O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Um debate sobre a política externa do lulopetismo diplomático - Juarez Q. Campos e Paulo Roberto de Almeida

Leio e releio, tanto a postagem de Juarez Q. Campos quanto os comentários dos leitores, e encontro a sociedade tão dividida em matéria de política externa, quanto em política doméstica de maneira geral, ou seja, existem os esquerdistas satisfeitos com a gestão Lula-Amorim-Samuel-MAG na política externa, quanto os opositores, que acham que eles fizeram uma política externa equivocada, tingida do mesmo antiamericanismo típico dos anos 1960 que atinge a esquerda latino-americana de maneira geral. Essa PEI (política externa independente, que Amorim tentava emular, pois que admitido na carreira diplomática em sua curta vigência, nos primeiros anos dos anos 1960) trouxe de fato prestígio ao Brasil, ao projetar o país no mundo, como nunca antes, com o pirotécnico Lula viajando de um lado a outro, em todos os continentes e em contato com gregos e goianos, ou seja, amigos e inimigos do chamado Ocidente, mas minha questão básica é esta: ainda que ela tenha elevado o padrão de respeito pelo Brasil na comunidade internacional, gostaria de saber em que medida ela conseguiu melhorar, DE FATO, o padrão de VIDA dos brasileiros no próprio país. A questão é esta: a "PEI" de Lula e Amorim tornou o Brasil e os brasileiros mais ricos e mais avançados culturalmente, cientificamente, materialmente? Esta é a prova do pudim. 

Da postagem de Juarez Q. Campos: 

Favoritos 22 h 22 h

"Sempre achei o Celso Amorim fraco e o circo mambembe que fez com o Samuel Pinheiro Guimarães produziu dentre outras pérolas um dos momentos mais vexaminosos da política externa que pagou o mico de colocar Lula, nosso Babalu, para "mediar" o conflito entre o Iran e as potências nucleares.

Com razão, um diplomata israelense declarou há algum tempo que "o Brasil é um gigante econômico e cultural, mas continua a ser um anão diplomático"

Claro que em terra de cego quem tem um olho é rei, os caolhos petistas brilham quando comparados com os anaeróbios Ernesto Araújo e Dudu Bolsonaro, nosso "quase" embaixador em Washington. 

Mas vamos lá, Celso Amorim que tem sido o conselheiro do Lula para as questões de política externa se reuniu com um grupo de diplomatas europeus para apresentar o que seriam as linhas gerais da política externa de um futuro governo petista.

Uma das questões debatidas foi o conflito Rússia-Ucrânia, lembrando que o Lulão em entrevista para a revista Time mandou a pérola, "que o líder ucraniano era tão responsável pela situação quanto Vladimir Putin".

Na reunião, Amorim sugeriu que um papel mediador do conflito poderia ser realizado pela a China do mesmo Xi que anunciou uma "parceria sem limites" com a Rússia. É só imaginar o Biden e o Macron pedindo ao imperador chinês para arbitrar a guerra.

Os desafios da política externa serão imensos, vai ter que surfar entre o mundo dividido por uma guerra comercial entre USA e China, um conflito militar entre a OTAN e a Rússia e uma América Latina que afunda na irrelevância e no atraso. E recuperar quatro anos de trevas bolsonaristas.

Celsinho já foi chanceler, acabou de escrever um livro encalhado, já teve um filho e poderia se dedicar a plantar uma árvore. A fila tem que andar.

A natureza agradeceria, o país também."

Comentários: 

Ser Leo

Era um ministro israelense da direita irritado com a aproximação do Brasil com os árabes e palestinos. Muito mais gente conhece o Amorim do que esse israelense despeitado, cujo nome não ficará na Hiatoria.
O acordo tentado com o Irã teria impedido o país de acumular urânio utilizável para bombas, mas Hillary Clinton estava maianinteressada em atrair China e Rússia para sanções aos iranianos, o que foi obtido, gerou um acordo e hoje temos o Irã com urânio suficiente para fazer umas bombinhas.
Raras vezes o Brasil foi tão respeitado e tão solicitado a fazer parte de articulações internacionais como na gestão Amorim, de quem discordo em muitos pontos e a quem respeito muito pela alta qualidade de seu conhecimento diplomático.

Emiliano Aquino
Achei ótimo seu texto, bem humorado. Ri, como se deve. Mas acho que não é tolice dizer que o patrão econômico da Rússia nuclear deve ser chamado para uma saída diplomática que interrompa a destruição e o massacre. Fora disso, seria a desejável, mas absolutamente improvável, revolução proletária contra os dois lados beligerantes. Ah, considerando que por trás da Rússia tem a China, não é tolice também indicar - o que é público - que por trás de Zelensky estão os EUA, agora secundados pela UE. E sim, Zelensky também é responsável por essa guerra.

Domingos Miranda
O Brasil pode ser um anão da diplomacia mas é melhor que ser a bactéria do Oriente Médio que só infecta as relações entre os países.

Marco Magalhaes
Por "coincidência" um discurso afinado com o de López Obrador no México, o de Cristina na Argentina, o de Maduro na Venezuela, o de Díaz-Canel em Cuba etc. Acho mais benéfica para o país a política pragmática defendida por Sérgio Amaral.

Cavalcante Washington

O viralatismo apátrida geralmente costuma ficar passando recibo mesmo quando aqueles que pensam de forma altiva e soberana desferem elegante e inteligentemente algumas classudas 'cotoveladas nas gengivas' dos decadentes que ainda vêem-se como donos do mundo. Israel nada mais é do que um enclave, cão-de-guarda ou ponta-de-lança dos EUA no Oriente Médio. É até patética essa exaltação ao anglo-sionismo dos wasp... Pra bons entendedores, dá nojo 🤐.
Talvez estejas entre aqueles que certamente prefiram certa 'diplomacia' daqueles 'capachos de fino embuste' que se submetiam a revistas humilhantes tirando os sapatos em aeroportos de sua madrasta pátria e que posavam para as fotografias como os 'sorridentes poodles do Clinton' - que quase montou na cacunda dum embasbacadíssimo FHC - lembras não 🤬🤮?!
Na boa, hoje tiraste o dia pra aporrinhar.

Nenhum comentário: