Novamente na encruzilhada da História?
Sociedades pouco educadas, tanto nas massas quanto nas pretensas elites, podem ser suscetíveis de seguirem líderes voluntariosos e perigosamente equivocados para a nação, quando pretendem guiá-la por caminhos não exaustivamente mapeados por estudos técnicos abalizados por avaliações rigorosas de custo-benefício para o país.
Corporações de Estado, como FFAA e Itamaraty, quando passivas e submetidas a dirigentes ineptos, podem ser cooptadas e conduzidas a participar de iniciativas políticas altamente prejudiciais ao país.
Assim ocorreu sob a ditadura militar, o mesmo se reproduziu sob o lulopetismo e também está acontecendo agora, sob o bolsonarismo aloprado.
Poderia apresentar muitos exemplos de casos concretos que resultaram em desvio de funções e em atrasos para o desenvolvimento material e político-institucional para o Brasil, mas não é o mais conveniente neste espaço.
Em todo caso, gostaria de aproveitar um dos títulos do mestre Antonio Paim e confirmar que estamos novamente numa encruzilhada crucial para o destino da nação, aquilo que ele chamou de Momentos Decisivos da História do Brasil.
Infelizmente, falhamos sob a colônia— o que não estava em nosso poder determinar —, mas igualmente fomos incapazes de corrigir as vias erradas sob o Império e novamente sob a República não soubemos construir as bases fundamentais de uma nação comprometida com o bem-estar e a prosperidade de todos os seus filhos.
Em próximo livro — Construtores da Nação: Projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior (LVM, 2022) — examino e discuto as propostas de reformas estruturais e de políticas públicas apresentadas e defendidas por duas dezenas de intelectuais e estadistas nacionais, infelizmente não realizadas a contento nos últimos dois séculos de vida independente.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 20/07/2022
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