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quarta-feira, 19 de maio de 2021

O falso testemunho do falso chanceler - Dora Kramer, Ricardo Rangel (Revista Veja)

 Um falso chanceler só podia mesmo prestar falso testemunho. Não é que seus dizeres na CPI não continham um pingo de verdade: o fato é que eles não contimam sequer um átomo de conexão com os fatos, um miligrama de aderência aos registros dos infelizes dois anos e três meses nos quais ele infelicitou o Itamaraty.

Tão falso quanto o COF do seu guru protetor.

Pailo Roberto de Almeida

Falso testemunho

Dissimulado e manhosamente insolente, o ex-chanceler Ernesto Araújo levou ao ápice o exercício do negacionismo na CPI da Covid ao negar a si mesmo e ao retratar, perante os senadores, uma realidade contrária aos fatos. Numa palavra, mentiu.

Prestou, como testemunha juramentada, um depoimento cuja falsidade esteve expressa nos registros de declarações feitas durante sua gestão exibidos pelos parlamentares. A eles, o diplomata desmentia com desfaçatez: negou a existência dos atritos com a China e alinhamento com os Estados Unidos na era Donald Trump, a despeito das evidências em contrário devidamente documentados na imprensa, nas redes sociais, em aúdios, vídeos e atas de reuniões.

A julgar pelas palavras de Araújo, sob o compromisso de dizer a verdade, a passagem dele pelo ministério das Relações Exteriores foi tão exitosa quanto irrepreensível no tocante à defesa dos interesses do Brasil. Isso depois de ter dito em sua apresentação inicial que a política externa deve se submeter à doutrina do governo de turno e pouco antes de reconhecer que não apenas não pediu como sequer agradeceu ao oxigênio doado pela Venezuela ao Amazonas.

Na versão apresentada pelo ex-chanceler nas respostas aos senadores, o governo Jair Bolsonaro não cometeu ações deletérias nem incorreu em omissões na gestão da pandemia. Eventuais problemas, segundo ele, foram todos decorrência da oposição dos adversários. Ou seja, no relato oferecido por Ernesto Araújo o Brasil chegou à situação presente não por atos do presidente, mas pelo fato de Bolsonaro ser injustamente perseguido em virtudes de suas convicções.

Seriam apenas fantasias não fossem mentiras que configuram falso testemunho prestado à CPI.

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A culpa é do Pazuello

RO ex-chanceler Ernesto Araújo mentiu bastante, esqueceu muito, enrolou uma barbaridade e gaguejou como nunca ninguém jamais gaguejou.

Mas não escapou de deixar claro que o desempenho do governo e o seu próprio foram um desastre no que se refere ao combate à pandemia.

Araújo deveria ter alertado Bolsonaro de que o comportamento hostil do presidente em relação à China e a outros países poderia nos prejudicar, mas não o fez. Deveria ter preservado a relação com a China, mas foi ele mesmo hostil.

Deveria ter insistido com Bolsonaro para responder à carta da Pfizer, mas não o fez. Deveria ter aderido ao acordo celebrado por 130 países (inclusive os EUA) contra fake-news, que tanto atrapalham o combate à Covid, mas não o fez. E muito mais.

Mas Araújo não se espatifou sozinho.

O Brasil foi um dos últimos países do mundo a aderir à Covax Facility, e aderiu na cota mínima de 10%, mas foi por orientação do Ministério da Saúde. Araújo não negociou com a Venezuela, que doou oxigênio para a crise de Manaus, mas foi porque o Ministério da Saúde não pediu. E muito mais.

A chapa de Pazuello vai esquentar ainda mais — se é que isso é possível — na quarta-feira.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

As fraudes do FIES e do ProUni, obras do PT (Veja)

 O PT dilapidou recursos públicos — dos pobres, pois são os que mais pagam impostos no Brasil — para enganar jovens estudantes com a ilusão de um diploma do ensino “superior” (qualquer diploma, mesmo de Faculdades Tabajara) e para dar mais dinheiro ainda a quem já é rico, que foi o que mais o partido fez na presidência, sabendo que parte desse dinheiro voltaria para o partido.

Desde o início me pronunciei contrariamente à demagogia, mas não sabia que ela também tinha provocado uma FRAUDE BILIONÁRIA. 

Paulo Roberto de Almeida

Copio do blog do Orlando Tambosi, 25/02/2021


Dois escândalos do FIES e a farsa da "universidade para todos"


Era óbvio e previsível que muitas faculdades seriam abertas apenas com a intenção de receber recursos do Ministério da Educação, sem qualquer preocupação com a qualidade do ensino. Coluna de Luciano Trigo para a Gazeta do Povo:


A revista “Veja” noticiou nesta semana uma fraude de R$ 1 bilhão no FIES, o programa criado para financiar graduações de alunos carentes em universidades privadas. Segundo a revista, auditores da CGU (Controladoria-Geral da União) identificaram fortes indícios de que recursos do Fundo de Financiamento Estudantil foram desviados para lobistas, servidores e um grupo de instituições de ensino. A Polícia Federal já abriu inquérito.

Há dois escândalos aí.

O primeiro escândalo:

Vamos ao primeiro, o escândalo da fraude, detalhado pela reportagem de “Veja”. O caso teve pouca repercussão e nem chegou a chocar e surpreender, dada a frequência com que a corrupção anda de mãos dadas com o dinheiro público no nosso país. Deveria, sim, causar muita indignação, porque cada real roubado da educação representa um prejuízo muito maior lá na frente – mas, enfim, estamos no Brasil.

Pois bem, mais de R$ 1 bilhão teria sido repassado de forma ilegal para instituições impedidas de participar do FIES por terem dívidas gigantescas junto à Receita Federal e ao Tesouro Nacional. Sempre segundo a revista, a fraude envolveu a ação de lobistas, a falsificação de documentos e a cumplicidade de servidores do MEC: no final do processo, 30% dos valores repassados às universidades pelo Ministério voltavam para Brasília, na forma de propina.

O absurdo não para aí. Suspeita-se que 20 universidades de pequeno e médio porte inventaram estudantes-fantasmas para vitaminar o aporte de recursos públicos: a “Veja” cita o caso de duas faculdades abertas em 2012 em Mato Grosso, que em cinco anos receberam mais de R$ 20 milhões do FIES.

A revista conclui a matéria com uma declaração do ex-ministro da Educação Cristovam Buarque que merece reflexão: “Socialmente, o FIES foi ótimo, economicamente tem sido um desastre, do ponto de vista pedagógico o resultado não é o esperado e, sem dúvida, é maravilhoso para os donos das faculdades”.

Por fim, a reportagem informa, en passant, que o FIES acumula atualmente um prejuízo de... R$ 13 bilhões, provocado pela inadimplência dos alunos que solicitaram o financiamento e, depois de formados, não tiveram condições de pagar a dívida.

É isso mesmo. O valor da inadimplência no FIES é 13 vezes maior que o surrupiado pela corrupção: R$ 13 bilhões. E chegamos assim ao segundo escândalo.

O segundo escândalo:

Este é um escândalo a céu aberto: desde a criação do FIES, a inadimplência só faz aumentar, mas sempre se fez de conta que o problema não existe. Talvez porque não pegue bem chamar a atenção para um fato desagradável: o que essa inadimplência bilionária revela é o equívoco estrutural e conceitual do programa – que, contrariamente às aparências, longe de reduzir a desigualdade, apenas alimenta e reproduz uma dinâmica social perversa e excludente.

O FIES é um programa complementar ao PROUNI – Programa Universidade para Todos, cujo objetivo está explícito no próprio nome: garantir acesso ao ensino superior a todos os brasileiros, independente do mérito, do esforço ou da vocação. Mas o que, à primeira vista, parece muito bonito, bem intencionado e justo do ponto de vista do papel redistributivo do Estado – usar recursos públicos para ampliar o acesso de estudantes carentes ao ensino superior, reduzindo o fosso que separa os mais pobres das universidades – na prática não funciona.

O principal efeito do PROUNI foi, sobretudo nos governos do PT, estimular a criação de centenas de “Uni-esquinas” Brasil afora, instituições caça-níqueis que oferecem cursos de péssima qualidade e distribuem diplomas a rodo sem qualificar ninguém – sem falar no terreno fértil aberto para esquemas de corrupção como o apontado pela reportagem de “Veja”.

Ora, desde sempre era óbvio e previsível que muitas faculdades seriam abertas apenas com a intenção de receber recursos do Ministério da Educação, sem qualquer preocupação com a qualidade do ensino.

Mas talvez a intenção de alguns envolvidos na gestão do programa fosse esta mesmo: não a melhoria e democratização do ensino superior, mas a conquista demagógica de mais votos em troca de diplomas e ilusões. Na prática, recursos acabaram sendo redistribuídos, sim, mas dos pobres – a imensa maioria dos contribuintes – para os ricos – aqueles empresários, políticos e burocratas mal intencionados, sempre dispostos a encontrar uma forma de levar vantagem e usar o sistema a seu favor.

