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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Reescrevendo a historia: o fracasso monumental da Petrossauro - Roberto Campos

Preciso comentar? Acho que não. Só não sei porque ainda não se discute seriamente a questão da privatização completa desse ente deficitário e antro de corrupção que se chama Petrobras.
Paulo Roberto de Almeida

REESCREVENDO A HISTÓRIA...
Roberto Campos
Jornal do Comércio,  21/03/1999

Quando for escrita a história econômica do Brasil nos últimos 50 anos, várias coisas estranhas acontecerão. A política de autonomia tecnológica em informática, dos anos 70 e 80, aparecerá como uma solene estupidez, pois significou uma taxação da inteligência e uma subvenção à burrice dos nacionalistas e à safadeza de empresários cartoriais. Campanhas econômico-ideológicas como a do "o petróleo é nosso" deixarão de ser descritas como uma marcha de patriotas esclarecidos, para ser vistas como uma procissão de fetichistas anti-higiênicos, capazes de transformar um líquido fedorento num unguento sagrado. Foi uma "passeata da anti-razão" que criou sérias deformações culturais, inclusive a propensão funesta às "reservas de mercado".

A criação do monopólio estatal de 1953 foi um pecado contra a lógica econômica. Precisamente nesse momento, o ministro da Fazenda, Oswaldo Aranha, mendigava um empréstimo de US$ 300 milhões ao Eximbank, para cobertura de importações correntes (inclusive de petróleo). A ironia da situação era flagrante: de um lado, o país mendigava capitais de empréstimos que agravariam sua insolvência, de outro, pela proclamação do monopólio estatal, rejeitava capitais voluntários de risco. Ao invés de sócios complacentes (cuja fortuna dependeria do êxito do país), preferíamos credores implacáveis (que exigiriam pagamento, independentemente das crises internas). Esse absurdo ilogismo levou Eugene Black, presidente do Banco Mundial, a interromper financiamentos ao Brasil durante cerca de dez anos (com exceção do projeto hidrelétrico de Furnas, financiado em 1958). Houve outros subprodutos desfavoráveis.

Criou-se uma cultura de "reserva de mercado", hostil ao capitalismo competitivo. Surgiu uma poderosa burguesia estatal que, protegida da crítica e imune à concorrência, acumulou privilégios abusivos em termos de salários e aposentadorias. Criou-se uma falsa identificação entre interesse da empresa e interesse nacional, de sorte que a crítica de gestão e a busca de alternativas passaram a ser vistas como traição ou impatriotismo.  Vistos em retrospecto, os monopólios estatais de petróleo, que se expandiram no Terceiro Mundo nas décadas de 60 e 70, longe de representarem um ativo estratégico, tornaram-se um cacoete de países subdesenvolvidos na América Latina, África e Médio Oriente. Nenhum país rico ou estrategicamente importante, nem do Grupo dos 7 nem da OCDE, mantém hoje monopólios estatais, o que significa que os monopólios não são necessários nem para a riqueza nem para a segurança estratégica.

Essas considerações me vêm à mente ao perlustrar os últimos relatórios da Petrossauro. Ao contrário de suas congêneres terceiro-mundistas, que são vacas-leiteiras dos respectivos Tesouros, a Petrossauro sempre foi mesquinha no tratamento do acionista majoritário. Tradicionalmente, a remuneração média anual do Tesouro, sob a forma de dividendos líquidos, não chegou a 1% sobre o capital aplicado. Após a extinção de jure do monopólio, em 1995 (ele continua de facto), e em virtude da crítica de gestão e da pressão do Tesouro falido, os dividendos melhoraram um pouco, ma non troppo. Muito mais generoso é o tratamento dado pela Petrossauro à Fundação Petros, que representa patrimônio privado dos funcionários.

A empresa é dessarte muito mais um instituto de previdência, que trabalha para os funcionários, do que uma indústria lucrativa, que trabalha para os acionistas. Aliás, é duvidoso que a Petrossauro seja uma empresa lucrativa. Lucro é o resultado gerado em condições competitivas. No caso de monopólios, é melhor falar em resultados. Quanto à Petrossauro, se fosse obrigada a pagar os variados tributos que pagam as multinacionais aos países hospedeiros-bônus de assinatura, royalties polpudos, participação na produção, Imposto de Renda e importação - teria que registrar prejuízos constantes, pois é alto seu custo de produção e baixa sua eficiência, quer medida em barris/dia por empregado, quer em venda anual por empregado.

Examinados os balanços de 1995 a 1998, verifica-se que o somatório dos dividendos ao Tesouro (pagos ou propostos) alcançam R$ 1,606 bilhão enquanto que as doações à Petros atingiram 2,054 bilhões.

Considerando que o Tesouro representa 160 milhões de habitantes e vários milhões de contribuintes, enquanto que a burguesia do Estado da Petrossauro é inferior a 40 mil pessoas, verifica-se que é o contribuinte que está a serviço da estatal e não vice- versa.

Nota-se hoje no Governo uma perigosa tendência de postergação das privatizações seja na área de petróleo, seja na área financeira, seja na eletricidade. É um erro grave, que põe em dúvida nosso sentido de urgência na solução da crise e nossa percepção dos remédios necessários. A privatização não é uma opção acidental nem coisa postergável, como pensam políticos irrealistas e burocratas corporativistas. É uma imposição do realismo financeiro. Há duas tarefas de saneamento imprescindíveis. A primeira consiste em deter-se o "fluxo" do endividamento (o objeto mínimo seria estabilizar-se a relação endividamento/PIB). Essa é a tarefa a ser cumprida pelo ajuste "fiscal".  A segunda consiste em reduzir-se o estoque da dívida. Esse o objetivo da reforma "patrimonial", ou seja, a "privatização".

Não se deve subestimar a contribuição potencial da reforma patrimonial para a solução de nosso impasse financeiro. Tomemos um exemplo simplificado.

Apesar da crise das Bolsas, a venda do complexo Petrossauro-BR Distribuidora poderia gerar uma receita estimada em R$ 20 bilhões. Considerando-se que a rolagem da dívida está custando ao Tesouro 40% ao ano, uma redução do estoque em R$ 20 bilhões, representaria uma economia em curto prazo de R$ 8 bilhões. Isso equivale a aproximadamente 20 anos dos dividendos pagos ao Tesouro pela Petrossauro na média do período 1995-1998 (a média anual foi de R$ 401,7 milhões).

Se aplicarmos o mesmo raciocínio à privatização de bancos estatais e empresas de eletricidade, verificaremos que a solvência brasileira dificilmente será restaurada pela simples reforma fiscal. Terá que ser complementada pela reforma patrimonial.  É perigosa complacência a atitude governamental de que a reforma fiscal é urgente e a reforma patrimonial postergável. É dessas complacências e meias medidas que se compõe nossa lamentável, repetitiva e humilhante crise existencial.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Privatizar a Petralhabras: a unica solucao para salvar a Petrobras -Rubem Novaes

Clarao que não vai ocorrer e não apenas porque o governo é estúpido, mas é que os chefes da quadrilha não podem permitir, pous do contrário se revelaria toda a extensão dos seus crimes. 
Paulo Roberto de Almeida

A Petrobras é do Povo
Nada é mais poderoso do que uma ideia cujo tempo chegou“. (Victor Hugo).
Petrobras: edifício-sede no Rio de Janeiro
Petrobras: edifício-sede no Rio
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É sabido que não bastam a correção e a qualidade de uma proposta para que esta encontre respaldo político para sua materialização. Quem quer que, até bem pouco tempo, falasse em privatizar a Petrobras no ambiente parlamentar, por exemplo, seria recebido com desdém, senão com repulsa, pela quase totalidade dos congressistas. Agora, entretanto, diante dos descalabros havidos na administração da empresa durante os últimos governos, esta não é mais a realidade. Administração pública da Petrobras passou a ser sinônimo de incompetência gerencial e corrupção desenfreada em proveito de um projeto de poder. A população clama por fortes mudanças, embora sem saber bem o rumo a seguir.
Pois bem, em 30/01, o Fórum do “Estadão” publicou sintética proposta minha de privatização de seguinte teor: “A Petrobras transformou-se num monumental abacaxi para a União e para o BNDES, seus grandes acionistas. A União provavelmente terá de honrar parcela de suas dívidas e recursos terão de ser injetados na empresa para o cumprimento de obrigações financeiras e de investimentos. É chegada a hora, portanto, de promover a privatização da empresa, transferindo, gratuitamente, todas as ações em poder do setor público para o povo brasileiro, com base nos CPFs devidamente habilitados. O mercado se encarregaria, com o correr do tempo, de definir uma nova estrutura de controle, livre da ingerência e ganância de nossos governantes de plantão. Uma expressiva valorização das ações da empresa seria decorrência natural do processo de privatização. É óbvio que a proposta não é de fácil nem de imediata implementação, mas deve ser encampada como um objetivo a ser alcançado no médio prazo, após afastados impedimentos legais e financeiros.”
Como era de se esperar, surgiram críticas respeitáveis, muitas delas dirigidas ao aspecto da gratuidade embutida na proposta de transferência das ações ao público. É certo que a doação para todos os detentores de CPFs visa a conquista de apoios políticos e poderia ser substituída por venda em leilão. Mas é importante lembrar que não se deve tomar o Estado como algo acima dos cidadãos, possuidor de vontade e independência próprias. O Estado – União, Estados e Municípios – nada mais é que um meio para realizar objetivos colimados pela população. Seus direitos e obrigações são de segunda ordem, derivados de um poder popular que se consubstancia no voto e no pagamento de impostos financiadores das despesas públicas. Quando governantes gastam, com muita propriedade diz-se que o dinheiro sai do meu, do seu, do nosso bolso. Quando governantes roubam, o dinheiro também sai do meu, do seu, do nosso. E é isso mesmo. O Estado é apenas uma ficção jurídica que nos representa. Nós, cidadãos contribuintes, é que somos a realidade. Assim sendo, já que nós cidadãos-contribuintes não estamos satisfeitos com a administração da Petrobras através da União, que, simplesmente, nos devolvam as ações para que se encontre um rumo melhor para a empresa.
Outro questionamento está ligado à desorganização e riscos que poderiam advir da estrutura pulverizada de controle decorrente da distribuição de ações por CPFs. Alega-se que as ações poderiam acabar em mãos indesejáveis de pessoas ou instituições mais próximas às camadas menos informadas da população. Igrejas populares e Partidos políticos com boa capilaridade teriam vantagens em “raspar” as ações por preços muito baixos e, certamente, direta ou indiretamente, não seriam bons gestores da Petrobras.
Ora, não será desta forma que uma nova estrutura de controle será formada. De início, é verdade que alguns blocos de ação surgirão do trabalho de profissionais do mercado que se disporão à tarefa de mascates, correndo o país e convencendo instituições, tipo Igrejas, a colaborar na sua lida. Mas as etapas realmente importantes surgirão quando, em leilões transparentes em Bolsa de Valores, surgirem grupos capazes de bem administrar a empresa explicitando propostas de compra. Em suma, pouco importa a distribuição inicial das ações na conformação final dos novos controladores. Desde que não existam restrições à livre negociação de ações, é possível prever que, ao cabo, estejam no controle aqueles dispostos a pagar o melhor preço. E estes, normalmente, são os capazes de obter os melhores resultados para a empresa.
Contestadas, então, as críticas mais importantes, cabe dizer apenas que esta nota (e a proposta nela contida) não tem qualquer pretensão de originalidade. Brasileiros ilustres, como Eugênio Gudin e Roberto Campos, mostraram, por muitas décadas, os malefícios do monopólio estatal e a conveniência da privatização da Petrobras. Mais recentemente, Rodrigo Constantino, em seu livro “Privatize Já”, voltou ao tema, acrescentando importantes argumentos ao assunto. Que sirva então de mais um carvãozinho nesta fogueira que se transforma em incêndio, na medida em que novas revelações são feitas sobre o “petrolão”.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

China reduz papel do Estado e fortalece setor privado: o que vao dizer os companheiros?

Os companheiros, que são muito néscios nessas matérias econômicas, costumam citar a China como exemplo de economia de sucesso que combina um grande papel do Estado, como força diretora e propulsora da economia como um todo, embora a China seja, sob vários aspectos, mais capitalista do que o Brasil, e bem mais aberta.
Agora eles correm o risco de ficar órfãos nas suas recomendações de política econômica.
Que pena...
Paulo Roberto de Almeida

The New York Times, May 24, 2013

China Plans to Reduce the State’s Role in the Economy



SHANGHAI — The Chinese government is planning for private businesses and market forces to play a larger role in its economy, in a major policy shift intended to improve living conditions for the middle class and to make China an even stronger competitor on the global stage.
In a speech to party cadres containing some of the boldest pro-market rhetoric they have heard in more than a decade, the country’s new prime minister, Li Keqiang, said this month that the central government would reduce the state’s role in economic matters in the hope of unleashing the creative energies of a nation with the world’s second-largest economy after that of the United States.
On Friday, the Chinese government issued a set of policy proposals that seemed to show that Mr. Li and other leaders were serious about reducing government intervention in the marketplace and giving competition among private businesses a bigger role in investment decisions and setting prices. Whether Beijing can restructure an economy that is thoroughly addicted to state credit and government directives is unclear. But analysts see such announcements as the strongest signs yet that top policy makers are serious about revamping the nation’s growth model.
“This is radical stuff, really,” said Stephen Green, an economist at the British bank Standard Chartered and an expert on the Chinese economy. “People have talked about this for a long time, but now we’re getting a clearly spoken reform agenda from the top.”
China’s leaders are under greater pressure to change as growth slows and the limitations of its state-led, investment-driven economy are becoming more evident. This month, manufacturing activity contracted for the first time in seven months, according to an independent survey by HSBC. Economists are lowering their growth forecasts and weighing the risks associated with high levels of corporate and government debt that have built up over the last five years.
“There are quite a number of messages coming from these new leaders,” said Huang Yiping, chief economist for emerging Asia at the British bank Barclays. “They realize that if we continue to delay reforms, the economy could be in deep trouble.”
The broad proposals include expanding a tax on natural resources, taking gradual steps to allow market forces to determine bank interest rates and developing policies to “promote the effective entry of private capital into finance, energy, railways, telecommunications and other spheres,” according to a directive issued on the government’s Web site. “All of society is ardently awaiting new breakthroughs in reform,” the directive said.
Foreign investors will be given more opportunities to invest in finance, logistics, health care and other sectors. For years, Western governments, banks and companies have complained that the China government has impeded foreign investment in banking and other service industries, despite promising to open up. The latest directive, however, did not give details about the specific changes to foreign investment rules that policy makers in Beijing have in mind.
China’s leaders are also promising to loosen foreign exchange controls, changes that are likely to reduce price distortions in the economy and allow the market to determine the value of the Chinese currency, the renminbi. On Friday, the central bank, the People’s Bank of China, issued a statement that repeated such vows.
The push does not signal the end of big government in China. The Communist Party, experts say, is unlikely to abandon the state capitalist model, break up huge, state-run oligopolies or privatize major sectors of the economy that the party considers strategic, like banking, energy and telecommunications.
Beijing seems to be pressing ahead because it has few alternatives. The economy has slowed this year because of fewer exports to Europe and the United States and slower investment growth. Rising labor costs and a strengthening currency have also reduced manufacturing competitiveness.
China’s leaders, including a group of pro-market bureaucrats who seem to have gained in the leadership shuffle this year, seem to think that more government spending could worsen economic conditions and that the private sector needs to step in.
China is also facing significant changes in its demographics and drivers of economic growth. The population is rapidly aging, and the number of young people entering the work force has begun to decline. Those shifts are forcing China to upgrade its industrial operations and compete using something other than inexpensive goods and low-cost labor, analysts say.
Nicholas R. Lardy, a senior fellow at the Peterson Institute for International Economics and an authority on the Chinese economy, said government controls on interest rates, the exchange rate and the price of energy had resulted in a huge misallocation of capital and unbalanced growth. “These reforms would raise household income and reduce savings, providing a double-barreled boost to private consumption,” Mr. Lardy said.
To succeed, China’s leaders will have to fend off powerful interest groups, as well as corrupt officials who have grown accustomed to using their political power to enrich themselves and their families through bribes and secret stakes in companies.
The previous administration, led by President Hu Jintao and Prime Minister Wen Jiabao, also promised to deepen economic overhauls and strengthen the private sector. But analysts say they lacked the political clout needed to succeed. During their two five-year terms, the state’s role in the economy actually expanded.
The new leaders, who took office in March after a once-in-a-decade leadership transition, seem more determined to change course. In his speech this month, delivered to party officials nationwide by teleconference, Mr. Li, the prime minister, said, “If we place excessive reliance on government steering and policy leverage to stimulate growth, that will be difficult to sustain and could even produce new problems and risks.”
“The market is the creator of social wealth and the wellspring of self-sustaining economic development,” he said.
He spoke of deregulation and slimming down the role of government.
“Li Keqiang thinks like an economist,” said Barry J. Naughton, a professor of Chinese economy at the University of California, San Diego. “He wants the government to get out of the way.”
Chris Buckley reported from Hong Kong.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Livro: Privatize Ja'- Brasilia, 20/11, 19hs, Livraria Cultura-Casa Park


Tenho o prazer de transmitir o convite abaixo para um lançamento-debate em torno das questões do intervencionismo governamental e das propostas de retomada das privatizações no Brasil, no qual atuarei como um apresentador-comentarista do conhecido economista liberal Rodrigo Constantino, que vem do Rio de Janeiro especialmente para este lançamento em première.
Em meu blog, coloquei a apresentação geral do livro, neste link:

Paulo Roberto de Almeida

LeYa e Livraria Cultura convidam para o lançamento de 
Privatize Já
de Rodrigo Constantino
Dia 20/11, a partir das 19hs

Debate com o autor e Paulo Roberto de Almeida

Livraria Cultura – Shopping CasaPark
SGCV – Sul, Lote 22 – Loja 4-A
Zona Industrial – Guará - DF

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Portugal: tentando resolver problemas criados por um Estado grande

Entrevista sensata, sensível, e de bom senso, do Primeiro-MInistro português, Pedro Passos.

07/09/2012
 às 12:00 \ Vasto Mundo

O primeiro-ministro de Portugal: “Nosso objetivo é tirar o Estado da economia, acabar com o Estado patrão, dono de empresas. Pretendemos atrair capital novo e deixar atuar a livre iniciativa”

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Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro de Portugal: "As medidas de austeridade que estamos adotando não são a origem do problema. São parte da solução" (Foto: Mario Proença / Bloomberg / Getty Images)
O ESTADO NO SEU DEVIDO LUGAR
(Entrevista a Duda Teixeira, publicada na edição impressa de VEJA)
O primeiro-ministro de Portugal vê na crise a oportunidade para fazer reformas. Ele vai cortar os benefícios sociais de quem não precisa, privatizar estatais e abrir a economia
Para muitos economistas, Portugal está a caminho de se tornar, depois da Grécia, a próxima nação da zona do euro a afundar. A taxa de desemprego é de 15%, superior à média europeia, e o PIB deve encolher 3% em 2012.
O desafio de Pedro Passos Coelho, de 47 anos, primeiro-ministro português, no cargo desde junho de 2011, é reduzir a dívida e os gastos públicos e, ao mesmo tempo, tirar o país da recessão.
Antes de Coelho assumir, Portugal só se salvou da quebra por receber um pacote de ajuda externa no valor de 78 bilhões de euros, um terço do que foi obtido pela Grécia. Com voz de barítono, que usava para cantar fados em ocasiões privadas, Passos Coelho falou a VEJA na residência oficial do chefe de governo, o Palácio São Bento, em Lisboa.
O governo brasileiro quer encarecer e dificultar a importação de vinhos, incluindo os portugueses, para beneficiar os produtores da Serra Gaúcha. Qual sua opinião sobre isso?
O protecionismo, por mais que pareça dar oportunidades imediatas aos grupos nacionais, é pouco eficiente a médio e longo prazo. Quando se diminui a exposição do país à competição externa, os consumidores são obrigados a pagar um preço mais elevado por um determinado nível de consumo ou de realização de serviços.
Ora, se uma parte desse gasto for liberada para a compra de outro produto ou para investimentos, a economia no seu conjunto ganhará mais. Portanto, mais vale privilegiar a competição internacional do que proteger os nossos campeões internos.
O que o senhor diz aos portugueses que culpam a chanceler alemã Angela Merkel e o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy pela crise europeia?
Esse é um clichê muito difundido na imprensa. O fato de Alemanha e França procurarem soluções para a crise resultou na ideia errônea de que eles eram de certa forma responsáveis ou até beneficiários dessa situação.
Nada mais exagerado.
Primeiro porque, apesar de serem os líderes de duas das principais economias europeias, as decisões finais sobre os rumos do bloco são tomadas por um comitê mais amplo de chefes de governo e de Estado. Segundo, a situação adversa que Portugal vive hoje não veio em consequência das decisões de Merkel ou de Sarkozy.
Os desequilíbrios existentes em Portugal são resultado de más decisões tomadas por nós mesmos. Usamos mal o dinheiro, selecionamos mal os projetos de obras públicas, aumentamos os impostos para gastar em serviços de pouco valor, não flexibilizamos suficientemente o mercado de trabalho, não abrimos a economia…
Os líderes europeus não agravaram nossos problemas. Ao contrário, eles nos ajudaram a encontrar uma saída para eles.
Sarkozy e Merkel se reúnem em Bruxelas para conversar sobre a crise na UE (Fabrizio Bensch/Reuters)
O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel: "os líderes europeus não causaram nem agravaram os problemas de Portugal. Os responsáveis foram nós mesmo, os portugueses" (Foto: Fabrizio Bensch / Reuters)
A Grécia está imersa no caos social e ainda negocia para não pagar uma parte de sua dívida. Toda a ajuda em dinheiro vinda de fora parece não ser suficiente para equilibrar as contas e superar a recessão. Alguns analistas dizem que Portugal será a próxima Grécia. Qual o risco de isso ocorrer?
Nosso país tem adotado medidas que a comunidade internacional e a União Europeia consideram bem-sucedidas. Corrigimos algumas deficiências em tempo recorde. Internamente, fizemos um acerto duro nos gastos públicos.
Apesar de a crise econômica ter reduzido a nossa receita tributária e aumentado as nossas despesas com benefícios sociais para os desempregados, conseguimos cortar o déficit estrutural em 4 pontos porcentuais.
Externamente, reduzimos o déficit na balança de pagamentos. Nesse quesito, alcançamos em dezembro de 2011 uma meta que todos esperavam ser possível atingir apenas em dezembro de 2012. Essa conquista ocorreu não apenas por causa da nossa política de austeridade, mas sobretudo porque os setores exportadores, como o têxtil e o automotivo, tiveram um desempenho superior ao previsto.
O turismo, que representa 10% do PIB, também foi muito bem. Até 2013 vamos atingir o equilíbrio nas contas externas. Isso dá aos mercados uma sensação de estabilidade e de confiança em relação a nós.
Portugal vai precisar de mais um pacote de resgate europeu?
Creio que não. De qualquer modo, o Fundo Monetário Internacional e a União Europeia se comprometeram com uma nova ajuda em dinheiro se no futuro subsistir alguma dificuldade. Isso, claro, com a condição de que as medidas de estabilização financeira e macroeconômica sejam bem-sucedidas e que a agenda de reforma estrutural da economia portuguesa seja cumprida.
Como temos feito tudo corretamente, e antes do previsto, a garantia do FMI e da União Europeia nos ajudará a voltar a emitir títulos da dívida a juros baixos no prazo esperado: setembro de 2013.
Como compatibilizar o corte de gastos públicos com a injeção de mais dinheiro na economia para estimular o consumo como medida contra a recessão?
Não são ações excludentes. Primeiro porque, em Portugal, o Estado gastou muito sem que a economia melhorasse. Segundo porque, atualmente, não temos alternativa. Os recursos financeiros para estimular a economia simplesmente não existem.
As medidas de austeridade que estamos adotando não são a origem do problema. São parte da solução. Se Portugal tivesse a oportunidade de decidir de outra maneira, não teria pedido ajuda às instituições internacionais. Tivemos de fazê-lo porque os mercados se fecharam e ninguém mais queria financiar a economia portuguesa.
O senhor vai privatizar a companhia aérea TAP e outras empresas estatais?
Sim.
Nossa lista inclui empresas dos setores energético e de transporte, além dos aeroportos, dos correios, de um canal de televisão e das Águas de Portugal, em que haverá um misto de abertura ao capital privado e concessões públicas.
O objetivo é tirar o Estado da economia, acabar com o Estado patrão, dono de empresas. Pretendemos atrair capital novo para Portugal, recebendo empresas que podem ter relevância para internacionalizar a nossa economia e tornar nossas empresas mais competitivas.
Tap
A companhia aérea TAP: "não queremos o Estado patrão, o Estado dono de empresas. Vamos privatizar" (Foto: TAP)
Como a opinião pública tem reagido aos anúncios de privatização?
Não tem havido resistência. Os portugueses sentem que o Estado não foi um bom gestor de empresas. O custo delas para o país e para os contribuintes é muito elevado. Os cidadãos também sabem que precisamos atrair dinheiro externo para movimentar a nossa economia.
Tanto há um consenso sobre isso que as privatizações já estavam no programa do governo socialista de José Sócrates, meu antecessor.
Com o argumento de que os portugueses precisam trabalhar mais, o senhor acabou com quatro feriados nacionais, incluindo o de Corpus Christi. Funcionou?
Precisamos ser mais produtivos, mais eficientes e, portanto, mais competitivos. As privatizações são somente uma parte desse processo. A questão dos feriados também. Queremos que os empresários tenham menos receio de contratar novos funcionários, tornando mais flexível o número de horas de trabalho e resolvendo melhor os conflitos trabalhistas. A maioria da população está de acordo com essas mudanças, porque a crise a fez refletir sobre isso.
Por que os gastos públicos portugueses cresceram tanto?
Há duas razões para isso. A de natureza conjuntural é a mesma que afetou os outros países da Europa.
Depois da crise econômica de 2008, o nível de emprego caiu, as despesas sociais aumentaram e a arrecadação declinou.
Com o fim da crise, isso muda.
Há também um componente estrutural, que se refere a um alargamento insensato das responsabilidades do Estado na economia. O fato de Portugal ter entrado na zona do euro facilitou o financiamento de obras e tornou a seleção dos projetos frouxa e pouco exigente. Como resultado, Portugal ganhou uma rede de estradas muito além das nossas necessidades. Não há tráfego que justifique todos os investimentos feitos na malha viária.
Desperdiçamos muito dinheiro em projetos sem retorno financeiro. Sucessivos governos também aumentaram as despesas com gasto de pessoal e serviços sociais, como educação, aposentadorias e seguro-desemprego, que hoje equivalem a toda a receita tributária. O resto é déficit.
Se quisermos um país mais competitivo, o que só pode surgir do lado privado, teremos de reduzir o peso do setor público. Teremos de corrigir também a rede assistencialista de tal modo que aqueles que realmente precisam da ajuda social possam recebê-la, sem abusos.
Quando a economia voltar a crescer, os benefícios sociais vão retornar aos níveis anteriores?
Não.
Nos próximos três anos, de 2012 a 2014, não queremos somente superar os problemas conjunturais. Vamos reestruturar a economia. As grandes obras públicas encomendadas pelo Estado português nos últimos anos deslocaram quase todo o crédito disponível para o setor público, quando ele deveria estar sendo usado mais na iniciativa privada.
Temos de deixar a economia respirar, ser mais aberta ao capital externo, mais focada nos mercados globais. Desse ponto de vista, a atual crise econômica é uma oportunidade para corrigir, entre outros, os desvios existentes nos serviços sociais.
Na crise grega, cogitou-se que o país abandonasse o euro para poder adotar uma moeda própria, menos valorizada, de forma a ganhar competitividade nas exportações. Os portugueses também enxergam um futuro fora da zona do euro?
Não existe ninguém em Portugal com peso político advogando uma saída do euro. Há, ao contrário, uma crença de que o nosso futuro está conectado ao da Europa. Não nos vemos na periferia do bloco, mas como membro destacado da União Europeia. Temos uma tradição atlântica muito ligada à nossa política externa, ao nosso relacionamento com os Estados Unidos, com o Brasil e com os países que falam português na África. Essas relações interessam à Europa.
A presidente Dilma Rousseff disse a Angela Merkel que os pacotes de ajuda aos países europeus jogaram dinheiro demais no mercado, o que inunda os países, entre eles o Brasil, com capitais especulativos. O senhor concorda?
O problema dos capitais especulativos se resolve com regras financeiras globais. A fraca regulação foi uma das causas da crise iniciada em 2008. Os principais bancos centrais do mundo precisam reforçar a vigilância mútua e a troca de informações. O FMI deve ser reformado. Tudo isso é parte de uma agenda global que ainda não teve uma resposta satisfatória.
O senhor conhece bem o Brasil?
Quando fui ao Brasil pela primeira vez, há três anos, tive a impressão de ser uma nação em via de grandes transformações e crescimento, com muitas oportunidades. Há uma distribuição de riqueza melhor do que antes, um processo iniciado com o presidente Fernando Henrique Cardoso, e a criação de uma classe média que passou a funcionar como o motor do crescimento da economia interna. Espero conhecer melhor o Brasil nas próximas ocasiões.
Fernando Henrique Cardoso
No Brasil, "há uma distribuição de riqueza melhor do que antes, um processo iniciado com o presidente Fernando Henrique Cardoso" (Foto: Mark Wilson / Getty Images)
A melancolia do fado serve como metáfora do momento econômico vivido por Portugal?
O fado está sempre em evolução. Mesmo os novos nomes do fado fazem interpretações muito clássicas de temas recorrentes da música portuguesa, mas com propostas criativas e inovadoras. Versões tradicionalíssimas e outras modernas convivem harmoniosamente. O fado tem essa qualidade de se renovar continuamente e se reinventar com novos artistas. Não há um fado. Há muitas versões do fado. A atitude geral, porém, mantém-se em qualquer circunstância. Consiste em matar as nossas misérias, os nossos fatalismos. De certa maneira, ao cantar o fado, nós espantamos os nossos fantasmas. É o contrário do que parece quando ouvimos aquelas letras.
O senhor canta com que frequência?
Muito pouca.
Uma vez por mês, pelo menos?
Atualmente, nem isso. 

