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segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Relacoes Brasil-EUA: diplomacia ativa, altiva... e agressiva - despedida do Embaixador dos EUA

Parece que certo estilo tem se espalhado pela esplanada, ou então, certas pessoas, por excesso de zelo, precisam se mostrar em conformidade com os ares do tempo, e os espíritos da época. Que tempos, que espíritos...
Paulo Roberto de Almeida
Folha de S.Paulo, 10/11/2013

Tratamento dado por Brasil a embaixador desagrada aos EUA

PATRÍCIA CAMPOS MELLO

DE SÃO PAULO
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O governo americano considerou "humilhante" o tratamento dado a seu ex-embaixador em Brasília Thomas Shannon, que deixou o cargo quando estourava o escândalo de espionagem da Agência de Segurança Nacional (NSA). A mágoa da diplomacia americana contribui para azedar o já desgastado clima entre Washington e Brasília, em crise desde que foi revelado que a NSA espionou a presidente Dilma Rousseff.
Após deixar o Brasil, em setembro, Shannon foi escolhido para ser o assessor especial do secretário de Estado, John Kerry. Ocupará um cargo estratégico, que já foi de George Kennan, ícone da diplomacia do país.
Em seu almoço de despedida no Itamaraty, em 5 de setembro, Shannon foi recebido por um diplomata de terceiro escalão, em vez do ministro, como era esperado.
Logo no início do almoço, o embaixador Carlos Antônio Paranhos, subsecretário-geral político 1, puxou um papel e fez um discurso com declarações agressivas, segundo pessoas presentes, referindo-se ao unilateralismo e denunciando indiretamente intervenções militares dos EUA, diante de cerca de 30 pessoas, entre elas embaixadores de Israel e da Croácia.
Esses almoços normalmente são uma forma protocolar de o ministério se despedir dos representantes estrangeiros e reconhecer o serviço prestado. O almoço para Shannon, no entanto, não foi nada disso.
"Convidar alguém e depois fazer declarações agressivas contra seu país, ainda mais alguém que se esforçou tanto pelas relações bilaterais, é inexplicável", diz uma pessoa presente.
"Poderiam ter dito a ele que não havia clima para um almoço, por causa da NSA, e fazer só uma cerimonia íntima."

sábado, 21 de setembro de 2013

Espionagem eletronica: coisa para amadores?

Brasil manda estagiária para reunião sobre a espionagem

Diplomatas ficaram surpresos com silêncio brasileiro no encontro na ONU

A presidente Dilma Rousseff durante cerimônia de sanção da lei que destina recursos dos royalties do petróleo para educação e saúde, no Palácio do Planalto
Dilma anunciou que apoiaria ação global contra espionagem, mas Itamaraty mandou estagiária à reunião na ONU(Celso Junior/Reuters) / 21/09/2013
Governo põe estagiária em reunião de espionagem
Apesar de prometer forte ação sobre tema, Brasil vira espectador em encontro da ONU
JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE / GENEBRA
O Estado de S.Paulo, 21 de setembro de 2013

Apesar de ter anunciado uma forte ação internacional contra a espionagem dos EUA, o governo brasileiro enviou para a reunião da cúpula de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que discutiria justamente esse tema ontem, em Genebra, uma diplomata de baixo escalão que acabou substituída, durante o dia, por uma estagiária.

O Brasil chegou a patrocinar a convocação do encontro, ao lado de Alemanha e países escandinavos. Mas nas duas horas de reunião a delegação brasileira não pediu a palavra uma só vez e a estagiária se limitou a tomar nota do que dizia cada um dos participantes. Enquanto isso, a embaixadora do Brasil na ONU, Maria Nazareth Farani Azevedo, promovia um almoço para sua despedida do cargo.
A presidente Dilma Rousseff promete usar seu discurso na Assembleia-Geral da ONU na semana que vem para levantar o assunto. Ontem, porém, ONGs e diplomatas de vários países se surpreenderam diante do silêncio do governo do Brasil.
Na reunião, diplomatas discutiram o caso brasileiro, em que a Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) é suspeita de monitorar e-mails da própria presidente, além de dados sigilosos da Petrobrás. O encontro contou com a alta comissária Navi Pillay e o relator da ONU para Liberdade de Expressão, Frank La Rue. Na plenária lotada, embaixadores de diversos países, inclusive dos EUA e do Reino Unido.
Ficou acertado que a ONU deverá convocar ainda neste ano uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos para debater de novo o tema. A meta é que uma resolução seja apresentada para esclarecer qual a posição do direito internacional em relação à espionagem.
Navi Pillay deixou claro que governos precisam agir para proteger a privacidade e as atuais leis não estão garantindo essa proteção. "A tecnologia permitiu níveis sem precedentes de interferência no direito à privacidade." Sua principal preocupação é com a arbitrariedade na busca por informações de cidadãos. Ela ainda se disse "preocupada" com o fato de que argumentos de segurança nacional possam justificar "abusos".
La Rue propôs que a ONU crie um relator que ficará responsável por redigir princípios que deveriam ser seguidos por países, na forma de um tratado internacional. "A regra é simples: toda a lei (de espionagem) que existe no mundo offline deve ser válida para o mundo online. Se para abrir uma carta no correio alguém precisa de uma ordem judicial, isso também deve ocorrer na internet", disse.
O relator da ONU para Liberdade de Expressão admitiu que governos precisam se ocupar de assuntos de segurança nacional. "Mas o que estamos falando aqui é de um sistema de monitoramento que coloca em risco o próprio sistema democrático. A falta de privacidade limita a liberdade de expressão."
Mais de dez países tomaram a palavra para expor suas posições, desde Equador a Paquistão, Suíça a Montenegro.
Entidades. No encontro, 250 entidades da sociedade civil, várias delas brasileiras, apresentaram 13 princípios que governos deveriam seguir no que se refere à espionagem e ao controle da web. O documento pede que governos sejam transparentes sobre o uso de monitoramento da web, ajam dentro da lei, respeitem direitos individuais e atuem com proporcionalidade. 
(Com Estadão Conteúdo)

