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quinta-feira, 21 de abril de 2022

Bolsonaro avalia tirar Carlos França do comando do Itamaraty - Robson Bonin (Veja-Radar)

Minha opinião: eu acho que seria muito ruim para a imagem internacional do Brasil, mas muito bom para a carreira do Carlos França, para que não termine como o ex-chanceler acidental...

Paulo Roberto de Almeida

Bolsonaro avalia tirar Carlos França do comando do Itamaraty
Presidente têm conversado com especialistas da área internacional do governo para encontrar um novo ministro das Relações Exteriores
Por Robson Bonin
Veja (Radar), 21 abr 2022

Descontente com as posições do Itamaraty em discussões internacionais — inclusive em temas recentes no Conselho de Segurança da ONU –, o presidente Jair Bolsonaro começou a ouvir figuras importantes do governo para encontrar um nome que substitua o chanceler Carlos Alberto França no comando do Itamaraty.
A situação do chanceler se deteriorou no Planalto nos últimos meses e piorou bastante nas últimas semanas, quando o Brasil não seguiu países árabes — além de Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido — numa discussão no Conselho de Segurança da ONU que condenava ações terroristas no Oriente Médio. Bolsonaro, ao ser cobrado sobre a posição da diplomacia brasileira, sequer havia sido informado pelo chanceler do assunto.
Diante da crise provocada pela falta de apoio do Brasil a países árabes, Bolsonaro enviou o almirante Flávio Rocha, secretário Especial de Assuntos Estratégicos, aos Emirados Árabes para desfazer o mal estar criado pela posição brasileira. A troca de comando na diplomacia brasileira é questão de tempo.


quinta-feira, 23 de abril de 2020

O Brasil de volta ao passado petista - Ricardo Bergamini; Robson Bonin

Aparentemente, como argumenta Ricardo Bergamini, o governo Bolsonaro está de volta aos governos petistas, mas não só no que toca às políticas econômicas, mas igualmente no campo das trapaças políticas e possivelmente na corrupção também.
Paulo Roberto de Almeida 

O Brasil de volta ao passado petista
Prezados Senhores.
Vitória das teses da esquerda, qual seja: responsabilidade e austeridade fiscal é bobagem. Pela milésima vez, fim do sonho liberal no Brasil.
É triste ver um profissional de renome internacional ser tão humilhado e desprezado como foi o Paulo Guedes, nesse plano maluco. Espero que não se humilhe mais e retorne o caminho da roça.
A parte saudável será a volta de nossos velhos amigos liberais ao debate adulto e maduro do pensamento liberal, isento de masturbação mental ideológica.
Vitória ao pensamento liberal: liberdade, igualdade, fraternidade e soberania dos povos.
Ricardo Bergamini 


Bolsonaro abandona Guedes para evitar terminar como Temer
Depois de o coronavírus implodir a pauta do Posto Ipiranga, presidente se move para dar sobrevida à agenda de governo na crise do coronavírus 
Revista Veja, 23 abril 2020

