Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
terça-feira, 6 de setembro de 2011
Bolsas da Fundação Lemann para universidades americanas
Novo livro: Globalizando - Paulo Roberto de Almeida
GlobalizandoEnsaios sobre a Globalização e a Antiglobalização
- ISBN: 9788537508756
- Editora: Lumen Juris
- Edição: 1 º Edição
- Acabamento: brochura
- Formato: 16x23 cm
- Paginas: 292
- Autor(s): Paulo Roberto de Almeida
- Ano Publicação: 2011
http://www.livrariaultimainstancia.com.br/Produto/132911/Globalizando/
A globalização não precisa de defensores: ela simplesmente existe! Ela segue seu curso independente dos globalizadores, como este que aqui escreve, mas também totalmente indiferente aos protestos ingênuos, ou irracionais, dos antiglobalizadores, que só podem ser considerados ingratos, pois tudo o que eles são, tudo o que eles fazem, eles o devem à globalização. Este livro reúne escritos que tanto explicam os mecanismos da globalização contemporânea - sim, ela já existia antes de nossa era - quanto desmontam as críticas toscas, equivocadas e irracionais dos antiglobalizadores. Se suas propostas fossem seguidas, o mundo seria um lugar pior, mais miserável e menos livre do que ele é, justamente graças à globalização. Paulo Roberto Almeida é doutor em ciências sociais, diplomata de carreira e professor de Economia Política Internacional na pós-graduação do Uniceub (Brasília).
Sumário:
À maneira de prefácio:
O altermundialismo, uma enfermidade infantil da globalização
Parte I
Globalização
1. O Brasil e os primeiros 500 anos de globalização capitalista
2. Contra a corrente: treze idéias fora do lugar sobre as relações internacionais
3. A globalização e as desigualdades: quais as evidências?
4. Três vivas ao processo de globalização: crescimento, pobreza e desigualdade
5. Distribuição mundial da renda: evidências desmentem concentração e divergência
6. O Brasil e os impactos econômicos e sociais da globalização
7. Globalização perversa e políticas econômicas nacionais: um contraponto
Parte II
Antiglobalização
8. Contra a anti-globalização: Contradições, insuficiências e impasses do movimento
9. A globalização e seus descontentes: um roteiro sintético dos equívocos
10. A globalização e seus benefícios: um contraponto ao pessimismo
11. Fórum Social Mundial: nove objetivos gerais e alguns grandes equívocos
12. Um outro Fórum Social Mundial é possível… (aliás, é até mesmo necessário)
13. Fórum Social Mundial 2008: menos transpiração, mais inspiração, por favor...
14. Fórum Surreal Mundial: pequena visita aos desvarios dos antiglobalizadores
15. Uma previsão marxista...
16. Perguntas impertinentes a um amigo anti-globalizador
17. Fórum Social Mundial 2010, uma década de embromaçãoÀ guisa de conclusão:
Se, nouvelle manière (ou as qualidades do homem na globalização)
Obras de Paulo Roberto de Almeida
Livros do Autor
Livros
Um texto mais recente sobre o mesmo problema:
Triste Fim de Policarpo Social Mundial
segunda-feira, 5 de setembro de 2011
New Book: Starting Over: Brazil since 1985 - Albert Fishlow
David Landes: Prometeu Liberado -- a Revolução Industrial na Europa
Paulo Roberto de Almeida
David S. Landes:
Prometeu Desacorrentado: transformação tecnológica e desenvolvimento industrial na Europa ocidental, de 1750 até os dias de hoje
(2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 2005, 628 p.).
O titã liberado é o sistema fabril: seu aparecimento na Inglaterra chocou Marx, que condenou a vil exploração do proletariado. Ele ainda não tinha visto nada, pois a China modorrava na imobilidade industrial. Hoje as fábricas chinesas não se distinguem, pelas condições de trabalho, das manufaturas de Manchester do século 19. A história é européia, mas esse Prometeu desajeitado que é a grande indústria leva seus grilhões ao mundo, o que desespera os antiglobalizadores, mas encantaria Marx, que confiava no papel revolucionário do capitalismo para destruir as "muralhas da China", o despotismo asiático e os reinos bárbaros do Oriente.
