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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Barao, Cem Anos: exemplo duradouro - Rubens Ricupero (FSP)


O refundador da diplomacia
Rubens Ricupero
Folha de S. Paulo, segunda-feira, 6 de Fevereiro de 2012

Quando se detectam laivos de arrogância no Brasil, convém voltar ao exemplo do barão do Rio Branco

A maior contribuição de Rio Branco não foi haver assegurado ao Brasil 900.000 km² de território. Foi obter esse resultado sem disparar um tiro, imprimindo à diplomacia brasileira duradouro caráter pacífico.

Se estamos prestes a completar 142 anos de paz ininterrupta com dez vizinhos (que já foram 11), isso se deve à maneira pela qual se processou a definição do patrimônio territorial.

O ato fundador da política externa de um país é traçar no terreno o espaço da soberania. Quando a definição se faz por conquista e guerra, a herança de rancor e antagonismo perdura às vezes para sempre. Países de passado imperial como a Rússia são condenados a viver quase em permanente estado de tensão e beligerância em relação aos seus vizinhos.

Rio Branco morreu em 10 de fevereiro de 1912, um século atrás. Tinha apenas 20 anos quando começou a Guerra do Paraguai, conflito sobre o qual escreveu extensamente. Compreendeu então que "o recurso à guerra é sempre desgraçado". Da mesma forma que o barão de Cotegipe, poderia ter exclamado: "Maldita guerra! Vai nos atrasar 50 anos!".

Embora o Brasil tivesse saído vencedor, a guerra foi interminável e cruenta, deixando sequelas como a "questão militar", que enfraqueceram a monarquia e acabaram por levá-la à ruína. Seu impacto sobre a geração de Rio Branco e Joaquim Nabuco explica a opção que fizeram pela diplomacia e pelo direito para resolver conflitos.

Rio Branco desejava um Brasil forte e capaz de se defender de agressões. Não partilhava, porém, do fascínio pela força de seus contemporâneos -Bismarck, Theodore Roosevelt-, que conduziria à catástrofe da Primeira Guerra Mundial dois anos após sua morte. Embora valorizasse a herança da diplomacia do Império, considerava encerrada a orientação que, desde 1850, levara o país a envolver-se em sucessivos conflitos no Prata.

Foi o refundador e, a rigor, o criador da política externa contemporânea, ao modernizar o Itamaraty e deslocar o eixo da diplomacia de Londres para Washington, o centro do poder emergente da época. Soube usar a influência dos EUA em favor dos interesses brasileiros.

Antecipou o que hoje se chama de poder inteligente ("smart power") ao empregar a erudição histórica para triunfar nas arbitragens. Em outros casos, como o do Acre, mostrou-se mestre do moderno conceito de poder brando ("soft power") ao dosar concessões, trocas de território e compensações financeiras para evitar guerra de conquista. Liquidados os contenciosos de limites, pôde lançar as bases da unidade sul-americana com o Pacto do ABC (Argentina, Brasil e Chile).

No momento em que se começa às vezes a detectar no comportamento brasileiro laivos de recém-adquirida arrogância, convém voltar ao exemplo de equilíbrio e moderação do barão. Comentando a possibilidade de que países latino-americanos pudessem ceder à loucura das hegemonias e da prepotência, dizia ele que o Brasil do futuro continuaria a confiar na força do direito. E saberia conquistar "pela sua cordura, desinteresse e amor da Justiça a consideração e o afeto dos povos vizinhos, em cuja vida interna se absterá de intervir".

Neomalthusianos e keynesianos atrasados? So pode ser o Brasil...

Um debate em curso, que começou com esta postagem no blog do Mansueto Almeida, e que espero se prolongue nas próximas semanas...
Paulo Roberto de Almeida 

