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sexta-feira, 22 de julho de 2022

Un rapport du Sénat appelle à suspendre la réforme du corps diplomatique français - Le Figaro

Un rapport du Sénat appelle à suspendre la réforme du corps diplomatique

Par Le Figaro avec AFP

Publié le 19/07/2022 à 14:58, mis à jour le 19/07/2022 à 15:22

Un rapport du Sénat préconise de suspendre la réforme du corps diplomatique. laurencesoulez / stock.adobe.com

La réforme du corps diplomatique, à l'origine d'une grève rarissime au Quai d'Orsay début juin, risque en l'état d'affaiblir le rayonnement de la France à l'international et doit être suspendue le temps de lui adjoindre, a minima, des garde-fous, préconise un rapport du Sénat présenté mardi 19 juillet.

«Cette réforme n'apporte aucune amélioration, bien au contraire, au statut et à l'efficacité de nos diplomates», a déclaré Christian Cambon, président (LR) de la commission des Affaires étrangères du Sénat lors d'une conférence de presse à Paris. «C'est une affaire assez grave à un moment où plus que jamais nous avons besoin de renforcer notre diplomatie et (...) où nous avons besoin de diplomates aguerris et compétents», a-t-il ajouté, citant notamment le cas le dossier du nucléaire iranien ou les offensives diplomatiques de Pékin et de Moscou.

«Mise en extinction»

Voulue par Emmanuel Macron, la réforme de la haute fonction publique crée un nouveau corps d'administrateurs de l'État et prévoit que les hauts fonctionnaires ne soient plus rattachés à une administration spécifique mais soient, au contraire, invités à en changer régulièrement tout au long de leur carrière. Pour les quelque 700 diplomates directement concernés par la réforme, cela se traduit par une fusion puis une «mise en extinction» progressive d'ici à 2023 des deux corps historiques de la diplomatie française, ministres plénipotentiaires (ambassadeurs) et conseillers des Affaires étrangères.

À VOIR AUSSI - Reportage : près de 200 diplomates rassemblés devant le Quai d'Orsay contre la suppression des corps diplomatiques

 

En clair, ces deux corps pourront désormais être pourvus par des administrateurs de l'État - et non plus pour une grosse partie d'entre eux par des diplomates de formation - une évolution qui fait notamment craindre à ses détracteurs une perte d'expertise sur le terrain et en négociation et à terme une crise des vocations.

«Suspendre» l'application de la réforme

L'application de la réforme «fragilise l'appareil diplomatique français et affaiblira le rayonnement de la France qui tient son rang de puissance du Conseil de sécurité des Nations unies de l'excellence de ses personnels diplomatiques plus que de ses performances économiques ou militaires», épinglent dans le rapport les sénateurs Jean-Pierre Grand (Les Indépendants - République et Territoires) et André Vallini(Socialiste, Écologiste et Républicain).

Face à ce constat, la commission du Sénat appelle à «suspendre» l'application de la réforme, à «prendre le temps d'ouvrir un dialogue approfondi avec les personnels» et à mettre en œuvre huit de ses préconisations conçues comme des garde-fous. Le rapport recommande notamment de poser comme condition pour devenir chef de mission diplomatique «d'avoir exercé pendant au moins trois ans des fonctions de numéro deux de mission diplomatique» - une exception pour 20% des postes d'ambassadeurs pourrait toutefois être prévue.


À LIRE AUSSILa suppression du corps diplomatique entérinée sous une pluie de critiques

Il préconise également la mise en place d'un droit de regard - sous la forme d'un avis public - des commissions «permanentes compétentes» du Parlement sur la nomination d'ambassadeurs au sein de grandes enceintes internationales, comme le G20. Le 2 juin, plusieurs dizaines de diplomates, soutenus sur Twitter par des ambassadeurs chevronnés, s'étaient rassemblés devant le Quai d'Orsay à Paris pour exprimer leur «fatigue» et leur colère face au «manque de considération» contenu selon eux dans la réforme.


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21 commentaires

  • Chorebe

le 19/07/2022 à 16:28

Le Sénat est très bien inspiré de se saisir de l’affaire. La décision prise à l’Elysée pour s’attirer les bonnes grâces de la haute administration en permettant à chaque haut fonctionnaire d’espérer un jour être ambassadeur et de percevoir ainsi les indemnités de résidence attachées à la fonction diplomatique, était particulièrement redoutable. Le Quai d’Orsay est la seule administration où l’on parle vraiment des langues étrangères, bien que certains énarques ne brillent vraiment pas dans ce domaine. Croit-on vraiment que tout administrateur de ministère technique pourra faire ses discours et ses interviews en langues étrangères, et même en anglais? Et quid de la négociation? C’est un métier qui ne s’invente pas.

  • gerard38lf

le 19/07/2022 à 16:28

Les senateurs ont bloqué le vote des femmes de 1920 a 1945
C’est dire si ce sont des fanatiques de la reforme
Snif

  • anonyme

le 19/07/2022 à 16:16

Il y a toujours eu une part de hasard dans le choix des diplomates recrutés par l’ENA puisque c’est le rang de sortie qui déterminait si vous alliez au Quai d’Orsay ou à la sécurité sociale

 

 

A busca obsessiva de uma Ordem Mundial Alternativa - Paulo Roberto de Almeida

A busca obsessiva de uma Ordem Mundial Alternativa

Quando Amorim diz que não se pode continuar com a mesma ordem mundial de 70 anos atrás — entrevista a Roberto D’Avila, na GloboNews, em 21/07/2022 —, supõe-se que ele já tenha pensado em alguma proposta alternativa. 

Se for a proposta da dupla China e Rússia, ou por meio do Brics (que a China tem a intenção de transformar em uma organização que possa competir com o G7 e a OCDE), Amorim precisaria provar que, se por acaso implantada de forma concorrencial, ela será melhor  qualitativamente do que a de Bretton Woods (1944), baseada no multilateralismo irrestrito, em regimes políticos que são democracias de mercado, e na defesa de amplas liberdades e na promoção dos Direitos Humanos!

Alguém acredita nisso?

Meu quilombo de resistência intelectual, o blog Diplomatizzando, aguarda o detalhamento da nova política externa do lulopetismo diplomático versão 3.0 (a 2.0 foi um desastre, a primeira também).

Antes eram os altermundialistas ou antiglobalizadores de esquerda. Sumiram? Depois os idiotas antiglobalistas de direita: ridículos! Logo mais, voltam os alternativos de esquerda. Quanto besteirol suportaremos? Loucuras recorrentes de um extremo a outro?

Paulo Roberto de Almeida

Um balanço provisório da ausência de politica externa de 2019 a 2022 - Paulo Roberto de Almeida

Preparei um artigo mais longo, para a imprensa internacional, escrito diretamente em francês, em torno do balanço desastroso da (falta de) política externa no desgoverno Bolsonaro, assim como dos prejuízos incorridos pela diplomacia profissional. Já traduzi para o Português, mas aguardo as eleições para publicar no Brasil. 

