O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Fascismo tributario continua pujante, ativo, reincidente e irracional... - Editorial Estadao

Provavelmente, o novo acerto desse órgão fascista por excelência que se chama Receita Federal será composto de dezenas de artigos, normas, instruções e regras de procedimento, o que exigirá horas e horas dos funcionários encarregados da contabilidade das grandes e médias empresas, e muitos cabelos brancos, e desespero, dos pequenos e microempresários, apenas para cumprir mais regras esdrúxulas do ogro tributário.
Eu não compreendo como os empresários não se revoltam frente a essa calamidade que se chama Big Brother fiscal. Deve ser cansaço e desalento. Mas, se todos se reunissem para dar um basta nessas loucuras, talvez o Brasil começasse a mudar...
Paulo Roberto de Almeida

A Receita não levou tudo

06 de outubro de 2013 | 2h 08
Editorial O Estado de S.Paulo
Não funcionou a mais recente aplicação da tática truculenta da Receita Federal de, mantendo o contribuinte sob ameaça mesmo à custa de tornar o regime tributário uma fonte ainda maior de insegurança jurídica, tentar cobrar dele mais impostos. Por decisão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, a Receita não exigirá dos contribuintes o pagamento do Imposto de Renda sobre os dividendos distribuídos entre 2008 e 2013 calculado de acordo com as normas contábeis vigentes em 31 de dezembro de 2007. E, por pressão de dirigentes empresariais e profissionais das áreas de contabilidade e auditoria, o Fisco abandonou também a exigência de apresentação de dois balanços - um apenas para fins tributários -, o que implicaria aumento de custos operacionais e, muito provavelmente, mais impostos e maiores dificuldades das empresas no relacionamento já difícil com o órgão arrecadador.
A cobrança do tributo adicional foi anunciada por funcionários do Fisco logo após a publicação da Instrução Normativa (IN) n.º 1.397, em meados de setembro. Baixada com o objetivo de esclarecer a tributação sobre distribuição de lucros das empresas que adotaram as regras contábeis vigentes a partir de 2008, a instrução abria caminho para a cobrança retroativa de tributos e exigia dos contribuintes a apresentação de uma demonstração contábil fiscal - com o registro de contas patrimoniais e de resultados, escriturados de acordo com as regras contábeis antigas -, ou seja, um balanço diferente daquele destinado a informar a situação da empresa a seus acionistas, clientes e fornecedores.
As práticas contábeis brasileiras foram modernizadas pela Lei 11.638, de 2007, que permitiu sua convergência às práticas adotadas internacionalmente, conhecidas como International Financial Reporting Standards (IFRS). A adoção dos novos padrões contábeis poderia implicar aumento da tributação de algumas empresas. Para assegurar o que a Receita chamou de neutralidade fiscal dessas mudanças, instituiu-se em 2009 o Regime Tributário de Transição (RTT), que vinha sendo utilizado pelas empresas até agora e que será extinto.
A instrução normativa destinava-se a esclarecer os procedimentos que seriam adotados na utilização do RTT, mas estabelecia que, para não terem tributados os dividendos, as empresas deveriam se basear nos métodos e critérios contábeis vigentes até 31 de dezembro de 2007, ou seja, elas deveriam seguir as regras antigas. Também o cálculo da tributação dos juros sobre capital próprio deveria basear-se nas regras anteriores. Isso exigia da empresa a apuração de um lucro "fiscal", calculado pelas regras antigas, e outro "real", baseado nos padrões internacionais.
Pressionado pelos contribuintes, inicialmente o governo anunciou a desistência da aplicação da regra retroativamente. Como reconheceu o secretário da Receita, Carlos Alberto Barreto, os contribuintes alegavam que a ameaça de cobrança retroativa gerava insegurança jurídica.
Embora tivesse desistido da cobrança retroativa, o governo mantinha a exigência da dupla contabilidade. Tratava-se de uma aberração. Como havia destacado o Conselho Federal de Contabilidade logo após a publicação da IN 1.397, esse procedimento "pode voltar a dirigir a atenção da informação contábil precipuamente para o Fisco, quando sua mais nobre função é a de auxiliar na gestão de quem produz a riqueza nacional e o emprego, bem como quem financia essa produção (credores e proprietários)".
O governo deverá editar uma medida provisória (MP) que estabelecerá a não cobrança do tributo adicional referente ao período 2008-2013, conterá as regras para a extinção do RTT e definirá a cobrança do tributo a partir de 2014, que, segundo se informou, resultará de ajustes entre as regras antigas e as novas. O que ficou acertado entre técnicos da Receita e representantes dos contadores, auditores e dirigentes empresariais é a cobrança de um "lucro fiscal" de valor intermediário entre o resultado apurado pelas normas vigentes até 2007 e pelo IFRS. A MP relacionará as informações adicionais que o Fisco exigirá das empresas.