Sinceramente, eu já havia esquecido o artigo do economista André Lara Resende sobre a tese que consumo mundial está no seu limite e que, assim, seria tolice tentar superar a crise atual com politicas keynesianas para estimular o crescimento que, inevitavelmente, levariam ao aumento do consumo, aumento dos preços dos alimentos e a uma nova crise.
O economista escreveu sobre isso no Valor Econômico (clique aqui) e neste final de semana deu entrevista ao jornal O Globo (clique aqui). No seu artigo no jornal Valor Econômico, o economista fala que: “A crise de 2008, que insiste em não terminar, pode não ser apenas mais uma crise cíclica das economias modernas, sempre ameaçadas pela insuficiência de demanda. É possível que o prazo de validade do remédio keynesiano tenha se esgotado. Não há mais como contar com o crescimento da demanda de bens materiais para crescer. O crescimento pode não ser mais a opção de saída para a crise”.
Não tive tempo ainda de ler o livro “The Great Disruption” de Paul Gilding que Lara Resende cita e que parece contar também com a simpatia do jornalista Thomas Friedman do “The New York Times” (clique aqui). Mas confesso que acho essas teses pessimistas difícil de engolir.
Não discordo da tese que um crescimento muito rápido dos países emergentes poderia ocasionar um aumento do consumo, piorar o efeito estufa e até ocasionar um forte crescimento dos preços dos alimentos e de outras commodities. Mas daí inferir que chegamos no limite do consumo é ter pouca fé no progresso tecnológico e no aumento de produtividade (com efeitos incertos sobre os preços) que resultaria desse maior progresso.
Assim, enquanto o dia final não chega, seria melhor pensarmos em como superar atual crise ao invés de acreditar muito nessas teses neo-malthusianas.

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Meu comentário (PRA):

De fato, o malthusianismo voltou com força, alguns até o chamando de neomalthusianismo -- como no caso dos ecologistas que alertam contra a ameaça de escassez de recursos naturais, energia, etc -- mas se trata da mesma reação paranóica, irracional e totalmente desmentida pela história econômica e pelo desenvolvimento tecnológico.
Incrível é que um economista do porte do Lara Rezende caia nessa história, ainda que ele pretenda fazer uma crítica do keynesianismo aplicado.
Na verdade, não há nada de muito sofisticado na prática dos governos (os europeus pelas últimas décadas) insistirem no crescimento via estímulo ao consumo: todos os políticos -- que são demagogos, por definição -- fazem isso, até o limite do possível. Depois, quando chega a hora do ajuste de contas, se entra em um período recessivo e de contenção fiscal. Nada que não seja contradito mais adiante por novas políticas expansionistas, até a repetição infindável desse ciclo de políticas social-democráticas e de ajustes ortodoxos, alternadamente.
O caso atual é um pouco mais complexo, pois a irrupção da China obriga a uma nova e importante redistribuição mundial de polos de produção, com inevitáveis consequências na repartição mundial do trabalho.
Ou seja, o atual ciclo obrigará não apenas a um ajuste de políticas macroeconômicas mas também a importantes mudanças estruturais e locacionais. Se quisermos algo parecido, em escala macrohistórica, se deve referir às invasões bárbaras no apogeu do império romano, que alteraram profundamente o panorama econômico até então vivido sob a dominância mediterrânea, quase toda a Europa ocidental e boa parte do Oriente Médio.
Mas, ao contrário dos dez séculos de fragmentação econômica que tivemos na Idade Média, vamos ter séculos de integração capitalista, com todo o seu lote de bondades e desigualdades estruturais que é possível esperar.
O Brasil, por enquanto, é semiperiferia nesse jogo, que vai ter China (Ásia, com Japão, Coreia, Asean e outros dinâmicos participando da grande economia da bacia asiática, incluindo os americanos do Pacífico, do Alasca ao Chile), a Europa e os EUA como protagonistas principais.
Nossos políticos simplesmente não possuem capacidade mental para fazer o país participar da grande estratégia da globalização capitalista, por isso mesmo permaneceremos nas fímbrias do sistema.
Enfim, a China também permaneceu nessa condição por dois séculos, até conseguir se levantar de seu torpor, após os desastres da era do maoismo delirante. Nós estamos reproduzindo o que de pior a Argentina fez durante décadas (e que ainda não terminou de praticar) e que deve atrasar ainda mais o Brasil nas próximas décadas: introversão econômica, protecionismo comercial, stalinismo industrial, obscurantismo educacional.
Não sou totalmente pessimista, apenas moderadamente no caso do crescimento econômico -- vamos continuar crescendo lentamente, puxados em parte pela China, em parte pelo mercado interno -- mas absoluta e totalmente no plano educacional, o que nos fará perder a oportunidade de ter significativos ganhos de produtividade para enfrentar o fim do bonus demográfico mais adiante.
Esperemos que pessoas mais lúcidas do que a atual geração de políticos ascendam ao poder ainda nesta década, que promete ser moderadamente perdida.
Paulo Roberto de Almeida 
(Paris, 6/022012)

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Cuba, again, and again, and again...


¡Que vergüenza!

