O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

Mostrando postagens com marcador Kenneth Rogoff. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Kenneth Rogoff. Mostrar todas as postagens

sábado, 23 de janeiro de 2016

Kenneth Rogoff: Brasil precisa desfazer as politicas dos ultimos anos (OESP)

‘O problema da economia global são os emergentes’
Entrevista. Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do FMI
O Estado de S. Pauo, 22/01/2016

Para economista, receita para o Brasil sair da crise é desfazer grande parte das políticas dos últimos anos

Para Rogoff, chineses manipulam númerosPara Rogoff, chineses manipulam númerosDAVOS -
Kenneth Rogoff, ex-economista-chefe do FMI e um dos mais respeitados economistas da cena global, não vê sinais de que o mundo esteja entrando numa fase recessiva, apesar do nervosismo dos mercados. Para ele, há uma abrupta desaceleração dos mercados emergentes, mas Estados Unidos e Europa seguem em recuperação, e a queda do preço do petróleo é positiva para o crescimento global. O Brasil, porém, é o emergente em pior situação, junto com a Rússia, para Rogoff. O problema, segundo ele, é que o País tratou a queda das commodities como problema temporário, tentando reacelerar a economia com expansionismo fiscal. A seguir, a entrevista, concedida em Davos, onde Rogoff participa do Fórum Econômico Mundial.

Como o sr. vê a onda de pessimismo sobre a economia global?
Estamos vendo uma desaceleração dos mercados emergentes, não uma ameaça de recessão global. Os problemas nos emergentes atrapalham todo mundo, mas no momento não é fácil de entender como causariam recessões nos Estados Unidos e na Europa. Os sinais são de que o crescimento na Europa é sólido, as pessoas ainda estão revisando para cima suas estimativas. O FMI não revisou para baixo o crescimento da Europa e diminuiu muito pouquinho o dos Estados Unidos. O crescimento do emprego é forte, a confiança do consumidor é forte. O preço mais baixo da energia é bom para os países avançados.

E os emergentes?
Aí é outro problema. É uma desaceleração aguda. Quando se crescia a 6%, e agora se cresce a 3%, não é agradável. A Ásia claramente está sofrendo e a China está no centro disso. Os mercados emergentes que estão em problemas mais graves são, infelizmente, o Brasil e a Rússia. É claro que a causa principal é a queda das commodities, mas no Brasil houve muitos erros de política econômica – no nível microeconômico, mas também o (erro) de tratar a queda das commodities como temporária. O Brasil fez uma grande expansão fiscal para contrabalançar a queda das commodities, que julgou temporária, mas que acabou se revelando permanente.

Há alguma luz no fim de túnel do Brasil?
Não estou tão informado assim sobre o Brasil, mas não é o que ouço ainda dos meus amigos brasileiros ou o que leio nos jornais. Ainda não vejo nenhuma estabilização.

Qual seria a receita para o Brasil sair da atual crise?
Desfazer grande parte das políticas dos últimos anos. Foram distribuídos todos os tipos de subsídios, por toda a parte, a política macroeconômica foi muito expansionista. E há também a lista habitual de reformas estruturais.

O sr. acompanhou a mudança no Ministério da Fazenda?
Sim. Não tenho muita certeza, mas parece sinalizar uma falta de apoio para a restrição fiscal, e é difícil imaginar como o Brasil pode se sair da atual situação sem restrição fiscal.

Qual sua visão sobre a China?
É muito difícil ter uma desaceleração gradual controlada. Os chineses gostam de controlar tudo, o mercado acionário, a taxa de câmbio e certamente manipulam números. Eu suponho que a desaceleração é maior que os números divulgados. O setor industrial, que representa metade da economia chinesa, está com crescimento quase nulo. O setor de serviços cresce a uma taxa saudável, mas é só metade da economia. De maneira geral, eles desaceleraram bastante. Eu acho que se eles crescerem 4% ou 5%, já está bom, absolutamente razoável se eles estão fazendo uma transição. Mas o risco é que o governo não ache esse ritmo politicamente sustentável, e comece a fazer erros de política econômica.

