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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Depois dos perigos "internacionais", os nacionais, que afetam a paz e a estabilidade no Brasil - Paulo Roberto de Almeida

Depois dos perigos "internacionais", os nacionais, que afetam a paz e a estabilidade no Brasil.

Paulo Roberto de Almeida


Numa de minhas últimas postagens em meu blog Diplomatizzando, e talvez derradeira de minhas produções intelectuais, deste ano de 2024, eu me interrogava sobre o futuro imediato do mundo, em 2025 e mais além, em face de duas personalidades problemáticas da cena internacional contemporânea, enquanto elementos disruptivos para o mundo e para o Brasil na perspectiva de curto prazo: Putin e Trump.

Este trabalho: 

4817. “As duas novas pragas da modernidade”, Brasília, 24 dezembro 2024, 2 p. Nota sobre o autoritarismo de Putin e de Trump, como os dois perigos rondando a humanidade nos tempos presentes. Postado no blog Diplomatizzando (link: https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/as-duas-novas-pragas-da-modernidade.html 

Numa outra postagem, também feita no mesmo blog e aqui reproduzida, eu postava um artigo recente do embaixador Rubens Barbosa no Estadão se perguntando se o Brasil (governo e empresas) estava preparado para os novos desafios do presente e do futuro à nossa frente. Este aqui: 

https://diplomatizzando.blogspot.com/2024/12/admiravel-mundo-novo-rubens-barbosa.html 

Ele citava um livro, War by Other Means, sobre as sanções econômicas como armas de guerra na atual geopolítica conturbada pela divisão do mundo em um bloco ocidental, claramente comprometido com a defesa da atual ordem econômica e política global, e um outro bloco, ainda muito difuso, mas liderado pela Rússia e pela China, secundado por um ainda mais indefinido Sul Global (e vários demandantes a ingressar no Brics+), que parece defender um projeto, também muito mais vago e indefinido, de uma "nova ordem global multipolar", apenas um título supostamente sedutor para se opor à atual ordem mundial, claramente dominada pelo Ocidente.

Eu falei, naquele primeiro-último artigo do ano, de duas personagens, Putin e Trump, especialmente problemáticas, e potencialmente prejudiciais para a paz, a segurança e a estabilidade do mundo atual. Pois bem, falta falar de outros dois "personagens" igualmente problemáticos para a estabilidade e o progresso do Brasil, na presente fase, algo confusa, de nossa governança nacional. Quero me referir a dois "entes" que considero especialmente prejudiciais a um desenvolvimento harmônico do Brasil, tanto no plano econômico, quanto no terreno políticos, ou de governança.

Eles são, respectivamente, e pela ordem de importância na deterioração de nossas condições de governança democrática e econômica, Bolsonaro e o bolsonarismo, de longe os fenômenos mais nefastos para o progresso da nação (pelo seu potencial disruptivo na ordem política), e Lula e o lulopetismo, mais especificamente o PT, como negativos para uma boa condução econômica do país. São os dois polos que dividem atualmente a nação, e que eu considero como especialmente prejudiciais a um desenvolvimento harmônico do país. 

O Brasil parece estar caminhando para uma espécie de "Dilma 2" na economia, e que causou, não exclusivamente pela errática condução da política econômica, uma ruptura nefasta na vida do país, o impeachment de 2016, que fez surgir, imediata e concomitantemente, aquele primeiro fenômeno terrivelmente nefasto, como mencionei acima em primeiro e mais importante lugar. 

Minha expectativa, uma vaga esperança, é a de que possa surgir, nas eleições de 2026, uma outra opção, ponderada, moderada e propositiva, de políticas restauradoras de certa paz no ambiente doméstico, com alguma liderança com dotes de estadismo, capaz de conduzir o Brasil a um patamar mais adequado, e necessário, de desenvolvimento econômico e político.

Estes são os meus derradeiros votos de "promessas" para o próximo ano e um pouco mais além.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 27 de dezembro de 2024