Por Juan Larraín*
Diário de las Américas (Venezuela), 5 Febrero 2012

La visita de Dilma Rousseff viene a darle continuidad a la que fue política de Lula hacia la dictadura castrista. Ella se enmarca además en una suerte de liturgia que siguen los mandatarios de izquierda de la región, que no pueden dejar de viajar a La Habana para recibir de su líder espiritual sus bendiciones y consejos.

El Canciller de Brasil, Antonio Patriota, definió con mucha franqueza los términos de la visita de doña Dilma, la que responde como es lógico al nivel en que se encuentra la relación bilateral, en una reciente entrevista que le concedió a un medio chileno de prensa. Al respecto, el Ministro Patriota destacó que su país es cercano a Cuba tanto en lo político como en lo económico, puntualizando que empresas brasileñas están involucradas en ambiciosos proyectos de infraestructura, como el puerto de Mariel, teniendo mucho interés de seguir allí pues el país cuenta con una mano de obra de excelente calidad.

En cuanto a la cercanía política, el comentario del Canciller es sorprendente y pretende justificar la situación que se vive en la isla, como “consecuencia de la guerra fría”, lo que es absurdo pues esta terminó hace más de veinte años. Pero lo que resulta realmente increíble es cuando se refiere al “reconocimiento de la especificidad cubana” que los países de la región deben hacer. Patriota trata de explicarla, a mi juicio infructuosamente, indicando que “el embargo norteamericano ha creado condiciones que son distintas a las de los demás países...”

Es difícil entender que pueda haber afinidad política entre una democracia vibrante como la brasileña y una dictadura comunista como la que implantaron los hermanos Castro hace más de cincuenta años. Pueden existir relaciones diplomáticas y comerciales entre Brasil y Cuba, pero cercanía política es algo muy distinto y de boca del Canciller son palabras que desconciertan.

Enfatizar, por ejemplo, la aceptación por parte de Cuba de la cláusula democrática de CELAC como una muestra que el régimen está evolucionando es una tomadura de pelo si lo dijo en serio, pues cuesta imaginar que el Canciller se crea tal patraña. Basta enterarse de lo que acaba de declarar Raúl Castro, luego de una reciente conferencia del partido comunista -el único autorizado a existir- para reafirmar la convicción de que el régimen en lo político es el mismo de siempre. Las pocas “reformas económicas” que le permiten al pueblo cubano por primera vez en más de medio siglo realizar algunas operaciones comerciales, son el vivo reconocimiento del desastre de un sistema universalmente fracasado, que es incapaz de proveer ni siquiera la satisfacción de las necesidades básicas del país.

Pero lo más pasmoso de la entrevista del Canciller Patriota es cuando intenta homologar a los demás países del continente con lo que vive Cuba en materia de violaciones de los derechos humanos y la falta total de democracia. Sostener esto es un verdadero insulto no sólo para el resto de América sino para aquellos que luchan por conquistar la libertad, incluso arriesgando sus vidas, en “el paraíso” que construyeron los hermanos Castro. Esto no es novedad si se recuerda la reacción de Lula ante la inmolación de Orlando Zapata Tamayo, cuando se encontraba de visita en La Habana. Además, el Canciller brasileño tuvo el atrevimiento de insinuar maliciosamente que en Chile se han violado los derechos humanos con motivo de las recientes manifestaciones estudiantiles, que dijo “seguir con mucho interés”.

Pobre Cuba. En este contexto, puede darse por seguro que la Sra. Rousseff mientras estuvo en La Habana no habrá movido un dedo por la liberación de los presos de conciencia que se pudren en el gulag de la isla ni escuchado a los disidentes. Su pasado ideológico y el temor de contrariar a sus anfitriones habrán pesado más que los valores que su país dice defender, justificándose ante la prensa que ella es partidaria de hablar de los derechos humanos en todo el mundo, incluido Brasil y sin olvidar a Estados Unidos y Guantánamo y reclamando su enfoque multilateral.

Juzgue el lector de qué lado está la Sra. Rousseff y su gobierno, pero es claro que no en el de los derechos humanos y la democracia en Cuba.

*El autor es profesor de la Universidad de Miami y ex Embajador de Chile en la Organización de las Naciones Unidas (ONU) y la OEA.

Malthusianos equivocados: por que se equivocam? Explicacoes economicas....