domingo, 25 de agosto de 2013

A Bolivia, o Brasil e o senador clandestino: por enquanto perplexidades...

Primeiro a notícia, depois a nota-surpresa, que pode ser figuração:

Diplomacia

Senador boliviano deixou o país em carro oficial, escoltado por militares brasileiros

Asilado há um ano na embaixada brasileira em La Paz, Roger Pinto chegou na madrugada deste domingo ao Brasil

O senador boliviano Roger Pinto Molina
O senador boliviano Roger Pinto Molina (Gaston Brito/Reuters)
O senador boliviano Roger Pinto, que estava asilado na embaixada do Brasil em La Paz, deixou seu país em um carro oficial do governo brasileiro e foi escoltado por soldados, disse neste domingo o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que recebeu o político em Brasília.
Pinto desembarcou pouco depois da 1 hora da madrugada deste domingo no aeroporto internacional de Brasília. Ferraço estava ao lado do senador boliviano, que vivia há um ano na embaixada brasileira na Bolívia alegando ser perseguido politicamente pelo governo Evo Morales.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores negou que Pinto seja um foragido da justiça boliviana, que o acusa de diversos crimes de corrupção pelos quais, inclusive, foi condenado em junho passado a um ano de prisão.
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Ministério das Relações Exteriores
Assessoria de Imprensa do Gabinete

Nota à Imprensa nº 296
25 de agosto de 2013

Ingresso do Senador Roger Pinto Molina em território brasileiro

O Ministério das Relações Exteriores foi informado, no dia 24 de agosto, do ingresso em território brasileiro, na mesma data, do Senador boliviano Roger Pinto Molina, asilado há mais de um ano na Embaixada em La Paz.
O Ministério está reunindo elementos acerca das circunstâncias em que se verificou a saída do Senador boliviano da Embaixada brasileira e de sua entrada em território nacional. O Encarregado de Negócios do Brasil em La Paz, Ministro Eduardo Saboia, está sendo chamado a Brasília para esclarecimentos.
O Ministério das Relações Exteriores abrirá inquérito e tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis.
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Diplomacia

Patriota abre inquérito para investigar chegada de asilado boliviano no Brasil

Ministério das Relações Exteriores quer entender como Roger Molina, que estava asilado há um ano na embaixada brasileira em La Paz, cruzou a fronteira

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, afirmou em nota neste domingo que vai abrir um inquérito para investigar a saída do senador boliviano Roger Pinto Molina da embaixada brasileira em La Paz e sua entrada em território brasileiro.
Molina estava asilado há um ano na Bolívia e pode ter contado com a ajuda do ministro Eduardo Saboia, encarregado de negócios do Brasil em La Paz, durante a viagem. Saboia está a caminho de Brasília para prestar esclarecimentos. O Ministério das Relações Exteriores informa que tomará as medidas administrativas e disciplinares cabíveis caso seja comprovada algum desvio de conduta.
Histórico - O senador boliviano deixou seu país em um carro oficial do governo brasileiro e foi escoltado por soldados, disse neste domingo o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que recebeu o político em Brasília.
Pinto desembarcou pouco depois da 1 hora da madrugada deste domingo no aeroporto internacional de Brasília. Ferraço estava ao lado do senador boliviano, que vivia há um ano na embaixada brasileira na Bolívia alegando ser perseguido politicamente pelo governo Evo Morales.
O presidente da Comissão de Relações Exteriores negou que Pinto seja um foragido da justiça boliviana, que o acusa de diversos crimes de corrupção pelos quais, inclusive, foi condenado em junho passado a um ano de prisão.

domingo, 21 de julho de 2013

Soberania bolivariana: diferente da soberania normal; ah bom, assim pode...