Já não houve erros?
A única coisa que fizeram completamente errado até agora foi no mercado acionário – você não pode tentar manipular as bolsas. Também não se pode manipular a taxa de câmbio sem controle de capital. Mas o comércio internacional chinês é tão grande que os controles de capital se tornaram porosos, pois as empresas chinesas conseguem muito facilmente movimentar dinheiro para dentro e para fora do país.

Qual é o efeito da queda do petróleo na economia global?
Acredito que a queda do petróleo não pode ser ruim para a economia global. Até o ponto em que a queda é causada pela oferta – o que explica pelo menos metade, talvez três quartos do fenômeno –, é muito difícil contar uma história de por que isso é um desastre para a economia global. Se de repente o Brasil descobre que pode facilmente tirar o petróleo offshore, que tem dez vezes mais do que se pensava, isso não é ruim para a economia global. É bom para o Brasil e é ainda melhor para o mundo. Preço baixo de petróleo é bom para a China, para a Índia, para Europa, para o Japão e até talvez para os Estados Unidos.

Uma das teses é de que a queda do petróleo está afetando os investimentos no setor de petróleo e gás de xisto, e que isso afeta a economia americana.
É um setor dinâmico, mas os EUA são muito grandes. Eles já desaceleraram o investimento (em xisto) há algum tempo. No pico, chegou a representar 10% do investimento em capital fixo, agora é 5%. Não é um fator suficiente para ter todo este efeito na economia.

Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia, disse que os vendedores de petróleo têm de economizar cada centavo perdido com a queda do preço, mas os compradores não gastam tudo o que ganharam, porque não sabem se é permanente.
O Stiglitz assessora muito de perto a Argentina e a Venezuela, quem sabe isso é não verdade nesses países...

Como se explica esse 'bear market' (tendência de queda dos mercados) mundial?
Eu não posso explicar, e é essa é a coisa mais importante que tenho a dizer. Não há dúvida de que o fator principal foi a perda de confiança nos gestores da economia chinesa, e a constatação de que os bancos centrais não podem fazer muito para resgatar os mercados. Mas eu acho que os bancos centrais não fariam, mesmo que pudessem. Eles olham para o mercado acionário com nervosismo, mas se eles não veem problemas nos números de desemprego, PIB e inflação, o Fed vai continuar a subir a taxa básica de juros.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Argentina, 7 vs Brasil, 5: perdemos no concurso das moratorias

