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Sumário
No primeiro trimestre de 2017, a balança comercial do Brasil atingiu um superávit recorde de US$ 14,4 bilhões. O período foi marcado por uma redinamização do comércio exterior, já que tanto as exportações como as importações voltaram a crescer frente ao mesmo período do ano anterior, depois de um longo período em que ambos os fluxos se retraíram.
Dizem que a história não se repete, mas às vezes as semelhanças com o passado são grandes. Mais uma vez, a elevação dos preços internacionais das commodities aparece como o principal motor do comércio exterior do país. Como resultado disso, o superávit de produtos primários avançou de US$ 10,3 bilhões no primeiro trimestre de 2016 para US$ 16,9 bilhões neste primeiro trimestre de 2017, isto é, uma alta de 62,6%.
A indústria manufatureira, a seu turno, viu seu déficit marginalmente acrescido, saindo de US$ 2,0 bilhões no acumulado de janeiro-março de 2016 para US$ 2,5 bilhões no mesmo período de 2017 (+23,6%). Embora negativo, esse resultado ajudou a gerar o superávit robusto da balança comercial como um todo neste início de ano, já que se manteve em um patamar muito abaixo daquele que vigou nos últimos anos. Para se ter uma ideia, o déficit do primeiro trimestre do ano em manufaturados para o período 2011-2015 foi, em média, de US$ 14,6 bilhões.
O elemento novo neste início de 2017 é que tanto as exportações como as importações de manufaturados apresentaram crescimento. Frente a janeiro-março de 2016, a alta das exportações foi de 12,4%, passando de US$ 26,8 bilhões para US$ 30,1 bilhões, enquanto o avanço das importações foi de 13,2%, de US$ 28,8 bilhões para US$ 32,6 bilhões.
Muito disso também está associado à valorização das commodities, influenciando o desempenho exportador de alguns setores industriais, como de produtos metálicos e de alimentos, bebidas e tabaco, bem como as importações de outros, como combustíveis, derivados de petróleo e carvão.
Mas este não foi o único fator explicativo. A indústria automobilística também vem conseguindo aumentar suas vendas externas, como estratégia para melhorar o nível de utilização de sua capacidade instalada, que devido à crise doméstica encontra-se historicamente baixo. Além disso, o efeito negativo da valorização do câmbio ao longo de 2016 pode estar começando a dar sinais por meio do aumento da importação de têxteis, confecções e calçados, que tendem a responder mais prontamente aos movimentos cambiais.
Na análise da evolução do comércio exterior de manufaturados no primeiro trimestre de 2017, a partir do agrupamento da indústria de transformação por intensidade tecnológica, conforme a metodologia desenvolvida pela OCDE, os principais aspectos podem ser sintetizados como se segue.
A indústria de alta intensidade tecnológica teve déficit de US$ 4,8 bilhões em janeiro-março de 2017, maior do que no mesmo acumulado do ano passado, mas abaixo dos déficits registrados nos seis anos anteriores. A retração de 3,3% das exportações concorreu para este aumento do déficit. Foi a única das quatro faixas cujas vendas para o exterior caíram. Os produtos da indústria aeronáutica permanecem como os únicos superavitários desse segmento, logrando até superávit maior do que em janeiro-março de 2016, mas exportando menos (-9,3%).
A indústria de média-alta intensidade manteve-se deficitária em janeiro-março de 2017, mas em um patamar (US$ 6,3 bilhões) inferior àquele registrado em igual período dos últimos sete anos. Tal resultado ocorreu com aumento de 18,7% na exportação, bem acima da alta de suas importações (+9,0%). O destaque do desempenho exportador neste grupamento foi para a indústria automobilística (+32,1%), que se esforça para compensar o forte declínio do mercado doméstico via suas vendas externas, seguida de produtos químicos, exceto farmacêuticos (+16,2%) e máquinas e equipamentos mecânicos (+10,7). No caso da indústria automobilística, a balança comercial logrou superávit para acumulado até março, inclusive maior do que no ano anterior.