Bolívia utilizou cães farejadores para vistoriar avião da FAB
ELIANE CANTANHÊDE COLUNISTA DA FOLHA / FILIPE COUTINHO DE BRASÍLIA
Folha de S. Paulo, 1/07/2013

Agentes entraram em aeronave que levava deputados brasileiros em viagem oficial

Autoridades da Bolívia não só revistaram o bagageiro como usaram cães farejadores para vistoriar a cabine de pilotos e passageiros de um avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que pousou em Santa Cruz de La Sierra. O voo trazia do Brasil uma comitiva de deputados federais.
O incidente, mantido em sigilo, ocorreu em novembro de 2011, depois que o mesmo governo Evo Morales submetera a constrangimento dois outros voos da FAB --um deles do ministro da Defesa, Celso Amorim.
A diferença é que, na versão do ministro, a revista do seu avião foi apenas no bagageiro e sem a sua presença.
"Os camaradas botaram tudo para cima da gente, guardas, cachorros e periquitos, tudinho, para entrar no avião", disse o deputado Raul Lima (PSD-RR). Segundo ele, o tenente-coronel da FAB Marcelo Mendonça negociou com os agentes, em vão.
Os quatro parlamentares estavam em missão oficial, verificando a situação de estudantes brasileiros de medicina no país. "Já viu avião decolar de Brasília para a Bolívia carregando drogas? Não é o contrário?", indaga Lima.

A deputada Magda Mofatto (PTB-GO), confirma o episódio: "Ficamos ofendidos". Integravam a missão, ainda, Gladson Cameli (PP-AC) e Marcos Rogério (PDT-RO).

quinta-feira, 18 de julho de 2013

A diplomacia "vira-latas"", envergonhada, antes do "nunca antes" - Guia Genial dos Povos

Parece que antes do "nunca antes", nossa diplomacia era uma miséria só, com o rabo entre as pernas, alto complexo de vira-latas, baixa autoestima, total submissão às elites mundiais, sem qualquer projeto nacional, sobretudo sem aquele clarividência que veio depois do "nunca antes", que nos permitiu superar todos esses problemas e projetar o Brasil com toda a sua luz fulgurante em todos os cenários abertos ao engenho e arte dos companheiros.
Ufa! Ainda bem. Imaginem se tivéssemos continuado com aquela diplomacia vende-pátrias que vigorava antes. Nossos diplomatas teriam permanecido prisioneiros de todos os vícios, sem desfrutar de todos os méritos que vigoram agora, depois do "nunca antes". Nunca antes a sociedade brasileira pode dispor de uma visão tão clara sobre os problemas do Brasil e do mundo. Como pudemos ser tão néscios, durante tanto tempo, e os companheiros ali, só observando, esperando o momento de dar o bote e começar sua política genial de defesa dos interesses nacionais. Só eles mesmo. Estamos salvos, pela eternidade afora...
Paulo Roberto de Almeida

Lula diz que 'parte da elite tinha complexo de vira-latas' antes de seu governo

'Nós não éramos respeitados', afirmou ex-presidente durante palestra sobre a política externa brasileira nesta quinta-feira, 18, na Universidade Federal do ABC


Guilherme Waltenberg e Gustavo Porto 
Agência Estado, 18/07/2013
São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse na tarde desta quinta-feira, 18, durante palestra sobre a política externa brasileira, que o Brasil ainda não era um país respeitado internacionalmente quando ele chegou à Presidência no início de 2003. "Nós não éramos respeitados. Uma parte da elite tinha complexo de vira-latas. A elite não queria disputa para ser igual (aos outros países), ela já se achava inferior", afirmou.
Uma das primeiras ações levadas a cabo por sua administração, disse, foi levar ao Fórum de Davos - que reúne anualmente líderes da economia global - a ideia de que era possível vencer a fome. "Fui a Davos no primeiro mês de mandato e disse que era possível acabar com a miséria e a fome. Exatamente o mesmo que disse no Fórum Social Mundial no mesmo ano", afirmou.
Lula narrou também um encontro que teve com o ex-presidente norte-americano George W. Bush, no início de seu governo, próximo ao início da Guerra do Iraque (2003-2011). Segundo ele, Bush buscava aliados para o conflito, que ele rechaçou dizendo que a guerra que ele iria travar na sua administração era contra a fome. "Minha guerra é contra a fome. Essa é a guerra que eu quero vencer no meu mandato. O senhor faça a sua guerra e eu faço a minha", disse Lula, narrando o que teria dito ao ex-presidente americano. Segundo Lula, o combate à fome foi priorizado desde então. "Colocamos para o mundo a questão do combate à fome".
O ex-presidente proferiu palestra intitulada "Brasil no mundo - Mudanças e Transformações", que faz parte da conferência "2003-2013: Uma nova Política Externa", realizada na Universidade Federal do ABC (UFABC).