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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Seminário “Taxação sobre fluxos financeiros para um mundo melhor” - artigo Paulo R. Almeida

Seminário “Taxação sobre fluxos financeiros para um mundo melhor”
Comentários de quem acha que o mundo seria melhor sem taxação
Paulo Roberto de Almeida

1. O que se pretende
O IPEA, essa instituição estatal de pesquisas econômicas aplicadas que já teve melhor reputação no mercado de idéias e na recomendação de políticas econômicas, fará realizar, em Brasília, nos dias 10 e 11 de junho, um seminário que tem como tema “Taxação sobre fluxos financeiros para um mundo melhor”.
Sem pretender me pronunciar sobre um seminário de dois dias que não sei exatamente o que apresentará – e sobretudo o que resultará – como discussões relevantes sobre tema tão importante, permito-me, entretanto, formular alguns comentários preliminares sobre o evento em questão, com base em meus princípios habituais: ceticismo sadio, questionamento de conceitos, exame do registro histórico – para conferir os antecedentes eventualmente similares – e uso de algumas poucas evidências econômicas, que respondem mais ao bom senso do que a cálculos econométricos muito elaborados.
Começo pelo título do seminário em questão, que já revela todo um programa, ou melhor, toda uma filosofia que é preciso destacar: “Taxação sobre fluxos financeiros para um mundo melhor”. Existe uma evidente conexão entre as duas partes da frase, e ela não é inocente.
Ou seja, existe uma pressuposição implícita – ou até explícita, se preferirem – quanto a que a taxação dos fluxos financeiras só pode resultar num mundo melhor. Não vou afirmar o contrário, desde já, pois poderia ser considerado pouco científico, mas vou simplesmente questionar o subjetivismo do título, que não me parece pertencer ao mundo das boas práticas acadêmicas: poderiam ter sido acrescentado um simples ponto de interrogação, ou ter deixado a questão em aberto, mas os organizadores parecem ter partido da hipótese de que a taxação, em si e por si, constitui uma boa coisa para o mundo (resta saber de qual mundo estão falando).
Ora, se partirmos do pressuposto que qualquer carga adicional sobre os fatores de produção – trabalho, terra, capital – distorce suas condições de utilização, ou seus valores de mercado, deveríamos ser pelo menos céticos quanto às “bondades” da taxação, de qualquer taxação sobre fatores de produção (governos racionais escolhem, em geral, taxar o consumo ou a renda, e também o patrimônio, mas este já um efeito da renda). A economia corrente, pelo menos aquela que se aprende nas boas faculdades de economia, começa pela teoria dos preços, que nada mais é do que a microeconomia aplicada, ou seja, utilização de fatores de produção em condições alternativas de custo-oportunidade. Se um dos fatores vem gravado por um elemento extra-econômico – e os impostos são uma decisão fundamentalmente política, de escolha política, não uma realidade decorrente da utilização desse fator em condições normais de mercado – já se tem uma distorção da utilização desse fator por critérios que não têm mais a ver com a raridade ou escassez relativa desse fator. Esse é o principal elemento em qualquer cálculo econômico. Mas talvez essas “questiúnculas” de economia política não preocupem os organizadores do seminário, que não devem levar em alta consideração aquilo que se chama de “mainstream economics”.
Pode-se registrar, também, que no segundo dia do seminário, será lançado o livro Globalização para todos: Taxação solidária sobre os fluxos financeiros internacionais, editado pelo Ipea e organizado por Marcos Antonio Macedo Cintra, Giorgio Romano Schutte e Andre Rego Viana. Bem, não deixa de ser uma ironia, talvez involuntária dos organizadores. Taxação solidária? Solidária com quem? Só se for com a Receita Federal do Brasil, esse grande corpo que se estende sobre o conjunto da sociedade e tenta parecer simpático aos olhos dos cidadãos, dizendo assim: “Desculpe meter a mão no seu bolso, e no caixa das empresas: só estou tentando ser solidário com quem não tem renda para contribuir para a felicidade geral da nação...” Se alguém já viu alguma imposição solidária é por que gosta de uma contradição nos termos. Mais passons...
Segundo informam os organizadores, também será lançada a versão em português do relatório final do Grupo Internacional de Peritos sobre a taxação de fluxos financeiros. “Onze países, entre os quais Brasil, Chile, Espanha, Alemanha, Grã-Bretanha e Japão, entraram no grupo com a França, que liderou uma Força-Tarefa para apresentar a viabilidade técnica e política da taxação”. O presidente do Ipea, Marcio Pochmann, integrou o Grupo de Peritos. Bem, sinto informar, mas a última reunião do G20 financeiro, realizada em Busan (na Coréia do Sul), acaba de rejeitar esse tipo de proposta, suponho que para grande frustração dos organizadores do seminário. No começo é sempre difícil, e não hesito em afirmar que os mais ativos vão continuar tentando (o Japão, aliás, foi um dos países que se opuseram à ideia).

2. Os objetivos do seminário
Passemos agora aos objetivos do seminário: ele “debaterá a crise internacional financeira, o financiamento do desenvolvimento e a viabilidade técnica de uma taxação sobre transações cambiais”. São três temas interconectados mas na necessariamente vinculados operacionalmente, do ponto de vista de decisões de política econômica. Crises são tão recorrentes no capitalismo quanto as dores de cabeça na vida corrente: acabam acontecendo quando menos se espera (não necessariamente pelas causas frequentemente apontadas). Existem bons livros sobre as crises, desde os clássicos de Charles Kindleberger até o mais recente de Kenneth Rogoff e Carmen M. Reinhart: This Time is Different: Eight Centuries of Financial Folly (Princeton: Princeton University Press, 2009; US$ 35.00; ISBN: 978-1-4008-3172-2; já traduzido e publicado no Brasil). Incrível como as pessoas não aprendem nada com as velhas crises. Digo isto porque estou lendo agora o livro de Liaquat Ahamed, Lords of Finance (Londres: Windmill, 2010), que trata da crise de 1929 e dos banqueiros centrais que quebraram o mundo, e parece que seus atuais sucessores não aprenderam nada mesmo: continuam mantendo os juros em taxas irrealistas e permitindo o surgimento de bolhas especulativas que os próprios governos estimulam. Suponho que os organizadores do seminário considerem que são os mercados que criam as crises financeiras, assim, apenas por irracionalidade implícita ao sistema.
Já o financiamento do desenvolvimento é uma tarefa de Sísifo, que vem sendo tentado há pelo menos seis décadas, sem resultados muito brilhantes até aqui. Recomendo, para essa questão, a leitura deste livro de William Easterly, The White Man’s Burden: Why the West’s Efforts to Aid the Rest Have Done So Much Ill and So Little Good (New York: Penguin Books, 2007), e posso remeter à leitura deste meu artigo recente: “Falência da assistência oficial ao desenvolvimento”, Mundorama (24.05.2010; link: http://mundorama.net/2010/05/24/a-falencia-da-assistencia-oficial-ao-desenvolvimento-por-paulo-roberto-de-almeida/).
Finalmente, quanto à “viabilidade técnica de uma taxação sobre transações cambiais”, esta é uma questão que remete às demandas dos antiglobalizadores desde o início de sua ação mais ofensiva, digamos assim, tendo o primeiro movimento a propor esse tipo de imposto específico sido um grupo de militantes associados ao Le Monde Diplomatique (Bernard Cassen, Ignácio Ramonet) que criaram a Attac, que tem esse sugestivo nome como acrônimo de Association pour la Tobin Tax et en Appui aux Citoyens. Curioso que o próprio economista James Tobin, quem primeiro propôs esse tipo de taxação sobre transações cambiais, recusou depois a viabilidade da ideia e recusou, expressamente, qualquer vinculação com as atividades dos antiglobalizadores – ou altermundialistas, como eles preferem ser chamados, com alguma arrogância e certamente muito exagero – por julgar que a medida carecia de eficácia econômica ou qualquer sentido prático. Não obstante, o pessoal continua tentando, sobretudo por ocasião dos ruidosos encontros do Fórum Social Mundial. Tenho escrito muito sobre a proposta e sobre os movimentos em causa, e vários artigos meus podem ser encontrados em meu site ou meus blogs (bastante buscar por antiglobalização).

3. Vejamos agora os temas
No primeiro dia, o seminário será aberto com três palestras que suponho serão concordantes com o objetivo explícito no tema central: taxar os capitais: Samuel Pinheiro Guimarães, Ministro-Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcio Pochmann, presidente do Ipea, e, possivelmente Celso Amorim, Ministro de Relações Exteriores, devem se pronunciar favoralmente à ideia. Depois teremos expositores da Cepal, da AFL-CIO, do Instituto de Economia da Unicamp e do próprio Ministério da Fazenda, em apresentações coordenadas pelo Deputado Federal Ricardo Berzoini (PT-SP). Alguém espera que algum deles seja contra a ideia de se taxar fluxos de capitais, especialmente “especulações” cambiais?
Depois de um outro painel voltado para o “Financiamento do Desenvolvimento e os Objetivos do Milênio” – que aposto que recomendará o aumento das contribuições, doações voluntárias, transferências, ajudas, enfim todo tipo de assistência oficial ao desenvolvimento, com os resultados que se sabe – o primeiro dia termina pela discussão central: “Viabilidade técnica de uma taxação sobre transações cambiais”. Os expositores serão um canadense de um Instituto Norte-Sul, um professor belga, especialista em direito internacional e tributário, e um conhecido keynesiano do Instituto de Economia da UFRJ, sob coordenação de um funcionário do MRE, atuando como debatedor um funcionário do Departamento de Assuntos Internacional do Banco Central. Permito-me especular que este último será, possivelmente, o único neutro do grupo, que deverá confirmar a viabilidade do objeto central do seminário (do contrário não teria graça, realizar um seminário que fosse contra os objetivos dos organizadores). Estou sendo preventivamente enviesado, eu sei, mas é que certas deduções são fáceis de fazer.
O segundo dia será ainda mais “focalizado”, digamos assim, pois começa com um painel voltado a “Como mobilizar apoio político?”. Sob coordenação do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), falarão um coordenador da campanha Robin Hood (vocês conhecem, aquele que roubava dos ricos para dar aos pobres), um outro representante da Associação pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos Cidadãos (a já mencionada Attac, da França), um duplo representante do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Rede Brasileira Pela Integração dos Povos (Rebrip), mais um deputado do PT gaúcho, a terra do FSM. Alguém imagina que esses expositores deixarão de mencionar a mobilização da sociedade civil, dos trabalhadores, dos movimento sociais, em favor da taxação dos horríveis fluxos de capitais? Não existe o menor risco (se me permitem a antecipação especulativa).
Enfim, este o programa e os temas, e suponho que poucos, se alguém, poderão colocar em dúvida o acertado da ideia e das propostas em favor da “globalização para todos” e da “taxação solidária”, nome, como já mencionei, de um belo livro que aguardo para ler na primeira oportunidade. Considerando-se que não vou assistir ao seminário, que não conheço as obras sendo lançadas, e que não posso acompanhar sequer as matérias que estão sendo, ou que serão, lançadas sobre o seminário e seus principais temas, resulta algo estranho que me expresse – preventivamente, vale lembrar – sobre seu objeto central. Faço-o, no entanto, num espírito puramente acadêmico, voltado, como sempre, para o debate de ideias e a proposição de políticas públicas em áreas relevantes de interesse coletivo. Com perdão pela intromissão em seara alheia, aqui vão meus comentários esparsos.