A Justica (justica?!) brasileira envergonha o pais frente ao mundo...

O Judiciário brasileiro é lento, já se sabe. O que não se sabia é que os mandarins da Justiça são especialmente lentos em casos envolvendo figuras do meio político ou clientes dispondo de advogados regiamente pagos. Pagos para que mesmo? Para causas jurídicas, judiciais, penais, corrupcionais?
Sinto vergonha pelo país, quando essas coisas são divulgadas internacionalmente...
Em 2018, os casos mencionados abaixo ainda estarão sendo investigados, para depois serem julgados.
O que faz uma investigação e um julgamento demorarem dez anos depois dos fatos que levaram à acusação?
Quem me responder com argumentos válidos leva um livro...
Paulo Roberto de Almeida

Suíça ameaça devolver US$ 28 mi a condenados no caso 'propinoduto'

Suíça ameaça devolver US$ 28 mi a grupo condenado

Autoridades do país europeu alertam governo brasileiro: se caso do 'propinoduto' não for julgado logo no STJ, verba será desbloqueada

Lentidão da Justiça brasileira faz com que autoridades do país europeu alertem para desbloqueio da verba

O Estado de S.Paulo, 06 de outubro de 2013 | 2h 06
JOSETTE GOULART - JAMIL CHADE, CORRESPONDENTE / GENEBRA
A lentidão da Justiça brasileira pode fazer com que cerca US$ 28 milhões que estão bloqueados na Suíça acabem retornando aos bolsos de condenados por corrupção, lavagem de dinheiro e quadrilha no caso que ficou conhecido como "propinoduto", que envolvia fiscais das receitas federal e estadual do Rio de Janeiro, entre eles Rodrigo Silveirinha - ligado aos ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho.
As autoridades suíças enviaram um ofício ao governo brasileiro, datado de 17 de maio deste ano, cobrando uma definição do caso, que já dura uma década. Alertaram que, pela lei suíça, esse é o prazo limite para reter o dinheiro no país e que sem uma decisão final da Justiça terão de liberar os recursos para saque dos donos originais das contas bancárias.
O Ministério da Justiça repassou o alerta ao Ministério Público Federal que, na semana passada, ingressou com um pedido de "prioridade de julgamento" do recurso. Há quatro anos, o processo vai de um gabinete a outro no Superior Tribunal de Justiça (STJ), sem que seja apreciado. Já passou pela mão de cinco diferentes relatores, sendo que o último, a ministra Assusete Magalhães, está com o caso há apenas dois meses. Mesmo que seja julgado imediatamente pela turma da qual faz parte a ministra relatora, os quase 70 volumes terão ainda de passar pela análise dos ministros do Supremo Tribunal Federal.
Em Berna, fontes no governo suíço admitem que não entendem a demora da Justiça brasileira. Em Brasília, os procuradores se sentem frustrados, mas não falam oficialmente do caso. O Ministério da Justiça não deu qualquer posicionamento à reportagem. Já o STJ, questionado institucionalmente sobre a demora dos processos que chegam à casa, não fez qualquer comentário.
Condenações. O caso é emblemático pois todos os acusados foram condenados em apenas seis meses pela Justiça Federal do Rio, ainda em 2003, quando a denúncia foi apresentada à Justiça. Quatro anos depois, mesmo com todo o questionamento em torno da legalidade do julgamento da primeira instância (por ter sido tão rápido), todos os acusados foram novamente condenados no Tribunal Regional Federal da 2.ª Região. Boa parte deles com penas ainda maiores do que as originais.
Os recursos aos tribunais levaram quase dois anos para serem admitidos, mas em 2009 chegaram ao STJ. Foi nesta época que o então ministro da Justiça, Tarso Genro, chegou a comemorar o sinal verde dos suíços e emitiu um comunicado de imprensa para anunciar que os recursos seriam devolvidos.
Contudo, meses depois, nenhum centavo entrou nas contas brasileiras porque a sinalização da Suíça era na expectativa de que o caso fosse julgado rapidamente no Superior Tribunal de Justiça. Em 2010, mais uma ação do governo foi conduzida. Mas sem resultado.
Prisão. A ironia, segundo o Departamento da Justiça suíço, é que o caso ganhou contornos impensáveis e levou a prisões também naquele país. Cinco banqueiros foram condenados por lavagem de dinheiro, numa ação contra os bancos que há décadas não se via na Suíça.
O processo ainda confirmou o envolvimento de um banco suíço diretamente com esquemas de corrupção no Brasil, uma alegação que os tradicionais estabelecimentos suíços sempre se negaram a confirmar. Os banqueiros pegaram entre 405 e 486 dias de prisão, além de multas que variam entre US$ 12 mil e US$ 59 mil.
Todos, porém, já cumpriram suas penas e, nem assim, o processo acabou no Brasil. Essa não é a primeira vez que a demora da Justiça brasileira ameaça derrubar todo um processo de investigação e bloqueio de recursos.
A família do deputado Paulo Maluf também teve contas bloqueadas, em 2001. Dez anos depois, por falta de julgamento, a Suíça ameaçou liberar os recursos. O Brasil conseguiu manter o dinheiro congelado, demonstrando que as investigações ainda estavam em curso.

