Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
Verificando os dados do Analytics da plataforma Academia.edu, desde um ano atrás, computados a partir desta última contagem de 12 meses passados desde que saímos dos EUA, no final de outubro de 2015, chegando ao Brasil no princípio de novembro, chegamos aos seguintes indicadores de acesso: Your Impactfrom November 01, 2015 to October 31, 2016 Academia.edu, Paulo Roberto de Almeida 9,811 Unique Visitors 2,223 Downloads 17,550 Views 114 Countries
Raramente eu vi um acadêmico respeitado desde algumas décadas (aliás desde antes de 1964) descer tão baixo na mentira, na mistificação, na deformação das realidades do país em troca do quê, mesmo?
Não tenho certeza, mas parece que é em defesa de um chefe de quadrilha, um mafioso, um bandido da política que pode estar indo para a cadeia no futuro próximo.
Por que esse entusiasmo por um personagem que montou a mais gigantesca máquina de corrupção no Brasil, no hemisfério ocidental, talvez em todo o mundo (com uma notória exceção, uma cleptocracia construída a partir de um serviço secreto)?
Por que essa necessidade de mistificar e deformar as informações correntes sobre a situação do país, em defesa de um cleptocrata tupiniquim?
Confesso que não consigo avaliar porque um sociólogo conhecido arrisca sua reputação para se aliar a corruptos fundamentais.
Estou postando esta informação aqui porque eu realmente não entendo porque pessoas como esse sociólogo arriscam sua reputação, sua credibilidade, até o respeito de colegas, engajando a si mesmo numa campanha de mentiras e mistificações.
Paulo Roberto de Almeida
‘Governo Temer é profundamente antinacional. É pior
que 64’. Entrevista com Wanderley Guilherme dos Santos Em um artigo intitulado “O grande salto para trás de Michel Temer”, publicado em seu blog “Segunda Opinião”, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos prevê dias sombrios para o país e aponta algumas características do bloco que apoiaTemere que pretende implantar uma novaagendapolítica e econômica no país, sem ser referendada pelo voto popular, com a confirmação da derrubada da presidentaDilma Rousseff.
“O governo deMichel Temer dá as primeiras passadas, acelerando para o grande salto para trás e a grande queima de estoques. A massa assalariada brasileira está sendo vendida a preços de saldo, com as liquidações iniciais dos programas educativos e sociais. O patrimônio de recursos materiais, como antes, será oferecido como xepa. A repressão à divergência não será tímida. Não há nada a esperar”. Esse é o resumo da obra que será exibida no Brasil nos próximos meses, talvez anos, na avaliação do cientista políticoWanderley Guilherme dos Santos, professor aposentado de Teoria Política da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pesquisador sênior do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP-UERJ).
A entrevista é deMarco Weissheimer, publicada porSul21, 29-08-2016.
Livremente disponíveis (alguns campeões de "vendas", gratuitas). Preciso atualizar cada um deles, pois continuei fazendo resenhas de livros de diplomatas, continuei publicando artigos em Mundorama, em Meridiano 47, em outros veículos disponíveis a fanáticos do gênero como eu. Da lista de livros "publicados":
Há muitos anos, mais de duas décadas, eu digo que é preciso acabar com a Justiça do Trabalho, liquidá-la, extingui-la, completamente, totalmente, definitivamente.
Sempre peço aos meus alunos de Direito -- matéria na qual sou totalmente inepto, pois só ministro Economia Política para mestrandos e doutorandos em Direito -- que me façam trabalhos sobre o custo e a racionalidade da Justiça do Trabalho.
Até agora só fui contemplado com um ou dois trabalhos nessa área, muito parciais e insatisfatórios.
Eu queria dados como os desse artigo, mas que apenas levanta os gastos totais desse mostrengo que precisa ser arrasado. Eu quero provar que a JT, uma excrescência fascista, provoca não só perdas econômicas para o país, para os empresários, para os próprios trabalhadores, ela alimenta além desses milhares de empregados descritos no artigo uma legião de ADEVOGADOS inúteis (claro, lucrativos para eles próprios), como ela provoca também sub-emprego, inempregabilidade (desculpem o termo), desemprego direto e indireto, e uma perda enorme para o país na competição internacional. Um desastre.
Sou pela extinção, pura e simples.
E começaria passando um trator para arrasar com aqueles palácios em Brasilia, ou os transformaria em escolas e universidades.
Paulo Roberto de Almeida
Opinião
Desordem transforma o Judiciário brasileiro numa imensa piada fiscal
* Texto originalmente publicado na revista Veja, edição 2.502, com o títuloDeu Errado.
