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domingo, 13 de junho de 2021

Sobre o ex-chanceler acidental: uma opinião pessoal - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre o ex-chanceler acidental: uma opinião pessoal

Paulo Roberto de Almeida


Leio comentários de “paisanos” dizendo que o mais capacho, o mais desastroso, infeliz e inepto chanceler, em 200 anos de história da diplomacia brasileira, “nunca deveria ter sido admitido no Instituto Rio Branco”. Isso é um equívoco.

À parte o fato que não se pode prever o futuro (e, no Brasil, nem o passado), o Rio Branco admite TODOS os que tiverem êxito em suas provas muito exigentes. Ou seja, qualquer pessoa que for capaz de decorar toda a lista telefônica (os manuais de estudo, toda a literatura requerida, os discursos oficiais e certas dicas oportunas) pode passar nas provas e ser admitido na carreira. Foi o que ocorreu com o esforçado EA, filho de um mandarim de extrema-direita do regime militar, que teve acesso a uma boa educação em Brasília e sempre leu bastante, para ter excelente Português, por exemplo.

O pior de tudo é que o execrável EA era um burocrata quase normal, até certo ponto da carreira, a despeito de um leve, mas perceptível, desequilíbrio. 

Por ambição, e creio que por um pouco de (ou de muito) fundamentalismo religioso (mas menor do que o seu oportunismo), talvez por sincera revolta contra a mega corrupção do PT, e inclinações políticas de direita (o que é de direito), ele se deixou contaminar pelo olavismo mais alucinado, até se tornar um capacho dos mais abjetos: um verdadeiro trapo humano, o que eu já relatei em meus quatro livros sobre o ciclo demencial do bolsolavismo diplomático.

Atenção: ainda não acabou, pois se a diplomacia está agora em boas mãos, a política externa continua sob os pés de ineptos e alucinados. 

Mudança real só depois que o degenerado foi “voted out” (o que alguns traduziram por “eliminado”).

Quanto ao ex-chanceler acidental ele foi, é, sempre será uma NÓDOA, indigno de figurar na galeria dos ex-chanceleres, por ter sido o PIOR em 200 anos. Mas esse qualificativo de PIOR nem se aplica, pois ele não tem precedentes, nada comparável, necas de pitibiribas, ninguém conseguirá ser tão ruim, tão capacho, tão desprezível e ridículo, tão nefasto para o Brasil, para a política externa, para a diplomacia profissional e para o Itamaraty (nessa ordem) quanto o infeliz que foi finalmente defenestrado em 29/03/2021. Assim como ninguém foi tão ruim e tão mediocre quanto ele nos 200 anos anteriores. 

Chega! Vamos encerrar este infeliz episódio em uma história relativamente bem sucedida, como já relatou o embaixador Rubens Ricupero em sua magnifica obra A diplomacia na construção do Brasil, 1750-2016.


Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 13/06/2021


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