Na sequência deste meu post:

O fim dos ecologistas, como os conhecemos hoje: os novos malthusianos continuam errando


um leitor fiel, Eduardo Rodrigues, a quem agradeço, me envia esta simples aula de economia elementar:


Eduardo Rodrigues, Rio deixou um novo comentário sobre a sua postagem "O fim dos ecologistas, como os conhecemos hoje: os...": 

Steve Horwitz num curto e esclarecedor vídeo sobre o assunto.

-- Os recursos naturais estão acabando? --
Steve Horowitz, Ph.D., St. Lawrence University

Uploaded by  on Nov 24, 2011
O professor Steve Horwitz fala sobre a crença comum de que o mundo está ficando sem recursos naturais. Ao invés disso, existem razões econômicas que explicam porque nós nunca ficaremos sem muitos recursos. Em um sistema de livre mercado, preços sinalizam escassez. Então quando um recurso se torna mais escasso, ele se torna mais caro, o que incentiva as pessoas a usar menos desse recurso e desenvolver novas alternativas, ou procurar novas reservas desse recurso que eram anteriormente desconhecidas ou sem possibilidade de ser explorada com lucro. Nós temos visto através da história que a habilidade da mente humana de inovar, combinada com um sistema econômico de livre mercado , é um recurso ilimitado que pode superar as limitações que nós percebemos nos recursos naturais.

Transcrição e tradução de Henrique Vicente.
Revisão e legendas de Juliano Torres.
Portal Libertarianismo: "Evoluindo Ideias e Indivíduos."
www.libertarianismo.org

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Regras de monges, regras de diplomatas: iguais?

Estou lendo este livro: 

Règles des moines(Pacôme, Augustin, Benoit, François d'Assise, Carmel)Introduction e notes de: Jean-Pie Lapierre

L'histoire de ces chrétiens qui ont voulu faire de l'unique nécessaire le seul but de leur vie, la manière dont ils ont essayé de vivre et de réaliser ensemble cette volonté, les Règles monastiques en sont les témoins directs.
Le choix de Règles présentées ici a été réalisé en fonction de leur importance, de leur variété, de leur diffusion et aussi de leurs transformations à travers les temps, les usages et les lieux. Ce volume contient les Règles de saint Pacôme (version éthiopienne), de saint Augustin (Lettre 2.II), de saint Benoît (traduite par Dom Guéranger), ainsi que les Règles primitives de saint François d'Assise (traduite par Alexandre Masseron) et du Mont Carmel (traduite par François de Sainte-Marie)

(Éditions Albin Michel, 1959)Paris: Éditions du Seuil, 1982Collection Points, Sagesses

Estou lendo-o desde vários dias, aliás desde 26 de janeiro, quando o adquiri no lugar mais apropriado para isto: a Abadia de Sénanques, no Louberon, perto de Gordes, que visitamos na mesma ocasião.
Ver minha crônica a respeito, neste link: 

DOMINGO, 29 DE JANEIRO DE 2012

Ao lê-lo, não pude evitar uma aproximação com minha série de "Clássicos Revisitados", isto é, a releitura de livros antigos, por vezes antiquíssimos, com os olhos postos na modernidade, para ver o que se mantém, o que pereceu, nessas grandes obras da cultura universal. Já fiz isso com Karl Marx -- reescrevendo o Manifesto Comunista em meu livro Velhos e Novos Manifestos: o socialismo na era da globalização (1999) --, com Tocqueville -- mas apenas uma introdução até aqui, num artigo chamado "De la Démocratie au Brésil: Tocqueville de novo em missão"--, com Maquiavel -- tendo reescrito sua mais famosa obra, O Moderno Príncipe: Maquiavel revisitado (2010) -- e também com Sun Tzu -- mas aqui num sentido metafórico, já que não poderia ser, por contraditório, "A Arte da Guerra para Diplomatas" e acabou sendo "Sun Tzu para Diplomatas"; outras versões de clássicos estão em preparação, e serão anunciadas no devido tempo.Agora, ao ler as regras de São Benedito (ou São Bento, como preferem alguns, inclusive o papa), ou Saint Benoît, no livro, na verdade Benedictus, em latim, ou Benedetto, no original (já que ele nasceu em Norcia, na Umbria, Itália), eu constatei, imediatamente, que as mesmas regras conviriam perfeitamente para a vida diplomática.Tive assim o cuidado de converter suas 73 regras da vida monástica em 73 regras da vida diplomática, conservando o espírito e observando a temática de cada uma delas, exatamente ou quase simetricamente.Como eu já escrevi, dez anos atrás, as: Dez Regras Modernas de Diplomacia (2001)creio que está em tempo de escrever agora estas 73 regras da vida diplomática, que se parece muito com uma vida monástica (ou não?). Enfim, as opiniões divergem, e se estivéssemos em outros tempos (Torquemada, por exemplo), alguns até terminariam na fogueira, mas não custa pensar que os diplomatas são pessoas tão devotadas quanto os monges beneditinos...Afinal de contas, como nos princípios beneditinos originais, os diplomatas também se caracterizam pela moderação (sobretudo discrição), pela gravidade (seriedade), pela austeridade (salvo nos coqueteis e recepções, mas isso é raro) e pela suavidade (alguns até demais). Somos moderados na bebida, na comida, na palavra, no sono, mantemos silêncio sempre quando necessário (e tem até uma lei da mordaça para nos lembrar desse voto involuntário), renunciamos a toda glória e riqueza, e sobretudo somos pacientes, bondosos com todo mundo, queremos um mundo de paz, de carinho, de felicidade eterna e temperança. Nos dedicamos a muita leitura e muito trabalho, algumas vezes até manual, e estamos sempre a serviço de algum Senhor, seja ele qual for.Somos ou não somos beneditinos, monásticos? A conferir...Paulo Roberto de AlmeidaDas Novas Regras Monástico-Diplomáticas

