O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

Mostrando postagens com marcador novos autoritários. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador novos autoritários. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 2 de junho de 2020

Manifestos e manifestos: a profusão da resistência democrática contra o capitão autoritário

Nos últimos dias temos sido inundados, submergidos, beneficamente, por diversos manifestos, vindo das mais diversas origens, o que é uma evidência do VIGOR DEMOCRÁTICO da sociedade brasileira CONTRA os abusos autoritários do presidente tendencialmente tirânico (se pudesse), no que ele é acompanhado por um punhado de sectários fundamentalistas, alguns ideologicamente motivados, mas a maioria uma massa de apoiadores ignaros, que acha que o capitão está salvando a nação dos comunistas, com apelos toscos à religião.
Todos esses manifestos são bem vindos, e eu reproduzi todos os que chegaram ao meu conhecimento, não apenas neste espaço, mas igualmente repercutindo no FB e Twitter, e também colocando os textos na plataforma Academia.edu.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 2 de junho de 2020

Resumo aqui cada um deles e forneço alguns links: 


1) Manifesto Estamos Juntos #JUNTOS - Texto e número de signatários

Segundo os organizadores do manifesto Estamos Juntos, os signatários já passam de 20 mil. É muito provável, mas no site, segundo contei, havia pouco mais de 1620 nomes, e nenhum diplomata, ao menos expressamente declarado.
Continuaremos seguindo o itinerário do movimento.
Paulo Roberto de Almeida


Manifesto Estamos Juntos #JUNTOS
Brasil, 29 de maio de 2020
(Contagem em 2/06/2020, 21:00hs: 267.275 pessoas já assinaram)

Blog Diplomatizzandohttps://diplomatizzando.blogspot.com/2020/05/manifesto-estamos-juntos-juntos-texto-e.html 


Academia.edu: 
Manifesto Estamos Juntos (29/05/2020)

Nexo: os vários manifestos ao sabor da resistência democrática

Newshttps://jc.ne10.uol.com.br/politica/2020/06/5611060-manifesto-estamos--juntos-une-personalidades-de-diferentes-campos-politicos-em-defesa-da-democracia.html

Nexo Jornal: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2020/06/01/Manifestos-em-s%C3%A9rie-o-que-une-e-o-que-separa-a-oposi%C3%A7%C3%A3o
etc.


2) Forum Brasileiro de Política Internacional
Brasil, 30 de maio de 2020
Uma boa iniciativa de acadêmicos e outros representantes do que se chama de "sociedade civil", que acabam de lançar um manifesto em prol de uma nova atitude do governo, do Brasil, nos temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia do país. 
Caberá seguir esse foro, pois ele pode ter importância na definição dos futuros rumos internacionais do Brasil .
Paulo Roberto de Almeida


Blog Diplomatizzando
https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/05/forum-brasileiro-de-politica.html
Academia.edu: 

Forum Brasileiro de Politica Internacional - Carta Manifesto (30/05/2020)

3) BASTA! Manifesto de profissionais do Direito
Brasil, 30 de maio de 2020
Um documento sintético, mas que diz o essencial, começando por citar o famoso argumento de Karl Popper: a democracia não pode ser tolerante com os intolerantes.
Paulo Roberto de Almeida
“Menos conhecido é o paradoxo da tolerância: a tolerância ilimitada pode levar ao desaparecimento da tolerância. Se estendermos a tolerância ilimitada até àqueles que são intolerantes; se não estivermos preparados para defender uma sociedade tolerante contra os ataques dos intolerantes, o resultado será a destruição dos tolerantes e, com eles, da tolerância...” 
Karl Popper

Blog Diplomatizzando:
https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/05/basta-manifesto-de-profissionais-do.html
Academia.edu: 

BASTA: Manifesto de Profissionais do Direito - 30/05/2020


4) Manifesto de juristas: As Forças Armadas e a Democracia
Brasil, 30 de maio de 2020
Mais um manifesto, e parece ter sido feito expressamente para contradizer, e chatear, o jurista Ives Gandra Martins, que sustentou que as FFAA poderiam atuar como Poder Moderador, e resolver as "pendências" ou fricções entre os poderes, que para ele são causadas por ILEGALIDADES do STF.
O grande jurista Ives Gandra escorregou feio nessa tese, e recebe pela frente um manifesto assinado por 170 outros juristas e profissionais do Direito.
Podia passar sem essa.
Paulo Roberto de Almeida


Blog Diplomatizzando:
https://diplomatizzando.blogspot.com/2020/05/manifesto-de-juristas-sobre-as-ffaa-e.html

Academia.edu: 
As Forcas Armadas e a Democracia: Manifesto de Juristas (30/05/2020)

Estou esperando os próximos manifestos.
Quem sabe das FFAA democráticas?