Paulo Roberto de Almeida

Um balanço provisório da ausência de politica externa de 2019 a 2022


O Bozo não estará mais no poder para assumir os custos da política externa insana que impôs ao país, sobretudo no periodo do chanceler acidental, de janeiro de 2019 a março de 2021.
A perda de investimentos e a ausência de cooperação bilateral, ao lado de possíveis boicotes comerciais determinados por empresas e consumidores, são os prejuízos mais visíveis. Mas existem desgastes invisíveis e outros recuos intangíveis também, devido a ações erráticas e completamente fora dos padrões normais que se esperam de um grande país.
O Brasil de Bozo deixou de ser um Estado confiável, sobretudo na própria região onde sua diplomacia profissional costumava assumir a liderança de iniciativas de Integração. 
Foi como se um país inteiro tivesse sumido do mapa pela falta de diálogo e mesmo de presença com que o incapaz, ignorante e mal educado dirigente penalizou uma diplomacia outrora prestigiada na região e no mundo. 
O Brasil se apequenou, diminuiu de tamanho, se ausentou de interações e exibiu uma postura não cooperativa nas frentes ambientais, de direitos humanos e de contatos diretos entre chefes de governo durante o período do mais medíocre chefe de Estado de toda a história do Estado independente.
Não haverá NADA a comemorar no bicentenário; ao contrário, representará uma tentativa de sabotar o próprio sentido dessa data simbólica no itinerário da nação, dada a obsessão do dirigente em face de sua derrota iminente.

O desastre da fraude presidencial com embaixadores estrangeiros - Matérias de imprensa

 Uma edição inteira deste boletim de noticias da ADB voltado para o vergonhoso evento do dia 18/07/2022 no Palácio da Alvorada.

Seguem os temas que mais repercutiram na mídia e redes sociais:


 

O olhar dos embaixadores

Daniel Buarque

Crusoé, 22.07.2022

 

Se Jair Bolsonaro esperava convencer o mundo de que há uma conspiração para tirá-lo do poder por meio de fraudes nas eleições de outubro, sua ideia de reunir mais de 40 embaixadores para apresentar sua teoria deu muito errado. Sem que fosse apresentada uma única prova das “denúncias”, ninguém saiu do Palácio do Alvorada acreditando que há problemas de segurança nas urnas brasileiras. Pelo contrário, o encontro serviu para consolidar a expectativa internacional de tensão nas eleições de outubro, com percepção de alto risco de ruptura democrática.

 

A impressão externa deixada pelo “brienfing” (sic) de segunda-feira foi a de um presidente que quer se manter no governo a qualquer custo e que está preparando o terreno para tentar reverter uma possível derrota nas urnas. Para os embaixadores, jornalistas e analistas estrangeiros, o encontro foi como um prenúncio do golpe que o presidente quer dar, caso venha a perder o poder.

 

Isso ficou muito evidente no posicionamento público de quem acompanhou o encontro. Um dia depois da apresentação de Bolsonaro, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília publicou um comunicado defendendo que as eleições brasileiras são um modelo para o mundo. A nota dizia, ainda, que o governo americano confia na força das instituições do Brasil — reiterando o pensamento da administração de Joe Biden.

 

A Transparência Internacional, ONG que tem muito mais credibilidade no mundo do que o atual governo brasileiro, também rejeitou as bravatas do presidente e publicou um desmentido mostrando as informações falsas apresentadas por ele. Além disso, embaixadores ouvidos pela imprensa após o evento tornaram público o seu desconforto com o clima de ameaça à democracia, especialmente pela menção do presidente às Forças Armadas.

 

A imprensa internacional refletiu bem a falta de credibilidade de Bolsonaro na cobertura do encontro. O jornal francês Le Monde disse que o presidente tenta torpedear o sistema eleitoral. O diário britânico The Guardian e a agência de economia Bloomberg deixaram claro que as acusações sem base apresentadas pelo presidente já foram desmentidas. O New York Times falou sobre o medo internacional de que Bolsonaro rejeite o resultado das eleições. O Washington Post também apontou que o presidente está preparando o terreno para rejeitar o resultado das urnas. Em todos os relatos estava presente o fato de pesquisas de intenção de voto apontarem uma possível vitória de Lula nas eleições.

 

É interessante notar como essa cobertura externa tem sido repetitiva. Qualquer busca por notícias em inglês, francês e espanhol mostra que é fácil confundir os títulos das reportagens desta semana com centenas de outras publicadas desde 2020. “Bolsonaro escala a retórica sobre fraude eleitoral“, dizia a agência Reuters, há quase dois anos. “Bolsonaro é investigado por alegações de fraude sem provas“, deram a CNN e o Financial Times, em agosto de 2021. Em maio deste ano, a revista Vanity Fair chamava Bolsonaro de “fan-boy” do ex-presidente americano Donald Trump e dizia que ele estava se preparando para rejeitar uma derrota eleitoral.