1. Das diversas espécies de diplomatas
2. Quem deve ser o chefe dos diplomatas
3. Como é preciso formar um Conselho de diplomatas
4. Quais são os instrumentos de seu trabalho
5. Da obediência dos diplomatas
6. Do silêncio dos diplomatas
7. Da humildade dos diplomatas
8. Dos trabalhos necessários em horas noturnas
9. Como se comportar fora do trabalho
10. Como se portar fora do contexto diplomático
11. Do trabalho nos fins de semana
12. Como dar início a um dia de trabalho diplomático
13. Como desenvolver os encargos correntes
14. Dos plantões em ocasiões especiais
15. Da orientação geral nas funções diplomáticas
16. Como distribuir encargos e funções diplomáticos
17. Como preparar as posturas e posições negociadoras
18. Qual a ordem e a estrutura dos papeis de posição
19. Quais cuidados formais adotar nesses papeis de posição
20. Dos cuidados com a hierarquia
21. Dos superiores na carreira
22. Quando guardar pausa no trabalho
23. Das faltas cometidas no trabalho
24. Das penas e sanções por conduta faltosa
25. Das mutações compulsórias
26. Das recusas de mutações
27. Das insuficiências no trabalho corrente
28. Dos procedimentos excepcionais
29. Como se admitem novos diplomatas
30. Como treinar novos recrutas
31. Das tarefas administrativas
32. Da conservação do patrimônio
33. Ferramentas públicas e privadas
34. Da paga ordinária dos diplomatas
35. Das prebendas associadas
36. Da incapacitação por motivo de saúde
37. Da incapacitação plena e irrecorrível
38. Dos que exibem faculdades docentes
39. Das recepções e galanteios
40. A correta medida da bebida
41. O quanto de prazer e de trabalho
42. O que falar e o que calar
43. O que registrar para os anais
44. Dos improdutivos renitentes
45. Do bom estilo nos registros
46. Do que é público e do que é reservado
47. Do planejamento e da organização
48. Do que é manual e do que é intelectual
49. Da observância das grandes datas
50. Das ausências temporárias ou ocasionais
51. Das viagens a serviço
52. Da necessidade de localização
53. Da recepção dos convidados
54. Da correspondência pública e privada
55. De como devem se vestir os diplomatas
56. Dos lazeres e das distrações
57. Dos artistas e poetas na carreira
58. Da maneira de instruir os mais jovens
59. Das distinções sociais na carreira: descendentes de nobres e filhos de ações afirmativas
60. Dos que persistem em permanecer na carreira mesmo depois do seu termo
61. Dos colegas estrangeiros e como recebê-los
62. Da ascensão funcional e como administrá-la
63. Da hierarquia que se deve guardar
64. Do diretor máximo e o que ele faz
65. Do corregedor das más condutas
66. Dos agentes de segurança e dos guardiões
67. Dos diplomatas que se afastam para outras missões
68. Das missões impossíveis
69. Da solidariedade entre iguais
70. Do respeito que se deve ter reciprocamente
71. Da mútua consideração
72. Do zelo que se deve ter pela instituição
73. Que a justiça prevaleça em todos os casos


Paulo Roberto de Almeida
(Lyon, 28/01/2012; Paris, 2/02/2012)