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 2 de junho de 2020

quarta-feira, 25 de março de 2020

A pandemia estimula autoritários a expandir seu poder - Democracy Digest

Covid-19’s latest victim: Hungary’s democracy
Democracy Digest, March 25, 2020

Covid-19 is about to claim a new victim: Hungary’s democracy, argues Dalibor Rohac, a resident scholar at the American Enterprise Institute.
The country’s parliament is set to adopt a new law that will give the government of Prime Minister Viktor Orban a legal mandate to rule by decree, without any sunset clause and without parliamentary oversight. The government initially sought to fast-track the legislation and adopt it already on March 24, but it lacked the supermajority needed to accelerate the proceedings. The party, however, does not lack the votes to ensure that the legislation is passed through the normal legislative process a few days later, he writes for The Washington Post.
The brazenness of Orban’s power grab is without parallel in recent European history, Rohac adds.
Orban and Russia’s Vladimir Putin are leading practitioners of the art of political imitation, the subject of a recent book.
Russia’s political development since the end of the Cold War is central to Ivan Krastev and
Stephen Holmes’s insightful and important The Light That Failed, which examines the rise of authoritarianism and the decline of liberal democracy, notes Aryeh Neier, president emeritus of the Open Society Foundations and author of The International Human Rights Movement: A History.
Russian officials often attributed major responsibility for color revolutions in countries of the former Soviet Union to U.S.-government–funded institutions such as the National Endowment for Democracy (NED), the National Democratic Institute, and the International Republican Institute. (He also blamed my institution, the Open Society Foundations, for contributing to these developments), he writes for The New Republic:
Putin saw support that these bodies had provided to like-minded organizations in these countries as thwarting his efforts to reconstitute the Soviet Union, at least as a unified bloc under Kremlin leadership. Russian legislation adopted in 2012 required nongovernmental organizations that accepted foreign funds to declare themselves to be “foreign agents,” delegitimizing them. Additional legislation adopted subsequently imposed further restrictions on Russian organizations conducting “political activities”—broadly defined—that received funds from the United States and other foreign donors. Putin has called the collapse of the Soviet Union the greatest catastrophe of the twentieth century. As he believed that American institutions played a part in frustrating his efforts to reverse that catastrophe, he had ample incentive to engage in imitative reprisals.
Of course, the manner in which Russia intervened in U.S. elections in 2016 differed from the role played by bodies such as the National Endowment for Democracy in elections in the former Soviet Union, Neier adds. It is one thing to fund a program for the training of election observers; it is quite another to establish fake social media accounts to disseminate false rumors and smear particular candidates.
Authoritarian leaders are constantly searching for scapegoats, working to rile up the fears of their populace, and trying to tighten their grips, note the Atlantic Council’s Melinda Haring and Doug Klain.
To them, the coronavirus pandemic is a bonanza—the liberal democracies that would typically call them out for their violence, repression, and racism are distracted, with the necessities of stopping the virus in their home countries, they write for The National Interest. If these strongmen go unchecked, the COVID crisis may end with all of us emerging to find a world in which authoritarianism triumphs. More political prisoners, more presidents-for-life, and more despotism.
As we witness democratic backsliding around the world, Lawfare is releasing a two-part podcast series on the state of global democracy, notes Jen Patja Howell. In the first segment, Benjamin Wittes interviews Alina Polyakova and Torrey Taussig about “The Democracy Playbook” and strategies for fighting illiberal political movements. 