Já na indústria de média-baixa intensidade tecnológica, houve déficit no primeiro trimestre de 2017 (US$ 170 milhões), após o ligeiro superávit em igual período do ano anterior. Tal deterioração ocorreu a despeito de ter sido a faixa a lograr a maior expansão exportadora (+20,4%), sobrepujada pelo avanço de suas importações (+29,6%). A evolução dos preços de commodities tende a ter um impacto importante no resultado deste grupamento, que inclui a fabricação de produtos metálicos, com destaque para commodities industriais, borracha e plástico e derivados do petróleo, combustíveis e afins.
A indústria de baixa intensidade tecnológica, por sua vez, foi superavitária janeiro-março de 2017 (US$ 8,8 bilhões), mantendo praticamente o mesmo patamar de igual período do ano anterior (alta de apenas 2,0%). Suas exportações aumentaram 7,9% em relação a janeiro-março de 2016, alavancadas por alimentos, bebidas e fumo (+11,3%), enquanto suas importações aumentaram em 23,4%, também sob influência de alimentos, bebidas e fumo (+43,7%), além de têxteis, couro e calçados (+13,0%).
Bens típicos da indústria de transformação e a balança comercial
No primeiro trimestre de 2017, balança comercial registrou o maior superávit em dólares correntes das últimas décadas: US$ 14,4 bilhões. Em janeiro-março de 2016, o superávit foi de US$ 8,4 bilhões, depois de três anos de déficit para esse período.
Tal melhora ocorreu mesmo com deterioração no saldo dos bens tipicamente produzidos pela indústria de transformação. Seu déficit, que foi de US$ 2,0 bilhões no primeiro trimestre do ano passado, subiu para US$ 2,5 bilhões. Se as exportações desses produtos cresceram 12,4%, atingindo US$ 30,2 bilhões, as importações aumentaram 13,2%, chegando a US$ 32,6 bilhões. Aliás, embora tenham crescido, as vendas para o exterior ainda ficaram aquém do patamar observado em igual período de 2011, 2012 e de 2013.
De fato, a grandeza do superávit decorreu do incremento do saldo positivo dos demais bens, especialmente aqueles provenientes da agropecuária e pesca e da extração mineral. As vendas externas dos demais bens cresceram 47,6%. Já as aquisições de fora do País ampliaram apenas 1,5% em dólares correntes.
A balança por intensidade tecnológica
Considerando a classificação adotada pela OCDE para a indústria de transformação segundo a intensidade tecnológica, pode-se esmiuçar as relações de troca do País. São quatro faixas da indústria de transformação: de alta intensidade, de média-alta, média-baixa e de baixa intensidade tecnológica. A tabela a seguir discrimina melhor tais faixas.
O intercâmbio externo de bens produzidos por atividades tidas pela OCDE como de alta intensidade tecnológica teve déficit de US$ 4,8 bilhões até março do presente ano, maior do que no mesmo acumulado do ano passado, mas abaixo dos déficits registrados nos seis anos anteriores. As exportações concorreram para o déficit maior, declinando 3,3%, ficando em US$ 2,2 bilhões. Foi a única das quatro faixas cujas vendas para o exterior caíram. Os produtos da indústria aeronáutica permanecem como os únicos superavitários desse segmento, logrando até superávit maior do que em janeiro-março de 2016, mas exportando menos.
O segmento de média-alta intensidade apresentou o maior déficit dentre as quatro faixas, porém com grandeza ligeiramente menor do que a registrada em igual acumulado dos últimos seis anos. Tal resultado ocorreu com aumento de 18,7% na exportação. Até março último, o País exportou US$ 8,4 bilhões desses bens. As importações também cresceram, mas sem o mesmo fôlego: 9,0%. Esta faixa engloba os materiais de transporte terrestres, parte expressiva dos bens de capital, além de produtos químicos. Nela, as exportações de produtos químicos, da indústria de equipamentos mecânicos e não especificados noutros segmentos e da indústria automotiva cresceram. No caso deste último (veículos automotores, reboques e semi-reboques), a balança comercial logrou superávit para acumulado até março, inclusive maior do que no ano anterior.