domingo, 6 de outubro de 2013

Constituicao deve ser o que o povo quer? Sim, para Jose Levi do Amaral

Constituição deve se moldar à vontade do povo
Revista Consultor Jurídico, 6 de outubro de 2013
Na segunda edição desta coluna quinzenal publicada neste espaço da ConJur, Carlos Bastide Horbach criticou alguns mitos próprios ao Direito Constitucional, mormente ao Direito Constitucional brasileiro. Esta edição da coluna dedica-se a outro mito, que se soma àqueles examinados por Carlos Bastide Horbach: “The Constitution means what the Supreme Court says it means.”
Trata-se de famosa frase do Chief Justice Charles Evans Hughes. Tem sido traduzida, adaptada e repetida — de modo consciente e inconsciente quanto às suas implicações — pela doutrina e jurisprudência brasileiras: “A Constituição significa o que o Supremo Tribunal Federal diz que ela significa”, ou “A Constituição é o que o Supremo diz que ela é.”
Em uma primeira leitura, é possível que a afirmação impressione e pareça irretocável, sobretudo porque de há muito é tão disseminada quanto bem aceita a ideia de que na guarda da observância da Constituição, está o Poder Judiciário “acima dos demais Poderes, não havendo, pois, que falar-se, a esse respeito, em independência de Poderes”, como explicou, com precisão habitual, o ministro Moreira Alves no Mandado de Segurança 20.257/DF, julgado em 8 de outubro de 1980.
Por outro lado, da circunstância de o Supremo na maior parte das vezes efetivamente ter a última palavra sobre a constitucionalidade das leis, não decorre a desnecessidade de a Corte tomar em consideração a compreensão popular acerca da própria Constituição, muito antes pelo contrário.
Em um regime de governo verdadeiramente democrático, em que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente” (cf. parágrafo único do artigo 1o da Constituição brasileira de 1988), a frase do Chief Justice Hughes não faz o menor sentido.
A Constituição — insista-se, ao menos em um regime democrático — é obra do próprio povo ou de seus representantes para tanto eleitos, de modo a instituir e disciplinar o exercício do poder pelo povo (aqui também: diretamente ou por meio de representantes eleitos), inclusive no que se refere ao seu significado.
A importância do impulso popular rumo a práticas mais democráticas exerce papel essencial na evolução das instituições políticas, aí incluídas as altas cortes de Justiça.
A Constituição americana de 1787, por exemplo, com o passar do tempo, a bem da democracia, foi sendo paulatinamente aperfeiçoada em sua letra e, sobretudo, em sua prática. A propósito, Robert Dahl aponta o que considera sete elementos não democráticos contidos em seu texto original (DAHL,Robert. How democratic is the American Constitution?, 2a edição, New Haven: Yale University Press, 2003, p. 15-20):
1) escravidão: não proibia a escravidão, nem conferia poderes ao Congresso para fazê-lo;
2) sufrágio: não garantia o direito ao sufrágio, o que deixava a matéria para os estados. Assim, implicitamente, deixou em vigor a exclusão de metade da população: mulheres, afro-americanos e nativos;
3) eleição presidencial: a eleição do Presidente estava separada da maioria popular e do controle do Congresso, o que acabou descartado pela crescente tendência democrática do povo americano;
4) escolha dos senadores: originalmente os senadores eram escolhidos pelas assembleias dos estados, não pela população desses, o que perdurou até a XVII Emenda, de 1913;
5) igual representação no Senado: o mesmo número de senadores para cada estado, independentemente do número de habitantes desses, fornece um poder desproporcional a algumas minorias privilegiadas;
6) Poder Judiciário: a Constituição falhou no limitar os poderes da magistratura, que pode declarar inconstitucionais leis regularmente aprovadas pelo Congresso e sancionadas pelo Presidente; e
7) poderes do Congresso: o Governo federal não tinha poder para regular e controlar a economia.
O próprio Dahl registra que as gerações americanas subsequentes à fundação, com aspirações mais democráticas, desencadearam uma revolução democrática.
Vejam-se dois exemplos.
Primeiro: A escolha do presidente americano, não obstante ainda sujeita formalmente à eleição indireta por meio do colégio eleitoral, tornou-se, em sua prática, uma eleição direta. O colégio eleitoral foi pensado para evitar a partidarização das eleições presidenciais. No entanto, não só a eleição partidarizou-se desde muito cedo, como os 538 delegados que compõem o colégio eleitoral americano passaram a ser escolhidos precisamente com base no apoio dado a determinado candidato presidencial. Engendrou-se, com isso, um sistema atípico e ritualizado de colher os votos dos estados para a presidência. Porém, ainda embute o risco de um candidato com a maioria dos votos populares perder a presidência se não vier a obter a maioria no colégio eleitoral (risco que decorre da opção feita pela grande maioria dos estados de conferir todas as respectivas vagas no colégio eleitoral apenas ao partido mais votado, ou seja, sem repartição proporcional: “winner-take-all”). Aconteceu em 2000 (Bushv. Gore) e três vezes antes (op. cit., p. 30-31)