No sistema de educação de qualquer país próspero, como a Coreia do Sul, existe um sistema de seleção que faz com que cheguem à universidade apenas os alunos mais preparados

Mas, mesmo que contasse com a honestidade de todos (não contam) e fossem programas à prova de desvios e de corrupção (não são), o FIES e o PROUNI jamais teriam como dar certo, porque partem de uma premissa errada. Em nenhum país do mundo se cogita garantir, com recursos públicos, universidade para todos – não por maldade ou por aversão aos pobres, mas porque o mercado não absorve esse batalhão de recém-formados que as universidades despejam todos os semestres na vida real – aliás, cada vez mais despreparados.

No sistema de educação de qualquer país próspero, como a Coreia do Sul, existem um afunilamento natural e um sistema de seleção que fazem com que cheguem à universidade apenas os alunos mais preparados, e em quantidade adequada às demandas e a capacidade de absorção do mercado. Se é injusto (e é) que essa competição seja desigual, o caminho é lutar por uma educação básica universal e de qualidade, que mitigue essa diferença de preparo e busque garantir oportunidades iguais para todos os estudantes que quiserem disputar uma vaga, independentemente da sua classe social.

Só quem não tem a mínima noção de como a economia funciona no mundo real pode acreditar que a solução para a educação é uma intervenção do Estado que garanta vagas e diplomas para todos, com o pretexto de proteger os pobres e oprimidos. O resultado dessa intervenção é a mediocrização da qualidade do ensino superior – inevitável, em função das sequelas trazidas do ensino básico ruim.

Somente na utopia de uma sociedade planificada seria possível imaginar que é função do Estado financiar bolsas de ensino superior para toda a população do país. Mas a História demonstra que sociedades planificadas sempre terminam em desastre.

No Brasil, em vez de atacar o problema no ponto de partida – a educação básica – tenta-se resolvê-lo na linha de chegada – garantindo a distribuição de diplomas por meio de cotas e programas de financiamento (na verdade, dinheiro a fundo perdido, já que a inadimplência, como vimos, é bilionária).

“Ain, mas tem que ter vaga para todos sim! Nenhum direito a menos!” Se o objetivo for apenas ter um diploma debaixo do braço, tudo bem: que se abram mais Uni-esquinas e se criem vagas para todos no ensino superior, financiadas com o dinheiro do contribuinte.

Mas qual será o resultado concreto disso? Um exército de desempregados, jovens sem nenhuma qualificação que podem ostentar seu diploma em selfies no Instagram, mas que não encontram emprego nem foram capacitados para competir no mercado. Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o índice de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos já está em 30% (índice muito superior ao do do país, que era de 13,3% na época da pesquisa). E vai piorar.

Não adianta tentar enxugar gelo na linha de chegada: não há cotas nem bolsas que consertem o mal que foi causado no ensino básico. O PROUNI e o FIES podem até criar a ilusão de que uma injustiça histórica e social está sendo reparada, mas na prática o modelo apenas reproduz uma estrutura geradora de desigualdade, mal maquiada pelo discurso de que será distribuindo diplomas universitários que se corrigirá o problema da educação no Brasil. Universidade para todos é uma ilusão. O uso político dessa ideia deveria ser um escândalo.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Bolsonaro prepara uma "marcha sobre Brasília"? - revista Veja, Paulo Roberto de Almeida

 Do portal da Veja, com uma reflexão histórica posterior:


"APOSTA NOS QUARTÉIS
Desde que assumiu a Presidência, Bolsonaro tenta conquistar em nível nacional o apoio das bases das Forças Armadas e das polícias militar, civil e federal, com o objetivo de transformá-las em armas poderosas de seu projeto político. Como mostra matéria na edição de VEJA desta semana, o presidente não economiza recursos nem tempo de sua agenda para sedimentar essa aliança. Só em dezembro passado, ele compareceu a sete cerimônias com militares e policiais, quase uma a cada quatro dias. Já os recursos destinados às Forças Armadas para 2021 subiram mais de 5 bilhões de reais em relação a 2020, enquanto a Saúde perdeu 2,2 bilhões de reais."

PRA:
Ele imagina que assim estará não apenas "protegido" de qualquer incursão de poder "malévolo" – Legislativo, Judiciário – como preparado para o que der e vier.
Quase cem anos atrás, em 1922, Mussolini fez a sua famosa "Marcha sobre Roma", com poucos milhares de camisas pardas, e o idiota do rei lhe atribuiu o encargo de formar um governo. Logo em seguida, ele encomendou a morte de seus "inimigos": o assassinato de líderes liberais e socialistas, inclusive de refugiados em Paris.
Hitler foi mais expedito: um ano depois de tomar o poder, literalmente, incendiando o Parlamento alemão, em 1933, organizou, em 1934, a Noite dos Longos Punhais, quando assassinou todos aqueles "aliados" que poderiam querer tirá-lo do cargo. Foi uma longa noite...
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15/01/2020

sexta-feira, 29 de maio de 2020

Chanceler acidental corta TODAS as informações dos diplomatas - Ediardo Ghirotto (Veja)