 

Ao organizar sua apresentação de segunda, Bolsonaro minimizou a inteligência dos diplomatas e analistas internacionais. Até porque todos já acompanham os ataques do presidente ao Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. Por causa disso,  consolidou-se a percepção de que o presidente brasileiro tentará repetir a insurreição liderada por Donald Trump no dia 6 de janeiro, quando seus apoiadores invadiram o prédio do Capitólio, em Washington. Esses estrangeiros acompanham o noticiário tanto no Brasil quanto no resto do mundo e já sabem das mentiras que o presidente propaga como conspiração contra ele.

 

A postura da imprensa estrangeira neste caso se junta a uma visível deterioração da imagem internacional do Brasil, desde 2013. Nesse ano, os protestos que ficaram conhecidos como as Jornadas de Junho romperam a narrativa internacional de emergência do Brasil. A crise econômica da década passada enterrou a visão de que o país era a “bola da vez”.

 

Hoje, é a imagem específica do presidente que é muito negativa. Desde que o atual governo tomou posse, o Brasil perdeu prestígio internacional ao se tornar mais um país governado por um líder que fazia parte de uma onda global iliberal. O país abandonou uma postura construtiva em fóruns internacionais, perdeu o status de ator importante na defesa ambiental, deixou de ter relevância na política regional da América Latina, foi visto como um dos maiores negacionistas durante a pandemia, comprou brigas desnecessárias com parceiros comerciais importantes e perdeu o apoio americano após a chegada de Biden à Casa Branca. O Brasil parece de fato ter aceitado se tornar um “pária”, como defendeu o ex-chanceler Ernesto Araújo.

 

Ao contrário do que Bolsonaro tentou vender durante recente viagem aos Estados Unidos, o Ocidente não acredita em sua retórica reciclada da Guerra Fria e não vê no ex-presidente Lula uma ameaça comunista. Há fortes críticas a Lula, que o ex-presidente Barack Obama associou à máfia em sua autobiografia, mas há também a lembrança de um período de relações saudáveis e de estabilidade do Brasil. O PT ainda guarda uma retórica antiamericana, mas no passado Lula se deu muito bem com George W. Bush e com o próprio Obama, que o chamou de “o cara”.

 

Em entrevistas recentes, pesquisadores de think tanks americanos deixaram claro que os Estados Unidos esperam o início de um novo governo — seja ele qual for — para definir os rumos das relações bilaterais. O mesmo vale para a União Europeia, cujo acordo com o Mercosul foi travado especialmente pela postura de Bolsonaro em relação ao meio ambiente. Até potências lideradas por governos autocratas, que não teriam motivos para defender a democracia brasileira, como Rússia e China, tampouco teriam razões para se associar agora a um presidente que não inspira confiança.

 

Está posto que essa provável tentativa de reverter o resultado das urnas não deve ter apoio internacional. Apesar da empolgação recente do apresentador americano Tucker Carlson, da Fox News, e do apoio que Bolsonaro pode ter dos poucos governos iliberais que ainda se sustentam, como os da Hungria e da Polônia, o retrato que se pinta do Brasil e do seu presidente no mundo é majoritariamente negativo.

 

Bolsonaro, portanto, fracassou na tentativa de angariar apoio global à narrativa de que é perseguido e de que haverá um complô para que ele não vença as eleições.

 

Mas achar que esse era o objetivo de Bolsonaro ao reunir os diplomatas pode ser uma interpretação equivocada. Talvez Bolsonaro já não esperasse mesmo convencer ninguém e estivesse preocupado apenas em reforçar o discurso para seus apoiadores dentro do Brasil. A esse grupo pequeno, mas persistente, ele se coloca como o verdadeiro defensor da democracia, alegando desde já que tentou mostrar a “verdade” ao mundo, e passando até a incluir a comunidade internacional dentro do que vê como conspiração contra ele.

