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Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 2 de junho de 2024

Segundo Bolivar, a América Latina não tem solução; só resta emigrar - Memórias de Rubens Ricupero

Introdução de Maurício David, meu anjo protetor em matéria de informação de boa qualidade: 

Citação do dia (na verdade feita em 1830, mas que nos faz pensar até hoje...) de Simón Bolivar, poucas semanas antes de morrer, de acordo com os comentários publicados pelo embaixador Rubens Ricupero em seu livro de Memórias, recém-publicado pela editora UNESP : 


“... lembrei que o historiador Mariano Picón Salas, embaixador da Venezuela no Brasil na época de Juscelino, achava que os latino-americanos tinham começado mal desde a independência. Contrastava o destino trágico de quase todos os próceres hispânicos – fuzilados, enforcados, mortos na prisão ou no exílio – com o dos Founding Fathers norte-americanos, pacificamente expirando em seus leitos, cercados da veneração da pátria.

Desde o princípio, a sensação de fracasso, de que tínhamos quei­mado a partida, vinha do primeiro e maior dos latino-americanos. 

 

Pouco mais de um mês antes de morrer em Santa Marta, Simón Bolívar concluía na carta que escreveu ao general venezuelano Juan José Flores, primeiro presidente do Equador:

[…] exerci o comando por vinte anos e deles não deduzi mais que poucas conclusões seguras: 1A América é ingovernável […]. 2Aquele que serve a uma revolução ara no mar. 3A única coisa que se pode fazer na América é emigrar. 4Este país cairá infalivelmente em mãos da multidão desenfreada, para depois passar a tiranetes […] de todas as cores e raças. 5Devorados por todos os crimes […], os europeus não se dignarão conquistar-nos. 6Se fosse possível que uma parte do mundo voltasse ao caos primitivo, este seria o último período da América. (Barranquilla, 9.11.1830).

Não era a primeira vez que o Libertador expressava essa opi­nião. Na véspera de morrer, as circunstâncias lhe pesavam no âni­mo: politicamente derrotado, chocado pelos atentados contra sua vida, deprimido, minado pela tuberculose, tudo isso agravou-lhe o julgamento. Não obstante, o libelo se tornaria o padrão para com­parar o atraso latino com o progresso dos Estados Unidos, as tira­nias degradantes sucedendo-se umas às outras, os degolamentos e atrocidades das guerras civis, as torturas, os desaparecimentos, as ditaduras militares.

De vez em quando, vive-se a ilusão, mais ou menos fugaz, do sucesso. A Argentina teve sua brilhante “era das vacas e do trigo”, foi a 6maior economia do mundo; o México, a gloriosa Revolução de 1910, de Emiliano Zapata e Pancho Villa; o Uruguai chegou a ser a “Suíça da América do Sul”; o petróleo criou por um tempo a “Venezuela saudita”, o país de maior poder de compra do continente;

o Brasil conheceu, nos anos 1970, o “milagre brasileiro” e na primeira década do século XXI, o Cristo do Corcovado elevando-se aos céus como foguete foi a capa da revista The Economist. O último mito a desmoronar foi o do Chile, “país desenvolvido, uma espécie de Nova Zelândia descolada do resto da América Latina”.

Esse destino ciclotímico do continente não tem nada a ver com o sono eterno das civilizações mortas, ou, no outro extremo, com o dinamismo de chineses e de outras nações asiáticas, imperturbá­veis no êxito ininterrompido de crescimento ao longo de quatro ou cinco décadas seguidas. A imagem que melhor nos define é a de uma espécie de montanha russa na qual a euforia embriagante dos pináculos se alterna com vertiginosos mergulhos no vácuo. No máximo se diria que ultimamente as subidas duram cada vez menos, enquanto a travessia dos vales se parece mais à estagnação dos cemitérios.

É por isso que não faz muito sentido indagar qual foi o ponto de inflexão, o momento em que nos perdemos. Simplesmente porque não cessamos de nos perder e de nos reencontrar de tempos em tempos. Cada geração passa incessantemente por vários extravios, uns mais longos que outros.