Após críticas, Itamaraty cancela clipping internacional para embaixadores

Ernesto Araújo interrompeu o serviço que reunia reportagens da imprensa estrangeira após jornais britânicos publicarem textos contrários a Bolsonaro

Por Edoardo Ghirotto - Atualizado em 29 maio 2020, 10h32 - Publicado em 29 maio 2020, 10h19 

Itamaraty cancelou nesta semana o serviço diário de clipping que reunia reportagens publicadas por veículos de imprensa estrangeiros sobre o Brasil. A decisão foi tomada pelo chanceler Ernesto Araújo após um aumento nas críticas ao presidente Jair Bolsonaro ser registrado na mídia internacional.
Nos últimos dias, até jornais de linha editorial conservadora passaram a criticar a negligência do presidente no combate à pandemia de Covid-19. O jornal britânico Financial Times, tido como a bíblia do mercado financeiro, afirmou que o “populismo de Bolsonaro está levando o país ao desastre”. Outro jornal britânico, o The Daily Telegraph, chamou Bolsonaro de “o homem que quebrou o Brasil”.
Em resposta às críticas, Bolsonaro afirmou que “a imprensa mundial é de esquerda” e que o presidente americano Donald Trump “sofre muito nos Estados Unidos também”.

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Quais são os próximos ministros que podem cair? - Revista Veja

Quem será o próximo a cair?
A queda de Nelson Teich do Ministério da Saúde com menos de um mês de governo revela a instabilidade da equipe do presidente Bolsonaro. Acompanhe quais os ministros e assessores importantes que também balançam no cargo:
 Paulo Guedes, ministro da Economia – Ele não quer sair, nem Bolsonaro quer que saia agora, mas os militares acham que seu receituário liberal perdeu prazo de validade. Os generais com cargo no Palácio do Planalto querem na economia um ministro que fale mais de crescimento econômico e menos de ajuste fiscal. Se dependesse apenas deles, indicariam como novo ministro da Economia o ministro Rogério Marinho, mas aceitam um nome palatável ao mercado como o presidente do BC, Roberto Campos Neto. 
– Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional – Paulo Guedes só se refere ao antigo auxiliar com o adjetivo “desleal”.
– Mansueto Almeida, secretário do Tesouro – Na virada do ano, o secretário pediu para sair, depois de receber boa proposta financeira do mercado privado. Paulo Guedes o convenceu a ficar para criar o Conselho Fiscal da República, que agora ninguém sabe se existirá. Mansueto tem relação agastada com a turma que Guedes trouxe para o ministério, Adolfo Sachsida (secretário de Política Econômica), Carlos da Costa (Produtividade) e Salim Mattar (Desestatização).
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– General Edson Pujol, comandante do Exército – É a principal barreira militar para os arroubos autoritários do presidente. Foi contra a nomeação dos generais Ramos e Braga Neto no ministério por considerar que elas fragilizam a independência do Exército em relação ao governo. Bolsonaro já pensou em trocá-lo pelo general Ramos, mas teme a reação da caserna.
– General Luiz Ramos, responsável pela articulação política – O presidente acha que o general cede demais nas negociações com o Congresso e segue se queixando da falta de uma base de apoio. Ramos culpa o líder do governo Vitor Hugo.
 Deputado Vitor Hugo, líder do Governo na Câmara – É um Highlander. Sobreviveu aos ataques de Onyx Lorenzoni, Joice Hasselmann (quando esta era próxima do Planalto) e chegou a ser extraoficialmente destituído da liderança do governo quando Osmar Terra voltou para a Câmara. Agora, enfrenta Ramos.

As cenas de terror nos hospitais públicos brasileiros e as saídas possíveis para mitigar a crise. Leia nesta edição.Reprodução/VEJA

– Abraham Weintraub, ministro da Educação – O ministro chama mais atenção pelos seus tuítes do que pelas formulações pedagógicas, mas passou do limite na agora famosa reunião ministerial de 22 de abril, quando pediu a prisão dos ministros do STF. A AGU considera que a saída de Weintraub poderia melhorar o desgastado clima do governo com o Supremo.
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– Tereza Cristina, ministra da Agricultura – A competente ministra é atacada nas redes bolsonaristas por defender melhores relações com a China, maior parceiro comercial brasileiro. É inusitado alguém poder perder o emprego por suas qualidades, mas é isso mesmo. 
– Regina Duarte, secretaria da Cultura – A atriz conseguiu uma sobrevida ao defender o regime militar (“ah, sempre houve tortura”), mas ainda é por não enfrentar a esquerda e propor um projeto cultural inspirado ao escritor Olavo de Carvalho

quinta-feira, 23 de abril de 2020

O Brasil de volta ao passado petista - Ricardo Bergamini; Robson Bonin

Aparentemente, como argumenta Ricardo Bergamini, o governo Bolsonaro está de volta aos governos petistas, mas não só no que toca às políticas econômicas, mas igualmente no campo das trapaças políticas e possivelmente na corrupção também.
Paulo Roberto de Almeida 