4. A taxação de capitais criaria um mundo melhor?
A suposição dos organizadores é, obviamente, afirmativa, do contrário não teriam convocado um seminário, e convidado pessoas possivelmente concordantes (a quase 100%, se me permito antecipar) com a ideia e o princípio da taxação, para dele resultar outra proposta que não a que está previamente encomendada. Começo, portanto, por ressaltar o espírito pouco acadêmico do seminário em questão, que não se abre ao debate contraditório, mas seleciona participantes em função de sua adesão ao que poderíamos chamar de “filosofia da coisa”.
Como eu sou cético por natureza, mas também porque procuro manter um ambiente de debate acadêmico no qual se valoriza o debate socrático em busca da verdade, permito-me questionar os fundamentos do seminário e sua filosofia geral. Por que a taxação sobre fluxos de capitais seria uma contribuição para um mundo melhor? A resposta implícita a esta questão, do ponto de vista dos organizadores, seria porque os fluxos de capitais são desestabilizadores ou apresentam efeitos nefastos, incontroláveis, para as atividades econômicas dos países, que devem, em conseqüência, manter esses fluxos sobre estrito controle, para impedir seus efeitos perversos. A outra suposição é a de que os reguladores estatais conseguem determinar o que é bom para a economia, podendo assim regular esses fluxos, para que eles representem apenas efeitos benéficos, eventualmente pela via da tributação.
Vejamos a questão por um outro ângulo. Desde os albores da humanidade, a divisão do trabalho – sexual, social e crescentemente especializada – tem sido um dos fatores impulsionadores do crescimento econômico e da produtividade, sendo que a primeira pode eventualmente ocorrer sem a segunda, mas a segunda é feita expressamente para permitir maior crescimento econômico, maior eficiência produtiva e uso mais racional dos fatores de produção. Pois bem, o capital é, junto com o trabalho, um dos mais importantes fatores de produção, existindo sob diversas formas, e não apenas como liquidez financeira. Aliás, a conjunção de ambos, sob a forma de conhecimento (necessariamente embutido em pessoas, ou na memória coletiva da sociedade), é também um fator de produção que vários economistas distinguem dos tradicionais. A terra é sinônimo de recursos naturais, e a ciência econômica vem lutando, ainda, para incorporar a degradação ambiental nos cálculos econômicos da nova economia.
Com a exceção (certamente não absoluta) dos recursos naturais, a circulação dos fatores produtivos é um dos melhores expedientes para melhorar a sua alocação segundo princípios de eficiência e custo-oportunidade, ou seja, sua remuneração em função da escassez relativa. Enfim, tudo isso é um beabá da economia, normalmente ensinado nos cursos de Economics 101 e 301 nas faculdades americanas, ou nos semestres de introdução à economia nas faculdades brasileiras. Se o pressuposto é verdade, qualquer taxação sobre o fator em questão incidirá negativamente sobre sua eficiência alocativa, já que alterando as condições sob as quais aquele fator viria a se deslocar entre os sistemas econômicos, diminuindo, portanto, os retornos esperados.
Países que carecem de capital, e que necessitam importá-lo, não têm nenhum interesse em taxá-lo, pois o único efeito da medida é o de aumentar o seu custo para os usuários (empresários, consumidores, governo, enfim, agentes econômicos em geral). Autoridades econômicas podem ter interesse em modular o afluxo de capital em função do meio circulante (e seus efeitos inflacionários), o que pode ser obtido por taxação temporária ou outros mecanismos de esterilização. Mas, independentemente dos efeitos eventualmente ou potencialmente desestabilizadores dos fluxos de capitais, o princípio geral que deveria prevalecer seria o de que maior fluxo de capitais, sem restrições de qualquer espécie, é mais benéfico do que negativo do ponto de vista da estrita racionalidade econômica. Trata-se de uma realidade tão evidente que ela merece poucas comprovações empíricas para sustentar-se materialmente.
Tributar o trabalho ou tributar o capital torna qualquer sistema econômico menos eficiente, não mais eficiente, e isso vale para qualquer época e qualquer lugar. Empiricamente, sistemas econômicos nacionais que apresentam menor tributação sobre esses dois fatores costumam “entregar” maiores taxas de crescimento, que outros que taxam pesadamente esses dois fatores. Existem dezenas de estudos a respeito, assim como existem abundantes dados estatísticos (da OCDE, em primeiro lugar) que comprovam essa verdade elementar. Por que, então, defender a taxação dos fluxos de capitais? Vamos tentar compreender as razões dos propositores.

5. Fluxos de capitais são desestabilizadores?

Existem muitas maneiras de responder a esta questão, seja pela teoria econômica, seja pela prática da política econômica, seja ainda pelo exame dos casos mais flagrantes de desestabilização concreta, no curso da era contemporânea. Creio que, por razões de economia de espaço, bastaria fazer algumas perguntas simples.
Especuladores – a razão sempre invocada para regular impositivamente os fluxos de capitais – são capazes de desestabilizar um sistema? Talvez, mas uma realidade muito simples deve ser lembrada: especuladores apenas atuam em face de desequilíbrios reais e potenciais dos próprios fundamentos da economia. O que isso quer dizer? Nenhum ataque especulativo contra uma economia – fuga de capitais, manipulações nos mercados cambiais – é suscetível de manter-se se a economia apresenta fundamentos sólidos. Quando é que a economia deixa de apresentar fundamentos sólidos?
Pergunta complexa, mas a resposta é muito simples. Orçamentos equilibrados, um comportamento fiscal responsável, câmbio respondendo à demanda e oferta da moeda nacional e as principais divisas dos intercâmbios externos, juros de referência compatíveis com os equilíbrios de mercado – que são os que neutralizam demandas de poupadores e investidores – e emissão monetária condizente com a dinâmica econômica estão na origem de uma economia sólida. Quando os governos – e são sempre os governos que atuam nos principais indicadores macroeconômicos – buscam se desviar (sempre por razoes mais políticas do que econômicas) desses equilíbrios fundamentais, eles criam as condições para a atuação dos especuladores.
Fugas de capitais – que são as que impactam o câmbio e o balanço de pagamentos – ocorrem quando a política econômica é errática, prejudicial aos agentes econômicos ou imprevisível aos olhos destes últimos, ou quando os governos, justamente, impõem uma taxação abusiva sobre esse importante fator de produção. A dependência em relação aos capitais externos ocorre quando o governo gasta mais do que arrecada e quando ele não consegue se abastecer de modo satisfatório no mercado interno. Muito se falou, por exemplo, de que a Grécia teria sido “vítima” dos grandes banqueiros ou dos “especuladores” habituais. Mas a pergunta correta deve ser esta: quem obrigou a Grécia – ou seu governo – a se entregar nas mãos dos “donos do capital”, ou dos “especuladores”? Quem forçou o país mediterrâneo a depender desse aporte de capitais externos e, depois, a maquiar suas contas públicas para que elas não registrassem esses desequilíbrios inconsistentes com uma “boa” situação econômica?
Por outro lado, o afluxo indesejado de capitais ocorre geralmente quando a taxa de juros interna é superior, numa proporção razoável – ou seja, cobrindo a inflação e os riscos cambiais em dois ou mais pontos – aos juros de referência nos principais mercados mundiais. E por que os juros de um país precisam ser superiores aos de outros países: Isso ocorre geralmente quando o governo precisa reter os capitais nacionais, ou atrair os capitais externos, em virtude de desequilíbrios nas suas contas públicas ou nas transações correntes do balanço de pagamentos. Juros muito baixos – artificialmente deprimidos, como ocorreu nos EUA de 2001 a 2005 – ou juros muito altos provocam, naturalmente, esses efeitos desestabilizadores na economia, podendo provocar bolhas especulativas ou fugas de capitais (que começam pelos próprios capitais nacionais, obviamente, que são os mais bem informados).
Não existe, em economia, maior tolice do que culpar os “mercados” por esses movimentos repentinos ou sustentados de capitais e de fatores de produção, essas alterações nos principais preços de mercado, em “desalinhamento” aos objetivos dos governos. Mercados são, por princípio e por definição, impessoais, incontroláveis e imprevisíveis, já que respondendo à ação não coordenada de milhares de agentes que buscam a maximização de seu bem estar com base nas informações de que dispõem esses agentes (sempre imperfeitas, obviamente). Culpar os mercados pela instabilidade na economia representa algo como culpar o movimentos do ventos pelos tornados, furacões e outras fatalidades naturais: os movimentos dos mercados ocorrem porque forças muito profundas se puseram em marcha, geralmente em contraposição ao que espera ou deseja o governo, que é uma força poderosa mas não onipotente (e, sobretudo, não onisciente).
Vários dirigentes, desde 2008, criticaram os mercados financeiros “não regulados” pela crise que se abateu sobre os EUA e depois sobre o mundo a partir de 2007-2008, quando os mercados financeiros são dos mais regulados que possam existir. Poucos se lembram dos juros desalinhados, do câmbio artificialmente valorizado (ou desvalorizado), dos gastos correntes superiores às possibilidades da arrecadação, do volume da dívida pública exageradamente elevado. Dizer que os mercados não conseguem se corrigir a si mesmos é, também, uma das maiores impropriedades que possam existir, pois os mercados sempre se corrigem a si mesmos, tão pronto os agentes econômicos tomam consciência de que os resultados não serão aqueles esperados (mas isso pode demorar certo tempo, dependendo das informações disponíveis).

6. Fluxos de capitais devem ser taxados?
De tudo o que foi argumentado acima, conclui-se, facilmente, que sou manifestamente contrário à taxação dos fluxos de capitais, por considerar esse tipo de medida irracional, ineficiente, prejudicial aos agentes econômicos criadores de riqueza e, sobretudo, uma medida que mascara as reais condições da economia, eventualmente em contradição com os dados dos mercados. Trata-se de um custo auto-imposto – ou melhor, imposto pelo governo aos agentes – que simplesmente aumenta os custos de transação, diminuindo, portanto, a competitividade da economia nacional assim taxada em face de outros sistemas econômicos com os quais ela se encontra em competição.
Como disse uma vez Milton Friedman, “as pessoas sabem gastar o seu dinheiro melhor que qualquer governo”, o que também se aplica ao fato de ganhar esse dinheiro, que é sempre pela via produtiva, uma vez que governos são sempre tentados a “produzir” dinheiro pela via das emissões. Há uma evidente correlação entre a taxação interna e a “externa”, pois que governos muito “impositivos” costumam produzir, antes de qualquer outra coisa, elisão e evasão fiscais. O Brasil é um caso típico nessa categoria, já que são notórios tanto a alta carga fiscal em vigor quanto o alto grau de “informalidade” do sistema, que é uma espécie de “fuga de capitais” em curso no plano doméstico. É evidente, aos olhos de qualquer primeiro-anista de economia que uma taxação moderada no plano interno provocaria muito mais empreendimentos produtivos, em maior taxação relativa para o governo, fossem as alíquotas e os procedimentos tributários mais reduzidos e mais simples. Como se vê, os mercados sempre se auto-regulam, por mais que se esforcem os governos para provar o contrário.
Não tenho mais nada a acrescentar como comentário ao seminário do Ipea, em Brasília: apenas acho que expositores e organizadores participam de um esforço de auto-ilusão: eles acham que podem “domar” os capitais e os mercados, quando o único “resultado” que provocam é fuga de capitais, ineficiência geral do sistema, aumento de custos para os empresários e consumidores. Tenho alguma esperança de que eles venham a pensar diferente? Nenhuma, para ser muito objetivo. Apenas espero que outros que eventualmente me leiam concordem comigo em que se trata de um exercício por um lado patético, por outro lado inútil. Os mercados farão exatamente aquilo que sempre fizeram e continuarão a fazer: corrigir as bobagens dos governos punindo-os por criarem desequilíbrios implícitos a políticas econômicas desalinhadas ou por adotares medidas artificiais de “correção” dos “desequilíbrios” supostos dos mercados.
Não se pode esperar que todos os acadêmicos sejam racionais: mas se pode apontar suas contradições como naquela história das roupas novas do imperador. Expor alguns arrogantes ao ridículo de terem suas ideias desbaratadas pela simples racionalidade econômica é a maneira mais simples de tentar restabelecer um pouco de bom senso na sociedade.

Paulo Roberto de Almeida
Shanghai, 8 de junho de 2010.

A pedidos, a volta das Falacias Acadêmicas (aguardem novas...)

Tinha recebido "reclamações" por causa da interrupção da minha série sobre as Falácias Acadêmicas (elas são tantas, que se pode ter aquela sensação que os franceses chamam de "embarras du choix").
Bem, como naquela canção do Roberto Carlos, eu voltei (tem também a de Nelson Gonçalves, para os mais velhos, mas esta se refere aos boêmios), desta vez tratando do colonialismo.
Acaba de ser publicada:

2140. “Falácias Acadêmicas 14: o mito do colonialismo como causador de subdesenvolvimento
Shanghai, 9 maio 2010, 19 p. Continuidade da série, abordando o fenômeno do colonialismo como indutor de progresso e avanços materiais (e até sociais) nas sociedades dominadas.
Publicado em Espaço Acadêmico (vol. 10, n. 109, junho 2010, p. 12-26;
link: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/10231/5689).
Relação de Publicados n. 972.