Segundo: A superação do horror da escravidão passou pela Guerra de Secessão (1860-1865), cujo resultado jurídico foi, justamente, emendar a Constituição americana de 1787 para dar ao Congresso poder de legislar sobre o assunto, abolindo a escravidão e integrando (inclusive com direitos políticos) o afro-americano na sociedade americana (no silêncio da Constituição, a competência era estadual, daí uma das razões do conflito entre estados). Isso foi feito por meio das três Emendas da Reconstrução ou Restauração americana (XIII, XIV e XV, ratificadas entre 1865 e 1870), devidas ao empenho do presidente Abraham Lincoln (e que lhe custaram a vida).
No entanto, a Suprema Corte dos Estados Unidos, em 1896, ao decidir o caso Plessy v. Ferguson, estabeleceu a doutrina segregacionista do “separate but equal”. A segregação apenas foi superada décadas após, no contexto do movimento pacifista que teve ponto culminante no célebre discurso de Martin Luther King Jr., proferido quando da marcha a Washington, em 28 de agosto de 1963. Alguns anos antes, em 1954, a Suprema Corte americana, ao decidir o caso Brown v. Board of Education, superou o entendimento firmado no caso Plessy v. Ferguson. Porém, ainda seria necessário o Civil Rights Act, de 1964 (a propósito: WALDRON, Jeremy, The core of the case against judicial review in The Yale Law Journal, n. 115, 2006, p. 1405). Assim como Lincoln, King também deu a própria vida pela causa. Justamente por isso, a revista Time, de 26 de agosto de 2013, alusiva aos cinquenta anos da marcha de Washington, dedica sua capa a King, elevando-o à emblemática condição de founding father: “Vivemos em um mundo que King ajudou a criar. Ainda não vivemos no mundo que ele nos ajudou a sonhar.” (One man in Time de 26 de agosto de 2013, p. 31).
São dois casos que mostram como as instituições políticas constantes do texto constitucional podem e devem se amoldar ao constitucionalismo democrático, aquele que vem do povo. Para tanto, concorrem não apenas a Suprema Corte e — mais que ela — os demais poderes, mas, também, sobretudo, a própria sociedade, o povo. Antes de um modelo especificamente americano, esse é um modelo respeitoso ao regime democrático.
É por isso que uma boa interpretação constitucional, por mais “nova” que seja (e sempre haverá uma “nova hermenêutica”), não pode estar apoiada em uma única técnica de interpretação. Cass Sunstein, em obra tão lúcida quanto importante, cujo título já é bastante expressivo no ponto — A Constitution of many minds — toma em consideração três aproximações da Constituição: i) a tradicionalista, ou seja, a consideração de práticas de longa data como produto de muitas mentes, pois a Constituição não é um texto “congelado”; ii) a popular, porque os juízes — em atitude de humildade — devem tomar em consideração a opinião pública; e iii) a cosmopolita, pois convém a uma Suprema Corte conhecer como tribunais análogos de outros países lidam com as mesmas questões constitucionais. Sunstein reconhece a intensa controvérsia sobre se a Suprema Corte americana deve prestar atenção à compreensão estrangeira sobre interpretação constitucional (SUNSTEIN, Cass. A Constitution of many minds: Why the founding document doens’t mean what it meant before, Princenton: Princenton University Press, 2009, p. 15). Talvez precisamente por isso, entre outros fatores, o “we the people” americano venha perdendo apelo junto ao “people around the world”, para usar interessante jogo de palavras constante do título de resenha de Adam Liptak acerca de pesquisa acadêmica relativa ao declínio da influência da Constituição americana sobre outros países (“We the People” loses appeal with people around the world in The New York Times de 6 de fevereiro de 2012).
Em sentido diametralmente oposto ao da frase do Chief Justice Hughes, vale citar conclusão de Larry Kramer (Constitucionalismo popular e controle de constitucionalidade, Madrid: Marcial Pons, 2011, p. 302): “(...) para controlar a Suprema Corte, necessitamos primeiro reclamar a Constituição para nós mesmos. Isso significa repudiar publicamente os juízes da Corte que dizem que eles, e não nós, possuem a máxima autoridade para dizer o que significa a Constituição.”
É por isso mesmo que está corretíssimo o ministro Luís Roberto Barroso quando, em 2 de setembro de 2013, ao reconhecer haver periculum in mora para deferir liminar nos autos do Mandado de Segurança 32.326/DF, também tomou em consideração “a indignação cívica”.
Quando, em uma democracia, a Constituição é retirada do povo, sonegada ao povo, como se ela não fosse dele (povo), só resta a nós, cidadãos destituídos da nossa Constituição, fazer análise (constitucional) para, talvez, convencermo-nos do impensável: a Constituição não é nossa, mas de alguns poucos em quem sequer votamos. O perigo é alguém acabar convencido da inexistência do parágrafo único do artigo 1o da Constituição ou de que dele não consta a fórmula “representantes eleitos”.
José Levi Mello do Amaral Júnior é professor de Direito Constitucional e doutor em Direito do Estado pela USP, e procurador da Fazenda Nacional.