O Brasil de volta ao passado petista
Prezados Senhores.
Vitória das teses da esquerda, qual seja: responsabilidade e austeridade fiscal é bobagem. Pela milésima vez, fim do sonho liberal no Brasil.
É triste ver um profissional de renome internacional ser tão humilhado e desprezado como foi o Paulo Guedes, nesse plano maluco. Espero que não se humilhe mais e retorne o caminho da roça.
A parte saudável será a volta de nossos velhos amigos liberais ao debate adulto e maduro do pensamento liberal, isento de masturbação mental ideológica.
Vitória ao pensamento liberal: liberdade, igualdade, fraternidade e soberania dos povos.
Ricardo Bergamini 


Bolsonaro abandona Guedes para evitar terminar como Temer
Depois de o coronavírus implodir a pauta do Posto Ipiranga, presidente se move para dar sobrevida à agenda de governo na crise do coronavírus 
Revista Veja, 23 abril 2020

Depois de ouvir o plano do chefe da Casa Civil para colocar o governo no comando de uma espécie de novo PAC, com o orçamento estatal motorizando a economia a partir de grandes obras, Bolsonaro determinou: “Vamos em frente!” Adriano Machado/Reuters
A história do governo de Jair Bolsonaro começou a mudar a partir desta semana. Na crônica política, a quarta-feira será lembrada, no capítulo econômico, como o dia em que o presidente perdeu a fé no Posto Ipiranga.
Paulo Guedes foi atropelado por Walter Braga Netto. Depois de ouvir o plano do chefe da Casa Civil para colocar o governo no comando de uma espécie de novo PAC, com o orçamento estatal motorizando a economia a partir de grandes obras, Bolsonaro determinou: “Vamos em frente!” Antes de mais nada, fica aqui o registro de que Guedes considera a ideia uma maluquice. Espera mostrar isso ao presidente nos próximos dias, convencendo-o a abandonar a tal solução mágica. É a porta estreita de São Lucas. Não há caminho fácil.
Saiba logo no início da manhã as notícias mais importantes sobre a pandemia do coronavirus e seus desdobramentos. Inscreva-se aqui para receber a nossa newsletter
Guedes, que defendia a retomada econômica a partir da força privada, viu o furacão passar sem conseguir se mover. A reunião ocorrida nesta quarta, no Planalto, mudou a agenda do governo e deu novo sentido à pauta econômica. É como se derrubassem as bombas de combustível do posto para instalar no lugar uma loja de material de construção.
“Neste momento de crise, tocar a agenda de retomada do país com o mercado, apostando na iniciativa privada, seria caminhar lento demais para a normalidade. Por isso, o Estado deve ser o tomador de risco nos momentos de grave crise”, explica um auxiliar do presidente.
Da agenda liberal, o país migrará a partir de agora para o que há de mais martelado – e mais perigoso — na tecnologia desenvolvimentista — isso mesmo, caro leitor bolsonarista, aquele bicho feio dos governos do PT.
Com a emergência global do coronavírus justificando medidas drásticas, o governo abrirá, se tudo correr como o plano atual, um período de gastos bilionários e de discursos por menos controles, menos regulação, menos licenciamentos…
“O presidente precisava comunicar ao país que isso estava sendo preparado pelo governo. Daqui para frente, vamos discutir tudo dentro dos ministérios”, disse ao Radar um auxiliar de Bolsonaro. “Será um momento de mexer em marcos regulatórios, um momento de simplificar contratações, licenças, tudo para acelerar a retomada”, complementou.
Bolsonaro topou a empreitada na hora, porque esse discurso fala diretamente ao seu coração político. Bateu na alma. Com a agenda desenganada pela pandemia, acharam uma saída, um discurso diferente para o bolsonarismo tentar variar um pouco a fórmula já cansada do golpe, golpe, golpe…
Cada ministério foi acionado a apresentar uma lista de obras paradas e projetos que poderão fazer parte do plano. A ideia de retomar a construção de eixos de infraestrutura em todas as frentes – rodoviário, ferroviário, aquaviário – voltará com força.
Obras que proporcionem impacto imediato no emprego e renda serão prioridade, mas outros empreendimentos complexos, hoje travados por legislações ou em estudo serão previstos.
O governo diz que fará tudo com mais eficiência, responsabilidade e controle que as gestões petistas. Precisará convencer a audiência de que tocar grandes obras com menos regulação, menos controle e menos licenças resultará em algo melhor que o estrago petista.
Idealizado pela ala política da Esplanada, o plano oferece a Bolsonaro um recomeço no governo que ele mesmo admitiu outro dia parecer terminar antes da hora. Em uma entrevista, ele citou Michel Temer, que liderava uma agenda reformista até o escândalo da delação da J&F explodir, transformando os dias seguintes numa luta pela sobrevivência. Bolsonaro, como Temer, também teria dias para lutar pela sobrevivência do governo até 2022, se continuasse na pauta de Guedes. Preferiu virar a mesa e apostar num plano de gastos públicos formatado em 24 horas para reverter os estragos econômicos da pandemia. Se vai funcionar, é outra história. Guedes, como dito no início do texto, não acredita que vá. A conferir.

