Os novos bárbaros e a falsa defesa da soberania nacional
Paulo Roberto de Almeida
Comentários esparsos sobre fraudes nas redes sociais
Circulou pelas redes sociais uma “notícia” sobre uma suposta interferência do embaixador da China no caso de um assessor fundamentalista bolsolavista que está arriscado de demissão, pois que participou, com o Bananinha 03 e o infeliz ex-chanceler acidental, da destruição da diplomacia brasileira, desde o final de 2018 até o início de 2019. Postei a manchete, ainda que me pareceu suspeita, apenas me permitindo ironizar como sendo a segunda “bola na caçapa”, pois é evidente que a primeira, por parte de um coletivo de senadores, também foi causada pelos potenciais prejuízos causados ao agronegócio brasileiro em vista da postura ideológica de trio aloprado. A tropa dos “novos bárbaros”, que infesta de modo caoticamente organizado as redes sociais, pretendeu fornecer lições de “soberanismo explícito”, às quais respondi com uma série de comentários cumulativamente dispersos (isto é, sem um ordenamento lógico).
Permito-me simplesmente alinhar esses comentários, sem qualquer objetivo de apresentar um quadro linear no que se refere às denúncias que cabe fazer contra os aloprados da bolsodiplomacia, que deliberada ou inconscientemente, alienaram a soberania brasileira a uma potência estrangeira, ou mais especificamente a um dirigente americano, já devidamente votado para fora do governo da maior democracia ocidental.
Os “novos bárbaros” continuam agressivamente atacando as bases do conhecimento científico e das evidências empíricas, patrocinando um ataque geral à racionalidade ou ao simples bom senso. Eles estão em todas as frentes, na área médica, nas políticas setoriais, na diplomacia (até 29/03).
Bolsonaristas enchem a boca com seu soberanismo abstrato quando cometeram traição à pátria, ao submeter cada uma das grandes decisões nacionais em comércio internacional, nas votações da ONU, nas relações com outros países, aos interesses dos EUA, atuando como vassalos de um presidente megalomaníaco.
Como considerar atos de soberania decisões de política externa totalmente sujeitas ao escrutínio estrangeiro como fizeram o Bananinha 03, o Robespirralho e o capacho do chanceler acidental, ao prestar, várias vezes, vassalagem a Trump? Eles isolaram o Brasil do mundo, um pária internacional.
Vergonha dos bolsolavistas ignorantes ao abandonar qualquer defesa do interesse nacional em troca da subordinação às vontades do Trump; não trouxeram nenhuma vantagem ao Brasil, só derrotas: conseguiram nos desentender com TODOS os grandes parceiros do país; um fracasso completo!
Quem passeou com bandeiras de duas potências estrangeiras, pedindo a imbecilidade da “intervenção militar constitucional”? Quem seguiu vergonhosamente cada determinação do Departamento de Estado, até acertar com eles o discurso na AGNU? Não têm vergonha da submissão, de serem capachos?
Aliás, quem foi mesmo que falou “I love you Trump”? E quem foi aquele discípulo do Rasputin de Subúrbio que mandou comprar etanol e trigo americano para ajudar numa certa eleição? E que renunciou a ter presidente do BID brasileiro para eleger um sub do sub do Trump?
Aliás, quem disse que o Brasil já virou um “protetorado chinês” foi aquele guru destrambelhado da Virgínia. Os bolsolavetes debiloides que cospem fogo por aqui não vão acusar o desgoverno atual de rendição a uma potência estrangeira? Por algumas toneladas de soja?
Esses caras não souberam das instruções do patético ex-chanceler acidental para que a China retirasse seu embaixador de Brasília; os chineses devem estar rindo até hoje. Vão lhe oferecer um curso gratuito de mandarim num Instituto Confúcio, a CIA da ditadura chinesa. Vai fazer?
Nos bons velhos tempos em que eu criticava o lulopetismo diplomático, os petistas achavam que eu estava a serviço da CIA. Agora, os idiotas que defendem o bolsolavismo diplomático querem saber quanto a China me paga. E eu ainda continuo usando carro velho, comprando seminovos.
Os exaltados com a soberania não têm nada a dizer do “I love you Trump”; da obediência às “instruções” de Trump em todas as circunstâncias, de uma base militar americana no Brasil à aventura eleitoreira na Venezuela, etanol americano, submissão automática ao Departamento de Estado?
Finalmente, quem acha que o Trump iria salvar o Ocidente? Só mesmo um idiota bolsolavista totalmente submisso aos interesses americanos e ao Bananinha 03. Teve de se desdizer no seu “balanço” mentiroso, ao pretender não ter grudado nos EUA e hostilizado a China!
A própria oposição ideológica ao nosso maior parceiro comercial – um dos motivos da queda do chanceler acidental – já é uma prova evidente da submissão total à paranoia americana, não uma defesa dos interesses nacionais. Bolsolavistas entreguistas: quem mandou seus dirigentes alienarem a soberania nacional a uma potência estrangeira, ficando a ela submissos até a derrota final do Grande Mentecapto? Por que os militares não os derrubaram como traidores da pátria que foram? Covardes, uns e outros?
Nada a dizer sobre certos aspones do alto mandarinato que poderiam facilmente ser enquadrados na categoria de agentes de uma potência estrangeira? Os arquivos a desvelar um dia vão confirmar a suspeita, aliás evidente desde já prima facie. Basta ler certas “notas” diplomáticas...
O Gabinete do Ódio já foi melhor na preparação das ofensivas nas redes; o pessoal anda destreinado; não combinam antes como é que vão atacar um contrarianista. Precisam voltar para um supletivo para aprenderem pelo menos a escrever: envergonham até a mãe com esse linguajar chulo! Tem muito nervosinho nestas paragens, defendendo causas que estavam em voga nos anos 1930 em certos países (o que eles provavelmente ignoram). Alguns até ficam pateticamente indignados quando seus “argumentos” são confrontados: não esperavam ser ridicularizados. “Menos” pessoal!
Quanto menos os caras têm algo de inteligente para oferecer ao debate, mais eles se encrespam com o que não combina com suas ideias fixas e suas obsessões geopolíticas e ideológicas. Deveriam tomar chá de camomila e se dedicar mais à sua própria ilustração.
Meu lema preferido: Nulla dies sine linea, segundo Plínio, isto é, nenhum dia sem escrever. O que é bem diferente de nenhum dia sem uma mentira grosseira, num “portugueis” estropiado, sempre atacando inimigos imaginários, e contribuindo para aumentar o sofrimento da nação, quando não mortos!
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 4 maio 2021