Congo: o verdadeiro horror absoluto - Le Monde


Dans l'est du Congo, les viols comme armes de guerre

LE MONDE |  • Mis à jour le  |Par 

Des Congolais fuient les combats dans les faubourgs de Goma, le 15 juillet.


On viole en République démocratique du Congo (RDC). Des femmes, des petites filles et depuis peu des bébés. On viole collectivement, en public, pour démolir et pour terroriser. Pendant des jours, parfois pendant des mois, avant de tirer une balle dans les vagins ou de les lacérer à coups de lames de rasoir, de les remplir de sel, de caoutchouc brûlé ou de soude caustique, d'y déverser du fuel et d'y mettre le feu. "L'enfer se trouve dans le Kivu", résume une femme, le regard fixe, hanté par des images d'horreur qu'elle n'a encore osé décrire qu'à son "sauveur", le docteur Denis Mukwege, directeur de l'hôpital de Panzi, à Bukavu.

Dans le huis-clos de son bureau situé dans ce chef-lieu de la province du Sud-Kivu, à l'est de la RDC, ce médecin gynécologue recueille, depuis quatorze ans, les pires histoires qu'on puisse imaginer. La première fois, en 1999, devant une jeune femme dont l'appareil génital avait été déchiqueté par des balles tirées dans son vagin, il a cru qu'il s'agissait de l'œuvre d'un fou. Mais les femmes ainsi martyrisées ont afflué vers son hôpital, confrontant les soignants à des questions médicales jusque-là inédites.
Plus de 40 000 femmes violées ont été opérées à Panzi depuis lors, sur les 500 000 victimes répertoriées en RDC depuis 1996. "Rien à voir avec des agissements individuels, ou un fait culturel congolais ! affirme le médecin. Les viols sont planifiés, organisés, mis en scène. Ils correspondent à une stratégie visant à traumatiser les familles et détruire les communautés, provoquer l'exode des populations vers les villes et permettre à d'autres de s'approprier lesressources naturelles du pays. C'est une arme de guerre. Formidablement efficace."
UN DES PLUS GRANDS SPÉCIALISTES DES TRAITEMENTS DE TORTURES SEXUELLES
Devenu l'un des plus grands spécialistes des traitements de tortures sexuelles alors que sa vocation était d'aider à mettre au monde des enfants, le Dr Mukwege, 58 ans, a, pendant des années, pratiqué dix à douze opérations par jour, formé du personnel médical, décentralisé des unités de soin afin que les femmes puissent trouver secours près de chez elles.
Et puis, constatant la généralisation des viols, pratiqués par à peu près tous les groupes armés – rebelles hutu et combattants maï-maï, soldats rwandais, insurgés du M23 et forces congolaises – il a alerté les ONG, la Maison Blanche, le Conseil de l'Europe, les chancelleries. Il s'est exprimé à la tribune de l'ONU, a brandi des chiffres, des photos, des témoignages.
Rien de décisif n'a suivi, hormis quelques récompenses et dotations qui ont consolidé son hôpital. Hormis, aussi, cette tentative d'assassinat dont il a été l'objet à l'automne 2012, l'obligeant à fuir temporairement la RDC. Au désespoir des femmes du Sud-Kivu qui ont proposé de se relayer nuit et jour pour luifournir la protection que le gouvernement congolais n'a jamais assurée.

Des combats opposent les forces gouvernementales aux rebelles du M23 près de Goma, en République démocratique du Congo.