[Agora a visão da esquerda:]

Plano Marshall' de Braga Netto enterra a era Paulo Guedes na economia

General determina investimentos de R$ 300 bilhões em infraestrutura. Derrotado, Guedes fala que é a volta do 'modelo Dilma Rousseff'. Chamado de pró-Brasil, o programa, que chegou a ser apelidado inicialmente de Plano Marshall brasileiro, prevê um incremento de R$ 300 bilhões – R$ 250 bilhões em concessões e parceria público privada e outros R$ 50 bilhões de investimento públicos. A coordenação será do ministro Braga Netto.

247 - 23 de abril de 2020


 O governo federal decidiu retomar o Programa de Aceleração do Crescimento, que marcou a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, renomeando o mesmo de 'Pró-Brasil'. Este novo 'Plano Marshall' representa uma derrota decisiva para o modelo neoliberal de Paulo Guedes, que é incapaz de oferecer saídas para a crise econômica. O novo PAC será conduzido pelo general Braga Netto, que assume o papel de homem forte da economia. O programa Pró-Brasil, que o governo anuncia como a panaceia para a recuperação econômica do país após a pandemia do coronavírus, foi lançado nesta quarta-feira (22) pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto. O ministro da Economia, Paulo Guedes não participou do anúncio.  Ele e sua equipe divergem do plano por implicar o aumento do gasto público.

Reportagem de O Estado de São Paulo informa que Braga Netto falou sobre a aceitação unânime do programa em todos os ministérios, mas a ausência de Paulo Guedes é um sinal das divergências. Além disso, não houve anúncio do volume de recursos públicos que pode ser desembolsado.

A primeira reunião de trabalho será na próxima sexta-feira, 24, quando cada ministro vai levar as suas propostas. A fase de estruturação será feita entre maio a julho. Os detalhes dos projetos serão feitos em setembro para a implantação a partir de outubro.

sábado, 18 de janeiro de 2020

Livro revela a face mais obscura de Olavo de Carvalho - Filipe Vilicic (Veja)

Livro revela a face mais obscura de Olavo de Carvalho

Obra assinada por filha mais velha do ideólogo, em parceria com o filósofo e youtuber Henry Bugalho, mostra hipocrisia, contradições e histórias podres