Quanto aos produtos tipicamente originários da indústria de média-baixa intensidade tecnológica, estes voltaram à condição deficitária no primeiro trimestre de 2017, de US$ 170 milhões, após o ligeiro superávit em igual período do ano anterior. Entretanto tal deterioração ocorreu a despeito de ter sido a faixa a lograr a maior expansão exportadora, incremento de 20,4%, alcançando US$ 6,8 bilhões. As importações, por sua vez, cresceram 29,6%. Tais números refletem o desempenho nos fluxos comerciais de seus dois principais tipos de bens: derivados do petróleo, combustíveis e afins; e produtos metálicos, com destaque para commodities industriais.
Passando ao grupo dos bens típicos das atividades de baixa intensidade tecnológica, obteve como de costume o maior superávit dentre as quatro faixas, de US$ 8,8 bilhões, o maior superávit para janeiro-março da série. As exportações aumentaram 7,9% em relação ao mesmo período de 2016, totalizando US$ 12,7 bilhões, com as importações também se ampliando, taxa de 23,4%. Tal conjunto de bens encampa grosso modo dois tipos de mercadorias: aquelas cujos processos produtivos utiliza intensivamente recursos naturais abundantes no Brasil; e bens cuja produção são intensivas em recursos humanos. As vendas externas de alimentos, bebidas e fumo – principal item da balança indústria do País – cresceram bem em relação a janeiro-março de 2016, respondendo em larga medida pelo incremento no superávit dessa faixa.
Bens de alta intensidade tecnológica
O conjunto de bens produzidos pelas atividades intensivas em tecnologia teve déficit de US$ 4,8 bilhões em janeiro-março, acima do observado no ano anterior. Contribuíram para tanto a queda nas vendas para fora do País: declínio de 3,3%, ficando em US$ 2,2 bilhões. Assim, permaneceu como a menos expressiva das quatro faixas em termos de exportações. Já as importações ficaram em US$ 7,0 bilhões, com acréscimo de 3,6%.
Os equipamentos aeronáuticos e aeroespaciais conformaram o único grupo dessa faixa a obter superávit, de US$ 565 milhões, maior do que em igual trimestre de 2016, mas exportando 9,3% menos, ficando em US$ 1,4 bilhão. As importações, a seu turno, declinaram 17,3%.
Os três ramos de bens típicos do complexo eletrônico, como tem sido a tônica, concorreram sobremaneira para o déficit dos produtos da indústria de alta intensidade tecnológica. Dos três o de material de informática e escritório foi aquele cujas exportações declinaram, variação de -16,2%, ficando em irrisórios US$ 54 milhões. Quanto aos equipamentos de áudio, vídeo e telecomunicações (inclusive componentes eletrônicos) viram suas vendas externas crescerem 6,9%, implicando mesmo assim exportação de apenas US$ 133 milhões, sendo que no mesmo trimestre de 2006 chegou a exportar US$ 848 milhões. Em paralelo, suas importações aumentaram 17,2%, fazendo com que se mantivesse como o agrupamento de maior déficit da faixa de alta intensidade, déficit de US$ 1,9 bilhão. Quanto ao terceiro segmento do complexo eletrônico, de equipamentos e instrumentos médico-hospitalares, ótico e de precisão, suas exportações cresceram 17,6%, enquanto suas importações, 16,1%. Com isso, seu déficit se ampliou vis-à-vis o ano anterior, chegando a US$ 1,2 bilhão, ainda que tenha ficado em nível inferior ao registrado em janeiro-março dos anos de 2010 a 2015.