Apesar de ganharmos amplamente na corrida inglória de destruir e enterrar moedas, com 8 a 5 para o nosso infeliz registro, ainda estamos perdendo no concurso das moratórias. Os argentinos conseguiram ser mais caloteiros.
Parabéns, continuem assim...
Paulo Roberto de Almeida 
Una lágrima por Argentina
La última suspensión de pagos de Argentina plantea cuestiones inquietantes a los encargados de la formulación de políticas. Es cierto que las periódicas crisis de deuda de este país son a menudo consecuencia de políticas macroeconómicas destructivas, pero esta vez el desencadenante de la suspensión de pagos ha sido un cambio importante en el régimen internacional de la deuda soberana.
Dicho cambio favorece a los acreedores intransigentes en el caso de las emisiones de bonos regidas por la legislación de Estados Unidos. Al aminorarse el crecimiento de los mercados en ascenso y aumentar la deuda exterior, unas nuevas interpretaciones jurídicas que dificulten más las reestructuraciones y las futuras reprogramaciones de la deuda no son un buen augurio para la estabilidad financiera mundial.
En esta historia no hay héroes y, desde luego, no lo son las autoridades de Argentina, que hace un decenio intentaron imponer unilateralmente una generalizada reestructuración en gran escala a los titulares extranjeros de bonos. Los economistas que pregonaron el "consenso de Buenos Aires" como la nueva forma de dirigir las economías también resultan ridículos a posteriori. El Fondo Monetario Internacional (FMI) reconoció hace mucho haber concedido demasiados préstamos para intentar salvar la insostenible vinculación de Argentina con el dólar cuando se desplomó en 2001.
No es la primera vez que una suspensión de pagos de Argentina ha alterado los mercados internacionales de capitales. Según el cuadro que Carmen Reinhart y yo compilamos en nuestro libro de 2009 Esta vez es distinto, Argentina ha suspendido pagos en siete ocasiones anteriores: en 1827, 1890, 1951, 1956, 1982, 1989 y 2001.
Argentina puede ser casi tan famosa por sus suspensiones de pagos como por sus equipos de fútbol, pero de ningún modo es la única al respecto. Casi todos los países con mercados en desarrollo han experimentado problemas recurrentes en materia de deuda soberana. Venezuela es el que ostenta la plusmarca en la época contemporánea con 11 suspensiones de pagos desde 1826 y posiblemente otras por venir.
En 2003, en parte como reacción ante la crisis argentina, el FMI propuso un nuevo marco para la adjudicación de deudas soberanas, pero esa propuesta chocó con la firme oposición no sólo de los acreedores que temían que el FMI se mostrara demasiado comprensivo para con los deudores problemáticos, sino también de los mercados emergentes que no preveían un riesgo a corto plazo de que se dejara de confiar en su solvencia. Los prestatarios solventes estaban preocupados ante la posibilidad de que, si se suavizaban las sanciones por incumplimiento, los acreedores exigieran tipos mayores.
Recientemente, como consecuencia de una reconsideración de los préstamos del FMI a la periferia de Europa (y a Grecia en particular), el Fondo ha propuesto otro planteamiento para la reprogramación de la deuda que podría ser más fácil de aplicar. El FMI reconoce ahora que, en realidad, se estaba utilizando la mayor parte de su financiación para que no tuvieran pérdidas los acreedores a corto plazo. A consecuencia de ello, no había dinero suficiente para ayudar a suavizar los recortes presupuestarios impuestos por la repentina paralización de la financiación extranjera.
La experiencia de la reciente crisis de la zona del euro presenta un marcado contraste con la crisis de la deuda latinoamericana en el decenio de 1980, cuando no se permitió que los bancos se apresurasen a librarse de sus préstamos. Si se aprueba la nueva propuesta, el FMI denegaría fondos, con condiciones, a los países que tengan cargas de deuda cuya insostenibilidad considere muy probable el personal del FMI; los acreedores tendrían que acceder primero a "reconfigurar" la deuda.
Lo de reconfigurar la deuda es un eufemismo por reestructurar la deuda, lo que permite a los países endeudarse para con los acreedores existentes durante periodos más largos y con tipos de interés menores de los que podrían encontrar en el mercado abierto. Aunque dista mucho de estar claro si le resultaría fácil al FMI mantenerse firme frente a los acreedores muy exigentes, la nueva política, en caso de que se adoptara, endurecería el planteamiento por parte del Fondo de los casos en que se ve repetidas veces aportando dinero bueno para intentar salvar lo insalvable.
En la actualidad, Estados Unidos parece reacio a secundar la propuesta del FMI. Evidentemente, las autoridades estadounidenses están convencidas de que en algunas situaciones la geopolítica prevalece sobre la economía (lo que se refleja, por ejemplo, en la reciente reincorporación del FMI a Ucrania, después de una serie de programas fallidos).
Esa resistencia americana es desafortunada. Sería mucho mejor que Estados Unidos buscara, sencillamente, formas de organizar simples donaciones en casos excepcionales, como el de Ucrania, en lugar de estructurar el sistema financiero internacional en torno a ellos.
En vista de las complicaciones recurrentes para la resolución de contratos de deuda soberana en tribunales extranjeros y de la incapacidad del mundo para organizar un procedimiento fiable y justo en los casos de quiebras extranjeras, tal vez la mejor idea sea la de orientar la mayor parte de las corrientes internacionales de deuda hacia los tribunales de los países deudores. Hace 25 años, Jeremy Bulow y yo hicimos una propuesta de ese tipo; ése sigue siendo el planteamiento correcto.
En ese caso, los países interesados en endeudarse con grandes cantidades en el extranjero deberían crear entidades que prometieran devolver los préstamos de forma fiable. En general, la experiencia respalda ese método. De hecho, el enorme aumento en los últimos años de la emisión de deuda nacional de los países emergentes ha contribuido a reducir las tensiones en los mercados (si bien la continua dependencia de la deuda extrajera en que se encuentran las empresas sigue manteniendo a muchos países en una situación de vulnerabilidad).
Pero el endeudamiento interno no es una panacea. Creer que cualquier país que emita deuda en su propia divisa carece de riesgo, mientras el tipo de cambio sea flexible, resulta asombrosamente ingenuo: entre otras cosas, porque sigue existiendo riesgo de inflación, en particular en el caso de los países con instituciones fiscales débiles y grandes cargas de deuda.
Aun así, el último trauma de Argentina en materia de deuda muestra que el sistema mundial de renegociaciones de deuda soberana sigue necesitando urgentemente una reparación. Es absolutamente necesario reforzar los mercados nacionales de deuda y tal vez hacer cambios en el sentido propuesto por el FMI.
Traducido del inglés por Carlos Manzano.
Kenneth Rogoff, ex economista jefe del FMI, es profesor de Economía y Política Pública en la Universidad de Harvard.
© Project Syndicate, 2014.

