Preparei um artigo mais longo, para a imprensa internacional, escrito diretamente em francês, em torno do balanço desastroso da (falta de) política externa no desgoverno Bolsonaro, assim como dos prejuízos incorridos pela diplomacia profissional. Já traduzi para o Português, mas aguardo as eleições para publicar no Brasil.
Paulo Roberto de Almeida
Um balanço provisório da ausência de politica externa de 2019 a 2022
O Bozo não estará mais no poder para assumir os custos da política externa insana que impôs ao país, sobretudo no periodo do chanceler acidental, de janeiro de 2019 a março de 2021.
A perda de investimentos e a ausência de cooperação bilateral, ao lado de possíveis boicotes comerciais determinados por empresas e consumidores, são os prejuízos mais visíveis. Mas existem desgastes invisíveis e outros recuos intangíveis também, devido a ações erráticas e completamente fora dos padrões normais que se esperam de um grande país.
O Brasil de Bozo deixou de ser um Estado confiável, sobretudo na própria região onde sua diplomacia profissional costumava assumir a liderança de iniciativas de Integração.
Foi como se um país inteiro tivesse sumido do mapa pela falta de diálogo e mesmo de presença com que o incapaz, ignorante e mal educado dirigente penalizou uma diplomacia outrora prestigiada na região e no mundo.
O Brasil se apequenou, diminuiu de tamanho, se ausentou de interações e exibiu uma postura não cooperativa nas frentes ambientais, de direitos humanos e de contatos diretos entre chefes de governo durante o período do mais medíocre chefe de Estado de toda a história do Estado independente.
Não haverá NADA a comemorar no bicentenário; ao contrário, representará uma tentativa de sabotar o próprio sentido dessa data simbólica no itinerário da nação, dada a obsessão do dirigente em face de sua derrota iminente.
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