Diferencas de salario no Brasil

Se formos usar os critérios do IPEA, a produtividade média de um burocrata público, comparativamente à de um trabalhador do setor privado, é 4,2 vezes maior, ou seja, um servidor do Executivo federal, que vive de impostos recolhidos da sociedade, consegue produzir muito mais riqueza do que um mero trabalhador so setor privado, justamente aquele que cria riqueza que sustenta o primeiro.
Isso no Executivo federal. Se ele for um funcionário do Legislativo, sua produtividade é fantasticamente 9,4 vezes maior, ou seja, nossos sobrecarregados trabalhadores do Congresso produzem muito mais riqueza.
Agora, se ele estiver no Judiciário, então, a comparação ganha números redondos. A nossa Justiça tão rápida, deve essa extraordinária eficiência administrativa graças a seus funcionários dedicados, que conseguem ser, vejam só, 10 vezes mais produtivos que um mero trabalhador do setor privado, um pobre coitado, que deve ser preguiçoso e, portanto, pouco produtivo.
Quando é que esses trabalhadores de empresas privadas vão aprender a ser tão produtivos quanto os servidores públicos federais?

Despesa Média/Mês com Servidores Federais da União (Ativos, Aposentados e Pensionistas)- Fonte Ministério do Planejamento
Base: Ano 2009 (Média de 12 meses)

Poderes da União
Judiciário: 13.290,00
Legislativo: 12.516,00
Executivo Civil: 5.599,00
Executivo Militar: 3.993,00

Em 2009 o salário médio/mês dos trabalhadores formais das empresas privadas foi de R$ 1.329,86 (IBGE).
Em 2009 o salário médio/mês dos aposentados e pensionistas do Regime Geral de Previdência Social (INSS) foi de R$ 715,30 (STN).

(Informações coletadas pelo economista Ricardo Bergamini)

Pausa para... uma musica globalizada

Stricto et lato sensii...

Stand By Me:
http://vimeo.com/moogaloop.swf?clip_id=2539741

sábado, 5 de junho de 2010

Um seminario sobre a taxacao de fluxos financeiros no mundo

Bem, talvez se devesse dizer, mais claramente, um seminário CONTRA os fluxos financeiros no mundo.
Aposto como NINGUÉM nesse seminário será capaz de dizer: SOU CONTRA a taxação de fluxos financeiros, SOU A FAVOR dos fluxos financeiros, inteiramente livres. Eu sou.
Mas, sinto decepcioná-los, não fui convidado para falar nesse seminário, nem seria, se por acaso fosse atuante nesse tipo de tema.
Explicarei por que, exatamente, em outro post.
Paulo Roberto de Almeida

Seminário “Taxação sobre fluxos financeiros para um mundo melhor” – IPEA

As inscrições para o seminário Taxação sobre fluxos financeiros para um mundo melhor estão abertas até 8 de junho. O evento, promovido pela Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais (Deint) do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), será nos dias 10 e 11 de junho. O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Samuel Pinheiro Guimarães, participará da mesa de abertura, às 9 horas de quinta-feira, 10, ao lado do presidente do Ipea, Marcio Pochmann.

No primeiro dia, o seminário debaterá a crise internacional financeira, o financiamento do desenvolvimento e a viabilidade técnica de uma taxação sobre transações cambiais. São questões debatidas no mundo desde o início da crise, em 2008, quando os países mais ricos e desenvolvidos do planeta, entre os quais os Estados Unidos e Inglaterra, sofreram colapsos econômicos.

A regulação e taxação de transações financeiras estão sempre presente nessas discussões, mas ainda precisa de apoio político para entrar na agenda. No segundo dia, sexta-feira, 11, o seminário debaterá este tema das 9h às 11h30. Logo após, será lançado o livro Globalização para todos – Taxação solidária sobre os fluxos financeiros internacionais, editado pelo Ipea e organizado por Marcos Antonio Macedo Cintra, Giorgio Romano Schutte e Andre Rego Viana.

Também será lançada a versão em português do relatório final do Grupo Internacional de Peritos sobre a taxação de fluxos financeiros. Onze países, entre os quais Brasil, Chile, Espanha, Alemanha, Grã-Bretanha e Japão, entraram no grupo com a França, que liderou uma Força-Tarefa para apresentar a viabilidade técnica e política da taxação. Marcio Pochmann integrou o Grupo de Peritos.

Os interessados podem se inscrever pelo email eventos@ipea.gov.br ou pelo telefone (61) 3315 – 5108.

Programação: Seminário Internacional: Taxação sobre fluxos financeiros para um mundo melhor
Data: 10 e 11 de junho de 2010
Local: Auditório Ipea – Setor Bancário Sul – Edifício BNDES, Brasília, DF

5a feira, 10 de junho
9h-10:30h – Abertura

• Samuel Pinheiro Guimaraes, Ministro-Chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (confirmado)
• Marcio Pochmann, Presidente do IPEA (confirmado)
• Celso Amorim, Ministro de Relações Exteriores

10h30- 12h30 Crise e regulação financeira
Coordenador: Deputado Federal Ricardo Berzoini
Apresentações:
Daniel Titelman, Chefe da Unidade de Estudos de Desenvolvimento da Cepal, Santiago
Damon Silvers, Diretor do Departamento de Política, AFL-CIO
José Carlos de Souza Braga, Instituto de Economia/Unicamp
Debatedor: Luis Melin, Chefe de Gabinete do Ministério da Fazenda e membro do Conselho de Estabilidade Financeira (FSB) do G20

14h00-16h Financiamento do Desenvolvimento e os Objetivos do Milênio
Coordenador: Jorge Abrahão de Castro, Diretor de Estudos e Políticas Sociais do IPEA
Apresentações:
Christian Masset, Diretor-Geral para Assuntos Globais e Parcerias Internacionais, Ministério de Relações Exteriores da França
Rathin Roy, Diretor do Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo (IPC)
Prof Takehiko Uemura, Yokahama City University, Japão
Debatedor: Ministro Sílvio José Albuquerque e Silva, Chefe da Divisão de Temas Sociais, do Itamaraty

16h00-18h30 Viabilidade técnica de uma taxação sobre transações cambiais
Coordenador: Ministro Luis Antônio Balduino Carneiro, Chefe do Departamento de Assuntos Financeiros e Serviços do Itamaraty
Apresentações:
Rodney Schmidt, Pesquisador Finanças e Desenvolvimento, Institute Nord-Sud, Ottawa, Ontário/Canadá
Lieven Denys, Especialista em direito internacional e tributário, Universidade de Bruxelas
Fernando Cardim de Carvalho, Instituto de Economia/UFRJ
Debatedor: Wagner Guerra, Departamento de Assuntos Internacional do Banco Central do Brasil

6ª feira, 11 de junho

9h-11h30 Como mobilizar apoio político?
Coordenador: Arthur Henrique, presidente da Central Única dos Trabalhadores – CUT
Apresentações:
§ David Hillman, coordenador da campanha Robin Hood
§ Jacques Cossart, representante da Associação pela Tributação das Transações Financeiras em Apoio aos Cidadãos (ATTAC)/França
§ Adhemar Mineiro, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)/Rede Brasileira Pela Integração dos Povos (Rebrip)
§ Deputado Federal Pepe Vargas (Câmara dos Deputados)
Debatedor: Ministro Carlos Alberto Den Hartog, Coordenadoria Mecanismo Inovadores para financiar o desenvolvimento, Itamaraty

11h30-12h30
v Lançamento livro Globalização para todos – Taxação solidária sobre os fluxos financeiros internacionais. Org. Marcos Antonio Macedo Cintra, Giorgio Romano Schutte e Andre Rego Viana
v Lançamento versão em português do Relatório Final do Grupo internacional de Peritos para financiar do desenvolvimento.
v Encerramento com Márcio Pochmann, presidente do IPEA

Diplomatas, internacionalistas e afins - Paulo R. Almeida

Como no caso do post imediatamente anterior, permito-me transcrever aqui apenas o teor da página recentemente atualizada em meu site com links para diversos artigos sobre essa fauna bizarra e sua carreira nômade, que os interessados podem consultar neste link:
http://www.pralmeida.org/04Temas/04AcademiaDiplom/03formacao.html

Internacionalistas: uma carreira, uma profissão?
Elementos de reflexão para os estudantes da área


Tenho sido procurado por coordenadores dos muitos cursos de graduação em relações internacionais, bem como pelos próprios estudantes, para falar em semanas ou "foros" de RI em vários estados do Brasil. As preocupações são as de sempre: formação, perspectivas de carreira, possibilidades de trabalho dentro da própria área ou em áreas afins. Para os interessados nos diversos aspectos da carreira diplomática, recomendo uma visita a esta seção sobre Diplomacia.

Tenho procurado atender a esses convites na medida do possível, transmitindo um pouco da minha visão e das minhas reflexões críticas sobre possibilidades e perspectivas existentes no campo. Procuro enfatizar a necessidade da autoformação, do autodidatismo e dos esforços individuais na construção de um perfil próprio de carreira.

O mundo do futuro não é tanto do emprego assegurado, como o do trabalho modelado segundo as necessidades dos contratantes, das diversas ocupações possíveis, num mercado em mobilidade constante, com muita competição e desafios. Alguns dos elementos para a preparação à carreira diplomática já se encontram na seção acima indicada, também consolidade num post de um dos meus blogs, neste link.

Nesta seção vou simplesmente listar algumas das minhas palestras ou entrevistas sobre a formação e as perspectivas do mercado de trabalho dos chamados "internacionalistas".

Compilação de alguns textos pessoais sobre o tema:
(em ordem cronológica inversa)
(Compilação atualizada em junho de 2010)

2126. Carreira Diplomática: um questionário acadêmico, Florença (Itália), 28 março 2010, 3 p. Respostas a perguntas de alunos de curso de Relações Internacionais da USP. Postado no blog Diplomatizzando (3.04.2010).

2129. Mais um questionário sobre o trabalho diplomático, Shanghai, 9 abril 2008, 6 p. Respostas a questões colocadas por estudante de Relações Internacionais. Postado no blog Diplomatizzando.

2102. Carreira Diplomática: Geral ou Especializada?: Respondendo a dúvidas legítimas, Brasília, 16 janeiro 2010, 4 p. Respostas a questões colocadas por uma candidata à carreira diplomática. Postado no blog Diplomatizzando.

2007. Carreira Diplomática: respondendo a um questionário, Brasília, 21 maio 2009, 8 p. Respostas a questões colocadas por graduanda em administração na UFSC. Postado no blog Diplomatizzando (21.05.2009). Reproduzido no blog MondoPost (27.05.2009, link).

1901. Questionário sobre a carreira diplomática, Brasília, 25 junho 2008, 3 p. Respostas a questionário submetido por candidata à carreira diplomática. Postado no Blog DiplomataZ (2.07.2009).

1896. Questionário sobre a diplomacia, Rio de Janeiro, 5 junho 2008, 3 p. Respostas a questões colocadas por estudante de RI da Universidade de Caxias do Sul. Postado no Blog DiplomataZ (2.07.2009).

1893. A importância do profissional de relações internacionais no setor público, Brasília, 1 junho 2008, 1 junho 2008, 3 p. Respostas a questionário a projeto de pesquisa sob a responsabilidade de estudante de RI da Unisul, Florianópolis, SC.

1812. Academia e diplomacia: um questionário sobre a formação e a carreira, Brasília, 1 outubro 2007, 5 p. Respostas a questionário colocado por estudante da Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL).

1701. Um autodidata na carreira diplomática, Brasília, 26 dezembro 2006, 4 p. Respostas a questões colocadas por jovem candidato à carreira diplomática. Colocada no blog Diplomatizzando.

1668. Dez obras fundamentais para um diplomata, Brasília , 29 setembro 2006, 2 p. Lista elaborada a pedido de aluno interessado na carreira diplomática: obras de Heródoto, Maquiavel, Tocqueville, Pierre Renouvin, Henry Kissinger, Manuel de Oliveria lima, Pandiá Calógeras, Delgado de Carvalho, Marcelo de Paiva Abreu e Paulo Roberto de Almeida, para uma boa cultura clássica e instrumental, no plano do conhecimento geral e especializado. Colocada no blog Diplomatizzando.

1607. O Internacionalista e as Oportunidades de Trabalho: desafios (em ppt), Brasília, 22 maio 2006, 4 p. Transcrição de apresentação em PowerPoint para o Forum de Relações internacionais do curso de RI da USP (FEA, 29 maio 2006, 17h30).

1604. O estudo de relações internacionais no Brasil: respostas a um questionário, Brasília, 19 maio 2006, 2 p. Respostas a questões colocadas por aluna de RI da UNIFAI-SP). Postado no blog Diplomatizando, sob n. 431.