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Preocupacao com a lingua, os verbos, a correcao, etc...

Eu sempre tenho preocupação com a língua, tanto que, ao escrever mal, lá vem correção de meus leitores severos, que se preocupam com os cuidados formais em relação à última flor do Lácio, cada vez menos culta e sempre menos bela.
Outra coisa é o verdadeiro significado das palavras, segundo os tempos.
Mas, disso os dicionários cuidam, como este aqui patrocinado por Augusto Nunes, colunista da Veja:
Paulo Roberto de Almeida
Blog de Augusto Nunes
Veja, 14/02/2012
 às 16:49 \ Direto ao Ponto

Glossário atualizado da novilíngua lulista

Em fevereiro de 2010, para socorrer os brasileiros que nem sempre conseguem entender o que diz a turma do PT, o comentarista Marcelo Fairbanks coordenou a edição de um pequeno dicionário da novilíngua lulista, contendo as expressões usadas com mais frequência tanto pelos pastores do rebanho quanto pelas ovelhas. O esforço feito pela companheirada para rebatizar de “concessão” a entrega do controle de três aeroportos à iniciativa privada induziu a coluna a publicar um glossário atualizado do estranho dialeto. Confira:
aloprado. Companheiro pilhado em flagrante durante a execução de bandalheiras encomendadas pela direção do partido ou pelo Palácio do Planalto.
analfabetismo. 1. Deficiência que ajuda um enviado da Divina Providência a virar presidente da República. 2. Qualidade depreciada por reacionários preconceituosos, integrantes da elite golpista e louros de olhos azuis.
asilo político. Instrumento jurídico que beneficia todo companheiro ou comparsa condenado em outros países por crimes comuns ou atos de terrorismo.
base aliada. 1.Bando formado por parlamentares de diferentes partidos ou distintas especialidades criminosas , que alugam o apoio ao governo, por tempo determinado,  em troca de ministérios com porteira fechada (cofres incluídos), verbas no Orçamento da União, nomeações para cargos público, dinheiro vivo e favores em geral. 2. Quadrilha formada por deputados e senadores.
blecaute. Apagão
Bolívar (Simón). Herói das guerras de libertação da América do Sul que reencarnou no fim do século passado com o nome de Hugo Chávez.
bolivariano. Comunista que finge que não é comunista.
Bolsa Família. Maior programa de compra oficial de votos do mundo.
camarada de armas.  Companheiro diplomado em cursinho de guerrilha que só disparou tiros de festim; guerrilheiro que ainda não descobriu onde fica o gatilho do fuzil. (Ex.: Dilma Rousseff e José Dirceu são camaradas de armas.)
cargo de confiança. 1. Empregão reservado a companheiros do PT ou parceiros da base alugada, que nem precisam perder tempo com concurso para ganhar um tremendo salário sem trabalhar. 2. Cala-boca (pop.).
cartão corporativo. Objeto retangular de plástico que permite tungar o dinheiro dos pagadores de impostos sem dar satisfação a ninguém e sem risco de cadeia.
Comissão da Verdade. 1. Grupo de companheiros escalados para descobrir qualquer coisa que ajude a afastar a suspeita, disseminada por Millôr Fernandes, de que a turma da luta armada não fez uma opção política, mas um investimento. 2. Entidade concebida para apurar  crimes cometidos pelos outros.
companheiro. Qualquer ser vivo ou morto que ajude Lula a ganhar a eleição.
concessão. Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos do PT. (Verprivatização).
controle social da mídia. Censura exercida por censores treinados pelo PT para adivinhar o que o povo quer ver, ler ou ouvir. (Verdemocratização da mídia).
corrupção. 1. Forma de ladroagem praticada por adversários do governo. 2. Forma de coleta de dinheiro que, praticada por companheiros, deve ser tratada como um meio justificado pelos fins. 3. Hobby preferido dos parceiros da base alugada.
Cuba. 1. Ditadura que só obriga o povo a ser feliz de qualquer jeito. 2. Forma de democracia que prende apenas quem discorda do governo.
cueca. Cofre de uso pessoal utilizado no transporte de moeda estrangeira adquirida criminosamente.
democratização da mídia. 1. Erradicação da imprensa independente. 2. Entrega do controle dos meios de comunicação a jornalistas companheiros, estatizados ou arrendados. (Ver controle social da mídia). 
ditador. Tirano a serviço do imperialismo estadunidense. (Ver líder).
ditadura do proletariado. Forma de democracia tão avançada que dispensa o povo de votar ou dar palpites porque os companheiros dirigentes sabem tudo o que o povo quer.
erro. 1. Crime cometido por companheiros. 2. Caso comprovado de corrupção envolvendo ministros ou altos funcionários do segundo escalão ou de empresas estatais.
Fernando Henrique Cardoso. 1. Ex-presidente que, embora tivesse ampla maioria no Congresso, fez questão de aprovar a emenda da reeleição com a compra de três votos no Acre só para provocar o PT. 2. Governante que, depois de oito anos no poder, só conseguiu inaugurar a herança maldita.
FHC. 1. Grande Satã; demônio; capeta; anticristo;. satanás; diabo. 2. Assombração que vive aceitando debater com Lula só para impedir que o maior governante de todos os tempos se dedique a ganhar o Nobel da Paz. 3. Sigla que, colocada nas imediações do SuperLula, provoca no herói brasileiro efeitos semelhantes aos observados no Super-Homem perto da kriptonita verde.
líder. Ditador inimigo do imperialismo estadunidense. (Ver ditador).
malfeito. Ato criminoso praticado por bandidos companheiros.
MST. 1. Entidade financiada pelo governo para fazer a reforma agrária e levar à falência a agricultura. 2. Movimento formado por lavradores que não têm terra e, por isso mesmo, não sabem plantar nem colher.
no que se refere. Expressão usada pela Primeira Companheira para avisar que lá vem besteira.
nuncaantesnestepaís. 1. Expressãdecorada pelo Primeiro Companheiro para ensinar ao rebanho que o Brasil começou em 1° de janeiro de 2003 e que foi ele quem fez tudo, menos Fernando Henrique Cardoso. 
ou seja. Expressão usada pelo Primeiro Companheiro para avisar que, por não saber o que dizer, vai berrar o que lhe der na cabeça.
pedra fundamental. Obra do PAC inaugurada antes de começar a ser construída.
privatização:  Entrega ao controle da iniciativa privada de empresas, atividades ou setores administrados até então por governos inimigos do PT. (Ver concessão).
recursos não-contabilizados. 1. Caixa dois. 2. Dinheiro extorquido sem recibo de donos de empresas que enriquecem com a ajuda do governo, empreiteiros de obras públicas ou publicitários presenteados com contratos sem licitação.