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domingo, 29 de maio de 2022

Minha opinião sobre o Brasil Paralelo? Pois não, está tudo aqui - Paulo Roberto de Almeida

Depois que postei novamente, neste domingo 28/05/2022, minha entrevista ao Brasil Paralelo, de outubro de 2016, quando eu desconhecia completamente a ideologia e a postura política de seus organizadores, recebi um pedido para dar a minha opinião sobre essa “empresa”.
De fato, minha opinião mudou, logo depois dessa entrevista, aqui linkada:


Naquela ocasião, eles me deram total liberdade para expressar minha opinião, que naquele ano, hoje distante, 2016, foi basicamente concentrada nas politicas econômicas e na diplomacia partidária do lulopetismo, e no, então recente, impeachment, com outras considerações de natureza geral sobre desenvolvimento do Brasil. Montaram a entrevista, com alguns cortes aqui e ali, talvez porque correspondesse ao antipetismo então vigente naquela conjuntura.
Um ano depois, no segundo semestre de 2017, convidaram-me para uma nova “entrevista”, sobre a globalização e o globalismo. Achei algumas perguntas, previamente elaboradas, um pouco idiotas, sobretudo sobre o fantasmagórico “globalismo” (na acepção dos paranoicos antiglobalistas), outras inclusive denotando certo anti-islamismo. Mas respondi num texto e me preparei para a “entrevista”, que imaginava exclusiva.
Qual não foi minha surpresa quando, no dia aprazado, apareceu do outro lado da tela, o tal “filósofo” do bolsonarismo. Tudo bem: dei o meu recado, mas no meio da conversa, OC começou a me atacar, achando um absurdo eu não concordar com as suas teorias conspiratórias sobre a ameaça globalista para a soberania das nações. Não me xingou na gravação, mas passou a me xingar barbaramente depois, no seu blog, secundado por um bando de olavófilos idiotas. Tenho toda a história registrada em algumas postagens do blog Diplomatizzando:

3202. “Globalismo e globalização: os bastidores do mundo”, Brasília, 7 dezembro 2017, 8 p. Notas preparadas para entrevista pessoal, via hangout, para um programa da série Brasil Paralelo, gravada em companhia de, e em contraposição a Olavo de Carvalho, formato não previsto originalmente, sobre o processo de globalização e o conceito de globalismo. Blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/globalizacao-e-globalismo-como.html). Transmitido em 11/12/2017 (link: https://www.youtube.com/watch?feature=youtu.be&utm_campaign=inscritos_-_o_primeiro_debate_do_webinario_ja_esta_no_youtube&utm_medium=email&utm_source=RD%2BStation&v=6Q_Amtnq34g); no Canal YouTube (link: https://youtu.be/6Q_Amtnq34g); divulgado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/globalismo-e-globalizacao-ou-vice-versa.html); divulgado via Twitter-Youtube: https://shar.es/1MxLDO). Relação de Publicados n. 1279.

3215. “Um “debate” involuntário com Olavo de Carvalho: materiais disponíveis”, Brasília, 20 dezembro 2017, 3 p. (+3 OC). Questões sobre o globalismo e a globalização, como consequência do debate na gravação do Brasil Paralelo. Postado no blog Diplomatizzando (link: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2017/12/um-debate-involuntario-com-olavo-de.html).

3228. “Dossiê Globalismo: Brasil Paralelo e seu seguimento”, Brasília, 16 janeiro, 23 p. Compilação de todos os materiais relativos a esse assunto controverso. Postado parcialmente no blog Diplomatizzando (https://diplomatizzando.blogspot.com.br/2018/01/dossie-globalismo-brasil-paralelo-e-seu.html) e disponibilizado na plataforma Academia.edu (http://www.academia.edu/35667769/Dossi%C3%AA_Globalismo_Brasil_Paralelo_e_seu_seguimento). 

Agora, minha resposta ao questionamento:
O empreendimento Brasil Paralelo deve ter começado como uma reação ao marxismo vulgar da academia e a interpretação esquerdista da história, dominantes na academia e no jornalismo, durante décadas e até hoje, inclusive em certas idiotices do politicamente correto.
Mas ele logo descambou para o extremo da visão direitista da história e até para um fundamentalismo religioso basicamente anacrônico. Seus promotores deformam os fatos históricos também, por ideologia, de maneira mais ou menos simétrica ao que é feito pelos esquerdistas.
Considero Brasil Paralelo um esforço equivocado de se contrapor de forma exagerada ao esquerdismo dominante na academia e no jornalismo, caindo num reacionarismo pueril e até ridiculo, ou seja, ficando na igrejinha da extrema-direita.
Espero que se corrijam, mas não se pode aguardar muito de fundamentalistas.

Paulo Roberto de Almeida

domingo, 13 de junho de 2021

Sobre o ex-chanceler acidental: uma opinião pessoal - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre o ex-chanceler acidental: uma opinião pessoal

Paulo Roberto de Almeida


Leio comentários de “paisanos” dizendo que o mais capacho, o mais desastroso, infeliz e inepto chanceler, em 200 anos de história da diplomacia brasileira, “nunca deveria ter sido admitido no Instituto Rio Branco”. Isso é um equívoco.

À parte o fato que não se pode prever o futuro (e, no Brasil, nem o passado), o Rio Branco admite TODOS os que tiverem êxito em suas provas muito exigentes. Ou seja, qualquer pessoa que for capaz de decorar toda a lista telefônica (os manuais de estudo, toda a literatura requerida, os discursos oficiais e certas dicas oportunas) pode passar nas provas e ser admitido na carreira. Foi o que ocorreu com o esforçado EA, filho de um mandarim de extrema-direita do regime militar, que teve acesso a uma boa educação em Brasília e sempre leu bastante, para ter excelente Português, por exemplo.

O pior de tudo é que o execrável EA era um burocrata quase normal, até certo ponto da carreira, a despeito de um leve, mas perceptível, desequilíbrio. 

Por ambição, e creio que por um pouco de (ou de muito) fundamentalismo religioso (mas menor do que o seu oportunismo), talvez por sincera revolta contra a mega corrupção do PT, e inclinações políticas de direita (o que é de direito), ele se deixou contaminar pelo olavismo mais alucinado, até se tornar um capacho dos mais abjetos: um verdadeiro trapo humano, o que eu já relatei em meus quatro livros sobre o ciclo demencial do bolsolavismo diplomático.

Atenção: ainda não acabou, pois se a diplomacia está agora em boas mãos, a política externa continua sob os pés de ineptos e alucinados. 

Mudança real só depois que o degenerado foi “voted out” (o que alguns traduziram por “eliminado”).

Quanto ao ex-chanceler acidental ele foi, é, sempre será uma NÓDOA, indigno de figurar na galeria dos ex-chanceleres, por ter sido o PIOR em 200 anos. Mas esse qualificativo de PIOR nem se aplica, pois ele não tem precedentes, nada comparável, necas de pitibiribas, ninguém conseguirá ser tão ruim, tão capacho, tão desprezível e ridículo, tão nefasto para o Brasil, para a política externa, para a diplomacia profissional e para o Itamaraty (nessa ordem) quanto o infeliz que foi finalmente defenestrado em 29/03/2021. Assim como ninguém foi tão ruim e tão mediocre quanto ele nos 200 anos anteriores. 

Chega! Vamos encerrar este infeliz episódio em uma história relativamente bem sucedida, como já relatou o embaixador Rubens Ricupero em sua magnifica obra A diplomacia na construção do Brasil, 1750-2016.


Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 13/06/2021