Para os nascidos no Brasil em fins dos anos 1930, não faltaram sobressaltos e rupturas: o autogolpe do Estado Novo em 1937 segui­do de longa e repressiva tirania; o golpe militar contra a ditadura Vargas em 1945; o suicídio de Getúlio em 1954; a ameaça de golpe e contragolpe de 1955; a renúncia de Jânio em 1961; o golpe militar de 1964; o “golpe dentro do golpe” do AI-5 em 1968; a inesperada morte de Tancredo em 1985; o impeachment de Collor em 1992; o de Dilma em 2016, coincidente com a profunda crise moral da Lava Jato, a recessão econômica e o esboroamento da hegemonia de Lula e do PT. 

(citação do livro “Memórias”, do embaixador Rubens Ricupero, recém-lançado pela editora da UNESP)

 


terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Carlos Malamud: libro "El Sueño de Bolivar y la manipulación bolivariana" - apresentação (18/02)

 El Instituto Universitario de Investigación en Estudios Latinoamericanos IELAT, tiene el agrado de invitar a Ud al Seminario Internacional online:


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Link libro: https://www.alianzaeditorial.es/libro/alianza-ensayo/el-sueno-de-bolivar-y-la-manipulacion-bolivariana-carlos-malamud-9788413621500/


El comienzo del libro se puede leer aquí:


 

INSCRÍBETE AQUÍ

https://zoom.us/meeting/register/tJIvcuygpj8rH93YOqRBB6p5Ffk2XefqLvLr



Horarios de referencia para la RED GLOBAL:

12.00 horas (Caracas)

13:00horas (Buenos Aires, Santiago de Chile, Sao Paulo)

10:00horas (Guadalajara México)

11:00horas (Lima, Quito) 

09:00horas (Calgary, Canadá)

00:00horas (viernes 19 de febrero) (Shanghái)

01:00horas (viernes 19 de febrero) (Seúl)

03:00horas (viernes 19 de febrero) (Sídney)


Atentamente,



Mtra. Karla Fernández Chirinos

Digitalización e internacionalización de los programas del IELAT

Instituto Universitario de Investigación en Estudios Latinoamericanos (IELAT)

Image

C/ Trinidad 1, Alcalá de Henares, 28801 Madrid (España)

cursos.ielat@uah.es  www.ielat.com

Tlfs. +34 8852575

domingo, 6 de outubro de 2013

Bolivar, o verdadeiro: uma biografia de Marie Arana


RYAN L. COLE
Our South American Cousin
A stylish introduction to the extraordinary life of Simón Bolívar
The City Journal, 4 October 2013

Bolívar: American Liberator, by Marie Arana (Simon & Schuster, 624 pp., $23.49)

