novamente na encruzilhada da História?

Sociedades pouco educadas, tanto nas massas quanto nas pretensas elites, podem ser suscetíveis de seguirem líderes voluntariosos e perigosamente equivocados para a nação, quando pretendem guiá-la por caminhos não exaustivamente mapeados por estudos técnicos abalizados por avaliações rigorosas de custo-benefício para o país.

Corporações de Estado, como FFAA e Itamaraty, quando passivas e submetidas a dirigentes ineptos, podem ser cooptadas e conduzidas a participar de iniciativas políticas altamente prejudiciais ao país. 

Assim ocorreu sob a ditadura militar, o mesmo se reproduziu sob o lulopetismo e também está acontecendo agora, sob o bolsonarismo aloprado. 

Poderia apresentar muitos exemplos de casos concretos que resultaram em desvio de funções e em atrasos para o desenvolvimento material e político-institucional para o Brasil, mas não é o mais conveniente neste espaço. 

Em todo caso, gostaria de aproveitar um dos títulos do mestre Antonio Paim e confirmar que estamos novamente numa encruzilhada crucial para o destino da nação, aquilo que ele chamou de Momentos Decisivos da História do Brasil

Infelizmente, falhamos sob a colônia— o que não estava em nosso poder determinar —, mas igualmente fomos incapazes de corrigir as vias erradas sob o Império e novamente sob a República não soubemos construir as bases fundamentais de uma nação comprometida com o bem-estar e a prosperidade de todos os seus filhos.

Em próximo livro — Construtores da Nação: Projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior (LVM, 2022) — examino e discuto as propostas de reformas estruturais e de políticas públicas apresentadas e defendidas por duas dezenas de intelectuais e estadistas nacionais, infelizmente não realizadas a contento nos últimos dois séculos de vida independente.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 20/07/2022