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terça-feira, 22 de junho de 2021

A nova esquerda e a nova direita, ambas elitistas - pesquisa sobre tendências eleitorais - Thais Carrança (BBC Brasil)

 Um interessante estudo sobre tendências eleitorais em países avançados, mas com diversos vieses tipicamente acadêmicos. Em todo caso, vale ler por inteiro. Não creio que se aplique ao Brasil, a despeito de similaridades superficiais.

Voto na esquerda migrou da baixa renda para mais escolarizados e dividiu elites, diz Piketty

  • Thais Carrança
  • Da BBC News Brasil em São Paulo
Protesto de artistas na França, em 2014

CRÉDITO, ANADOLU AGENCY/GETTY IMAGES

Legenda da foto, 

Protesto de artistas na França, em 2014: nas economias avançadas ocidentais, elite intelectual passou a votar na esquerda, segundo estudo de Piketty e coautores

Nas décadas de 1950 e 1960, o voto na esquerda - campo que inclui partidos democratas, trabalhistas, socialistas, social democratas, comunistas e verdes - estava associado a eleitores de baixa renda e baixa escolaridade. 

Gradualmente, esses partidos passaram a atrair os eleitores de maior nível educacional. Com isso, as décadas de 2000 e 2010 foram marcadas por uma divisão política das elites, com o topo de maior renda votando à direita, e o topo de maior escolaridade optando pela esquerda. 

Nesse cenário, o conflito político deixou de ter como eixo principal questões econômicas e distributivas (que são aquelas voltadas a corrigir a desigualdade na distribuição de renda), e o eixo "sociocultural" e identitário ganhou importância. 

Como resultado, os sistemas partidários das principais democracias ocidentais deixaram de ter as classes sociais como clivagem mais relevante, substituídas pela divisão entre as elites.

(…)

https://www.bbc.com/portuguese/brasil-57492950 


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