For this episode, David Priess spoke with Michael Abramowitz and Sarah Repucci of Freedom House
RTWT

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Os novos autoritários: livro de Michel Duclos



EUROPE / MONDE
Les nouveaux autoritaires - portraits des nouveaux "hommes forts"
Par Michel Duclos
CONSEILLER SPÉCIAL - GÉOPOLITIQUE, ANCIEN AMBASSADEUR
BLOG Institut Montesquieu, 12 NOVEMBRE 2019

Nous avions demandé l’année dernière à un certain nombre de bons auteurs de dresser pour nos lecteurs, en deux séries successives, les portraits de toute une galerie d’"hommes forts", autocrates, chefs populistes et dictateurs caractéristiques de notre temps. Ces textes, dûment actualisés, et complétés par un avant-propos substantiel de notre conseiller spécial géopolitique, Michel Duclos, sont devenus un livre Le monde des nouveaux autoritaires publié conjointement par l’Institut Montaigne et les éditions de l’Observatoire. Ce livre est disponible en librairie à partir du 14 novembre. Nous avons demandé à Michel Duclos de nous en faire une présentation en répondant à trois questions.

Qui sont les nouveaux autoritaires ?
Le président de la République, dans son interview à The Economist mentionne les "autoritaires de notre voisinage" : la Russie et la Turquie. Il se réfère aussi souvent à la Chine. M. Poutine, M. Erdogan, M. Xi figurent naturellement en bonne place dans le livre Le monde des nouveaux autoritaires de même qu’ils étaient centraux dans les deux séries de portraits que nous avions publiées sur le blog de l’Institut Montaigne l’année dernière.
Pour nous cependant, ces trois personnages s’inscrivent dans un panorama plus général. Ils illustrent, ainsi que l’avait noté de son côté la revue Foreign Affairs dans son édition de septembre-octobre, la prévalence d’un nouveau type de dirigeants politiques emblématiques de notre époque : les "hommes forts", qui exercent un pouvoir personnel en écartant le plus possible tout contrepoids à leur autorité. En présentant les portraits de 19 de ces "nouveaux autoritaires" - Bolsonaro, Kaczynski, Modi, Netayahou, Salvini, Trump, Duterte, Erdogan, Kagame, Khamenei, Maduro, Orban, Assad, MbZ et MbS, Kim Jong-un, Poutine, Sissi, Xi Jinping - nous faisons apparaître trois traits caractéristiques de l’air de notre temps :
Ils illustrent [...] la prévalence d’un nouveau type de dirigeants politiques emblématiques de notre époque : les "hommes forts", qui exercent un pouvoir personnel en écartant le plus possible tout contrepoids à leur autorité.
Ces personnages viennent d’horizons très différents : les uns se conforment au rôle de dictateurs assumés (Poutine ou Xi, mais aussi Sissi en Egypte, Mohamed ben Salman en Arabie saoudite, Mohamed Ben Zayed pour les Emirats arabes unis), d’autres sont des dirigeants populistes opérant dans des démocraties anciennes et fortes (le cas le plus frappant étant Donald Trump bien sûr), d’autres encore, également souvent qualifiés de populistes, dirigent des démocraties en voie de régression(Erdogan, Orban, Bolsonaro, Modi pour la Turquie, la Hongrie, le Brésil et l’Inde) ;
À des degrés évidemment divers, les nouveaux autoritaires partagent un logiciel antilibéral qui transcende les différences de régimes. Et aussi une boîte à outil antilibérale, où l’on retrouve – encore une fois dans des proportions variables – le nationalisme, la kleptocratie, le dédain pour l’état de droit, la personnalisation du pouvoir qui prétend incarner le peuple, la mise à l’écart des corps intermédiaires etc.

Ce sont des personnages modernes en ce sens que les "vrais autoritaires" ont rafraîchi leur modèle(respect de certaines formes de la démocratie en Russie, adoption du capitalisme en Chine) tandis que les "populistes" glissant vers l’autoritarisme ne contestent pas la démocratie mais, dans un étonnant renversement, se prétendent plus démocrates que les autres en se voulant les représentants du peuple contre le "système" (ou les "élites").