1591. O Ser Diplomata: Reflexões anárquicas sobre uma indefinível condição profissional, Brasília, 2 maio 2006, 3 p. Reflexões sobre a profissionalizção em relações internacionais, na vertente diplomacia. Palestra organizada pela Pacta Consultoria em Relações internacionais, em cooperação com o Instituto Camões, realizada na Embaixada de Portugal, em 4/05/2006 (anúncio).

1563. As relações internacionais como oportunidade profissional, Brasília, 23 março 2006, 9 p. Respostas a algumas das questões mais colocadas pelos jovens que se voltam para as carreiras de relações internacionais. Contribuição a matéria da FSP, suplemento Folhateen, matéria Os internacionalistas, por Leandro Fortino (Folha de São Paulo, 27 março 2006, p. 6-8; divulgado no blog Diplomaticas. Publicado no boletim Meridiano 47 - Boletim de Análise da Conjuntura em Relações Internacionais (Brasília: Instituto Brasileiro de Relações Internacionais, n. 67, fevereiro 2006, p. 5-10).

1529. O que faz um diplomata, exatamente?, Brasília, 11 janeiro 2006, 4 p. Resposta a indagações efetuadas sobre a natureza do trabalho diplomático, como remissão a meu trabalho sobre as dez regras modernas de diplomacia; divulgado num dos blogs.

1558. Ser um bom internacionalista, nas condições atuais do Brasil, significa, antes de mais nada, ser um bom intérprete dos problemas do nosso próprio País, Brasília, 8 março 2006, 6 p. Alocução de paraninfo na turma de formandos do 2. Semestre de 2005 do curso de Relações internacionais do Uniceub, Brasília (16 de março de 2006, 20hs, Memorial Juscelino Kubitschek).

1507. Por que leio tanto? e Meus ‘métodos’ de leitura..., Brasília, 18 dezembro 2005, 3 p. Dois textos seqüenciais sobre leituras e métodos, para postagem no meu primeiro blog (PRA).

1492. Postura diplomática, Brasília, 8 e 12 novembro 2005, 2 p. Comentários a questão colocada pelo médico cardiologista de BH, a propósito de situações difíceis enfrentadas no trabalho diplomático.

1491. O profissional de relações internacionais: visão de um diplomata (ppt), Brasília, 10 novembro 2005, 10 slides. Apresentação em PowerPoint para apoiar palestra feita na Semana Acadêmica da UFRGS-2005 dos programas de graduação e de mestrado em Relações Internacionais da UFRGS (Auditório da Faculdade de Ciências Econômicas, Porto Alegre, 11/11/2005. Palestra disponível em vídeo neste link.

1481. Recomendações Bibliográficas para o concurso do Itamaraty, Brasília, 13 outubro 2005, 6 p. Indicações resumidas a partir do Guia de Estudos do Concurso de Admissão à Carreira Diplomática, versão 2005, para atender às demandas de candidatos à carreira diplomática.

1421. Profissão Internacionalista, Brasília, 19 abril 2005, 4 p. Entrevista concedida a jornalista da Facamp (Campinas, SP) para publicação especializada em orientação profissional. Postada de forma resumida no site da Facamp.

1403. Conselhos de um contrarianista a jovens internacionalistas, Brasília, 5 março 2005, 6 p. Alocução de patrono na XI turma (2. semestre de 2004) de Relações internacionais da Universidade Católica de Brasília (10 de março de 2005, 20hs, Auditório S. João Batista de La Salle). Mensagem de formatura incluída no site pessoal.

1230. A evolução das espécies diplomáticas: exercício de quantificação, Brasília, 21 março 2004, 6 p. (da série Macro e microeconomia da diplomacia). Continuidade de exercício anterior (trabalhos nrs 1061 e 839, sobre questões gerais e de produtividade diplomática), enfocando o problema dos gêneros do diplomata.

1180. A formação e a carreira do diplomata: uma preparação de longo curso e uma vida nômade, Brasília, 14 janeiro 2004, 3 pp. Reelaboração ampliada do trabalho 1151 para o jornal acadêmico da Faculdade de Direito da PUC-Campinas, por solicitação de aluno.

1079. Relações Internacionais: profissionalização e atividades, Washington, 15 julho 2003, 6 pp. Respostas a questões colocadas para subsidiar Mostra Profissional sobre relações internacionais em MG.

1061. Macro e microeconomia aplicadas à diplomacia: a questão da produtividade diplomática, Washington, 15 junho 2003, 3 pp. Continuidade do exercício anterior (trabalho n. 839), de fazer uma economia política da carreira diplomática, em tom semi-jocoso, enfocando questões de desempenho funcional e de comportamento pessoal do diplomata.

1051. Primeiro Emprego: depoimento pessoal e reflexões, Washington: 22 maio 2003, 4 pp. Respostas a perguntas sobre formação e profissionalização, colocadas pela Editora Abril, para elaboração do Guia do Primeiro Emprego.

1016. Um bem-vindo crescimento na oferta de relações internacionais, Washington, 16 março 2003, 3 pp. Apresentação ao livro Política Internacional, Política Externa e Relações Internacionais (Curitiba: Editora Juruá, 2003; ISBN: 85-362-0486-9; pp. 9-11), Organizador: Leonardo Arquimimo de Carvalho. Relação de publicados n° 398.

915. Profissionalização em relações internacionais: exigências e possibilidades, Washington, 26 junho 2002, 6 p. Trecho retirado das Leituras complementares, do capítulo 11: A diplomacia econômica brasileira no século XX: grandes linhas evolutivas do meu livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas (pp. 244-248). Para divulgação no website do Centro de Serviços de Carreiras do Curso de Relações internacionais da PUC-Minas.

839. Macro e microeconomia da diplomacia, Washington 14 dezembro 2001, 3 pp.; série Cousas Diplomáticas, n. 4. Artigo introdutório, semi-cômico, de interpretação econômica da política externa, cobrindo questões diversas da carreira e das atividades diplomáticas, vistas sob a ótica da economia política (continuidade no trabalho n. 1061). Publicado em Espaço Acadêmico (Maringá: UEM, Ano I, n. 8, janeiro de 2002).

800. Dez Regras Modernas de Diplomacia, Chicago, 22 julho; São Paulo-Miami-Washington 12 agosto 2001, 6 p. Ensaio breve sobre novas regras da diplomacia, com inspiração dada a partir do livro de Frederico Francisco de la Figanière: Quatro regras de diplomacia (Lisboa: Livraria Ferreira, 1881, 239 p.). Publicado na revista eletrônica Espaço Acadêmico (Maringá: ano I, nr. 4, Setembro de 2001).

704. Nosso homem no Itamaraty, Brasília, 18 agosto 1999, 2 pp. Elementos de informação sobre os intelectuais do Itamaraty, como subsídio a matéria jornalística.

691. Profissionalização em relações internacionais: uma discussão inicial, Brasília, 12 junho 1999, 5 pp. Texto sobre formação e perspectivas profissionais do formando em relações internacionais. Publicado no periódico do curso de relações internacionais da PUC-SP, Observatório de Relações internacionais (São Paulo: PUC-SP, n. 1, outubro/dezembro 1999, pp. 10-13). Revisto e integrado como leitura complementar ao livro Os primeiros anos do século XXI: o Brasil e as relações internacionais contemporâneas. Refeito sob nr. 915.

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 27 dezembro 2006

Atualização: 5 de junho de 2010

Diplomacia: algumas dicas... - Paulo R Almeida

Transcrevo, abaixo, o teor da página de meu site que tem a ver com as dicas de carreira, informações sobre a profissão, respostas a questionários que me foram submetidos nessa área, uma possível miscelânea de textos que possivelmente interessem aos candidatos à carreira.
Não vou linkar aqui todos os textos, por uma simples questão de economia de tempo. Os interessados devem consultar essa página, provida de todos os links (espero que funcionando corretamente), neste link geral:
http://www.pralmeida.org/04Temas/04AcademiaDiplom/02DiplomaciaGeral.html

Diplomacia: algumas dicas...
Instrumentos, preparação à carreira, subsídios para estudos


A carreira diplomática tem atraído número crescente de jovens, em decorrência da maior inserção internacional do Brasil e dos avanços paralelos da globalização e da regionalização. Os candidatos têm procurado os cursos de graduação em relações internacionais. O concurso à carreira diplomática possui especificidades que fazem dele um processo altamente seletivo e bastante rigoroso, ainda que aberto essencialmente aos talentos e méritos individuais.

Os interessados na carreira diplomática devem verificar na página do Instituto Rio Branco, no site do MRE, as últimas informações sobre o concurso, ademais dos programas de estudos, a bibliografia recomendada etc.

O "braço cultural" do MRE, a Funag coloca à disposição do público os manuais dos candidatos, bem como uma extensa coleção de livros relevantes para a preparação dos candidatos, em sua Biblioteca Digital.

Consoante o papel didático desta página, pretendo colocar neste espaço uma série de textos que poderão guiar, ajudar, esclarecer, consolar ou, quem sabe até, divertir os candidatos à carreira diplomática. Começo por oferecer uma bibliografia resumida, ou seja, uma seleção feita a partir do conjunto das leituras recomendadas no Guia de Estudos do Instituto Rio Branco, mas reduzidas ao que eu considero, pessoalmente, como sendo o mínimo essencial. Veja aqui minha bibliografia resumida.

Disponho de textos que procuram responder a diversas questões repetidamente a mim formuladas pelos interessados na carreira: sobre a própria carreira diplomática e a preparação para o concurso que habilita a nela ingressar, sobre os cursos de graduação em RI, sobre cursinhos preparatórios etc. As reflexões que tenho feito, a pedido de responsáveis por esses cursos de relações internacionais ou dos próprios alunos, podem ser vistas neste link, mas aviso que se trata de lista bem extensa:

Internacionalistas: uma carreira, uma profissão?

Quem sempre quis saber tudo sobre a carreira diplomática e nunca teve a quem perguntar, agora já tem: ao meu colega Renato Godinho, que preparou um excelente "FAQ", ou questões mais perguntadas, sobre a carreira, o concurso do IRBr e outros aspectos curiosos. Veja estas excelentes "questions and answers" neste link.

Sou colaborador da revista Espaço Acadêmico: meus artigos ali publicados estão divididos em duas relações, em virtude de ter a revista mudado de base eletrónica; os artigos publicados até o número 96 figuram neste link; a partir do número 97, podem ser vistos aqui.

Esta página ainda está em construção e se algum texto não estiver disponível, atenderei as solicitações individualmente, sempre com a menção ao número sequencial de cada trabalho. Aos poucos, a seção vai ser ampliada.

1) O Ministério das Relações Exteriores e a carreira diplomática

2) Preparação e estudo: um projeto de longo curso e muita dedicação

3) História diplomática

4) Relações econômicas internacionais

5) O sistema político internacional

6) Leituras e livros; bibliografia resumida

7) Materiais diversos, de terceiras fontes, de interesse para o concurso

8) E agora um pouco de diversão...

Paulo Roberto de Almeida

(pralmeida@mac.com; www.pralmeida.org)

Texto revisto em junho de 2010 (Shanghai)

Nota aos comentaristas: algumas recomendações

Este texto foi elaborado em novembro de 2009, e não parece ter tido maior efeito sobre os visitantes e os muitos comentaristas neste blog.
Talvez nem esta nova postagem venha a produzir maiores efeitos, tampouco, mas sempre se deve confiar no imponderável...

