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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O papa argentino sem argentinos no Brasil: restricoes cambiais explicam(mas nao justificam)

Pobres papistas argentinos.
Ops, pobres não. Que tem dinheiro para viajar ao Brasil não é exatamente pobre.
Só não consegue comprar reais ou divisas para viajar.
O Brasil já esteve nessa pindura, uns 30 anos atrás. Salvou-nos o rum creosotado do Plano Real e certa consciência de que algumas coisas são absolutamente ridículas, como essas proibições típicas dos anos 1930.
Pois é, a Argentina não tem vergonha de ser ridícula.
Paulo Roberto de Almeida

Argentinos não conseguem comprar real para ver o papa no Brasil

Restrição cambial dificulta a vida dos peregrinos; jovens não conseguem trocar pesos no banco porque muitos não trabalham e não podem comprovar salário

Papa Francisco acena para a multidão durante a missa de entronização, no Vaticano
Papa Francisco acena para a multidão durante a missa de entronização, no Vaticano - Gregorio Borgia/AP
Nem mesmo a primeira viagem de um papa argentino à América Latina inspirou o governo da Argentina a aliviar o rígido controle cambial para os peregrinos que desejam ver o papa Francisco no Brasil, na semana que vem.
Milhares de jovens católicos argentinos, muitos de origem humilde, desejam viajar ao Rio de Janeiro para participar da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e encontrar o papa conterrâneo, que chega na segunda-feira na primeira viagem ao exterior de seu pontificado. Mas as restrições para a troca do peso argentino pelo real estão complicando os planos dos peregrinos. Muitos afirmam que as regras deveriam ter sido aliviadas para uma ocasião especial. "O governo não está sendo razoável", disse à Reuters o bispo Raúl Martín, de Buenos Aires. "Obviamente muitos argentinos iriam ao Brasil."
Martín disse que cerca de 18.000 jovens se inscreveram para o evento no Rio. Muitos vão dormir em escolas pertencentes a organizações religiosas e faltarão ao trabalho. Ele disse estar recebendo ligações diárias de pessoas que não conseguem trocar dinheiro. A mídia local estima que 42 mil argentinos irão ao Brasil.
Antes de viajar para o exterior, os argentinos precisam solicitar uma permissão ao governo para trocar pesos. Eles precisam repassar detalhes da viagem e apresentar documentos, incluindo detalhes sobre seus salários. O problema é que muitos jovens que se inscreveram para a JMJ são muito novos para trabalhar, disse Martín, e não estão podendo trocar pesos por reais porque não têm como comprovar salário.
Sacar dinheiro em caixas-eletrônicos com um cartão de crédito, opção utilizada como último recurso, não funciona no Brasil, uma vez que a Argentina proíbe os saques em países vizinhos. A presidente argentina, Cristina Kirchner, estabeleceu novos controles sobre a compra de moeda estrangeira logo após ser reeleita, em outubro de 2011, para tentar reduzir a saída de capital.
A dificuldade em fazer transações de câmbio levou muitos argentinos ao mercado negro em busca de dólares. Em Buenos Aires, cambistas fazem fila nas principais ruas oferecendo "câmbio" aos pedestres. Líderes religiosos, no entanto, não querem encorajar a atividade ilegal e estão solicitando informação ao governo sobre como jovens podem comprar legalmente uma quantidade limitada de reais, disse Martín.
Um porta-voz do Banco Central da Argentina informou que as regras atuais autorizam instituições religiosas a trocar dinheiro diretamente com o banco, mas que os peregrinos que desejam viajar para ver o papa devem percorrer o caminho normal.
(Com Reuters)

E por falar em "nunca antes": nunca antes a imprensa foi barrada de forma tao vexaminosa...

Por que será? Vai ver estava o PIG no meio da malta...