At the tip of West Virginia’s eastern panhandle sits the town of Bolivar, population 1,045. Originally named Mudfort, Bolivar changed its name in 1825 as a salute to a Venezuelan rebel whose words and actions echoed those of America’s own founders.
Simón Bolívar’s life, a story unfamiliar to many Americans, is the subject of Marie Arana’s hefty new biography, Bolívar: American Liberator. The book’s two-word subtitle only hints as its subject’s accomplishments: Bolívar was a revolutionary jack-of-all-trades, equal parts Washington, Jefferson, and Madison, with dashes of Hannibal and Napoleon as well. He laid the groundwork for revolt with his eloquent rhetoric, led ragtag armies across thousands of miles, freed six nations, wrote their founding documents, and attempted, with mixed success, to lift their fledgling governments off the ground.
Deeply researched, and a clear labor of love, Bolívar offers a stylish introduction to this great historical figure. Arana’s biography reads like a novel. It seems ready-made to be turned into a movie. Bolívar was undoubtedly a swashbuckling warrior and visionary intellectual, but Arana’s romantic portrait of El Libertador, while thrilling, is at times overly florid. Bolívar strides across the pages, galloping shirtless through triumphant arches into liberated towns where virginal girls await to place crowns of laurels on his head.
Bolívar has been compared in many quarters with George Washington. Both were figureheads and heroes to their respective revolutions, both rid the Americas of empire, and both took on the task of founding new republics. But, as the author explains, the men, the wars they fought, and the Americas they fought for, were by no means identical. Great Britain’s colonies, largely white and Protestant, were attached to an industrializing and benevolent empire. Spain’s, in contrast, were an ungainly meld of races, ethnicities, and classes, purposely cut off from each other and the outside world, and kept uneducated and impoverished by the cruel design of the economically primeval mother country. Bolívar sought to, and for a time did, unite disparate pieces of the continent into a centralized state. To get there he led one of the longest, most expansive, and arguably most difficult wars in history.
The scion of an aristocratic Venezuelan family, Bolívar was orphaned at an early age and raised by his nurse. He inherited his forefathers’ hostility toward the Spanish, wandered Europe as a young man, reading Rousseau, Locke, and Voltaire, making love to noblewomen, contemplating ancient Rome and Greece, and, ultimately, vowing to liberate his homeland. His voyage home in 1807, which detoured in the United States, firmed his resolve. There, as Bolívar recalled, he “saw rational liberty at first hand” and found inspiration for the struggle ahead.
The revolution that followed came in fit and starts. Venezuela declared its independence in 1811; Spain snatched it away two years later. In 1813, leading what was known as the “Admirable Campaign,” Bolívar reestablished the country’s sovereignty, only to see it collapse the following year. After exile in Jamaica and Haiti, Bolívar regrouped, lit through and liberated New Grenada (Colombia) before moving on to free Venezuela once again. The territory encompassing much of modern day Ecuador, Panama, Peru, and Bolivia followed.
Arana persuasively makes the case for Bolívar’s greatness as a military leader. He was flexible and savvy, equally adept at managing squabbling warlords and inspiring his men, who affectionately referred to him as “Iron Ass” due to his stamina in the saddle. He led astonishing marches through dangerous swamps, across flooded plains, and over ice-capped mountains. Rounding out the romantic picture was Bolívar’s way with the fairer sex. After the death of his young bride Maria Teresa Rodríguez del Toro y Alayza in 1803, he developed an alternating aloofness toward and need for female companionship. As Arana explains, “he was irresistibly attracted to them, but would find them surprisingly easy to win and discard.” Of the lovers who came and went, none meant more to Bolívar or is more central to this biography than Manuela Saenz. Vividly brought to life here, the colorful Saenz, often called “the Liberatrix,” shared her paramour’s passion for freedom, and thwarted an attempt on his life in 1828.
Unlike Washington, Bolívar’s battlefield successes were not matched by his political accomplishments. His fondest hope—putting the newly freed nations united under the flag of one republic—was realized in 1821 when the Congress of Cucuta created the Republic of Gran Colombia, and elected Bolívar, their liberator, president. But the union was torn apart by provincial resentments, which Bolívar sought to manage through increased power, culminating in a decree of dictatorship in 1828, which led to his resignation from the presidency two years later. Racked by infirmities, Bolívar, 47, died before he could even begin his exile.
Bolívar’s political legacy may not sit well with American readers, but as Arana stresses, his ideology was calibrated to the political sensibilities of the Spanish colonies. In his “Letter from Jamaica,” a note to a sympathetic Englishman, written during his exile in the Caribbean, Bolívar articulated with great clarity the reality facing a freed South America. Latin Americans were neither “Indian, nor pardos [people of mixed descent] nor Europeans, but an entirely new race,” writes Arana. Bolívar saw that neither monarchies nor “Philadelphia style” democracies could govern “a population cowed and infantilized by three hundred years of slavery.”
Bolívar is a fascinating figure of vast importance; Arana’s work is worthy of her subject. But Bolívar, like so many historical biographies, is overly embroidered. While her descriptions of the South American landscape are elegant and lyrical, passages such as “suffering the pain of inflamed hemorrhoids, he couldn’t help but burn, too, with a consuming fury” stretch the graceful limits of metaphor. And the occasionally drifting and repetitive narrative gives the biography, at times, a soft focus. Bolívar is a fine book, but it could stand some pruning.
Regardless, there are some powerful passages here, in particular Arana’s thoughtful coda, which explains the evolution of Bolívar’s reputation. Disgraced at the time of his death, history has been kind to El Libertador, and cunning politicians (most notably the late Hugo Chavez, who exhumed Bolívar’s corpse in a bizarre political stunt) have rushed to embrace the man and shamelessly suggest themselves as his reincarnation.
The admiration, though self-serving, is well-founded. Despite the ultimate failure of Gran Colombia, and the political and social turmoil of the continent since his time, Bolívar freed not one but six nations and guaranteed that, as Arana reminds us, “the Spaniards never returned.” No wonder the people of South America revere him and the citizens of Mudfort chose him as their namesake.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Necropolitica bolivariana: onde mais poderia ser?