 

Pode parecer um projeto insano, mas é algo que pode manter viva a chama do bolsonarismo, mesmo com uma possível derrota nas urnas. Esse modelo já está funcionando com Donald Trump, que planeja se candidatar novamente em 2024. Mesmo derrotado e ignorado pelas grandes figuras da política global, o republicano continua propagando a “grande mentira”, batendo na tecla da fraude eleitoral de 2020. Desse jeito, Trump está conseguindo se manter como força política de peso nos Estados Unidos. Não seria estranho se este fosse também o projeto de Bolsonaro.

 

Daniel Buarque é especialista em relações internacionais e tem pesquisado o status internacional do Brasil. É autor dos livros O Brazil é um país sério? (Pioneira) e Brazil, um país do presente (Alameda Editorial)

 

https://crusoe.uol.com.br/edicoes/221/o-olhar-dos-embaixadores/

 

Forças Armadas não têm nada a ver com resultado eleitoral, diz Santos Cruz

 

Chico Alves

Colunista do UOL

22/07/2022 04h00

 

Logo depois da reunião em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou a credibilidade do processo eleitoral a uma plateia de embaixadores de vários países, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz foi ao Twitter para manifestar sua insatisfação.

 

"Vergonha para o Brasil. É um absurdo o presidente da República reunir os embaixadores para falar mal do próprio país", escreveu do Japão, onde está a trabalho.

 

Santos Cruz, que foi ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, conversou com a coluna por aplicativo de mensagens e aprofundou as críticas ao presidente, além de se manifestar contra a interferência das Forças Armadas no processo eleitoral:

 

Ele volta ao Brasil na próxima semana e vai esperar a convenção do Podemos, ao qual é filiado, para definir se sairá candidato a algum cargo nessa eleição.

 

UOL - O que mais o indignou na explanação do presidente Bolsonaro aos embaixadores sobre o processo eleitoral brasileiro?

Santos Cruz - Não é possível aceitar que o próprio presidente da República reúna os embaixadores, a comunidade internacional no Brasil, para falar mal do país e do próprio sistema que o elegeu. Sem contar o estilo pessoal desqualificado numa comunicação desse nível.

 

Que tipo de repercussão o sr acredita que isso tem perante o mundo?

Isso é vergonhoso. É inimaginável, um vexame internacional desse nivel, promovido pelo próprio presidente. Isso corre o mundo.

 

Nesse momento, um dos maiores parceiros de Bolsonaro nesse ataque ao processo eleitoral é o ministro da Defesa, que insiste que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acate suas sugestões. Como avalia a atuação do general da reserva Paulo Sérgio Nogueira nesse assunto?

Ministro da Defesa é um cargo político que pode ser exercido por civil ou militar. O Ministério da Defesa é um ministério diferente, pois seus componentes são as Forças Armadas. Ele é especial. Mesmo que a função de ministro seja exercida por uma pessoa que apoia o presidente da República, por ser uma escolha política, o Ministério da Defesa, como instituição, e as Forças Armadas não podem ser comprometidas com políticas pessoais, partidárias e de governo.

 

As Forças Armadas são instituições de Estado altamente profissionais, com comandantes profissionais de carreira, avaliados profissionalmente por cerca de 40 anos e escolhidos entre os melhores profissionais de cada geração. São pessoas experientes e capazes.

 

Assim, a pessoa que exerce a função de ministro pode ter posições pessoais, mas isso tem que ser dissociado de qualquer comprometimento das Forças Armadas com políticas pessoais partidárias, pois elas possuem uma destinação constitucional.

 

Considera que fiscalizar o TSE é papel da Forças Armadas?