Paulo Roberto de Almeida

Imprensa é impedida de cobrir palestra de Lula na UFABC

Será a primeira aparição em evento público do ex-presidente após a onda de protestos iniciada em junho


Gustavo Porto - Agência Estado, 18/07/2013
Na primeira aparição em evento público do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a onda de protestos iniciada em junho, cerca de 30 jornalistas foram mantidos do lado de fora do auditório da Universidade Federal do ABC (UFABC), em São Bernardo, onde ele dará uma palestra na tarde desta quinta-feira, 18.  
Até o momento, foi liberada a entrada apenas de repórteres de imagem. Jornalistas de outras mídias, impresso, online e rádio, foram credenciados para o evento, mas ao chegarem foram informados de que deveriam acompanhar o evento por meio de um telão aberto ao público em geral, do lado de fora do auditório.
De acordo com a assessoria do ex-presidente, a orientação aos jornalistas partiu da organização da "Conferência Nacional 2003 - 2013: Uma Nova Política externa". No entanto, a assessoria da UFABC, que organiza a conferência, diz que a orientação de impedir a entrada de jornalistas partiu da equipe de Lula. O ciclo de palestra da Universidade teve início no dia 15 e em nenhuma ocasião foi vedada a cobertura da imprensa.

A diplomacia "vira-latas"", envergonhada, antes do "nunca antes" - Guia Genial dos Povos

Parece que antes do "nunca antes", nossa diplomacia era uma miséria só, com o rabo entre as pernas, alto complexo de vira-latas, baixa autoestima, total submissão às elites mundiais, sem qualquer projeto nacional, sobretudo sem aquele clarividência que veio depois do "nunca antes", que nos permitiu superar todos esses problemas e projetar o Brasil com toda a sua luz fulgurante em todos os cenários abertos ao engenho e arte dos companheiros.
Ufa! Ainda bem. Imaginem se tivéssemos continuado com aquela diplomacia vende-pátrias que vigorava antes. Nossos diplomatas teriam permanecido prisioneiros de todos os vícios, sem desfrutar de todos os méritos que vigoram agora, depois do "nunca antes". Nunca antes a sociedade brasileira pode dispor de uma visão tão clara sobre os problemas do Brasil e do mundo. Como pudemos ser tão néscios, durante tanto tempo, e os companheiros ali, só observando, esperando o momento de dar o bote e começar sua política genial de defesa dos interesses nacionais. Só eles mesmo. Estamos salvos, pela eternidade afora...
Paulo Roberto de Almeida

Lula diz que 'parte da elite tinha complexo de vira-latas' antes de seu governo

'Nós não éramos respeitados', afirmou ex-presidente durante palestra sobre a política externa brasileira nesta quinta-feira, 18, na Universidade Federal do ABC


Guilherme Waltenberg e Gustavo Porto 
Agência Estado, 18/07/2013
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na tarde desta quinta-feira, 18, durante palestra sobre a política externa brasileira, que o Brasil ainda não era um país respeitado internacionalmente quando ele chegou à Presidência no início de 2003. "Nós não éramos respeitados. Uma parte da elite tinha complexo de vira-latas. A elite não queria disputa para ser igual (aos outros países), ela já se achava inferior", afirmou.
Uma das primeiras ações levadas a cabo por sua administração, disse, foi levar ao Fórum de Davos - que reúne anualmente líderes da economia global - a ideia de que era possível vencer a fome. "Fui a Davos no primeiro mês de mandato e disse que era possível acabar com a miséria e a fome. Exatamente o mesmo que disse no Fórum Social Mundial no mesmo ano", afirmou.
Lula narrou também um encontro que teve com o ex-presidente norte-americano George W. Bush, no início de seu governo, próximo ao início da Guerra do Iraque (2003-2011). Segundo ele, Bush buscava aliados para o conflito, que ele rechaçou dizendo que a guerra que ele iria travar na sua administração era contra a fome. "Minha guerra é contra a fome. Essa é a guerra que eu quero vencer no meu mandato. O senhor faça a sua guerra e eu faço a minha", disse Lula, narrando o que teria dito ao ex-presidente americano. Segundo Lula, o combate à fome foi priorizado desde então. "Colocamos para o mundo a questão do combate à fome".
O ex-presidente proferiu palestra intitulada "Brasil no mundo - Mudanças e Transformações", que faz parte da conferência "2003-2013: Uma nova Política Externa", realizada na Universidade Federal do ABC (UFABC).