Deparo-me com a pergunta do título numa lista de História, e respondo com um sonoro não, embora esta seja uma parte da resposta, pela percepção que muitos tinham naquele momento (como agora, aliás, segundo a paranoia desvairada dos bolsonaristas e outros saudosistas da ditadura militar).
Meu comentário rapido:
A narrativa de um setor dos militares foi essa: a ameaça comunista como legitimadora do golpe militar para “preservar a democracia e as liberdades”.
Na verdade, foi uma crise político-militar alimentada por governadores golpistas (temendo a vitória aplastante de JK em 1965), combinada à “carestia” (inflação rodando a 90% ao ano), anarquia civil-militar (greves de sindicatos controlados pela esquerda) e inépcia geral do governo Jango, com sua demagogia das “reformas de base” que teriam de ser feitas “na lei ou na marra” (Brizola), o que precipitou a ação de um general desequilibrado e aventureiro (Mourão).
Ou seja, mais uma crise de incompetência das elites do que uma verdadeira ameaça comunista, que nunca teria sucesso com um Exército vacinado pela Intentona de 1935.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15/06/2021
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