Não. Eleições no Brasil são de responsabilidade da Justiça Eleitoral. As Forças Armadas foram convidadas pelo TSE a participar do processo de avaliação do sistema, junto com outras instituições. Isso acontece através de sugestões técnicas. Não tem nada a ver com responsabilidade pelo processo eleitoral. Isso é de inteira responsabilidade legal do TSE, como sempre foi.

 

Parece não restar dúvidas de que Bolsonaro vai se apoiar em fake news para contestar o resultado das urnas em eventual derrota. Nossa democracia é forte o bastante para resistir a um ataque desse tipo? Qual seria a posição das Forças Armadas?

A conduta do presidente da República perante o resultado eleitoral é de inteira responsabilidade pessoal dele. Como todo cidadão, as reações precisam ser dentro da lei. Fora disso, tem que se entender com a Justiça.

 

As Forças Armadas não têm nada a ver com resultado eleitoral. Elas cumprem suas funções de acordo com o que está previsto na Constituição. Não se pode tentar envolver Forças Armadas em assuntos politizados.

 

Eu penso que as instituições, e a população também, irão reagir a qualquer ação fora dos limites legais. Não existe motivo para o Brasil sair da ordem legal.

 

https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2022/07/22/forcas-armadas-nao-tem-a-ver-com-resultado-eleitoral-diz-santos-cruz.htm

 

Ministro nega articulação de reunião entre Bolsonaro e embaixadores

Encontro em que presidente desacreditou sistema eleitoral foi criticado até por aliados

Por Aline Macedo

IG, 22/07/2022 06:23

 

O ministro-chefe de Governo, Célio Faria Júnior, nega ter capitaneado junto a Jair Bolsonaro (PL) o desastroso encontro com embaixadores, na segunda-feira (18). O evento gerou péssima repercussão internacional — e mesmo entre apoiadores do presidente, a atitude foi vista como um erro, dando azo ao nada elogioso apelido de "aloprados do Planalto" àqueles que defenderam sua realização.

 

Na mira dos críticos estavam o ministro do GSI, general Augusto Heleno; o assessor especial para Assuntos Internacionais da presidência, Filipe G. Martins; e o sucessor de Flávia Arruda na pasta de Governo — que, em nota enviada à coluna, afirma ter sido citado indevidamente como um dos autores do planejamento.

 

"Em nenhum momento o ministro Célio Faria participou de qualquer reunião sobre o assunto apresentado. Esteve no evento, a convite, assim como todos os ministros que trabalham no Palácio do Planalto", diz a assessoria.

 

A cobertura internacional da reunião no Palácio da Alvorada ressaltou que os questionamentos à segurança do aparato eleitoral brasileiro já haviam sido desmentidos em diferentes ocasiões. O serviço de notícias Bloomberg, com foco em economia, classificou o teor da apresentação como "velhas e refutadas teorias da conspiração". Entidades jurídicas, como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a OAB e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) repudiaram as falas do presidente. Integrantes do Ministério Público, da magistratura e da Polícia Federal, além de profissionais da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) também se manifestaram em defesa das urnas eletrônicas.

 

https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/informe-do-dia/2022-07-22/ministro-governo-articulacao-reuniao-bolsonaro-embaixadores.html

 

Grupo de advogados assina nota em defesa de Bolsonaro por falas em reunião com embaixadores

Gazeta do Povo21/07/2022 18:37


Um grupo formado por 1.400 advogados divulgou uma nota nesta quinta-feira (21) em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) pelas declarações feitas por ele durante uma reunião com embaixadores. O grupo defende no comunicado a liberdade de expressão do presidente da República e consideram que Bolsonaro vem sendo atacado após o encontro por ter manifestado a sua opinião.

 

Na segunda-feira (18), o chefe do Executivo reuniu representantes de diversos países para questionar a segurança do sistema eleitoral brasileiro. No encontro, o presidente também criticou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte eleitoral já se manifestou sobre as alegações feitas pelo chefe do Executivo na reunião e diversas entidades defenderam o sistema eletrônico de votação.