Aconteceu
numa sessão qualquer de uma dessas comissões da Câmara dos Deputados em
que pouca gente fala, pouca gente escuta e quase ninguém presta
atenção, mas nas quais, de vez em quando, é possível ficar sabendo das
coisas mais prodigiosas. No caso, o deputado Nelson Marchezan Júnior, do
Rio Grande do Sul, tomou a palavra a certa altura dos procedimentos e
revelou o seguinte: a Justiça do Trabalho deu aos trabalhadores
brasileiros que recorreram a ela no ano passado um total de R$ 8 bilhões
em benefícios; no decorrer desse mesmo ano, gastou R$ 17 bilhões com
suas próprias despesas de funcionamento. É isso mesmo que está escrito
aí. A Justiça do Trabalho brasileira custa em um ano, entre salários,
custeio e outros gastos, o dobro do que concede em ganhos de causa à
classe trabalhadora deste país. Pela aritmética elementar, calculou
então o deputado, o melhor seria a Justiça do Trabalho não existir mais,
pura e simplesmente. Se o poder público tirasse a cada ano R$ 8 bilhões
do Orçamento e entregasse essa soma diretamente aos trabalhadores que
apresentam queixas na Justiça trabalhista, todos eles ficariam tão
satisfeitos quanto estão hoje, as empresas reduziriam a zero os seus
custos nesse item e o Erário gastaria metade do que está gastando no
momento. Que tal?
Não existe nada de parecido em país algum deste
mundo, ou de qualquer outro mundo. Como seria possível, numa sociedade
racional, consumir duas unidades para produzir uma — e achar que está
tudo bem? O sistema ao qual se dá o nome de "Justiça do Trabalho"
continua sendo uma das mais espetaculares extravagâncias do Brasil — e
mais uma demonstração concreta, entre talvez uma centena de outras, da
facilidade extrema de conviver com o absurdo que existe na sociedade
brasileira. E o que nos faz aceitar resultados exatamente opostos ao que
se deseja — estamos nos tornando especialistas, ao que parece, em agir
de forma a obter o contrário daquilo que pretendemos. Todos querem,
naturalmente, que a Justiça do Trabalho produza justiça para os
trabalhadores. Mas fazem tudo, ou aceitam tudo, para gerar o máximo de
injustiça, na vida real, para esses mesmíssimos trabalhadores. Que
justiça existe em gastar R$ 17 bilhões de dinheiro público — que não é
"do governo", mas de todos os brasileiros que pagam imposto — para gerar
R$ 8 bilhões? É obvio que alguma coisa deu monstruosamente errado aí. A
intenção era fazer o bem; está sendo feito o mal em estado puro.
A
Justiça trabalhista é acessível a apenas 40% da população; os outros
60% não têm contrato de trabalho. Ela não cria um único emprego — ao
contrário, encarece de tal forma o emprego que se tornou hoje a
principal causa de desestímulo para contratar alguém. Não cria salários,
nem aumentos, nem promoções. Apenas tira do público o dobro do que dá.
Mas vá alguém querer mexer nisso, ou propor que se pense em alguma
reforma modestíssima — será imediatamente acusado de querer suprimir
"direitos dos trabalhadores". Hoje a Justiça trabalhista gasta 90% do
orçamento com os salários de seus 3,5 mil juízes, mais os
desembargadores de suas 24 regiões, mais os ministros do seu "Tribunal
Superior do Trabalho", mais os carros com chofer. Em nome do progresso
social, porém, fica tudo como está.
Tudo isso, claro, é apenas
uma parte da desordem que transforma a Justiça brasileira numa imensa
piada fiscal. Com a mesma indiferença, aceita-se que o Supremo Tribunal
Federal, com 11 ministros, tenha 3 mil funcionários cerca de 300, isso
mesmo, para cada ministro. Mas não é suficiente: o brasileiro tem de
pagar também R$ 1 bilhão por ano para ser assistido por um "Tribunal da
Cidadania", de utilidade desconhecida — o Superior Tribunal de Justiça,
esse já com 33 ministros, quase 5 mil funcionários, incluindo os
terceirizados e estagiários, e capaz de consumir dois terços inteiros do
seu orçamento com a folha de pessoal. Tempos atrás, o historiador Marco
Antonio Villa trouxe a público o deslize para a demência de um órgão
público que foi capaz de consumir R$ 25 milhões, num ano, em alimentação
para funcionários, pagar de R$ 400 mil a R$ 600 mil reais de
remuneração mensal a seus ministros aposentados e ter na folha de
pagamento repórteres fotográficos, auxiliares de educação infantil e até
"jauzeiros". O que seria um "jauzeiro"? Vale realmente tudo, nesse
STJ.
Você pode querer que nenhuma mudança seja feita nisso aí.
Também pode achar que esse sistema, tal como está, é uma conquista
social. Só não pode querer que um negócio desses funcione.