Os produtos farmacêuticos experimentaram saldo negativo de US$ 1,3 bilhão, significando uma discreta redução no déficit. Suas exportações cresceram de 11,2%, com o Brasil vendendo somente US$ 368 milhões para outros países. As importações, por sua vez, retrocederam 11,9%.
Bens de média-alta intensidade tecnológica
As vendas externas de produtos das atividades de média-alta intensidade tecnológica cresceram 18,7% em janeiro-março de 2017 frente a igual período do ano passado, situando-se em US$ 8,4 bilhões. Mesmo assim, para o primeiro quarto do ano, o resultado está aquém do logrado em 2008, 2011, 2012 e 2013. As importações também cresceram: 9,0%. Essa combinação de resultados permitiu que o déficit diminuísse, ainda que discretamente, ficando em US$ 6,3 bilhões. Contudo ainda preserva a condição de maior déficit dentre as quatro faixas de intensidade tecnológica.
Os produtos químicos (exclusive farmacêuticos) experimentaram variações positivas quer para as exportações – incremento de 16,2% – quer para as importações – aumento de 13,4%. Esses bens continuam tanto com o maior déficit comercial, de US$ 4,3 bilhões, quanto com o maior montante importado, US$ 6,5 bilhões, dentre todos os grupamentos de mercadorias tipicamente produzidos pela indústria de transformação. As exportações ficaram em US$ 2,2 bilhões.
Os equipamentos de transporte fabricados por indústrias de média-alta intensidade tecnológica totalizaram superávit de mais de meio bilhão de dólares correntes. Os produtos automobilísticos responderam por tal superávit, atingindo por si só US$ 736 milhões. As exportações de produtos automobilísticos aumentaram 32,1%, galgando US$ 3,4 bilhões, enquanto as importações cresceram 12,2%. Quanto ao grupo dos equipamentos ferroviários e outros de transporte (motocicletas, entre outros), suas exportações caíram 2,5%, com as importações caindo 15,3%, levando a um resultado negativo de US$ 138 milhões, déficit menor do que o registrado em janeiro-março de 2016.
A balança comercial de máquinas e equipamentos mecânicos ou não especificados noutros segmentos e a de máquinas elétricas registraram déficits, mas como comportamentos distintos. No primeiro, a magnitude do déficit diminuiu, ficando em US$ 1,3 bilhão. Suas exportações cresceram 10,7% no quarto inicial, chegando a US$ 2,2 bilhões, enquanto as importações declinaram 1,6%. Já o intercâmbio de máquinas e equipamentos elétricos, embora com grandeza de déficit similar, representou uma piora frente a igual período do ano anterior. Suas vendas para o exterior caíram 1,8%, ficando em US$ 572 milhões, com as aquisições externas crescendo 16,5%.
Bens de média-baixa intensidade tecnológica
As exportações de gêneros típicos da indústria de média-baixa intensidade tecnológica aumentaram 20,4% no primeiro trimestre de 2017 vis-à-vis igual acumulado de 2016, alcançando US$ 6,8 bilhões. Tal expansão ocorreu após quatro anos de taxas negativas. As importações, também em dólares correntes, cresceram ainda mais: 29,6%. Com isso, o pequeno superávit logrado em janeiro-março de 2016 cedeu espaço para um déficit de US$ 170 milhões no primeiro trimestre de 2017. Vale lembrar que, para primeiro trimestre, até 2009, essas mercadorias apresentavam saldo positivo pela série iniciada em 1989.
As relações de troca dos bens típicos das indústrias de média-baixa intensidade tecnológica são muito afetadas por dois agrupamentos de mercadorias: produtos metálicos, destacando-se a siderurgia; e bens derivados de petróleo refinado, outros combustíveis e afins.