L’autoritarisme est-il le "nouveau totalitarisme", c’est-à-dire l’équivalent de ce que fut le totalitarisme à l’époque de la guerre froide ?
L’émergence des nouveaux autoritaires a d’abord des conséquences géopolitiques :
Le nationalisme qui est leur commun dénominateur affaiblit la coopération internationale (le "multilatéralisme") ;

Des liens de connivence existent entre eux, là aussi indépendamment des camps en présence, générant de nouvelles alliances plus ou moins occultes : la Russie soutient les populistes européens (financements, cyber-attaques) tandis que ceux-ci sont tentés de favoriser l’influence chinoise (5G) ;

Il y a de surcroît un style de diplomatie "néo-autoritaire" comme on le voit pour le Nord-Est syrien : un coup de fil d’Erdogan à Trump scelle le sort des Kurdes de Syrie, après quoi le président turc rencontre Poutine à Sotchi pour finir le travail.
L’émergence des nouveaux autoritaires ne fait pas disparaître les lois de la géopolitique classique : la Chine et l’Inde resteront dans une situation de rivalité historique, les Russes ne vont pas se départir de leur méfiance à l’égard de la Chine etc. Cependant une géopolitique de l’ère des nouveaux autoritaires se met en place. Sa donnée de base est la suivante : la crise interne aux démocraties libérales, sous l’effet de la vague populiste, accentue l’effet du déplacement du rapport de forces dans le monde au détriment de l’Occident, que l’on observe depuis quelques années avec la montée en puissance de la Chine et d’autres émergents.
Sur un plan plus strictement idéologique, les défenseurs de la démocratie libérale se trouvent confrontés, avec les nouveaux autoritaires, à un triple défi :
La crise populiste, qui est endogène à nos sociétés démocratiques et qui implique de réinventer un modèle libéral adapté à notre temps (alors que les classes moyennes perdent pied depuis le triomphe de la globalisation) ;
Pour la première fois, le progrès économique, incontestable, époustouflant même, ne va pas de pair avec le progrès des libertés.
La crypto-idéologie véhiculée par le courant anti-libéral mondial et que Poutine, dans son interview au Financial Times a bien résumé : dans un monde beaucoup plus dur qu’autrefois, les valeurs traditionnelles, l’autorité, la nation rassemblée autour d’un chef, tout cela constitue (selon le "message poutinien") un viatique beaucoup plus protecteur des simples citoyens que les idées libérales ;

Le défi philosophique que constitue le succès de la Chine : pour la première fois, le progrès économique, incontestable, époustouflant même, ne va pas de pair avec le progrès des libertés. Un aspect du défi chinois retient particulièrement l’attention : l’exportation par la Chine dans des pays dirigés par des autoritaires de techniques de contrôle social de haute technologie.

Comment l’Europe – du moins l’Europe qui reste attachée à la démocratie libérale – peut-elle réagir ?
D’abord, une prise de conscience est nécessaire. Notamment en France, où il ne fait pas partie de nos traditions diplomatiques de tenir compte des différences de régimes politiques. Or aujourd’hui le courant antilibéral global – incarné par les nouveaux autoritaires - a atteint une masse critique telle qu’une réaction est nécessaire si nous voulons rester ce que nous sommes.
Ensuite, le plus important est sans doute de "tenir", de rester fidèles à nos principes : bien des événements dans le monde (en Algérie, au Liban, en Irak, à Hong-Kong, à Moscou, au Chili etc.) traduisent sans doute un malaise social planétaire ; ces événements indiquent aussi, comme cela a été aussi le cas des récentes élections en Turquie, que le modèle autoritaire n’offre ni protection contre la colère des peuples ni solutions aux problèmes qui provoquent cette colère. Une "crise du modèle autoritaire" est devant nous.
Enfin, l’Europe peut-être à la fois le laboratoire où s’élabore un nouveau libéralisme et une plateforme pour soutenir les sociétés civiles dans les pays de notre voisinage. Ce sont les sociétés civiles – comme d’ailleurs cela avait été le cas en Europe centrale dans les années précédant la chute du mur de Berlin – qui peuvent le mieux construire, au moins dans certains pays, des alternatives aux pouvoirs autoritaires.
L’ouvrage publié par l’Institut Montaigne et les éditions de l’Observatoire, Le monde des nouveaux autoritaires, ne développe pas ces pistes d’action (il y faudrait un autre livre). Il présente en revanche les pièces du dossier "nouveaux autoritaires" dont une bonne compréhension est un point de départ indispensable. La collection de portraits qu’il offre au lecteur est saisissante et ouvre, croyons-nous, des perspectives nouvelles à la réflexion.