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sábado, 30 de julho de 2022

China: um universo à parte, sem qualquer possibilidade imitativa - livro sobre o "socialismo chinês"


 Um livro que tem recebido boa acolhida no Brasil é este sobre a China, do qual reproduzo mais abaixo o Press Release da Editora (na verdade feito pelos autores, que se pretendem “não ideológicos”).

 

Considero que ele possui a mesma incompreensão básica do famoso livro de Giovanni Arrighi sobre a China: Adam Smith vai a Pequim. O livro é interessante, mas o título é exatamente o contrário do que pretende. Não foi Adam Smith que foi a Pequim, mas a China que foi para a Escócia. 

Da mesma forma, não existe nenhum socialismo do século XXI, apenas o velho e duro capitalismo, com as deformações de um regime político ditatorial. Nada que o capitalismo não possa absorver.

Na verdade, falar de capitalismo nesse caso é um erro, como ensinava Fernand Braudel. O que se trata é de uma economia de mercado, em seus diferentes formatos.

Paulo Roberto de Almeida

 

China: O socialismo do século XXI

 

Resenha da Editora

Escrito para o público geral, o livro China: o socialismo do século XXI é um meticuloso trabalho teórico e estatístico de Elias Jabbour e Alberto Gabriele. A obra analisa a República Popular da China, gigante que se tornou, nas últimas duas décadas, a locomotiva do sistema econômico mundial. Afinal, o que é o socialismo chinês? É possível afirmar que difere do capitalismo tal qual o conhecemos até aqui, embora ainda seja prematuro defini-lo como alternativa consolidada. Com uma postura crítica, os autores não desconsideram a complexidade da China e fogem de preconceitos ideológicos como enquadrar o país como mais um fracasso socialista ou, na via oposta, como um paraíso do comunismo realizado. Oferecem ao leitor uma abordagem materialista, que analisa a peculiaridade das relações de propriedade e das ferramentas de planejamento/projetamento vigentes no país. Tudo isso para apontar seu papel crucial como alternativa realista à anarquia do capital. A obra apresenta um país que conseguiu, durante décadas, alcançar uma das taxas de crescimentos mais estáveis da história, passando de um dos mais pobres do mundo a segunda economia do planeta e que possui vasta base industrial e científica, sem ignorar que o sistema socioeconômico chinês também carrega contradições sérias que precisam ser analisadas e criticadas. Silvio Almeida, que assina a quarta capa, afirma que "o livro de Elias Jabbour e Alberto Gabriele é um trabalho corajoso. E aqui não se trata de exaltar um aspecto moral, externo à obra. A coragem a que me refiro é um atributo essencial às grandes empreitadas intelectuais que objetivam iniciar um debate público e orientado pela ciência em torno de temas fundamentais. É com esse propósito que os autores enfrentam o desafio de analisar a formação econômico-social da China e os sentidos do socialismo. É um livro que tende a tornar-se ponto incontornável nas discussões sobre as singularidades da economia chinesa e, por consequência, das possibilidades de ressignificação do socialismo”. Já Luiz Gonzaga Belluzzo escreve “este livro, magnificamente organizado e escrito por Elias Jabbour e Alberto Gabriele, gratificará o leitor com os sabores incomparáveis da aventura intelectual. Na vida do conhecimento e da compreensão da sociedade e da economia devemos sempre almejar à desconstrução do estabelecido e buscar os desafios do novo que nasce do movimento dos homens e de suas relações. É isso o que nos oferecem Jabbour e Gabriele. A aventura dos autores empenha-se em descobrir no socialismo da China a construção de uma nova formação econômica e social que instiga a perplexidade dos conformistas que não se cansam de indagar: Capitalismo de Estado ou Socialismo de Mercado?”

 

Contracapa

Trecho da orelha “Elias Jabbour e Alberto Gabriele estão entre os mais destacados estudiosos da China contemporânea e dos processos de transformação em curso, que ultrapassam suas fronteiras e abrem as perspectivas de novas formas de existência. Os autores entregam neste livro um rico material analítico e empírico e propõem uma síntese original entre o marxismo, o estruturalismo e o keynesianismo que não pode ser ignorada pelos cientistas sociais”. – Carlos Eduardo Martins


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