Il n'a pas tardé à revenir : "Impossible d'abandonner ces femmes à leurs souffrances." Et il est là, massif, charismatique, le regard triste, le sourire et les gestes pleins de douceur, arpentant les couloirs de l'hôpital dans lequel il vit désormais. Il est là, plus préoccupé que jamais devant la recrudescence des viols, et soucieux que ses visiteurs du jour – ce 8 juillet, Valérie Trierweiler, compagne de François Hollande, ambassadrice de la Fondation France Libertés et Yamina Benguigui, ministre déléguée à la Francophonie, qui l'avaient l'une et l'autre reçu à Paris – soient à leur tour ses relais auprès de la communauté internationale.
"Combien de femmes violées faudra-t-il pour qu'elle sorte de son inaction ? Combien d'enfants ? Jusqu'où l'horreur ?" Il y a moins de trois semaines, une petite fille de 18 mois lui a été apportée, l'appareil génital explosé. Neuf bébés sont arrivés dans le même état depuis janvier, 36 enfants de moins de 10 ans."Je n'avais pas encore vu ça", lâche-t-il.
 "JE VOUS EN SUPPLIE : NE NOUS LAISSEZ PAS TOMBER !"
Dans une petite salle de l'établissement, il fait venir l'une après l'autre trois femmes qui, lentement, douloureusement, avec l'aide d'une femme médecin, racontent aux deux visiteuses la tragédie de quatre générations.

Valérie Trierweiler et la ministre de la francophonie Yamina Benguigui entourent le docteur Mukwege, lors de la visite d'un centre de victimes de viols à Bukavu, le 8 juillet.

La première a une quinzaine d'années, marche à l'aide d'une béquille faite d'une branche d'arbre, et tient dans ses bras sa petite fille, issue d'un viol survenu trois ans plus tôt, enlevée il y a quelques semaines et retrouvée au petit matin, abandonnée dans le cimetière de son village, le sexe entièrement défoncé. "Le poing du docteur pouvait entrer dans l'enfant." Occasion pour le médecin d'évoquer les fistules, cette perforation de la membrane qui sépare le vagin de l'appareil urinaire ou digestif et provoque l'incontinence de nombreuses victimes, rejetées comme des pestiférées, contraintes de quitter familles et villages.
La deuxième victime a 30 ans, le regard vide. Elle a été violée par des milices hutues surgies de la forêt et vient d'apprendre qu'elle est atteinte du sida. La troisième a 60 ans et exprime sa révolte : "Mes vêtements cachent tant de choses dont j'ai honte de parler !" Avant de crier son désir de paix : "On n'a besoin ni d'argent ni de pitié, la terre du Congo est riche, je suis prête à latravailler à mains nues. Mais il nous faut la paix ! A chaque heure du jour ou de la nuit, nous pouvons être violées, quand on va prendre de l'eau, ramasser du bois, sur le chemin vers l'hôpital comme sur celui du retour, tout juste réparées par le docteur Mukwege. Nos enfants sont à jamais détraqués. Je vous en supplie : ne nous laissez pas tomber !"
En élevant le docteur Mukwege au rang d'officier de la Légion d'honneur, MmeBenguigui, arrivée avec 2 tonnes de médicaments et une dotation de 200 000 euros, a insisté sur l'engagement de la France à faire traduire en justice les coupables, ce que tentent déjà de faire des avocates, attachées à l'hôpital de Panzi. Espoir ténu mais réel.
Quant aux milliers de casques bleus de la Mission de l'Organisation des Nations unies pour la stabilisation en RDC (Monusco) à laquelle la récente résolution 2 080 de l'ONU donne de nouveaux pouvoirs d'intervention pour protéger les civils, ils restent, pour la population, synonymes d'inefficacité absolue. "'Tu es comme la Monusco' est devenue une expression insultante en Swahili, raconte une jeune médecin. Cela signifie : 'Tu n'es qu'un bon à rien !'"

Bolivar, o verdadeiro: uma biografia de Marie Arana


RYAN L. COLE
Our South American Cousin
A stylish introduction to the extraordinary life of Simón Bolívar
The City Journal, 4 October 2013

Bolívar: American Liberator, by Marie Arana (Simon & Schuster, 624 pp., $23.49)