A China, a Índia e as nações islâmicas fracassadas do Oriente Médio constituem, precisamente, o objeto do epílogo, a parte verdadeiramente nova do livro. Landes argumenta que a globalização "não é uma causa, nem uma ideologia. É simplesmente a procura de riqueza". A civilização industrial do Ocidente foi a mais formidável máquina de criação de riquezas da história, ao associar possibilidades tecnológicas com o faro pelos negócios de homens liberados das restrições do mercantilismo. Por que esse processo revolucionário ainda não conseguiu romper os grilhões do subdesenvolvimento? É que empréstimos, ensinamentos e presentes podem até ajudar, mas de nada adiantam se o movimento não for conduzido a partir de dentro.
Landes demonstra como as condições tecnológicas e institucionais foram reunidas na Europa Ocidental e continuam a distinguir o Ocidente desenvolvido, ainda que países do Oriente - como o Japão, a Coréia e, agora, a China - lhe tenham seguido os passos. Esses bons alunos da escola européia, a começar pelos Estados Unidos, copiaram as técnicas, não necessariamente as instituições e as políticas econômicas. Landes diz que não é relevante que os "orientais" não tenham seguido a via do liberalismo, e sim que tenham integrado suas economias aos mercados globais, algo que os pregadores de uma industrialização à la List dificilmente reconhecem.
O cerne do livro não é uma discussão das economic policies dos "copiadores" e sim um fascinante racconto storico do desenvolvimento tecnológico da industrialização européia. São seis capítulos, com poucas seções internas e relativamente poucas estatísticas, mas muitos dados qualitativos e análises sobre cada fase. Uma introdução metodológica explica por que a revolução industrial ocorreu na Europa e não em outros lugares. Coloca a questão - que será seguida ao longo do livro - das razões pelas quais as mudanças ocorreram em épocas e locais determinados da Europa, isto é, como o padrão de desenvolvimento diferiu de um país para outro. Nesse sentido, a Europa é um grande laboratório, por ter nações ricas e pobres, grandes e pequenas, todas as formas de governo e um rico mosaico de tradições culturais.
Desde a Revolução Industrial inglesa, disseminada pelo continente, até o período entre guerras e a reconstrução subseqüente, Landes descreve as indústrias mais relevantes do ponto de vista tecnológico: têxtil, metalúrgica, química e de maquinaria, além da mineração de carvão por seu papel energético. Todas elas são situadas no contexto da organização industrial, isto é, da coordenação dos fatores de produção e do manejo dos produtos manufaturados. O resultado é um painel fascinante das raízes da "hegemonia" ocidental, não em virtude de uma história colonialista e opressora, e sim da capacidade de mobilizar e transformar as forças da natureza, liberando o Prometeu desengonçado do capitalismo industrial dos velhos grilhões da miséria educacional e da secular opressão da pobreza material.
Doze trabalhos de Hercules? Não até agora, so pouco trabalhos de Madame Herculea...
Mas este economista lembra apropriadamente uma faina de enorme envergadura, cuja analogia seria extremamente apropriada se, reis, princesas, cortesãos e outros frequentadores do Palácio Real (e de suas estrebarias ministeriais) se dedicassem, de fato, a essa faxinas periódicas que todo governo heteróclito (e fruto de uma verdadeira herança maldita) merece receber, com toneladas de água, detergente, limpa-tudo, removedor de mofo, mata-insetos, raticida, desodorisante e outros produtos de limpeza todos combinados.
Não creio que isso venha a ocorrer.
A tarefa "hercúlea", até o momento, se resumiu a varrer o lixo (e que lixo!) para baixo do tapete, que já está alto assim de porcarias acumuladas...
Bem, espero que um dia venha essa faxina verdadeira.
Por enquanto vocês ficam com um artigo inteligente para pessoas inteligentes.
Comentários em contradição com estas categorias melhor guardar embaixo do tapete...
Paulo Roberto de Almeida
Os limites de tal "faxina", no quadro da coalizão fisiológica que assegura o apoio ao governo Dilma Rousseff, são naturalmente dados por pedestre cálculo político do qual são ingredientes principais o apoio ao governo no Congresso Nacional e a remuneração dos interesses especiais lá representados. Não foi por acaso que a "faxina" não tenha ido tão longe quanto seria desejável, sob pena de abalar a grande coalizão fisiológica que controla a vida política do País. As demissões devem ser explicadas com base nas peculiaridades de estilo pessoal da presidente, e não a qualquer reorientação estratégica.
