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sábado, 19 de junho de 2021

Pequena declaração de princípios - Paulo Roberto de Almeida

 Pequena declaração de princípios para que fique bastante claro meu repúdio total ao que está acontecendo atualmente no Brasil

Paulo Roberto de Almeida


Não tenho nenhuma hesitação em classificar o presidente como um ignorante desequilibrado perverso, com traços de psicopata, o que converge com muitos dos seus apoiadores voluntários, pessoas que saem às ruas para defendê-lo ou que expressam esse apoio nas redes sociais, mas que não tiram nenhuma vantagem pessoal desse apoio, até fanático em diversos casos. 

Já aqueles que contribuem diretamente, no serviço público ou em torno dele (funcionários, contratados, contratantes ou fornecedores), para sua ação triplamente nefasta em detrimento do bem-estar material e da sanidade mental da coletividade, estes se distribuem em diversas categorias: primeiramente, existem aqueles, militares ou civis, que por interesse ou convicção, partilham da mesma visão rudimentar, tosca e autoritária do mundo; depois existem aqueles oportunistas safados que tiram vantagens materiais dessas atitudes e posturas que extraem recursos públicos da máquina estatal em seu favor; finalmente, existem também aqueles que, não necessariamente concordam com as insanidades perversas do capitão, mas que são suficientemente covardes ou incompetentes, para não se oporem, por passividade ou submissão, aos atos caracteristicamente nefastos à vida pública ou à simples moralidade no convívio social.

 

Contemplo com certa tristeza o que ocorre atualmente no Brasil, e me oponho de forma veemente a tudo isso, mas nem por isso me junto a outro bando de militantes de um outro populista mentiroso que convergem no apoio igualmente acrítico a esse outro “salvador da pátria” que se apresenta como tal, possuindo certos traços negativos de personalidade, que também condeno absolutamente.

No fundo, tudo é uma questão de caráter e de formação intelectual, além de uma postura digna, de forma consciente ou não: esperava que a esta altura de nosso itinerário como nação independente nossas elites supostamente educadas já teriam tido tempo de assumir uma postura de estadistas na condução do país. Constato que não é o caso e que muitos setores dessas elites são medíocres, ignorantes e despreparadas para o que legitimamente deveríamos esperar delas. 

 

O Brasil ainda é um país educacionalmente muito atrasado, o que resulta nessas elites medíocres e oportunistas.

Vai demorar mais um pouco, bem mais do que os pobres, ou todos aqueles que não vivem em segurança econômica, poderiam esperar. É a diferença, em muitos casos, entre a vida e a morte dos mais humildes, entre a esperança e a desesperança dos desprovidos de meios. 

Mas contemplando o conjunto da humanidade, constamos que não somos melhores ou piores do que certos povos: estamos na segunda metade dos níveis de bem-estar, não no terço final, mas muito atrás do que poderíamos estar, depois de 200 anos de completa autonomia nacional, se nossas elites não fossem tão medíocres.

 

Dito isto, considero que o mínimo que se esperaria de elites mesmo medíocres seria uma ação decisiva para afastar o monstro perverso que infelicita ainda mais a vida dos brasileiros. Trata-se de uma urgente necessidade profilática para a diminuição do sofrimento da nação, com mortes se acumulando sem razão de ocorrerem. A manutenção do psicopata no comando da nação apenas acrescenta ao atraso e à degradação da vida no Brasil.

 

Pela declaração meridianamente clara.

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 19/06/2021


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