At the tip of West Virginia’s eastern panhandle sits the town of Bolivar, population 1,045. Originally named Mudfort, Bolivar changed its name in 1825 as a salute to a Venezuelan rebel whose words and actions echoed those of America’s own founders.
Simón Bolívar’s life, a story unfamiliar to many Americans, is the subject of Marie Arana’s hefty new biography, Bolívar: American Liberator. The book’s two-word subtitle only hints as its subject’s accomplishments: Bolívar was a revolutionary jack-of-all-trades, equal parts Washington, Jefferson, and Madison, with dashes of Hannibal and Napoleon as well. He laid the groundwork for revolt with his eloquent rhetoric, led ragtag armies across thousands of miles, freed six nations, wrote their founding documents, and attempted, with mixed success, to lift their fledgling governments off the ground.
Deeply researched, and a clear labor of love, Bolívar offers a stylish introduction to this great historical figure. Arana’s biography reads like a novel. It seems ready-made to be turned into a movie. Bolívar was undoubtedly a swashbuckling warrior and visionary intellectual, but Arana’s romantic portrait of El Libertador, while thrilling, is at times overly florid. Bolívar strides across the pages, galloping shirtless through triumphant arches into liberated towns where virginal girls await to place crowns of laurels on his head.
Bolívar has been compared in many quarters with George Washington. Both were figureheads and heroes to their respective revolutions, both rid the Americas of empire, and both took on the task of founding new republics. But, as the author explains, the men, the wars they fought, and the Americas they fought for, were by no means identical. Great Britain’s colonies, largely white and Protestant, were attached to an industrializing and benevolent empire. Spain’s, in contrast, were an ungainly meld of races, ethnicities, and classes, purposely cut off from each other and the outside world, and kept uneducated and impoverished by the cruel design of the economically primeval mother country. Bolívar sought to, and for a time did, unite disparate pieces of the continent into a centralized state. To get there he led one of the longest, most expansive, and arguably most difficult wars in history.
The scion of an aristocratic Venezuelan family, Bolívar was orphaned at an early age and raised by his nurse. He inherited his forefathers’ hostility toward the Spanish, wandered Europe as a young man, reading Rousseau, Locke, and Voltaire, making love to noblewomen, contemplating ancient Rome and Greece, and, ultimately, vowing to liberate his homeland. His voyage home in 1807, which detoured in the United States, firmed his resolve. There, as Bolívar recalled, he “saw rational liberty at first hand” and found inspiration for the struggle ahead.
The revolution that followed came in fit and starts. Venezuela declared its independence in 1811; Spain snatched it away two years later. In 1813, leading what was known as the “Admirable Campaign,” Bolívar reestablished the country’s sovereignty, only to see it collapse the following year. After exile in Jamaica and Haiti, Bolívar regrouped, lit through and liberated New Grenada (Colombia) before moving on to free Venezuela once again. The territory encompassing much of modern day Ecuador, Panama, Peru, and Bolivia followed.
Arana persuasively makes the case for Bolívar’s greatness as a military leader. He was flexible and savvy, equally adept at managing squabbling warlords and inspiring his men, who affectionately referred to him as “Iron Ass” due to his stamina in the saddle. He led astonishing marches through dangerous swamps, across flooded plains, and over ice-capped mountains. Rounding out the romantic picture was Bolívar’s way with the fairer sex. After the death of his young bride Maria Teresa Rodríguez del Toro y Alayza in 1803, he developed an alternating aloofness toward and need for female companionship. As Arana explains, “he was irresistibly attracted to them, but would find them surprisingly easy to win and discard.” Of the lovers who came and went, none meant more to Bolívar or is more central to this biography than Manuela Saenz. Vividly brought to life here, the colorful Saenz, often called “the Liberatrix,” shared her paramour’s passion for freedom, and thwarted an attempt on his life in 1828.
Unlike Washington, Bolívar’s battlefield successes were not matched by his political accomplishments. His fondest hope—putting the newly freed nations united under the flag of one republic—was realized in 1821 when the Congress of Cucuta created the Republic of Gran Colombia, and elected Bolívar, their liberator, president. But the union was torn apart by provincial resentments, which Bolívar sought to manage through increased power, culminating in a decree of dictatorship in 1828, which led to his resignation from the presidency two years later. Racked by infirmities, Bolívar, 47, died before he could even begin his exile.
Bolívar’s political legacy may not sit well with American readers, but as Arana stresses, his ideology was calibrated to the political sensibilities of the Spanish colonies. In his “Letter from Jamaica,” a note to a sympathetic Englishman, written during his exile in the Caribbean, Bolívar articulated with great clarity the reality facing a freed South America. Latin Americans were neither “Indian, nor pardos [people of mixed descent] nor Europeans, but an entirely new race,” writes Arana. Bolívar saw that neither monarchies nor “Philadelphia style” democracies could govern “a population cowed and infantilized by three hundred years of slavery.”
Bolívar is a fascinating figure of vast importance; Arana’s work is worthy of her subject. But Bolívar, like so many historical biographies, is overly embroidered. While her descriptions of the South American landscape are elegant and lyrical, passages such as “suffering the pain of inflamed hemorrhoids, he couldn’t help but burn, too, with a consuming fury” stretch the graceful limits of metaphor. And the occasionally drifting and repetitive narrative gives the biography, at times, a soft focus. Bolívar is a fine book, but it could stand some pruning.
Regardless, there are some powerful passages here, in particular Arana’s thoughtful coda, which explains the evolution of Bolívar’s reputation. Disgraced at the time of his death, history has been kind to El Libertador, and cunning politicians (most notably the late Hugo Chavez, who exhumed Bolívar’s corpse in a bizarre political stunt) have rushed to embrace the man and shamelessly suggest themselves as his reincarnation.
The admiration, though self-serving, is well-founded. Despite the ultimate failure of Gran Colombia, and the political and social turmoil of the continent since his time, Bolívar freed not one but six nations and guaranteed that, as Arana reminds us, “the Spaniards never returned.” No wonder the people of South America revere him and the citizens of Mudfort chose him as their namesake.