O episódio sugere que o combate à corrupção continua a ser pilar importante em eventual plataforma política capaz de granjear significativa popularidade. Terreno perigoso, vulnerável à exploração demagógica, como mostra a história relativamente recente em que a propalada caça a marajás acabou em impeachment do presidente da República. Por outro lado, tornou-se reação-padrão dos acusados de improbidade a denúncia de "udenismo", em tentativa meio pífia de confundir a legítima ênfase da velha UDN no combate à corrupção com o seu contumaz golpismo durante a Terceira República.
O episódio também suscita reflexão sobre se, quando e como poderá haver salto qualitativo na repressão às práticas corruptas no Brasil. Não custa lembrar a mudança de regime que significou o episódio do mensalão, em 2005. Até então o PT se apresentava como partido renovador, uma espécie de Partido Comunista Italiano, cuja gestão da coisa pública em nível municipal contrastava com o fisiologismo de outros partidos. Pós-mensalão, o que se viu foi o PT abandonar o seu projeto inovador e mergulhar na fisiologia, tratando de dominar a tecnologia das coalizões perversas baseadas no "é dando que se recebe". Nesse ambiente prosperou a veia personalista do ex-presidente e o lulismo acabou por dominar amplamente o petismo.
A Grã-Bretanha é o exemplo histórico mais conhecido de sociedade que, no início do século 19, abandonou a "velha corrupção" e começou a desmantelar a corrupção sistemática que havia caracterizado o período anterior. Corrupção baseada na coalizão entre políticos que se perpetuavam no poder distribuindo benesses para "interesses especiais" e os próprios interesses beneficiados. Em meio à ampliação da representatividade do colégio eleitoral, reformas acabaram com sinecuras, venda de cargos, distribuição de contratos, cargos e pensões a parentes e amigos, e também com os "burgos podres". Políticas públicas centradas na defesa de "interesses especiais", em detrimento do interesse coletivo, foram reformuladas. Para que isso fosse possível foi importante o sentimento entre os beneficiados pela patronagem anterior de que melhor seria perder os anéis que arriscar a perda dos dedos, ainda com a experiência da Revolução Francesa viva na memória. E, também, que o projeto passasse a fazer parte das plataformas dos grupos políticos em ascensão.
Para que o abandono da "velha corrupção" seja possível no Brasil, seria necessário que tal objetivo fosse efetivamente incorporado ao programa de partidos. E que estes disputassem as eleições defendendo tal plataforma. O que forçaria o abandono de políticas que beneficiam "interesses especiais" em detrimento do interesse coletivo, que vão do acesso a crédito subsidiado por bancos públicos até a provisão de educação universitária gratuita independentemente da renda familiar dos estudantes, passando pelos privilégios das aposentadorias do setor público, entre muitas outras anomalias distributivas.
É difícil que isso ocorra. Parece impossível que as correntes do PT que repudiam a alternativa fisiológica tenham condições de reverter a contaminação do partido pelo gosto do poder a qualquer custo. Dilma Rousseff não tem cacife político para mudar os rumos do PT, encalhado na fisiologia. Lula, como presidente-sombra e candidato perpétuo, não parece ter nenhuma inquietação quanto à mudança de rumos de 2005. Caso houvesse oposição minimamente estruturada, e com projeto efetivamente renovador, seria possível, em tese, pensar em redefinição da coalizão governista que criasse "valores republicanos" efetivos, decentes e críveis. Cenário que está, também, por enquanto, fora de cogitação.
O mais provável é que a forma de governar da atual presidente continue a ser balizada pelo modelo lulista pós-2005, com o uso bissexto de mero pano de pó para controlar as irregularidades mais incômodas politicamente. Faxina jamais, pois comprometeria o cimento da coalizão governista.
* Doutor em Economia pela Universidade de Cambridge, é professor titular no Departamento de Economia da PUC-Rio.
Oriente Medio: um blog de especialista
Aliás, eis o artigo mencionado:
Sunitas e xiitas no processo de reconstrução do Iraque
The Great Contraction - Kenneth Rogoff
THE UNBOUND ECONOMY
The Second Great Contraction
Kenneth Rogoff
www.project-syndicate.org
domingo, 4 de setembro de 2011
Coreia do Norte: devorando seus tecnocratas
Posted By Thomas E. Ricks Foreign Policy, Friday, July 15, 2011 - 11:07 AM
"Thirty people have been confirmed to have died or gone missing until recently. About 10 partners of inter-Korean talks with the South were executed by firing and about 20 others were said to have died in traffic accidents.""As of now, the North has no partners to talk with the South. There will likely be major change in inter-Korean relations."