terça-feira, 28 de maio de 2013

Keynesianismo light, e os problemas da Europa - Kenneth Rogoff


Europe’s Lost Keynesians

Kenneth Rogoff 

PROJECT SYNDICATE, 23 May 2013

CAMBRIDGE – There is no magic Keynesian bullet for the eurozone’s woes. But the spectacularly muddle-headed argument nowadays that too much austerity is killing Europe is not surprising. Commentators are consumed by politics, flailing away at any available target, while the “anti-austerity” masses apparently believe that there are easy cyclical solutions to tough structural problems.

The eurozone’s difficulties, I have long argued, stem from European financial and monetary integration having gotten too far ahead of actual political, fiscal, and banking union. This is not a problem with which Keynes was familiar, much less one that he sought to address.

Above all, any realistic strategy for dealing with the eurozone crisis must involve massive write-downs (forgiveness) of peripheral countries’ debt. These countries’ massive combined bank and government debt – the distinction everywhere in Europe has become blurred – makes rapid sustained growth a dream.

This is hardly the first time I have stressed the need for wholesale debt write-downs. Two years ago, in a commentary called “The Euro’s Pig-Headed Masters,” I wrote that “Europe is in constitutional crisis. No one seems to have the power to impose a sensible resolution of its peripheral countries’ debt crisis. Instead of restructuring the manifestly unsustainable debt burdens of Portugal, Ireland, and Greece (the PIGs), politicians and policymakers are pushing for ever-larger bailout packages with ever-less realistic austerity conditions.”

My sometime co-author Carmen Reinhart makes the same point, perhaps even more clearly. In a May 2010 Washington Post editorial (co-authored with Vincent Reinhart), she described “Five Myths About the European Debt Crisis” – among them, “Myth #3: Fiscal austerity will solve Europe’s debt woes.” We have repeated the mantra dozens of times in various settings, as any fair observer would confirm.

In a debt restructuring, the northern eurozone countries (including France) will see hundreds of billions of euros go up in smoke. Northern taxpayers will be forced to inject massive amounts of capital into banks, even if the authorities impose significant losses on banks’ large and wholesale creditors, as well they should. These hundreds of billions of euros are already lost, and the game of pretending otherwise cannot continue indefinitely.

A gentler way to achieve some modest reduction in public and private debt burdens would be to commit to a period of sustained but moderate inflation, as I recommended in December 2008 in a commentary entitled “Inflation is Now the Lesser Evil.” Sustained moderate inflation would help to bring down the real value of real estate more quickly, and potentially make it easier for German wages to rise faster than those in peripheral countries. It would have been a great idea four and a half years ago. It remains a good idea today.

What else needs to happen? The other steps involve economic restructuring at the national level and political integration of the eurozone. In another commentary, “A Centerless Euro Cannot Hold,” I concluded that “without further profound political and economic integration – which may not end up including all current eurozone members – the euro may not make it even to the end of this decade.”

Here, all eyes may be on Germany, but today it is really France that will play the central role in deciding the euro’s fate. Germany cannot carry the euro on its shoulders alone indefinitely. France needs to become a second anchor of growth and stability.

Temporary Keynesian demand measures may help to sustain short-run internal growth, but they will not solve France’s long-run competitiveness problems. At the same time, France and Germany must both come to terms with an approach that leads to far greater political union within a couple of decades. Otherwise, the coming banking union and fiscal transfers will lack the necessary political legitimacy.