As vendas para o exterior de produtos de petróleo refinado e afins triplicaram no primeiro trimestre frente a igual período de 2016, atingindo US$ 636 milhões. Já suas importações, duplicaram, mas partindo de patamar muito maior, significando que o País importou US$ 3,5 bilhões desses itens. Com isso, o déficit subiu de US$ 1,5 bilhão em janeiro-março de 2016 para US$ 2,8 bilhões em igual período do ano corrente.
Este aumento no déficit em produtos de petróleo refinado e afins chegou a ser contrabalançado pelo incremento no superávit em produtos metálicos, mormente da siderurgia, mas não a ponto de permitir que toda a faixa permanecesse superavitária. De fato, o superávit de produtos metálicos chegou a US$ 3,0 bilhões. Suas exportações cresceram 15,0%, alcançando US$ 5,0 bilhões. As importações também se ampliaram, variação de 11,1%, mas sem fazer frente ao montante exportado.
Passando para os de itens de menor expressão dessa faixa, os produtos de minerais não-metálicos lograram superávit de US$ 179 milhões. Suas exportações cresceram 4,8%, atingindo US$ 472 milhões em janeiro-março último. As importações também cresceram, 4,3%, mas não o suficiente para reduzir o resultado comercial frente ao ano anterior. É o terceiro ano seguido de superávit no primeiro trimestre, sendo que, desde 2013 o saldo vem melhorando gradativamente.
O intercâmbio de embarcações, navios etc. registrou déficit de US$ 78 milhões em janeiro-março de 2017, representando uma redução significativa de sua magnitude. O País registrou um volume muito baixo de comércio desse material de transporte.
Ou seja, além de produtos refinados de petróleo, combustíveis e afins, o outro grupo de bens cujo déficit aumentou foi o de produtos de borracha e plásticos, saldo negativo de US$ 421 milhões. Suas exportações até cresceram, 6,5%, chegando a US$ 652 milhões, mas as importações cresceram 15,7%.
Bens de baixa intensidade tecnológica
No trimestre inicial de 2017, o País conseguiu exportar 7,9% mais dos bens tipicamente oriundos de ramos de baixa intensidade tecnológica, atingindo US$ 12,7 bilhões, patamar recorde para tal período do ano e superior às exportações conjuntas das faixas de alta e média-alta intensidade. Quanto às importações, cresceram até mais, 23,4%, porém a partir de uma base baixa. Desse modo, obteve-se superávit recorde do segmento para primeiro trimestre na série iniciada em 1989: de US$ 8,8 bilhões. Esse saldo superavitário sem igual, porém, não foi o suficiente para retirar a balança comercial dos produtos típicos da indústria de transformação da condição deficitária.
O saldo positivo do grupamento de bens em questão decorre sobretudo da balança dos produtos industriais de alimentação, bebidas e fumo, cujo superávit atingiu US$ 7,0 bilhões. Todavia, tal superávit ficou aquém do observado em janeiro-março de 2013 e de 2014. Suas vendas externas aumentaram 11,3% em relação a igual acumulado de 2016, ficando em US$ 9,0 bilhões. As importações cresceram ainda mais, 43,7%, chegando a US$ 2,0 bilhões.
O intercâmbio de produtos do segmento madeireiro, de papel e celulose, impressão gráfica e afins teve superávit de US$ 2,2 bilhões nesse início de ano, sendo o melhor resultado da série iniciada em 1989 para acumulado até março. Suas exportações ficaram estáveis, taxa de 0,1%, o suficiente para galgar novo patamar recorde em dólares correntes para o período. Quanto às importações, estas caíram 11,2%.
Os dois outros conjuntos de bens típicos da indústria de baixa intensidade têm registrado déficit nos últimos anos. As exportações produtos diversos ou reciclados cresceram 1,9%, após cinco anos se retraindo, enquanto as aquisições do exterior aumentaram 11,5%. Esse ramo ficou com déficit de US$ 127 milhões. Os produtos das indústrias têxtil, de vestuário, couro e calçados apresentaram também ligeiro incremento nas vendas externas, de 1,2%, com o País exportando US$ 1,0 bilhão. Quanto a suas importações, cresceram 13%. Com isso, o déficit aumentou para US$ 260 milhões. Em janeiro-março de 2016, o déficit tinha sido de US$ 123 milhões.