Across the whale in a month (17): o começo da longa viagem de retorno...

Até chegar a Los Angeles, já tinha completado 4 mil milhas viajadas pelos Estados Unidos, ou seja, cerca da metade, aproximadamente, do que tinha sido calculado no planejamento inicial de viagem. Alguma coisa mudou, nos trajetos, nas etapas, nas visitas, mas em todas as fases da viagem sempre fomos surpreendidos, favoravelmente, pelas boas coisas encontradas pelo caminho, em termos de museus, de cultura, de belas cidades, excelente conservação histórica e natural do patrimônio arquitetônico e artístico, excelentes preços, e até a comida, antes horrível, parece ter melhorado (embora sempre tenhamos manifestado nossa preferência por comida italiana, mas sob a forma de restaurantes italiani veri, não esses arremedos Italian-American).
Esta primeira foto saiu completa -- o que é uma raridade -- porque duas chinesas nos pediram para fazer sua foto ali perto dessa escultura da Getty Villa, em Pacific Palisades. Reciprocidade turística serve para isso. Nem vou descrever todas as maravilhas de museu greco-romano do famoso milionário americano -- complemento, ou prato principal, do seu museu de obras modernas e contemporâneas, que está numa colina dominando a cidade -- porque seria impossível. Melhor que os curiosos visitem ambos locais pela internet, ou procurem ilustrações de suas dezenas de obras (sem contar as emprestadas para exposições especiais).




Depois de Los Angeles, fomos a Las Vegas, ficando no famoso hotel The Venetian. A esfera armilar é uma das muitas reproduções, ou peças artísticas, que enchem os olhos nesse hotel absolutamente fabuloso para tudo o que se possa imaginar para um hotel de cidade: tem até passei de gôndola (e talvez alguém reclame que não tenha uma pista para corrida de cavalos, mas quem sabe, algum outro hotel providencia isso).


Foi também no The Venetian que Carmen Lícia apostou contra a sorte, e ganhou. Eu não arrisquei um centavo sequer em qualquer modalidade de jogo, mas ela arriscou duas vezes. E o mais incrível é que nas duas vezes ganhou 19,90 dólares, com um "lucro", portanto, de 37,80. OK, já dá para pagar pelo menos 4 taças de vinho em restaurantes, aos preços habituais do cabernets e pinot grigios.


Aqui estou no jardim das escultura do museu histórico e de artes de Albuquerque, cidade do Novo México, perto de Santa Fé, sua capital, que é de uma riqueza artística inacreditável. Em Albuquerque, fizemos apenas uma etapa, antes de viajar a Santa Fé, nosso verdadeiro objetivo.

Lá visitamos os dois museus da colina: o de arte indígena e o de folclore internacional, ambos fabulosos.
Depois passeamos pela cidade, que tem arte em todos os lugares, e uma rua inteira, a Canyon Drive, dominada por ateliês e galerias de artistas e de negociantes de arte, com muitas esculturas em bronze, como se pode ver abaixo. Gostei particularmente do garoto lendo uma revista, o que me lembrou justamente a minha infância, quando eu aproveitava qualquer oportunidade para ler um pouco...


Finalmente, termino voltando a Las Vegas, mas apenas para registrar um dos meus passatempos favoritos: visitar livrarias. Neste caso se tratava de uma livraria para colecionadores, como seu título indica. Livros em primeiras edições, na faixa de 4 a 16 mil dólares, o que está bem acima de minhas possibilidades. Costumo comprar livros na Abebooks, a um dólar cada um, e não se trata de colecionar pelo prazer bibliofílico, mas simplesmente para estudar. Em todo caso, também possuo algumas raridades, como uma segunda edição de Adam Smith (1793, creio), que deve valer alguma coisa nesse tipo de rede especializada.
Fiquei conversando com o livreiro, que me mostrou o que tinha do período de entre-guerras, que é meu objeto atual de pesquisa.
Que estiver interessado em saber quais livros raros existem nessa rede (com lojas na costa leste, que vou visitar), pode no site baumanrarebooks.com.
Fico por aqui, embora tenha ainda muita coisa a relatar.
Depois de Santa Fé, onde tínhamos planejado ir também no museu Georgia O'Keeffe (mas desistimos pois a exposição em curso já tínhamos visto em Glenn Falls, NY), começamos o longo périplo de volta, com paradas pelo caminho, em El Reno, já no Oklahoma, visita a Oklahoma City, a capital do estado, e depois a Memphis, já no Tennessee, com mais ou menos 500 milhas a cada etapa.
A viagem continua...
Paulo Roberto de Almeida 
Memphis, 5/10/2013