As my colleague Jeffrey Frankel has remarked, for more than 20 years, Germany’s elites have insisted that the eurozone will not be a transfer unión. But, in the end, ordinary Germans have been proved right, and the elites have been proved wrong. Indeed, if the eurozone is to survive, the northern countries will have to continue to help the periphery with new loans until access to private markets is restored.

So, given that Germany will be picking up many more bills (regardless of whether the eurozone survives), how can it best use the strength of its balance sheet to alleviate Europe’s growth problems? Certainly, Germany must continue to acquiesce in an ever-larger role for the European Central Bank, despite the obvious implicit fiscal risks. There is no safe path forward.

There are a number of schemes floating around for leveraging Germany’s lower borrowing costs to help its partner countries, beyond simply expanding the ECB’s balance sheet. For meaningful burden-sharing to work, however, eurozone leaders must stop dreaming that the single currency can survive another 20 or 30 years without much greater political union.

Debt write-downs and guarantees will inevitably bloat Germany’s government debt, as the authorities are forced to bail out German banks (and probably some neighboring countries’ banks). But the sooner the underlying reality is made transparent and becomes widely recognized, the lower the long-run cost will be.

To my mind, using Germany’s balance sheet to help its neighbors directly is far more likely to work than is the presumed “trickle-down” effect of a German-led fiscal expansion. This, unfortunately, is what has been lost in the debate about Europe of late: However loud and aggressive the anti-austerity movement becomes, there still will be no simple Keynesian cure for the single currency’s debt and growth woes.


Kenneth Rogoff, Professor of Economics and Public Policy at Harvard University and recipient of the 2011 Deutsche Bank Prize in Financial Economics, was the chief economist of the International Monetary Fund from 2001 to 2003. His most recent book, co-authored with Carmen M. Reinhart, is This Time is Different: Eight Centuries of Financial Folly.

=============================================================

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

The unstavable beast: a armadilha dos servicos publicos - Kenneth Rogoff

The unstavable beast
Kenneth Rogoff
Project Syndicate, January 3, 2013

CAMBRIDGE – As the world watches the United States grapple with its fiscal future, the contours of the battle reflect larger social and philosophical divisions that are likely to play out in various guises around the world in the coming decades. There has been much discussion of how to cut government spending, but too little attention has been devoted to how to make government spending more effective. And yet, without more creative approaches to providing government services, their cost will continue to rise inexorably over time.

Any service-intensive industry faces the same challenges. Back in the 1960’s, the economists William Baumol and William Bowen wrote about the “cost disease” that plagues these industries. The example they famously used was that of a Mozart string quartet, which requires the same number of musicians and instruments in modern times as it did in the nineteenth century. Similarly, it takes about the same amount of time for a teacher to grade a paper as it did 100 years ago. Good plumbers cost a small fortune, because here, too, the technology has evolved very slowly.

Why does slow productivity growth translate into high costs? The problem is that service industries ultimately have to compete for workers in the same national labor pool as sectors with fast productivity growth, such as finance, manufacturing, and information technology. Even though the pools of workers may be somewhat segmented, there is enough overlap that it forces service-intensive industries to pay higher wages, at least in the long run.

The government, of course, is the consummate service-intensive sector. Government employees include teachers, policemen, trash collectors, and military personnel.

Modern schools look a lot more like those of 50 years ago than do modern manufacturing plants. And, while military innovation has been spectacular, it is still very labor-intensive. If people want the same level of government services relative to other things that they consume, government spending will take up a larger and larger share of national output over time.

Indeed, not only has government spending been rising as a share of income; so, too, has spending across many service sectors. Today, the service sector, including the government, accounts for more than 70% of national income in most advanced economies.

Agriculture, which in the 1800’s accounted for more than half of national income, has shrunk to just a few percent. Manufacturing employment, which accounted for perhaps a third of jobs or more before World War II, has shrunk dramatically. In the US, for example, the manufacturing sector employs less than 10% of all workers. So, even as economic conservatives demand spending cuts, there are strong forces pushing in the other direction.

Admittedly, the problem is worse in the government sector, where productivity growth is much slower even than in other service industries. Whereas this might reflect the particular mix of services that governments are asked to provide, that can hardly be the whole story.

Surely, part of the problem is that governments use employment not just to provide services, but also to make implicit transfers. Moreover, government agencies operate in many areas in which they face little competition – and thus little pressure to innovate.