Esses conjuntos de bens logo acima se distinguem daqueles superavitários dessa mesma faixa. Os artigos têxteis, de vestuário, calçados e artigos de couro, são intensivos em mão-de-obra, em que pese parcela deles ser susceptível a estratégias de diferenciação de produtos. Já os bens das indústrias de alimentos, bebidas, madeireiras, por sua vez, em seus processos produtivos utilizam de modo intensivo recursos naturais, nos quais o Brasil é notadamente abundante.
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Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, em viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas.
O que é este blog?
Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.
sábado, 29 de abril de 2017
Comercio exterior do Brasil: recuperacao, mas commodities dominam sobre manufaturados - IEDI
sexta-feira, 28 de abril de 2017
Quem quer estudar os judeus nas Americas? Bolsa da Universidade da Florida. Aproveitem!
Desemprego continua aumentando no Brasil - ItauMacroeconomica
Paulo Roberto de Almeida
Desemprego atinge 13,7% no 1o. Trimestre de 2017
Itaú Macro, 28/04/2017
quinta-feira, 27 de abril de 2017
Revista Interesse Nacional: dez anos de debates importantes - Paulo Roberto de Almeida
Acabo de receber o n. 37 (abril-junho de 2017), ano X (DEZ) da revista Interesse Nacional, um outro empreendimento de alta envergadura política, e que combina contribuições de intelectuais, personalidades públicas e representantes diversos da chamada "opinião pública" bem informada, dirigida desde o seu início pelo Embaixador Rubens Antonio Barbosa, conselheiro da FIESP e Diretor do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (IRICE), em São Paulo.
Junto com o próprio Rubens Barbosa, Eugênio Bucci, Renato Janine Ribeiro e José Dirceu (ugh!), fui um dos que mais colaborei com artigos na revista.
Eis os meus artigos:
1) Sobre a OEA (justo antes da aventura de Zelaya em Honduras)
A OEA e a Nova Geografia Política Latino-americana
Minha ficha da relação de publicados:
2) Sobre a nossa oposição miserável, na verdade castrada, durante a era lulopetista:
A Miséria da Oposição no Brasil Da Falta de um Projeto de Poder à Irrelevância Política?
Minha ficha da relação de publicados:
O Renascimento da Política Externa
Minha ficha da relação de publicados:
Denuncia do MPF contra Lula (149 paginas): sirvam-se...
Afinal de contas, sem saber do que ele é acusado não se pode defendê-lo, não é mesmo?
Paulo Roberto de Almeida
Podem descarregar aqui:
http://lavajato.mpf.mp.br/atuacao-na-1a-instancia/denuncias-do-mpf/documentos/DENUNCIALULA.pdf
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ FEDERAL DA 13ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE CURITIBA/PR.
Distribuição por dependência aos autos nº 500661729.2016.4.04.7000/PR e 5035204- 61.2016.4.04.7000/PR
Classificação no e-Proc: Sem sigilo
Classificação no ÚNICO: Sem sigilo
O MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL, por intermédio dos Procuradores da República signatários, no exercício de suas atribuições constitucionais e legais, vem, perante V. Exa., com base nos elementos dos autos em epígrafe e dos demais relacionados, e com fundamento no art. 129, I, da Constituição da República Federativa do Brasil, oferecer DENÚNCIA em face de
1. LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA [LULA], brasileiro, filho de Euridece Ferreira de Melo e de Aristides Inácio da Silva, nascido em 06/10/1945 (70 anos), CPF 070.680.938-68, com residência na Avenida Francisco Prestes Maia, nº 1501, bloco 01, apartamento 122, Santa Terezinha, São Bernardo do Campo/SP;
(...) [vários outros, mais exatamente outros sete...)
pela prática dos fatos delituosos a seguir expostos.