Recomendações aos comentaristas
Paulo Roberto de Almeida
Postado uma primeira vez neste Diplomatizzando em 9.11.2009

Tenho recebido um número crescente de comentários neste e em meus outros blogs – sim, tenho vários, mas eles são voltados para objetivos diversos: resenhas de livros, eleições, textos de referência, etc. – e muito frequentemente nesses comentários surge um problema de postagem apropriada ou de pertinência quanto ao assunto.
Por essas razões, e tendo em vista preservar um ambiente de cordialidade e de saudável debate acadêmico neste espaço, permito-me fazer as seguintes recomendações quanto aos critérios que vou observar em relação aos eventuais comentaristas aqui aparecendo:

1) Evite linguagem vulgar ou depreciativa, pelo menos própria; por vezes a linguagem ofensiva faz parte do próprio texto que se pretende citar, de um terceiro, mas preferiria não ter um vocabulário muito “ofensivo”;

2) Concentre-se no foco do post, pois isto evita desvios muito grandes do assunto que está sendo tratado. Se desejar me escrever por qualquer outro motivo, mande uma mensagem pelo formulário de contato de meu site: www.pralmeida.org;

3) Você pode discordar de mim, mesmo em termos veementes, mas procure concentrar-se em argumentos objetivos, atacando as minhas idéias ou opiniões, não a minha pessoa, que não tem nada a ver com os argumentos (sou apenas o transportador material de certas idéias que existem na sociedade e raramente reivindico direito de autor sobre elas); evite adjetivos exclamativos, prefira substantivos contundentes, se for preciso; o importante, como sabemos, é a busca de um argumento embasado em fatos e também sustentado na possibilidade de verificação empírica (como se faz em trabalhos científicos), sem muitos impressionismos ou subjetivismos;

4) Não creio que necessite me ameaçar de algo; sou absolutamente transparente quanto a minhas opiniões e idéias; elas estão expostas em todos os meus trabalhos, quase sempre disponíveis em meu site. Portanto, se você não gostou de algumas delas, procure escrever o seu próprio artigo, embasado, segundo as regras clássicas do scholarly work; terei prazer em publicá-lo, mesmo contra as minhas idéias, desde que seja bem escrito e contenha argumentos de qualidade;

6) Nunca faço propaganda de ninguém, nem pretendo trabalhar para qualquer partido ou movimento de opinião; não assino manifestos e não participo de qualquer tipo de corrente. Portanto, não pretenda ver em mim o porta-voz de qualquer grupo, tendência ou partido. Escrevo o que eu mesmo penso, e jamais subscrevo às idéias de outrem, a menos que concorde com elas e assim o direi expressamente;

7) Sou absolutamente antiracista e não religioso (ou irreligioso), as duas únicas coisas absolutas que acredito ser. Portanto, não veja em minhas idéias qualquer defesa de grupos sociais ou étnicos ou qualquer defesa ou ataque a religiões. Não sou contra religiões, apenas indiferente a elas, a todas elas. Considero-as no mesmo plano antropológico, ou seja, crenças desenvolvidas pelas sociedades humanas ao longo da história, apenas isto. Não tenho nenhum sentimento religioso e não pretendo ter e este não é o espaço para debater crenças religiosas, a não ser no plano puramente histórico ou intelectual;

8) Outras “surpresas” sob forma de comentários serão resolvidas por mim em bases ad hoc. Tenho princípios e valores, mas não regras fixas para todas as situações da vida e acredito que devamos aplicar a racionalidade para tratar de casos imprevistos.


Uma última palavra aos “Anônimos” (eles são inúmeros a freqüentar estas paragens): eu não tenho objeção ao anonimato, pois entendo que muitas pessoas, por posição pessoal ou profissional, preferem não se expor a possíveis retaliações; escrevendo anonimamente, elas se sentem inclusive mais livres para expressar posições ou inquirir este blogueiro, do que o fariam de modo aberto; portanto, o anonimato pode servir à “economia política” da boa argumentação. No entanto, não abuse do seu direito de ser anônimo para ser grosseiro ou tentar fazer propaganda indevida, ou veicular idéias pouco recomendáveis (racistas, por exemplo) neste espaço. Eu tampouco me presto a propaganda política, mas aceito debater de boa fé questões políticas relevantes para o Brasil, não para grupos ou movimentos.
Eu lhe desejo satisfação intelectual ao frequentar este espaço, pois esta é a única motivação que me leva a escrever, a transcrever, a copiar, a refletir sobre coisas importantes da vida social e a tentar fazer deste mundo um espaço melhor do que o que existe atualmente. Meus objetivos, aqui e alhures, são essencialmente didáticos e pedagógicos: acredito na melhoria das pessoas pelo poder do estudo, da reflexão, da convivência intelectual...

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 9 de novembro de 2009

PS (ou Addendum) em 5.06.2010:
Não aceito duelos, só os de ideias; não uso armas, pelo menos não pontiagudas, cortantes, furantes ou perfurantes. Só as armas da crítica, que não são as da crítica das armas. Quem sentir raiva do que escrevo e quiser ou pretender duelar comigo, intelectualmente, quero dizer, pode escolher as armas, mas como em todo duelo, existem regras básicas, que antigamente eram acertadas previamente ao enfrentamento. As minhas duas regras básicas são simples: lógica formal (ou seja, consistência na exposição de ideias) e fundamentação empírica (ou seja, dados concretos, embasamento na realidade, se possível com provas em apoio). Se me acharem arrogante por colocar essas condições, não tem importância: eu sou assim mesmo, e não peço licença a ninguém para ser assim.

Politica Nuclear do Iran (Epilogo): nao ha mais nada a acrescentar

Não sou o autor, nem subscrevo às palavras do jornalista abaixo. Apenas que estava tentando ver o vídeo israelense satírico, enviado por várias pessoas e não estava dando certo (talvez por excesso de visualizações). Agora consegui neste post, e por isto o coloco aqui. A despeito das muitas deformações culturais, o vídeo chega a ser engraçado (não para todo mundo, claro). Que me perdõem os mais sensíveis, política também é um divertimento, e por uma vez, a política externa...

O gerente da fábrica de mentiras
Augusto Nunes
3 de junho de 2010

O presidente Lula aproveitou a visita à fábrica da Volkswagen no ABC paulista para ampliar a fábrica de mentiras montada em sociedade com o amigo Mahmoud Ahmadinejad. “Todo mundo falava mal do Irã, mas ninguém tinha sentado no tête-à-tête”, reincidiu o campeão da gabolice. “Aquilo que os americanos não estavam conseguindo em 31 anos de negociações com o Irã o Brasil conseguiu em 18 horas de conversa”.

O Brasil não conseguiu coisa nenhuma. O presidente só conseguiu o de sempre: o papel de otário megalomitômano no espetáculo do cinismo. Lula nem imagina o que é fundamentalismo xiita, nunca ouviu falar do aiatolá Khomeini e talvez ignore que o regime instituído em 1979 fez a opção preferencial pelas cavernas em 1979. Mas sabe que o Irã não quer conversa com interlocutores sérios. Ele baixou em Teerã não como negociador, mas como cúmplice.

A discurseira na Volkswagen reafirma uma constatação e conduz a uma descoberta. Lula constatou que a política externa influencia, sim, o comportamento do eleitorado. E o Brasil que pensa descobriu que o presidente se faz de ingênuo por vigarice. Capricha na pose de mediador esforçado, iludido em sua boa fé pelos americanos, para apresentar Ahmadinejad como o bom moço enganado por vilões e, simultaneamente, apresentar-se como vítima da inveja de Barack Obama.

De volta aos palanques domésticos, Lula tenta agora transformar em vitória um fiasco e convencer plateias grávidas de credulidade de que só não foi promovido a pacificador do planeta por culpa de Hillary Clinton. É provável que muitos companheiros da Volks tenham engolido a farsa que já vai sendo desmontada em outros países. Em Israel, por exemplo, o candidato a secretário-geral da ONU já virou piada (veja o vídeo). É só o começo.

“Quanto mais mentiras nossos adversários disserem sobre nós, mais verdades diremos sobre eles”, prometeu José Serra no primeiro discurso como candidato à presidência. É hora de riscar esse restritivo “sobre nós” e rechaçar sem reverências nem eufemismos qualquer tipo de mentira. No caso do Irã, por exemplo, Lula finge lidar com uma democracia como tantas, injustamente impedida pelo imperialismo ianque de recorrer à energia nuclear para melhorar a vida dos cidadãos.

É preciso destruir sem demora a fábrica de mentiras. Cumpre à oposição mostrar aos brasileiros o que o regime iraniano efetivamente é: uma ditadura singularmente brutal, que estupra os direitos humanos, frauda eleições, odeia a liberdade de expressão, prende, tortura e mata quem não capitula, sonha com a eliminação física de todos os inimigos, envergonha o mundo civilizado e afronta todo o tempo a consciência universal.

Regimes assim não negociam. Tramam. Não têm interlocutores. Têm comparsas.

Cliquem no link do post para ver o vídeo, ou diretamente neste vídeo do YouTube.

Cotas raciais: efeitos nefastos - Editorial O Globo

PESQUISA MOSTRA DANOS DAS COTAS RACIAIS
Editorial O Globo, 3 de junho de 2010
Blog Contra a Racialização do Brasil
sexta-feira, 4 de junho de 2010

Quanto mais se usam dados objetivos e referências históricas em debates contaminados por emoção, partidarismo, política e ideologia, menor o risco de se cometer graves equívocos na hora de tomar decisões. No caso da proposta de instituição de cotas raciais visando à criação de uma reserva de vagas para negros no ensino superior, este cuidado é imprescindível, pois estão em jogo questões-chave: da qualificação de profissionais, imprescindível para o país poder competir no mundo globalizado, à preservação de características saudáveis na formação de uma sociedade miscigenada, como a brasileira, sem as tensões raciais verificadas, por exemplo, nos Estados Unidos.

Esta proposta, importada ainda na Era FH dentro das chamadas ações afirmativas, ganhou mais força na gestão Lula, porque, nela, a militância racialista aumentou a presença no Executivo em Brasília. Com articulações no Congresso, o lobby conseguiu fazer tramitar entre deputados e senadores uma lei específica de criação dessas cotas e um projeto de estatuto, o qual estende a reserva de mercado em função da cor da pele à publicidade, à concessão de emprego no setor público, entre outras aberrações.

Na discussão que se trava de maneira mais acesa desde o início do atual governo, já existe um rico acervo de argumentos fundamentados contra as cotas raciais, mecanismo, inclusive, já revisto pela Justiça dos Estados Unidos, onde elas surgiram e se firmaram.

Pesquisa feita pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), primeiro estabelecimento de ensino superior do país a aderir ao sistema de cotas raciais, contribui para este acervo. Realizado a partir dos dados do vestibular feito pela universidade em 2009, o levantamento comprova uma das mais cortantes críticas às cotas: criadas para supostamente corrigir injustiças, as cotas impedem a entrada no ensino superior de pessoas mais bem preparadas. É a confirmação do perigoso abandono do princípio do mérito.

Das 2.396 vagas abertas naquele vestibular para cotistas, apenas 1.384 foram preenchidas, pois os candidatos não conseguiram obter a nota mínima: 2. Mesmo que a relação entre candidatos cotistas e vagas fosse quase um para um, enquanto entre os não cotistas 11 disputaram cada vaga. Entenda-se: se não são exigidas maiores qualificações aos cotistas, muitos merecedores de entrar na universidade ficaram de fora. Ainda com base na mesma pesquisa, a Uerj tenta justificar as cotas afirmando que o índice de reprovação é maior entre os não cotistas. A constatação, no entanto, tem importância relativa, pois o dano maior, o de impedir o desenvolvimento de talentos apenas porque eles não são negros, já foi causado no vestibular.

Também não surpreende que, em várias disciplinas, cotistas tenham notas inferiores às dos demais estudantes. Até o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves de Castro, em entrevista ao “Jornal Nacional”, admitiu que ficam de fora estudantes mais bem preparados. Mas ele continua a defender as cotas, mesmo que haja tantas evidências de que, ao reduzir a importância do princípio do mérito em nome da “raça”, o Brasil não terá profissionais qualificados como a realidade requer e, como inadmissível subproduto, já começa a inocular o racismo no convívio cotidiano da juventude.

Que esta pesquisa ajude o Congresso e o STF, onde o tema tramita, a refletir.

"Ao menos, permaneci decente. Não participei" - um romance de resistencia

A frase acima expressa a consciência moral do personagem central de um romance de desespero, que foi traduzido para o inglês e publicado na Inglaterra, depois de 62 anos de sua primeira edição em alemão:

Hans Fallada:
Alone in Berlin
(Jeder stirbt für sich allein, 1947)
translated by Michael Hofmann
London: Penguin, 2009, 608pp, £20

Segundo as resenhas que li desse livro, de cuja publicação em inglês tomei conhecimento através de um programa literário da BBC, trata-se de um romance anti-fascista baseado na história verdadeira de um casal de alemães ordinários, ele um marceneiro, ela uma dona de casa, ambos desprovidos de educação refinada e completamente apolíticos. Otto e Elise Hampel recebem a triste notícia da morte do filho único, na invasão da França em 1940, e começam a distribuir postais e panfletos com propaganda anti-nazista, até serem descobertos e executados em Berlim em 1944.
Hans Fallada escreveu esse romance em apenas 24 dias e morreu pouco antes de sua publicação.