Por Filipe Vilicic - revista Veja, 17 jan 2020
O que fala Heloisa de Carvalho sobre seu pai, Olavo: "Não gosta do Brasil, nem de brasileiros. Jamais gostou. Algo sempre evidente a quem o conhece. Ele só pensa nele mesmo e em como manipular pessoas, com técnicas que aprendeu depois de ter sido internado em um manicômio, do qual saiu sem alta médica" //.
Por que queremos saber da vida privada de um idoso brasileiro de 72 anos que, segundo se conta, fugiu para a Virgínia por ter medo de responder por seus atos no Brasil, cheio de preconceitos, sem formação acadêmica, cujas ideias deturpadas são expostas em um canal escatológico no YouTube, acerca do qual até pouco tempo raríssimos sabiam da existência?
Antes de começar a ler o assustador relato de Heloisa de Carvalho, filha do tão frequente Olavo, no livro Meu Pai, o Guru do Presidente, é preciso compreender o contexto. Conjuntura esta essencial para entender a razão de ser tão importante esclarecer como Olavo de Carvalho moldou a ideologia – o que ele mesmo chama de olavismo, com suas e seus olavetes – responsável por jogar um país inteiro em uma armadilha, um buraco de obscurantismo, anticiência, antivacina… até terraplanista. Uma tentativa de regredir a uma Idade Média que nem existiu no Novo Mundo.
O noticiário de hoje indica a urgência. Ao parafrasear Joseph Goebbels, ministro da Propaganda da Alemanha nazista, Roberto Alvim teve o mérito indireto de indicar para onde se caminha um pensamento epidêmico disseminado por figuras do atual governo federal – com perigo de se tornar delírio coletivo, como já fora em outros momentos de uma história recente demais. Uma ideologia que, em outras datas, se manifestou em preconceitos e insanidades ditas por diversos dos colegas de Alvim, de Ernesto Araújo – cujas intenções não se escondem atrás das menções a Raul Seixas e Renato Russo – a Damares Alves, promotora da abstinência, afeita à interferência na vida privada dos outros.
“Não acredito que Olavo tenha uma linha direta com Jair Bolsonaro, mas influencia a ideologia de todo o governo, doutrinando, com suas falhas de pensamento, pessoas com influência direta no presidente e interferência em políticas públicas. A exemplo de Eduardo Bolsonaro, Araújo e Filipe Martins”. Analisou, em conversa com este colunista, o filósofo e escritor Henry Bugalho, que no YouTube publica vídeos que indicam erros e refuta afirmações de discípulos do guru, como Nando Moura, além do próprio Olavo.
Bugalho conheceu Heloisa, a filha do ideólogo autoproclamado filósofo, quando a mesma comentou em um dos posts dele no canal de vídeos. Depois, realizou uma entrevista com ela, na qual já se indicavam alguns fatos, digamos assim, bizarros da trajetória do pai. Nos últimos meses, trabalhou com ela no livro, do qual é coautor.
“Olavo é o pai de todos nós”, já definiu Eduardo Bolsonaro, ao explicar qual seria o papel de guru reacionário frente a decisões de sua família – e, por extensão, do governo. Pai desses todos a quem se referia, pode até ser. Mas, no que defende Heloisa, não um bom pai para seus próprios filhos.
Enquanto o youtuber Olavo se faz de homem de família, “de bem”, cristão, intelectual, conservador, preocupado com o Brasil e os brasileiros… seu histórico, e revelações de bastidores, escancaram que não é isso. Nada disso. Na real, trata-se do oposto. Abaixo, algumas das tantas revelações da obra, todas pelo testemunho da filha mais velha do senhor dos confins da Virgínia.
– Olavo de Carvalho abandonava os filhos em diversas situações. Exemplo: quando Heloisa, criancinha, encontrou a mãe “desmaiada em uma banheira ensanguentada, com ambos os pulsos cortados”, logo foi pedir socorro a Olavo; achou-o nos braços da amante, sua aluna em um curso picareta de astrologia, desprezando a situação; no hospital, o pai obrigou filhos a ver a figura materna à beira da morte, incluindo uma fala na qual aparentou ridicularizar a mulher;
– Após a esposa ser internada em um manicômio, Olavo levou Heloisa para morar com ele e a amante. Quando o pai viajava, em meio a funções como astrólogo, ou como líder de uma estranha seita islâmica, a amante, mais jovem que ele, mudava-se para a casa da avó. Heloisa, a filha, ia junto? Não. Segunda a mesma, era deixada à própria sorte, em casa, sozinha;
– Numa dessas situações, ela com 10 anos de idade, ladrões invadiram a residência. Por sorte, Heloisa se escondeu dentro do guarda-roupa e não foi achada. Quando retornou à casa, Olavo se deparou com a porta arrombada. Sabia que a filha estava dentro, todavia, por medo de se deparar com bandidos, optou por não adentrar, em amparo a ela (isso mesmo que o guru se orgulhasse de andar sempre armado; inclusive dentro de sua própria casa, por ser o paranoico que tudo se indica ser). Chamou a polícia e se escondeu;
– Nos anos 1980, chefiou duas seitas, uma mística, outra islâmica (uma tariqa). Heloisa destaca que em ambas ele extorquia seguidores – em algo como procurou fazer recentemente, pedindo dinheiro pelo Twitter –, manipulava indivíduos usando até técnicas de hipnose, dentre outras atrocidades;
– Olavo, quando era chamado como Sid Mohammad Ibrahim, teve uma relação poligâmica com três esposas e viveu em uma casa com diversos seguidores, sendo que cabia a ele controlar quem teria direito ao uso de um quarto matrimonial no qual se permitiam relações sexuais;
– O hoje defensor da moralidade realizava rituais que envolviam trocas de casais e abortos ritualísticos;
– Escreve Heloisa: “O guru do conservadorismo e do cristianismo não foi capaz de dar nem um único telefonema para a mãe no leito de morte”.
– Sid Mohammad Ibrahim dizia acreditar em coisas como que encarar um gato seria bom remédio para dor de cabeça; e na importância de ter no porão de sua casa uma barca egípcia, destinada à sua morte (conta-se que o guru chegou a se encerrar, com uma parede de tijolos, no local onde tal barca estaria; e foi resgatado após gritar por socorro);
– Olavo pertenceu ao Partido Comunista e teria participado de um sequestro com cárcere privado;
– Em 1985, tentou recorrer a um advogado do PT, seu vizinho, clamando por auxílio para mover um processo contra a seita Tradição. Foi rejeitado e, segundo me disse Heloisa, está aí a raiz do ódio dele para com o PT – e não nos escândalos de corrupção e afins;
– O ideólogo teria aplicado golpes financeiros em uma editora e também em amigos que o financiavam.
São muitas as revelações escandalosas. Que de nada valeriam se não fosse a relevância tomada por Olavo em meio a este Brasil de polarização, extremistas e secretário de Cultura que soa como Goebbels. Até pouquíssimos anos, Olavo de Carvalho não era só desprezível, como desprezado – por intelectuais, políticos, acadêmicos, jornalistas, quem fosse; naqueles bons tempos em que ele nada representava, servia só de motivo para piadas, para quem acabava se deparando com um de seus péssimos livros, ou com o que regurgitava no Facebook. Vale lembrar, entretanto: nesses mesmos tempos pretéritos, Bolsonaro era outro que se restringia às piadas.
Nos últimos cinco anos, porém, seus discípulos se espalharam por emissoras de rádio, canais de TV, quartéis (em menor escala, ufa!), por autoridades da Justiça… impregnando manifestações, e as redes sociais, com a frase de ordem “Olavo tem razão”. Com rapidez assombrosa a quem não sabia da trajetória desse líder de seita, espalhou-se sua rejeição a verdades factuais, a visão deturpada – quando não beira a criminosa – de intelectuais e cientistas, o ódio a acadêmicos (que nunca lhe deram bola antes), ativistas, supostos comunistas… a tudo aquilo que ele tentou ser, sem êxito.
“Impõe um sentimento de vingança, de revanchismo, que desde que Bolsonaro assumiu a presidência ameaça políticas públicas, como se vê pelas atitudes de Abraham Weintraub no Ministério da Educação”, pontua Henry Bugalho. Não só na Educação. O guru parece ter tido algum grau de influência nas decisões que levaram: um ruralista que parece ter asco da natureza a comandar o Ministério do Meio Ambiente; um diplomata sem expressão a virar chanceler; uma figura com ódio a minorias à frente da pasta de Direitos Humanos; um artista fracassado, com raiva de seus colegas, e dizeres de ministro nazista, a ter a Cultura em mãos; e são tantos e tantos exemplos.