SUMÁRIO
1. SÍNTESE DA IMPUTAÇÃO, 3
1.1. BREVE RESUMO DO ESQUEMA CRIMINOSO, 5
2. CORRUPÇÃO, 8
2.1. CONTEXTUALIZAÇÃO, 8
Relação entre LULA e JOSÉ DIRCEU, 8
Presidencialismo de coalizão deturpado, 10
Mensalão e Lava Jato: faces de uma mesma moeda,14
LULA no vértice de diversos esquemas criminosos, 18
Caixa geral de propina, 21
Uma complexa engrenagem criminosa a favor de LULA, 28
LULA, JOSÉ DIRCEU e a estruturação do Governo, 29
Nomeação de Paulo Roberto Costa para a Diretoria de Abastecimento, 30
Nomeação de Renato Duque para a Diretoria de Serviços, 33
Nomeação de Nestor Cerveró para a Diretoria Internacional, 35
Mensalão e influência do PMDB na PETROBRAS, 36
Nomeação de Jorge Zelada para a Diretoria Internacional da PETROBRAS, 39
A estruturação de um grande esquema criminoso na PETROBRAS, 40
O grande cartel de empreiteiras,44
2.2. IMPUTAÇÕES DE CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA, 49
A estrutura montada para os atos de corrupção, 51
A estrutura montada para os atos de corrupção na Diretoria de Abastecimento, 56
A estrutura montada para os atos de corrupção na Diretoria de Serviços, 59
Os contratos que originaram as vantagens indevidas, 63
A ação criminosa de LULA,75
A ação criminosa de LÉO PINHEIRO e AGENOR MEDEIROS, 88
3. DA LAVAGEM DE DINHEIRO, 90
3.1. CRIMES ANTECEDENTES, 90
3.2. DA CORRUPÇÃO E DA LAVAGEM DE DINHEIRO POR INTERMÉDIO DA AQUISIÇÃO, PERSONALIZAÇÃO E DECORAÇÃO DE TRIPLEX NO CONDOMÍNIO SOLARIS NO GUARUJÁ/SP, 94
3.2.1. DA CORRUPÇÃO E DA LAVAGEM DE DINHEIRO POR INTERMÉDIO DA AQUISIÇÃO DE COBERTURA TRIPLEX NO CONDOMÍNIO SOLARIS NO GUARUJÁ/SP, 94
Aquisição do apartamento 141-A e recebimento da cobertura triplex 174-A, 95
Crise financeira da BANCOOP, assunção do Condomínio Mar Cantábrico pelo Grupo OAS e entrega da cobertura triplex 174-A para LULA e MARISA LETÍCIA, 99
Incremento ou “upgrade” da unidade de LULA e MARISA LETÍCIA no Condomínio Solaris às custas da OAS, 102
Conclusão do “Condomínio Solaris” pelas OAS EMPREENDIMENTOS, 107
A visita para definir a personalização do imóvel para LULA e MARISA, 108
O projeto de personalização do imóvel para LULA e MARISA, 108
A visita para verificar a execução do projeto de personalização do imóvel de LULA e MARISA, 109
O apartamento nunca foi anunciado para venda ou visitado por qualquer outro interessado, 110
Da propina paga e ocultada mediante a aquisição da cobertura triplex 164-A, 111
3.2.2. DA CORRUPÇÃO E DA LAVAGEM DE DINHEIRO POR INTERMÉDIO DO CUSTEIO DE OBRAS DE PERSONALIZAÇÃO DA COBERTURA TRIPLEX DO CONDOMÍNIO SOLARIS,112
Valor recebido indevidamente de LÉO PINHEIRO e lavado mediante a reforma da cobertura triplex 164-A do Condomínio Solaris, 118
3.2.3. DA CORRUPÇÃO E DA LAVAGEM DE DINHEIRO POR INTERMÉDIO DO CUSTEIO DA DECORAÇÃO DA COBERTURA TRIPLEX DO CONDOMÍNIO SOLARIS, 118
Da propina recebida e dos valores lavados mediante a decoração da cobertura triplex 164-A do Condomínio Solaris, 125
Totalização dos valores lavados mediante a aquisição, reforma e decoração da cobertura triplex 164-A do Condomínio Solaris, 125
3.3. PROVA DE AUTORIA, 126
3.4. DOS PAGAMENTOS, COM O PROVEITO DOS CRIMES ANTECEDENTES, DO CONTRATO DE ARMAZENAGEM DE BENS, 132
Valor recebido indevidamente e lavado mediante a armazenagem de bens, 137
3.4.1. PROVA DE AUTORIA,137
4. CAPITULAÇÃO, 138
5. REQUERIMENTOS FINAIS, 139
Satisfeitos, companheiros?