A frase que eu selecionei em epígrafe não figura em nenhuma das resenhas que li (The Guardian, Daily Telegraph), mas estava em destaque no programa da BBC, com dois autores e críticos literários (possivelmente o tradutor), a que assisti apenas de relance, em busca de notícias do mundo.
Por vezes, pequenas frases são altamente significativas do momento em que se vive...

Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 5 de junho de 2010)

Mais sobre Hans Fallada nesta mini-biografia na Wikipedia.
Mais sobre o seu romance e seu sucesso na edição inglesa, nesta matéria:
Hans Fallada's anti-Nazi classic becomes surprise UK bestseller
Dalya Alberge
The Observer, Sunday 23 May 2010
First English translation of novel about Gestapo hunt for German couple who defied Hitler enjoys record sales

Primeiro Congresso da Associacao Internacional dos Trabalhadores - mensagem de Karl Marx

Abaixo seguem trechos selecionados da mensagem enviada por Karl Marx ao primeiro congresso da Associação Internacional dos Trabalhadores, em sua versão em espanhol.
Eu faço a seleção e indico o que me parece serem os pontos fracos, controversos ou totalmente equivocados dessa mensagem.
Paulo Roberto de Almeida

Manifiesto inaugural de la Iª Internacional
Karl Marx (1864)

Trabajadores:
Es un hecho notabilísimo el que la miseria de las masas trabajadoras no haya disminuido desde 1848 hasta 1864, y, sin embargo, este período ofrece un desarrollo incomparable de la industria y el comercio.

PRA: Erradíssimo; não apenas graças à bondade dos capitalistas, que obviamente não existiu, mas sobretudo suas próprias lutas e ao aumento geral da produtividade, os salários e outros benefícios dos trabalhadores foram aumentando continuamente.
Mais adiante em sua mensagem, Marx reconhece a melhoria de condições de vida de alguns trabalhadores, mas traça um quadro pavoroso para a grande maioria.

(...)
Desde 1848 ha tenido lugar en estos países [europeus] un desarrollo inaudito de la industria y una expansión ni siquiera soñada de las exportaciones y de las importaciones. En todos ellos “el aumento de la riqueza y el poder, restringido exclusivamente a las clases poseedoras” ha sido en realidad “embriagador”. En todos ellos, lo mismo que en Inglaterra, una pequeña minoría de la clase trabajadora ha obtenido cierto aumento de su salario real; pero para la mayoría de los trabajadores, el aumento nominal de los salarios no representa un aumento real del bienestar, ni más ni menos que el aumento del coste del mantenimiento de los internados en el asilo para pobres o en el orfelinato de Londres... Por todas partes, la gran masa de las clases laboriosas descendía cada vez más bajo, en la misma proporción, por lo menos, en que los que están por encima de ella subían más alto en la escala social. En todos los países de Europa –y esto ha llegado a ser actualmente una verdad incontestable para todo entendimiento no enturbiado por los prejuicios y negada tan sólo por aquellos cuyo interés consiste en adormecer a los demás con falsas esperanzas, ni el perfeccionamiento de las máquinas, ni la aplicación de la ciencia a la producción, ni el mejoramiento de los medios de comunicación, ni las nuevas colonias, ni la emigración, ni la creación de nuevos mercados, ni el libre cambio, ni todas estas cosas juntas están en condiciones de suprimir la miseria de las clases laboriosas; al contrario, mientras exista la base falsa de hoy, cada nuevo desarrollo de las fuerzas productivas del trabajo ahondará necesariamente los contrastes sociales y agudizará más cada día los antagonismos sociales. Durante esta embriagadora época de progreso económico, la muerte por inanición se ha elevado a la categoría de una institución en la capital del imperio británico. Esta época está marcada en los anales del mundo por la repetición cada vez más frecuente, por la extensión cada vez mayor y por los efectos cada vez más mortíferos de esa plaga de la sociedad que se llama crisis comercial e industrial.

PRA: O fato é que as condições de vida foram melhorando para o conjunto da classe operária européia. Quanto à crise comercial e industrial, nada mais é do que as flutuações da atividade econômica, tipicas do sistema capitalista, que não o impediram de crescer sempre mais e trazer progresso, renda e riqueza.

Después del fracaso de las revoluciones de 1848, todas las organizaciones del partido y todos los periódicos de partido de las clases trabajadoras fueron destruidos en el continente por la fuerza bruta. (...) El descubrimiento de nuevos terrenos auríferos produjo una inmensa emigración y un vacío irreparable en las filas del proletariado de la Gran Bretaña.
PRA: Marx lamenta que operários emigrem em busca de melhores salários ou novas oportunidades para ficar rico nos Estados Unidos, o que é um contrasenso formidável para um economista, ou para um simples cidadão.

Sin embargo, este período transcurrido desde las revoluciones de 1848 ha tenido también sus compensaciones. No indicaremos aquí más que dos hechos importantes. Después de una lucha de treinta años, sostenida con una tenacidad admirable, la clase obrera inglesa, aprovechándose de una disidencia momentánea entre los señores de la tierra y los señores del dinero, consiguió arrancar la ley de la jornada de 10 horas. (...) Por eso, la ley de la jornada de 10 horas no fue tan sólo un gran triunfo práctico, fue también el triunfo de un principio: por primera vez la Economía política de la burguesía había sido derrotada en pleno día por la Economía política de la clase obrera.
PRA: Marx se contradiz claramente, em relação ao que havia dito antes. Se houve melhorias, como negar esse fato?

Pero estaba reservado a la Economía política del trabajo el alcanzar un triunfo más completo todavía sobre la Economía política de la propiedad. Nos referimos al movimiento cooperativo, y, sobre todo, a las fábricas cooperativas creadas, sin apoyo alguno, por la iniciativa de algunas “manos” audaces. Es imposible exagerar la importancia de estos grandes experimentos sociales que han mostrado con hechos, no con simples argumentos, que la producción en gran escala y al nivel de las exigencias de la ciencia moderna, puede prescindir de la clase de los patronos, que utiliza el trabajo de la clase de las “manos”; han mostrado también que no es necesario a la producción que los instrumentos de trabajo estén monopolizados como instrumentos de dominación y de explotación contra el trabajador mismo; y han mostrado, por fin, que lo mismo que el trabajo esclavo, lo mismo que el trabajo siervo, el trabajo asalariado no es sino una forma transitoria inferior, destinada a desaparecer ante el trabajo asociado que cumple su tarea con gusto, entusiasmo y alegría.
PRA: Ilusão completa. O movimento cooperativo não prescindiu da "Economia Política da Propriedade", como Marx chama o sistema capitalista de apropriação privada dos meios de produção. As cooperativas operárias e outras formas coletivas de apropriação convivem ao lado, geralmente à margem e com papel muito restrito, em relação às grandes empresas capitalistas, que são o grande motor da economia moderna.

Al mismo tiempo, la experiencia del período comprendido entre 1848 y 1864 ha probado hasta la evidencia que, por excelente que sea en principio, por útil que se muestre en la práctica, el trabajo cooperativo, limitado estrechamente a los esfuerzos accidentales y particulares de los obreros, no podrá detener jamás el crecimiento en progresión geométrica del monopolio, ni emancipar a las masas, ni aliviar siquiera un poco la carga de sus miserias.
PRA: Marx reconhece, implicitamente, o papel secundário do movimento cooperativo, mas se engana totalmente quando fala de monopólio. O próprio da economia capitalista é ficar aberta a novas iniciativas e empreendimentos, que vão destruindo velhos monopólios, sempre temporários e instáveis, em favor de desenvolvimentos novos, inéditos, muitas vezes trazidos por pequenas empresas individuais ou feitas em associação com empresários inovadores. Isso Marx deixou de reconhecer.

Para emancipar a las masas trabajadoras, la cooperación debe alcanzar un desarrollo nacional y, por consecuencia, ser fomentada por medios nacionales. Pero los señores de la tierra y los señores del capital se valdrán siempre de sus privilegios políticos para defender y perpetuar sus monopolios económicos.
PRA: Ou seja, Marx queria ajuda estatal para as cooperativas, o que seria totalmente contraditória com seus princípios de que toda a riqueza deriva do trabalho. É certo que capitalistas dominantes tentem preservar seus monopólios, mas trata-se de uma tentantiva sempre frustrada pela própria dinâmica da economia capitalista.

(...)
La clase obrera posee ya un elemento de triunfo: el número. Pero el número no pesa en la balanza si no está unido por la asociación y guiado por el saber. La experiencia del pasado nos enseña cómo el olvido de los lazos fraternales que deben existir entre los trabajadores de los diferentes países y que deben incitarles a sostenerse unos a otros en todas sus luchas por la emancipación, es castigado con la derrota común de sus esfuerzos aislados.

PRA: Marx se enganou quanto ao número, ao considerar, equivocadamente, que os trabalhadores industriais logo fariam a maioria na sociedade, desconsiderando o setor agrícola e mais ainda o de serviços, que ele, absurdamente, considerava "improdutivo". Quanto à solidariedade dos trabalhadores, as guerras entre os países europeus logo demonstrariam que se tratava de mais uma ilusão.

(...)
Si la emancipación de la clase obrera exige su fraternal unión y colaboración, ¿cómo van a poder cumplir esta gran misión con una política exterior que persigue designios criminales, que pone en juego prejuicios nacionales y dilapida en guerras de piratería la sangre y las riquezas del pueblo? No ha sido la prudencia de las clases dominantes, sino la heroica resistencia de la clase obrera de Inglaterra a la criminal locura de aquéllas, la que ha evitado a la Europa Occidental el verse precipitada a una infame cruzada para perpetuar y propagar la esclavitud allende el océano Atlántico.

PRA: Marx deforma completamente o sentido da ação inglesa em relação à Guerra Civil nos EUA, que opôs estados escravocratas aos partidários da emancipação. Desde o começo do século 19, a Inglaterra se batia pela eliminação do tráfico e pela abolição da escravidão.

(...) los trabajadores [tienen] el deber de iniciarse en los misterios de la política internacional, de vigilar la actividad diplomática de sus gobiernos respectivos, de combatirla, en caso necesario, por todos los medios de que dispongan; y cuando no se pueda impedir, unirse para lanzar una protesta común y reivindicar que las sencillas leyes de la moral y de la justicia, que deben presidir las relaciones entre los individuos, sean las leyes supremas de las relaciones entre las naciones. La lucha por una política exterior de este género forma parte de la lucha general por la emancipación de la clase obrera.
PRA: A luta por uma política externa com fundamentos morais não foi exclusiva de trabalhadores, e sim de toda uma categoria de trabalhadores intelectuais -- como Marx, aliás -- e de movimentos progressistas, vários deles de inspiração cristã, que contribuiram para moldar princípios de direito internacional sensivelmente diferentes daqueles mobilizados pelos velhos imperialismos.

¡Proletarios de todos los países, uníos!
PRA: Bem, acho que isso ocorreu, mas com enormes limitações e rupturas, como as guerras do século 20 puderam demonstrar. A internet, atualmente, une bem mais os povos do planeta, sem distinções classistas como as que Marx pretendia demarcar.

Paulo Roberto de Almeida
(Shanghai, 5 de junho de 2010)

Congresso Internacional da Brazilian Studies Association

Deverá realizar-se proximamente em Brasília o Décimo Congresso Internacional da Brazilian Studies Association.
O congresso da BRASA será realizado no Centro de Convenções e Eventos “Brasil 21”, localizado no Setor Hoteleiro Sul, entre 22 e 24 de julho.

A BRASA constitui um grupo internacional e interdisciplinar de estudiosos que apóiam e promovem estudos brasileiros em todos os campos, em especial nas humanidades e nas ciências sociais. A BRASA se dedica à pesquisa de temas brasileiros em todo o mundo, particularmente nos Estados Unidos, onde a associação tem sua sede na Vanderbilt University. Em 2007, a BRASA firmou uma parceria com o CEPPAC-UnB para organizar seu décimo congresso bienal.

A escolha de Brasília, como sede do evento, está diretamente vinculada ao cinquentenário da capital em 2010. O congresso, que vai trazer aproximadamente 250 “brasilianistas” diretamente dos Estados Unidos, será um dos maiores eventos acadêmicos internacionais já realizados nos 50 anos de história do Distrito Federal. São esperados cerca de 1000 acadêmicos brasileiros e estrangeiros, divididos em aproximadamente 150 painéis de discussão. A cerimônia de abertura será realizada no Museu Nacional no dia 22 de julho, e o encerramento no Memorial JK no dia 24 de julho.