Why not bring greater private-sector involvement, or at least competition, into government? Education, where the power of modern disruptive technologies has barely been felt, would be a good place to start. Sophisticated computer programs are becoming quite good at grading middle-school essays, if not quite up to the standards of top teachers.

Infrastructure is another obvious place to expand private-sector involvement. Once upon a time, for example, it was widely believed that drivers on privately operated roads would constantly be waiting to pay tolls. Modern transponders and automatic payment systems, however, have made that a non-issue.

But one should not presume that a shift to greater private-sector provision of services is a panacea. There would still be a need for regulation, especially where monopoly or near-monopoly is involved. And there would still be a need to decide how to balance efficiency and equity in the provision of services. Education is clearly an area in which any country has a strong national interest in providing a level playing field.

As US President in the 1980’s, the conservative icon Ronald Reagan described his approach to fiscal policy as “starve the beast”: cutting taxes will eventually force people to accept less government spending. In many ways, his approach was a great success. But government spending has continued to grow, because voters still want the services that government provides. Today, it is clear that reining in government also means finding ways to shape incentives so that innovation in government keeps pace with innovation in other service sectors.

Without more ideas about how to innovate in the provision of government services, battles such as one sees playing out in the US today can only become worse, as voters are increasingly asked to pay more for less. Politicians can and will promise to do a better job, but they cannot succeed unless we identify ways to boost government services’ efficiency and productivity.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

The Great Contraction - Kenneth Rogoff


THE UNBOUND ECONOMY

The Second Great Contraction

Project Syndicate2011-08-02
CAMBRIDGE – Why is everyone still referring to the recent financial crisis as the “Great Recession”? The term, after all, is predicated on a dangerous misdiagnosis of the problems that confront the United States and other countries, leading to bad forecasts and bad policy.
The phrase “Great Recession” creates the impression that the economy is following the contours of a typical recession, only more severe – something like a really bad cold. That is why, throughout this downturn, forecasters and analysts who have tried to make analogies to past post-war US recessions have gotten it so wrong. Moreover, too many policymakers have relied on the belief that, at the end of the day, this is just a deep recession that can be subdued by a generous helping of conventional policy tools, whether fiscal policy or massive bailouts.
But the real problem is that the global economy is badly overleveraged, and there is no quick escape without a scheme to transfer wealth from creditors to debtors, either through defaults, financial repression, or inflation.
A more accurate, if less reassuring, term for the ongoing crisis is the “Second Great Contraction.” Carmen Reinhart and I proposed this moniker in our 2009 book This Time is Different, based on our diagnosis of the crisis as a typical deep financial crisis, not a typical deep recession. The first “Great Contraction” of course, was the Great Depression, as emphasized by Anna Schwarz and the late Milton Friedman. The contraction applies not only to output and employment, as in a normal recession, but to debt and credit, and the deleveraging that typically takes many years to complete.
Why argue about semantics? Well, imagine you have pneumonia, but you think it is only a bad cold. You could easily fail to take the right medicine, and you would certainly expect your life to return to normal much faster than is realistic.
In a conventional recession, the resumption of growth implies a reasonably brisk return to normalcy. The economy not only regains its lost ground, but, within a year, it typically catches up to its rising long-run trend.
The aftermath of a typical deep financial crisis is something completely different. As Reinhart and I demonstrated, it typically takes an economy more than four years just to reach the same per capita income level that it had attained at its pre-crisis peak. So far, across a broad range of macroeconomic variables, including output, employment, debt, housing prices, and even equity, our quantitative benchmarks based on previous deep post-war financial crises have proved far more accurate than conventional recession logic.
Many commentators have argued that fiscal stimulus has largely failed not because it was misguided, but because it was not large enough to fight a “Great Recession.” But, in a “Great Contraction,” problem number one is too much debt. If governments that retain strong credit ratings are to spend scarce resources effectively, the most effective approach is to catalyze debt workouts and reductions.
For example, governments could facilitate the write-down of mortgages in exchange for a share of any future home-price appreciation. An analogous approach can be done for countries.  For example, rich countries’ voters in Europe could perhaps be persuaded to engage in a much larger bailout for Greece (one that is actually big enough to work), in exchange for higher payments in ten to fifteen years if Greek growth outperforms.
Is there any alternative to years of political gyrations and indecision?
In my December 2008 column, I argued that the only practical way to shorten the coming period of painful deleveraging and slow growth would be a sustained burst of moderate inflation, say, 4-6% for several years. Of course, inflation is an unfair and arbitrary transfer of income from savers to debtors. But, at the end of the day, such a transfer is the most direct approach to faster recovery. Eventually, it will take place one way or another, anyway, as Europe is painfully learning.
Some observers regard any suggestion of even modestly elevated inflation as a form of heresy. But Great Contractions, as opposed to recessions, are very infrequent events, occurring perhaps once every 70 or 80 years. These are times when central banks need to spend some of the credibility that they accumulate in normal times.
The big rush to jump on the “Great Recession” bandwagon happened because most analysts and policymakers simply had the wrong framework in mind. Unfortunately, by now it is far too clear how wrong they were.
Acknowledging that we have been using the wrong framework is the first step toward finding a solution. History suggests that recessions are often renamed when the smoke clears. Perhaps today the smoke will clear a bit faster if we dump the “Great Recession” label immediately and replace it with something more apt, like “Great Contraction.” It is too late to undo the bad forecasts and mistaken policies that have marked the aftermath of the financial crisis, but it is not too late to do better.
Kenneth Rogoff is Professor of Economics and Public Policy at Harvard University, and was formerly chief economist at the IMF.