Mas precisa ler com atenção...
Paulo Roberto de Almeida
Podem clicar aqui:
http://lavajato.mpf.mp.br/atuacao-na-1a-instancia/denuncias-do-mpf/documentos/DENUNCIALULA.pdf
quarta-feira, 26 de abril de 2017
A ordem liberal foi deformada? O capitalismo sequestrou a globalizacao? Bobagem de Robert Keohane
Por causa dessas vitórias, a ordem liberal estaria fraudada?
Mas que bobagem!
Eles é que estão fraudando a ordem liberal com suas mentiras, sua demagogia política e muito populismo econômico.
Quem for atrás desses líderes idiotas vai se encontrar numa situação pior do que antes, pois eles vão deixar seus países numa situação muito pior do que a anterior ordem liberal (se é que esta existia, o que não acredito, pois todos os governos, TODOS, eram e são socialdemocratas).
Outra afirmação risível, ridícula, estúpida dos autores:
O capitalismo sequestrou a globalização?
Mas quanta bobagem!
O capitalismo mal se sustenta em pé, com tanto intervencionismo estatal, tantas deformações causados por políticas públicas. Ele não tem forças sequer para implementar políticas nacionais em favor da liberdade de mercados -- o que seria sua vocação natural -- quanto mais sequestrar essas forças impessoais embutidas na globalização (que é como a força dos ventos ou as correntes marítimas, as marés). Isto não quer dizer que os capitalistas sejam a favor dos mercados livres, ao contrário, eles gostam de monopólios, carteis, coalizões de interesses, que lhes garantam mercados cativos. Mas a lógica do capitalismo, se ela existe, é a concorrência desenfreada, ou pelo menos deveria ser.
A globalização não é controlada por nenhuma força identificada, sequer por esse monstro metafísico, por esse fantasma marxista que se chama capitalismo, pois ela se processa, basicamente em nível microeconômico -- pela força incontrolada, não controlável, totalmente não coordenada das empresas, dos indivíduos, dos inovadores -- sendo que são os governos que tentam controlá-la em nível macroeconômico, ou os tecnocratas dos grandes organismos econômicos internacionais, que pretendem "disciplinar" a globalização em nível multilateral.
A globalização passa, os cães (nacionais) ladram, mas inutilmente, ou apenas conseguem atrasá-la um pouco, em sua marcha irrefreável para a frente.
Surpreende-me que um intelectual razoável como Roberto Keohane se renda a tanta bobagem. Só pode ser o politicamente correto que está contaminando as universidades americanas e cegando mesmo os professores mais inteligentes, ou supostamente lúcidos.
Coloco o texto aqui para alimentar a discussão, mas a minha opinião já está afirmada acima.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 26/04/2017
The Liberal Order Is Rigged
Fix It Now or Watch It Wither
By Jeff D. Colgan and Robert O. KeohaneForeign Affairs essay, May-June 2017