As inscrições já estão abertas pelo site da Finatec, e há descontos de 20% para inscrições feitas até 15 de junho. Para mais informações sobre a BRASA e o evento, por favor visite o site www.brasa.org.
A programação completa do evento já se encontra no site.

Itamaraty abre novas embaixadas nos quatro pontos cardeais

Diplomacia
A cruzada do Itamaraty
Luís Guilherme Barrucho
Revista Veja, edição 2168 - 9 de junho de 2010

Em busca de apoio às suas ambições internacionais, Lula já abriu 68 novas embaixadas e consulados
Resort onde funciona a embaixada brasileira em Basseterre: sete novos escritórios no Caribe

O Arquipélago de São Cristóvão e Névis, no Caribe, é um paraíso para poucos. Tem praias de águas translúcidas, relevo desenhado pela atividade vulcânica e uma população que não ultrapassa 55 000 habitantes. Vive do turismo, atraindo europeus e americanos com seus resorts cinco-estrelas e campos de golfe à beira-mar. Ali foi constituída uma das mais recentes embaixadas brasileiras. Desde o ano passado, o país possui um embaixador em Basseterre, a capital do arquipélago. Sem escritório definitivo, o diplomata despacha de sua suíte do Marriott, na Frigate Bay (foto acima). Essa é uma das 68 representações diplomáticas, entre embaixadas e consulados, que foram abertas desde 2003. Sob Lula e sua pretensão de ampliar a participação brasileira na diplomacia internacional, o Ministério das Relações Exteriores, o Itamaraty, tornou-se uma das pastas mais valorizadas no Planalto. Não se pouparam recursos na contratação de diplomatas, na melhoria de seus salários e também na abertura de representações. O Brasil possui atualmente embaixadas em 133 nações.

A maior parte dessas novas representações foi aberta em países pequenos e pouco relevantes no cenário político e econômico mundial, quase todos ex-comunistas, nações africanas paupérrimas ou ilhotas caribenhas. São lugares como Albânia e Coreia do Norte, esta uma das nações mais fechadas do planeta; os africanos Benin e Togo; ou Dominica, Bahamas e Santa Lúcia, no Caribe. Por trás dessa multiplicação global dos "itamaratecas" (como são apelidados os alunos formados pelo Instituto Rio Branco, a escola pública de diplomatas) há um misto de ideologia e ambição do governo brasileiro. Pela cartilha da diplomacia, a instalação de representações no exterior se justifica pelos interesses econômicos em jogo, pelo papel geopolítico ou pela presença de uma grande comunidade de imigrantes. Nada disso parece fundamentar as decisões recentes do governo. Explica o especialista em relações internacionais Rubens Barbosa, ex-embaixador em Washington: "Esse aumento do número de embaixadas se deve às prioridades da atual política externa. Uma delas é o incentivo ao relacionamento com os emergentes, em detrimento dos desenvolvidos. Outra é a vontade do país de possuir um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas".

Quem conduziu as reformulações na diplomacia brasileira foi o diplomata Samuel Pinheiro Guimarães, secretário-geral do Itamaraty até 2009 e agora chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos (aquela antes ocupada por Roberto Mangabeira Unger). Guimarães é um dos principais mentores da política externa petista, ao lado do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do assessor especial da Presidência Marco Aurélio Garcia. A ideia do trio foi transformar o Brasil num porta-voz dos fracos e oprimidos do planeta – oferecendo um contrapeso às nações mais ricas – e, ao mesmo tempo, estreitar as transações comerciais com nações emergentes. A obsessão, manifestada desde o início do governo Lula, é conquistar uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU, hoje um privilégio de Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia e China. Pelos cálculos do Itamaraty, a ampliação do número de embaixadas traria mais votos favoráveis ao Brasil. Até agora, a iniciativa foi em vão.

Do ponto de vista econômico, a estratégia também colheu poucos frutos. As trocas entre o país e nações africanas e caribenhas respondem por menos de 10% da balança comercial brasileira. As vendas do Brasil para São Cristóvão e Névis foram de apenas 1 milhão de dólares no ano passado, uma insignificância ante os 153 bilhões de dólares do total das exportações. "Há uma desproporção evidente entre as prioridades da política externa brasileira. A eficácia da diplomacia não se avalia pelo número de embaixadas abertas. Quando a seleção não é feita de maneira criteriosa, o país acaba por desperdiçar recursos financeiros e humanos", afirma o diplomata aposentado José Botafogo Gonçalves. Além disso, todo esse investimento não se traduz necessariamente em apoio político. Diz o ex-secretário-geral do Itamaraty Luiz Felipe Lampreia: "Uma representação diplomática cria muitas expectativas nesses países, como ajuda financeira. Nem sempre o Brasil tem condições de prestar essa generosidade".

Desde o século XIX, o Itamaraty tem sido sinônimo de competência e profissionalismo. O concurso de ingresso à carreira diplomática é disputadíssimo e exige uma formação de elite, abrangendo conhecimentos que vão de música clássica a história de civilizações antigas e assuntos da geopolítica contemporânea. Resta torcer para que os interesses de um partido e a proliferação de embaixadas, do Azerbaijão à Zâmbia, não maculem essa tradição.

Brasil precisa de instituicoes solidas - Daron Acemoglu

O economista do MIT está certo no atacado, mas ele é muito otimista quanto à situação no Brasil. Claro, dando entrevista para uma revista brasileira, ele não quis ser rude, talvez, mas provavelmente não conhece a má qualidade das nossas instituições democráticas. Elas existem, não vão ser destruídas, mas são de péssima qualidade, no sentido em que se prestam a ser manipuladas por grupos no poder, ou funcionam mal, seja porque são tomadas de assalto por mandarins corporativos, seja porque os cidadãos em geral não possuem cultura cívica e não existe o que se chama de accountability, ou seja, responsabilização e cobrança de resultados.
Paulo Roberto de Almeida

Entrevista: Daron Acemoglu
É a destruição criativa
André Petry, de Boston
Revista Veja, edição 2168 - 9 de junho de 2010

Otimista, o economista do MIT diz que o Brasil encontrou seu caminho institucional, mas adverte que o futuro só será melhor sem os dinossauros e com a economia aberta

"Sem instituições saudáveis, um país simplesmente não consegue reunir a melhor tecnologia nem a melhor educação"

O economista Daron Acemoglu tem 42 anos, mas um currículo de quem já viveu o dobro. Nascido em Istambul, na Turquia, e educado na Inglaterra, ele começou a dar aulas no prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) aos 25 anos. Ganhou doze prêmios, publicou dois livros e está escrevendo mais dois em parceria com colegas – um sobre princípios da economia, outro sobre o que leva as nações a fracassar, já com editora no Brasil. Seu mote central é que os países crescem, ou deixam de crescer, em razão de suas instituições políticas e econômicas. A boa notícia é que, segundo ele, o Brasil encontrou seu caminho institucional. Quanto mais destruição criativa, processo tão próprio de um capitalismo dinâmico, melhor. A seguir, a entrevista.

Se um país pudesse optar por ter a melhor tecnologia, a melhor educação ou as melhores instituições, o que o senhor recomendaria?
As melhores instituições. A tecnologia e a educação são fundamentais para o crescimento econômico, mas, sem instituições saudáveis, um país não consegue reunir a melhor tecnologia nem a melhor educação.

O que são instituições saudáveis?
Grosso modo, são instituições políticas e econômicas. As econômicas precisam garantir o direito de propriedade e uma ordem legal que permita que as pessoas comprem, vendam, contratem etc. O empresário tem de saber que pode contratar alguém sem o risco de ser roubado pelo empregado, e o empregado precisa saber que pode ser contratado com a segurança de que receberá seu salário e não será escravizado. Sem essas instituições, não há mercado. As instituições políticas, em certa medida, confundem-se com as econômicas porque também precisam garantir uma ordem legal homogênea, em que a lei seja aplicada a todos. O importante não são leis duras, mas leis que valham para todos. Há países com punições duríssimas contra roubo, como cortar a mão fora, mas a lei não vale para a elite dirigente, que pode esbaldar-se roubando quanto quiser sem perder mão nenhuma. Num sentido mais específico, instituições políticas saudáveis garantem a partilha do poder político. É o sistema em que o dirigente que não está agradando à sociedade é substituído por outro sem ruptura.

Isso não é democracia?
É parecido, mas não é democracia. As instituições saudáveis, que meu colega James Robinson e eu chamamos de "instituições inclusivas", porque incluem todas as pessoas, não surgiram na democracia. Elas foram um grande passo para a democracia, mas vieram à luz na Inglaterra da Revolução Gloriosa, em 1688. O rei não era eleito. O voto não era universal. Só 2% dos ingleses votavam, quase todos os membros do Parlamento eram riquíssimos. Foi nesse ambiente não democrático que começaram a surgir instituições inclusivas. A mudança-chave ocorreu quando o Parlamento passou a controlar o poder do rei, atribuindo-se a prerrogativa de tributar, declarar guerra, definir gastos militares. Com isso, mais a aprovação de uma carta de direitos, a Inglaterra começou a criar um sistema de controle e vigilância do poder e do Parlamento.

Mais de 300 anos depois da Revolução Gloriosa, a democracia não virou condição para criar boas instituições?
A democracia não é necessária, nem suficiente. Veja o caso da Venezuela e da Argentina. Hugo Chávez assumiu em 1999, Néstor Kirchner em 2003. Ambos chegaram ao poder democraticamente, nenhum virou presidente com fraude eleitoral. Chávez, para ficar no caso mais agudo, não é um ditador maluco. É um megalomaníaco. Mas eu entendo de onde ele veio. A Venezuela, país profundamente desigual, tinha uma larga fatia da sociedade sem direitos políticos ou econômicos. Chávez chegou querendo dar voz a esse vasto segmento social. Mas, assim que assumiu, o que fez? Começou a centralizar o poder e a violar os direitos de propriedade, criando um clima de insegurança. Na Argentina, Kirchner, o marido, não fez igual, mas fez parecido. Trouxe de volta a retórica populista e tomou medidas arbitrárias na economia. A democracia não controlou Chávez nem Kirchner. Não é o que acontece no Brasil.

O que acontece no Brasil?
O caráter ou a personalidade do dirigente não estão em jogo. Não estou dizendo que Kirchner é mau e Lula é bom, nem estou dizendo o contrário. A questão é institucional. As instituições informam o presidente de que ele não pode governar como bem entender. Há pesos e contrapesos. O próximo presidente do Brasil, seja quem for, vai governar num ambiente já inteiramente diferente do da Venezuela. O Brasil está encontrando seu caminho, e essa moldura institucional é a melhor garantia de que o país poderá seguir avançando.

Existe uma receita básica para criar e manter boas instituições?
Entendemos melhor o que dificulta o florescimento das instituições do que o mecanismo que as faz nascer. Mas é um processo sem fórmula mágica. A democracia brasileira hoje é mais sólida do que era 25 anos atrás, quando acabou a ditadura. Fortaleceu-se no processo. Acho que o surgimento das instituições conta com um elemento de sorte. Na Inglaterra do século XVII, houve uma confluência de fatores que favoreceram o nascimento de instituições inclusivas. Nessa época, a França não tinha as mesmas condições. A Alemanha não as teve nem 100 anos depois. Existe um componente de sorte.

O Brasil e os EUA tiveram um começo parecido. Eram ambos colônias europeias, de economia agrícola e escravocrata, com extensão continental. O salto à frente dos EUA também foi um golpe de sorte?
A sorte teve um papel, mas foi mais que isso. Nos EUA, a escravidão ficou mais restrita ao sul. No norte, havia pequenos fazendeiros, pequenos empresários, uma economia mais independente da escravidão. No Mississippi, o algodão era o rei do pedaço, mas no norte, em Massachusetts ou Nova York, o papel econômico do algodão era quase nenhum. No Brasil, a economia escravocrata teve dimensão mais nacional, uma influência estrutural. Nos EUA, como o norte não foi tão contaminado, houve condições de empurrar o país para a frente, com a adoção das tecnologias que chegavam da Inglaterra no século XIX. O norte só cumpriu esse papel porque quase a metade da sua economia era aberta, não era monopolizada por políticos, nem por meia dúzia de famílias, nem por empresas protegidas da concorrência por todo tipo de barreira. Os EUA já eram excepcionalmente bons em abrir espaço para gente nova, como Eli Whitney e Thomas Edison, que tinham origem modesta e apostaram num negócio. É incrível que, já naquela época, gente assim pudesse abrir uma empresa e explorar nova tecnologia. Esse foi o elemento decisivo para a ascensão meteórica dos Estados Unidos.