Depois de ouvir o plano do chefe da Casa Civil para colocar o governo no comando de uma espécie de novo PAC, com o orçamento estatal motorizando a economia a partir de grandes obras, Bolsonaro determinou: “Vamos em frente!” Adriano Machado/Reuters
A história do governo de Jair Bolsonaro começou a mudar a partir desta semana. Na crônica política, a quarta-feira será lembrada, no capítulo econômico, como o dia em que o presidente perdeu a fé no Posto Ipiranga.
Paulo Guedes foi atropelado por Walter Braga Netto. Depois de ouvir o plano do chefe da Casa Civil para colocar o governo no comando de uma espécie de novo PAC, com o orçamento estatal motorizando a economia a partir de grandes obras, Bolsonaro determinou: “Vamos em frente!” Antes de mais nada, fica aqui o registro de que Guedes considera a ideia uma maluquice. Espera mostrar isso ao presidente nos próximos dias, convencendo-o a abandonar a tal solução mágica. É a porta estreita de São Lucas. Não há caminho fácil.
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Guedes, que defendia a retomada econômica a partir da força privada, viu o furacão passar sem conseguir se mover. A reunião ocorrida nesta quarta, no Planalto, mudou a agenda do governo e deu novo sentido à pauta econômica. É como se derrubassem as bombas de combustível do posto para instalar no lugar uma loja de material de construção.
“Neste momento de crise, tocar a agenda de retomada do país com o mercado, apostando na iniciativa privada, seria caminhar lento demais para a normalidade. Por isso, o Estado deve ser o tomador de risco nos momentos de grave crise”, explica um auxiliar do presidente.
Da agenda liberal, o país migrará a partir de agora para o que há de mais martelado – e mais perigoso — na tecnologia desenvolvimentista — isso mesmo, caro leitor bolsonarista, aquele bicho feio dos governos do PT.
Com a emergência global do coronavírus justificando medidas drásticas, o governo abrirá, se tudo correr como o plano atual, um período de gastos bilionários e de discursos por menos controles, menos regulação, menos licenciamentos…
“O presidente precisava comunicar ao país que isso estava sendo preparado pelo governo. Daqui para frente, vamos discutir tudo dentro dos ministérios”, disse ao Radar um auxiliar de Bolsonaro. “Será um momento de mexer em marcos regulatórios, um momento de simplificar contratações, licenças, tudo para acelerar a retomada”, complementou.
Bolsonaro topou a empreitada na hora, porque esse discurso fala diretamente ao seu coração político. Bateu na alma. Com a agenda desenganada pela pandemia, acharam uma saída, um discurso diferente para o bolsonarismo tentar variar um pouco a fórmula já cansada do golpe, golpe, golpe…
Cada ministério foi acionado a apresentar uma lista de obras paradas e projetos que poderão fazer parte do plano. A ideia de retomar a construção de eixos de infraestrutura em todas as frentes – rodoviário, ferroviário, aquaviário – voltará com força.
Obras que proporcionem impacto imediato no emprego e renda serão prioridade, mas outros empreendimentos complexos, hoje travados por legislações ou em estudo serão previstos.
O governo diz que fará tudo com mais eficiência, responsabilidade e controle que as gestões petistas. Precisará convencer a audiência de que tocar grandes obras com menos regulação, menos controle e menos licenças resultará em algo melhor que o estrago petista.
Idealizado pela ala política da Esplanada, o plano oferece a Bolsonaro um recomeço no governo que ele mesmo admitiu outro dia parecer terminar antes da hora. Em uma entrevista, ele citou Michel Temer, que liderava uma agenda reformista até o escândalo da delação da J&F explodir, transformando os dias seguintes numa luta pela sobrevivência. Bolsonaro, como Temer, também teria dias para lutar pela sobrevivência do governo até 2022, se continuasse na pauta de Guedes. Preferiu virar a mesa e apostar num plano de gastos públicos formatado em 24 horas para reverter os estragos econômicos da pandemia. Se vai funcionar, é outra história. Guedes, como dito no início do texto, não acredita que vá. A conferir.

[Agora a visão da esquerda:]

Plano Marshall' de Braga Netto enterra a era Paulo Guedes na economia

General determina investimentos de R$ 300 bilhões em infraestrutura. Derrotado, Guedes fala que é a volta do 'modelo Dilma Rousseff'. Chamado de pró-Brasil, o programa, que chegou a ser apelidado inicialmente de Plano Marshall brasileiro, prevê um incremento de R$ 300 bilhões – R$ 250 bilhões em concessões e parceria público privada e outros R$ 50 bilhões de investimento públicos. A coordenação será do ministro Braga Netto.

247 - 23 de abril de 2020


 O governo federal decidiu retomar o Programa de Aceleração do Crescimento, que marcou a gestão da ex-presidente Dilma Rousseff, renomeando o mesmo de 'Pró-Brasil'. Este novo 'Plano Marshall' representa uma derrota decisiva para o modelo neoliberal de Paulo Guedes, que é incapaz de oferecer saídas para a crise econômica. O novo PAC será conduzido pelo general Braga Netto, que assume o papel de homem forte da economia. O programa Pró-Brasil, que o governo anuncia como a panaceia para a recuperação econômica do país após a pandemia do coronavírus, foi lançado nesta quarta-feira (22) pelo ministro da Casa Civil, general Braga Netto. O ministro da Economia, Paulo Guedes não participou do anúncio.  Ele e sua equipe divergem do plano por implicar o aumento do gasto público.

Reportagem de O Estado de São Paulo informa que Braga Netto falou sobre a aceitação unânime do programa em todos os ministérios, mas a ausência de Paulo Guedes é um sinal das divergências. Além disso, não houve anúncio do volume de recursos públicos que pode ser desembolsado.

A primeira reunião de trabalho será na próxima sexta-feira, 24, quando cada ministro vai levar as suas propostas. A fase de estruturação será feita entre maio a julho. Os detalhes dos projetos serão feitos em setembro para a implantação a partir de outubro.