domingo, 19 de junho de 2011

A tragedia grega do euro: desafios epicos...- Kenneth Rogoff

O título é meu, mas a análise é de um dos economistas mais respeitados da atualidade.
A questão é simples: o euro tem futuro?
Parece que sim, mas vai ter de entrar em alguma academia de fisioterapia, ou estação de águas, para fazer um bom recondicionamento antes de se colocar novamente em marcha.
O problema, como sempre, não é tanto o euro, mas o que fazem deles governos irresponsáveis.
Velha questão, soluções clássicas: regime de emagrecimento, educação espartana, hábitos sóbrios, sem se perder na bebida ou em festinhas muito caras. Nem sempre se tem uma tia rica -- estilos EUA ou Alemanha -- para pagar a conta do seu cartão de crédito. Um dia isso acaba...
Paulo Roberto de Almeida

El euro, en la encrucijada
KENNETH ROGOFF
El País, 19/06/2011

Europa se encuentra en una crisis constitucional. Nadie parece tener el poder de imponer una resolución razonable a la crisis de la deuda de sus países periféricos. En lugar de reestructurar la carga de deuda manifiestamente insostenible de Portugal, Irlanda y Grecia (los llamados países PIG, por sus iniciales), los políticos y legisladores están presionando para que se adopten paquetes de rescate cada vez más grandes con condiciones de austeridad cada vez menos realistas. Por desgracia, no están solo "pateando" el problema para más adelante, sino empujando una bola de nieve montaña abajo.

Es cierto que, de momento, el problema sigue siendo económicamente manejable. El crecimiento de la eurozona es respetable, y los PIG representan solo el 6% de su PIB. Pero al argumentar obstinadamente que estos países se enfrentan a una crisis de liquidez, en lugar de un problema de solvencia, los funcionarios del euro están poniendo en riesgo todo el sistema. Importantes economías de la eurozona, como España e Italia, padecen grandes problemas de endeudamiento, especialmente si se tiene en cuenta su crecimiento anémico y una manifiesta falta de competitividad. Lo último que necesitan es que se haga creer a la gente que ya hay en marcha una unión implícita de transferencias y que las reformas y la reestructuración económica pueden esperar.

Los funcionarios de la Unión Europea sostienen que sería catastrófico reestructurar las deudas de cualquier miembro de forma proactiva. Es ciertamente el caso del contagio que ocurriría si se reestructura la deuda griega. Dejará de propagarse solo cuando Alemania erija un cortafuegos firme y creíble, probablemente en torno a la deuda de los gobiernos centrales español e italiano. Este es exactamente el tipo de solución realista que uno vería en una zona monetaria verdaderamente integrada. Así que, ¿por qué los líderes europeos encuentran tan inimaginable esta solución intermedia?