Como os EUA conseguiram superar as desigualdades entre o norte e o sul?
Com duas instituições nacionais: a polícia e a imprensa. A polícia nacional, ou o exército, serve para pôr as coisas em ordem. Nos EUA, o poder de polícia foi amplamente usado no sul para proteger os negros que lutavam contra a opressão racial e combater o monopólio do poder político. Sem o exército, talvez o sul chegasse aonde está hoje, mas o ritmo avassalador das reformas deveu-se à intervenção federal. O outro polo é a imprensa. Havia um movimento pelos direitos civis, parte no sul e parte no norte, mas o movimento no norte era muito mais vibrante. Até 1900, o norte pouco sabia do sul, mas, quando a mídia começou a se fortalecer, informando a todos o que se passava, o movimento dos direitos civis tornou-se muito mais poderoso. A imprensa, em qualquer democracia funcional, é central. Por isso, é tão atacada. Quem vai impedir o governante de exercer o poder de modo arbitrário, beneficiar seu primo ou cunhado, e silenciar o rival em potencial? A única força capaz de fazer isso é a sociedade, que só saberá do que se passa pela imprensa.

No Brasil, os políticos de estados menos desenvolvidos são os donos do jornal, da rádio ou da TV local, que não têm nenhum interesse em minar seu próprio poder.
Isso é um problema sério, mas não é incomum. No caso americano, os sulistas não liam o The New York Times. Liam os jornais locais, que estavam no bolso da elite local que controlava o Partido Democrata, a polícia e a Ku Klux Klan. Essa desigualdade entre regiões acontece mesmo. É comum uma região ficar para trás em termos de instituições econômicas, respeito aos direitos humanos, aplicação homogênea da lei, combate à corrupção. Em todos os países de certa extensão territorial – excluo lugares minúsculos como Singapura, Hong Kong – houve, em algum momento, uma situação de desigualdade interna. Mas, nos casos mais bem-sucedidos, a imprensa quase sempre foi um dado fundamental. A televisão, por ter dimensão nacional, poderia fazer um trabalho excepcional nesse campo, mas nunca o faz. Talvez a TV seja um veículo mais próprio para entreter do que para noticiar e informar. Sempre que um regime é ameaçado por uma revelação incômoda, pode apostar: a revelação sempre sai num jornal ou numa revista.

O senhor vê o futuro com otimismo?
Sou otimista. Acredito que mais países conseguirão construir instituições inclusivas e abraçarão o crescimento econômico. Só não sou tão otimista quanto ao meio ambiente. Em algum momento, dentro dos próximos quinze anos, China, Rússia, França, Alemanha, EUA, Inglaterra, Brasil e Índia terão de fazer algum sacrifício em nome do meio ambiente. Não sei o que acontecerá se algum desses países simplesmente se negar a qualquer sacrifício. Hoje, não estamos preocupados com isso, mas acho que deveríamos estar.

Com a crise financeira mundial, o capitalismo de estado chegou para ficar?
É cedo para dizer. Nos EUA, o estado terá maior interferência no setor financeiro, mas não acredito que vá além disso. O governo americano salvou a GM e a Chrysler, é verdade, mas isso não é tão raro assim. Há muitas indústrias que nem teriam existido sem o governo. Nem a internet existiria. A questão central é se os governos estarão envolvidos na economia como coadjuvantes ou protagonistas.

Qual a sua aposta para o futuro do Brasil?
Acredito que, dentro de cinquenta anos, não teremos grandes mudanças no mundo. Não veremos países como França ou Inglaterra ficar subitamente pobres, por exemplo, mas tudo sugere que Brasil, Índia e China estarão no primeiro pelotão. Serão nações poderosas pelo seu impacto econômico e terão atingido níveis de renda próximos aos dos países mais pobres da União Europeia de hoje, como Portugal.

O que pode impedir que isso aconteça?
A economia se fechar. A globalização não é perfeita, ela produz desigualdade, mas eliminou enormes bolsões de pobreza. A China jamais estaria tendo desempenho miraculoso com uma economia fechada, apostando só no mercado doméstico. O mesmo vale para o Brasil. Crescimento econômico nunca é fácil, há muitos obstáculos para remover. A China terá de se livrar de todas aquelas estatais e das barreiras comerciais, terá de abrir seu sistema político. Vai acontecer? É fundamental um processo contínuo de destruição criativa, gente nova chegando com novas ideias, novos produtos, nova energia, deslocando quem já está dentro. O Brasil dos anos 60 ou 70 tinha grandes empresas cujas conexões políticas as protegiam de disputas com a concorrência. O Brasil estagnou. Hoje, a economia não é rósea, mas é mais competitiva, mais dinâmica. Continuará? Ou os dinossauros vão parar tudo outra vez? Essa é a questão-chave.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O samba do diplomata doido: eles estao chegando...

Bem, como acontece com qualquer mortal ligado na internet, hoje em dia, recebi mais uma dessas mensagens apocalípticas. Sempre chegam, por mais que você se esconda.
Essa aqui acho que apresenta um interesse especial para os candidatos à diplomacia, pois ela trata da "Nova Ordem Mundial", não aquela velha, dos anos 1970, que demandava uma nova relação de forças no plano multilateral, uma nova geografia comercial, essas coisas velhas...
Não, essa aqui é muito mais séria, muito mais importante, muito mais diplomática, pois trata até da "agenda oculta da ONU" (que aposto que vocês não conhecem, e confesso que eu tampouco; claro, ela é oculta e secreta...). Enfim, um ensaio perfeito sobre a paranóia e um convite a voltar para a verdadeira religião.
Só ficou faltando dizer quem são "eles". Estou curioso. Quem tiver sugestões sobre a identidade desses sacripantas, favor escrever para este blog. Não prometo recompensa, pois o mundo pode acabar antes...
Não estou enganando ninguém, por isso transcrevo esta mensagem que todo candidato à carreira diplomática deveria ler, meditar e se preparar para o que der e vier...
Paulo Roberto de Almeida

NÃO SEJA ENGANADO!

Muito em breve, logo mesmo, os dirigentes do mundo juntamente com a ajuda da O.N.U. e de algumas sociedades discretas, vão estabelecer a Nova Ordem Mundial. Eles querem e vão conseguir, eles terão sucesso; não tenha dúvida disso, acredite ou não isso vai acontecer! Por favor, entenda bem, isso não é uma teoria da conspiração, é um fato! Países como os E.U.A., Inglaterra, França, Alemanha, Brasil, etc perderão a soberania nacional e entregarão todo o poder na mão de um só governo mundial. As igrejas cristãs não mais existirão (o papa vai existir, porém, a igreja católica não). Essa governança mundial estabelecerá uma única religião para o planeta.

A Nova Ordem Mundial já estava predita há muito, pelo menos desde 1776, na nota de um dólar americano existe uma menção a ela “Novus Ordo Seclorum” do latim Nova Ordem mundial. Essa inscrição faz parte de um conjunto de emblemas de uma sociedade discreta que estão gravados nessa nota. O ex-presidente dos EUA George Bush disse que eles vão implantar a Nova Ordem Mundial e eles terão sucesso. Após a crise mundial de 2008/2009 os países mais influentes do mundo conhecidos como G20 se reuniram para tentar salvar o mundo de um iminente colapso financeiro e a conclusão foi que o mundo precisa de um único sistema financeiro mundial. A China pediu uma nova ordem mundial, a França também pediu e pasmem, até o presidente do Brasil, Lula, no tradicional discurso de abertura da ONU em setembro de 2009 pediu a instalação de uma nova ordem mundial.

A O.N.U. é a organização que existe para implantar a Nova Ordem Mundial. Ela envia aos países filados a sua agenda com os eventos, política e leis e esses países simplesmente implantam em seus ordenamentos jurídicos adaptados a realidade de cada um. No Brasil, no início de 2010 entrou em vigor o Codex Alimentarius, no começo ninguém vai sentir diferença alguma mas, logo não existirá mais alimento saudável nas gôndolas dos supermercados. Em dezembro de 2009 o governo Federal, Ministério da Saúde lançou o sistema conhecido como Hórus (O deus egípsio que tem somente um olho, o olho que tudo vê, o olho do iníquo). Trata-se de um sistema de controle e distribuição de medicamentos para os usuários do SUS no qual é possível saber qual remédio foi receitado ao paciente, se ele tomou a medicação ou não, controle financeiro para evitar corrupção, etc. O sistema foi implantado a princípio somente em 16 municípios mas, logo será instalado em todo o território nacional. No final de 2009 o presidente Lula assinou um decreto sobre os direitos humanos, o PNDH (PROGRAMA NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS 3) decreto nº 7.037 de 21 de Dezembro de 2009. Transcrevemos aqui o item “d” do Objetivo estratégico V: “d) Reconhecer e incluir nos sistemas de informação do serviço público todas as configurações familiares constituídas por lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT), com base na desconstrução da heteronormatividade” pag. 99. Esse decreto traz ainda normatizações para diversas áreas como propriedade particular, religião, imprensa, etc. Essas normas servem para preparar os países para a implantação da Nova Ordem Mundial.

Temas como: Globalização, aquecimento global, direitos humanos, ecumenismo (união das igrejas), carta da mãe terra, big brother, codex alimentarius, engenharia genética, alimentos transgênicos, desenvolvimento sustentável, dentre outros, são os favoritos que eles usam para difundir seus intentos. Na copa de 2010 na áfrica do Sul eles usarão uma bola chamada “jabulani”, da marca adidas para influenciar as pessoas a aceitarem o novo governo mundial. Esse nome da bola não é por acaso, seu radical jubulon é o nome de um deus pagão, obviamente eles vão dar um outro significado a esse nome. Será associado a um clima de paz e harmonia entre os povos. Ultimamente eles vêm alarmando o mundo dizendo que o planeta será destruído em 2012. Grande farsa, mentira. Quando chegar esse ano muitos estarão esperando o fim do mundo e então, eles poderão apresentar a salvação do mundo: A instalação da Nova Ordem Mundial (A imagem da besta de Apoc. 13) um governo de paz, segurança e união entre os povos. Não haverá mais guerra entre as nações pois só haverá um exército no mundo todo.

Quando estabelecerem essa nova governança mundial eles vão implantar um chip nas pessoas para que ninguém possa comprar, vender nem receber salário, senão aquele que tiver o chip. Com isso, eles vão supostamente “resolver” o problema da violência, corrupção e outros crimes, pois, não haverá mais dinheiro em circulação, o dinheiro em espécie não existirá mais. Não haverá dinheiro para o ladrão roubar. Eles vão apresentar somente as vantagens desse sistema. Mas por trás disso está o efetivo controle do sistema financeiro mundial.

Eles vão controlar tudo na vida das pessoas, esse novo governo mundial controlará a política, a economia, a religião, a alimentação desde a produção no campo até a venda para o consumidor final, e outras áreas da vida humana. Muito embora eles apresentem tudo isso como algo benéfico, uma coisa boa, algo vantajoso, não se iluda. É tudo para te enganar, o governo será tirano, ditatorial, absoluto, não admitirá opositores. Ele fará calar com a morte todo aquele que ousar se levantar contra seus ditames.

Bom, se você chegou até aqui é porque você não é um cidadão comum e está realmente interessado em saber mais, então, preste bem atenção, NÃO SEJA ENGANADO!

Eles vão criar várias leis para regular todos os aspectos da vida humana, inclusive um dia para o descanso semanal. Aqui vai uma dica: O verdadeiro dia de descanso, segundo a bíblia, é o sábado, Êxodo 20:8

Tudo isso que vai acontecer já estava predito na bíblia, leia Apocalipse 13, esse capítulo fala de dois poderes que existirão na terra e que a prepararão para o governo do iníquo, aquele que a vinda é segundo a eficácia do inimigo do Deus Todo-Poderoso.

O dragão irou-se contra a igreja de Jesus e foi fazer guerra contra os santos, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus. Apocalipse 12:17

Somente em Jesus seremos salvos, mesmo com a grande perseguição que se avizinha, podemos contar com a segurança do nosso Senhor, podemos sempre encontrar abrigo seguro sob Suas asas.

Para mais informações pesquise no google e no youtube sobre nova ordem mundial , codex alimentarius, agenda oculta da ONU e outros. Existem muitos artigos sobre esses assuntos, saiba analisar criteriosamente para ver se estão de acordo com a bíblia. Pesquise enquanto ainda é permitido, pois logo todo esse material será retirado da internet pela censura ditatorial desse sistema.

Deus o abençoe!