A importância de Olavo para o governo é possível de ser sentida até ao se saber das dificuldades passadas para a publicação Meu Pai, o Guru do Presidente – cuja distribuição está programada para começar hoje (17). Segundo Henry Bugalho, o Ministério da Educação teria ameaçado uma editora que pretendia lançar o título, mas desistiu por tal razão. Hackers ainda teriam tentado derrubar a página de vendas, além de invadido o endereço de e-mail de um editor. O próprio Olavo começou a ameaçar, via redes sociais, sua filha de processos – aliás, no passado ele já processou (e perdeu) Heloisa (seguindo um método que há muito virou sua praxe).
“No futuro, Olavo provavelmente não será recordado ou, se for, a memória será de uma figura que serviu a tempos estranhos e obscuros dos quais quisemos esquecer”, avalia Bugalho. “O meu receio é só que o pensamento dele se internacionalize, com a ajuda de indivíduos como Steve Bannon, contaminando países suscetíveis a isso, como os Estados Unidos. Aí a tragédia seria bem maior, inclusive para o futuro”.
“Meu pai não gosta do Brasil, nem de brasileiros. Jamais gostou. Algo sempre evidente a quem o conhece. Ele só pensa nele mesmo e em como manipular pessoas, com técnicas que aprendeu depois de ter sido internado em um manicômio, do qual saiu sem alta médica”, afirma a filha, em conversa que tive com ela (em breve planejo publicar neste espaço a entrevista completa com Heloisa). “Covarde, medroso, hipócrita. Gostaria que ele vivesse uma vida simples, isolada, sem repercussão”.
Não é o que ocorre. Enquanto isso, Olavo se vende com um homem “de bem”, de consciência limpa, erudito, moralista, cristão, paladino dos valores familiares. Quando nada disso é. Na real, é o oposto do que prega. Nesse ponto, volta a se assemelhar tanto a quem hoje gere o Brasil.

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