Tal vez es porque creen que no tienen en funcionamiento los mecanismos de gobernanza necesarios para tomar decisiones difíciles, para elegir ganadores y perdedores. Las instituciones fracturadas y débiles de la Unión Europea disponen de menos del 2% del PIB de la eurozona en ingresos fiscales. Cualquier tipo de decisión audaz esencialmente requiere unanimidad. Es un "todos para uno y uno para todos", independientemente de su tamaño, posición de deuda y capacidad de rendición de cuentas. No tiene sentido elaborar un plan B si no hay autoridad o capacidad para ejecutarlo.

¿Puede Europa tener suerte? ¿Hay alguna posibilidad de que la bola de nieve de deuda, disfuncionalidad y dudas se deshaga sin causar daño antes de que cobre más fuerza?

En medio de tanta incertidumbre, todo es posible. Si el crecimiento de la eurozona supera ampliamente las expectativas en los próximos años, los balances de los bancos se fortalecerían y los bolsillos de los contribuyentes alemanes se volverían más voluminosos. Los países periféricos podrían experimentar un crecimiento suficiente para ir cumpliendo sus ambiciosos compromisos de austeridad.

Sin embargo, es mucho más probable que la estrategia de hoy conduzca a un estallido y a una restructuración desordenada. ¿Por qué el pueblo griego (por no hablar de los irlandeses y los portugueses) tendrían que aceptar años de austeridad y lento crecimiento a fin de conseguir apuntalar los sistemas bancarios francés y alemán, a menos que reciban grandes sobornos para hacerlo? Como el profesor de Stanford Jeremy Bulow y yo mostramos en nuestro trabajo sobre la deuda soberana en la década de 1980, rara vez se puede exprimir a los países para que realicen pagos netos (pagos menos nuevos préstamos) a entidades extranjeras de más de unos cuantos puntos porcentuales y por algunos años. La actual estrategia de la UE y el Fondo Monetario Internacional pide que estos pagos se realicen a lo largo de una o dos décadas. Tiene que hacerlo, no sea que los contribuyentes alemanes se rebelen ante la perspectiva de tener que pagar por Europa a perpetuidad.

Quizás esta vez sea diferente. Tal vez el encanto de pertenecer a una creciente moneda de reserva haga que una recesión y austeridad sostenidas sean posibles de maneras rara vez vistas en la historia. Lo dudo.

Es cierto que, contra todos los pronósticos y la lógica histórica, parece que Europa va a mantener el liderazgo del FMI. Notablemente, en su resignación a la aparentemente inevitable elección del primer puesto, los líderes de los mercados emergentes no parecen darse cuenta de que todavía deben desafiar la prerrogativa de los Estados Unidos de nombrar al extremadamente poderoso número dos del Fondo. El FMI ya ha sido extraordinariamente generoso con los países PIG. Una vez que se enclave el nuevo equipo pro rescate, solo podemos esperar más generosidad, sin importar si estos países adhieren a sus programas.

Por desgracia, un FMI con gran permisividad es lo último que Europa necesita en estos momentos. Con su crisis constitucional, hemos llegado exactamente al momento en que el FMI debe ayudar a la eurozona a tomar decisiones difíciles que no puede adoptar por sí misma. El Fondo debe crear programas para Portugal, Irlanda y Grecia que restablezcan la competitividad y reduzcan la deuda, y les ofrezcan una esperanza realista de un retorno al crecimiento económico. El FMI debe impedir que los europeos permitan que su parálisis constitucional convierta la bola de nieve de la eurozona en una avalancha mundial.

En ausencia del FMI, la única institución con capacidad de actuar es el ferozmente independiente Banco Central Europeo. Pero si el BCE asume por completo el papel de "prestamista de último recurso", en última instancia, caerá en la insolvencia él mismo. No es manera de asegurar el futuro de la moneda única.

El final de cualquier crisis es difícil de predecir. Tal vez sea suficiente un colapso mayor de la tasa de cambio del euro, generando un auge de las exportaciones. Tal vez Europa entre en un auge de todos modos. Pero es difícil ver cómo la moneda única puede sobrevivir mucho tiempo más sin un paso decisivo hacia una unión fiscal más sólida.

Kenneth Rogoff es profesor de Economía y Políticas públicas en la Universidad de Harvard y fue economista en jefe del FMI.