Chávez pone a Simón Bolívar en un sarcófago con oro y perlas de Venezuela

Infolatam/AFP
Caracas, 18 diciembre 2011
Las claves
  • El féretro de caoba está decorado con perlas de las costas venezolanas, diamantes de las zonas mineras del sur y ocho estrellas de oro donado por el Banco Central de Venezuela, según la agencia oficial de noticias AVN.
El presidente venezolano, Hugo Chávez, lideró este sábado los actos de conmemoración por los 181 años de la muerte del libertador Simón Bolívar, donde se presentó el nuevo sarcófago de caoba con perlas de las costas venezolanas en el que reposan los restos del prócer independentista.
sarcofagobolivar“Sabemos ahora, sin duda de ningún tipo y para siempre, que estás aquí, padre, estás aquí con nosotros, eres tú”, dijo Chávez durante la ceremonia en el Panteón Nacional en Caracas, donde yace la tumba de Bolívar, transmitida en cadena de radio y televisión.
El féretro de caoba está decorado con perlas de las costas venezolanas, diamantes de las zonas mineras del sur y ocho estrellas de oro donado por el Banco Central de Venezuela, según la agencia oficial de noticias AVN.
Un estudio científico, dirigido por el gobierno venezolano, confirmó en julio que los restos de Bolívar en el Panteón Nacional son auténticos, aunque no pudo precisar las causas de su muerte tras una investigación iniciada un año antes.
Los restos de Bolívar fueron exhumados en julio de 2010 de manera inesperada por el gobierno para certificar que pertenecían al Libertador, determinar las causas de su muerte en 1830 y preservar mejor sus restos.
Bajo el nuevo sarcófago, los huesos de Bolívar reposan en una urna acondicionada especialmente y fabricada con un polímero transparente que permitirá futuras observaciones.
La versión histórica señala que Bolívar murió de tuberculosis en la localidad colombiana Santa Marta, pero Chávez duda de esta interpretación e incluso ha dado a entender en ocasiones que el prócer fue envenenado por sus enemigos, que “lo querían muerto”.
“Creo que a Simón Bolívar lo asesinaron, no sé si la tecnología dé para descubrirlo”, reafirmó este sábado el mandatario.
El gobierno además construye un mausoleo contiguo para acoger definitivamente los restos de Bolívar, que, según la prensa, contendrá 2.900 toneladas de acero, un poco menos de la mitad de la Torre Eiffel.
“Aquí estaremos en 2030 delante de ti, Bolívar, a los 200 años de tu inmortalidad”, expresó Chávez, en el poder desde 1999 y aspirante a ser reelegido en las elecciones presidenciales de octubre de 2012.
El presidente venezolano, Hugo Chávez, contempla el sarcófago donde se encuentran los restos de Simón Bolívar, este sábado en Caracas.
Chávez lideró este sábado los actos de conmemoración por los 181 años de la muerte del libertador Simón Bolívar, donde se presentó el nuevo sarcófago en el que reposan los restos del prócer independentista.
El presidente de Venezuela, Hugo Chávez, posa frente al sarcófago con los restos de Simón Bolívar este sábado en Caracas. El féretro de caoba está decorado con perlas de las costas venezolanas, diamantes de las zonas mineras del sur y ocho estrellas de oro donado por el Banco Central de Venezuela, según la agencia oficial de noticias AVN.