 

“Entendemos que não há, da parte do Presidente do Brasil, na sua manifestação opinativa-crítica, com exposição de questões fáticas e documentais de conhecimento público, ora apresentada aos embaixadores, envolvendo a temática do processo eleitoral, urnas eletrônicas e apuração com contagem pública dos votos e auditoria, qualquer indicativo material ou formal de que tenha cometido atos ilícitos ensejadores de abertura de processo penal, ou de cunho político-administrativo para abertura de processo de impeachment, improbidade administrativa”, diz a nota.

 

https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/breves/grupo-advogados-defende-bolsonaro-por-falas-em-reuniao-com-embaixadores/

 

Fala de Bolsonaro a embaixadores foi desnecessária, diz Lira a aliados

Redação O Antagonista

21.07.22 21:01

 

Presidente da Câmara tem evitado se pronunciar publicamente sobre o episódio, mas criticou o presidente em conversas reservadas, diz a Folha

 

Arthur Lira disse a aliados que reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores, em que o presidente repetiu teorias da conspiração e fake news sobre as urnas eletrônicas, foi desnecessária e prejudicial eleitoralmente, diz o Painel da Folha.

 

Desde a segunda-feira (18), data da reunião, o presidente da Câmara tem evitado se manifestar publicamente sobre o discurso de Bolsonaro, que desacreditou o sistema eleitoral brasileiro.

 

Segundo seus aliados, porém, ele “explicou o silêncio dizendo que não tem nem o que comentar sobre o encontro e que se manifestar criticamente só prejudicaria as candidaturas que ele mesmo apoia”, escreve o jornal paulistano.

 

A fala do presidente aos diplomatas estrangeiros foi rebatida por Rodrigo Pacheco, pelo TSE, por peritos e delegados da Polícia Federal, pelo governo dos EUA e até por integrantes da Abin, entre outras entidades.

 

https://oantagonista.uol.com.br/brasil/fala-de-bolsonaro-a-embaixadores-foi-desnecessaria-diz-lira-a-aliados/

 

Associação dos Diplomatas do Brasil sai em defesa da Justiça Eleitoral

De acordo com a ADB, desde 1996, quando foi implantada a votação eletrônica, a diplomacia brasileira testemunhou “elevados padrões de confiabilidade” do sistema que tornou o país referência mundial

por Redação

Publicado 21/07/2022 15:54 | Editado 21/07/2022 16:49

 

Diante dos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro, a presidente da Associação dos Diplomatas do Brasil (ADB), embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, divulgou nota da entidade apoiando a Justiça Eleitoral e o sistema de urna eletrônica do país. 

Sem apresentar provas, o presidente, mais uma vez, tentou desacreditar a Justiça Eleitoral do país apontando a embaixadores na segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada, a existência de fraudes nas urnas eletrônicas na eleição presidencial de 2018.

De acordo com a entidade dos diplomatas, desde 1996, quando foi implantada a votação eletrônica, a diplomacia brasileira testemunhou “elevados padrões de confiabilidade” do sistema que tornou o país referência mundial como uma das democracias mais sólidas do mundo.

“Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades”, diz um trecho da nota.

Leia a nota na íntegra:

A ADB reitera sua plena confiança na Justiça Eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação do país. “Por décadas, os diplomatas brasileiros têm atuado em apoio às autoridades eleitorais do país para a organização e a realização das eleições presidenciais. Em mais de 200 cidades espalhadas pelo mundo onde há repartições consulares, além de 33 seções adicionais em localidades em que não há representação permanente. A missão eleitoral do Ministério das Relações Exteriores, que inclui desde o alistamento de eleitores até a transmissão dos votos, mobiliza não apenas servidores do Itamaraty, mas também as comunidades brasileiras. Para 2022, há mais de 600 mil eleitores alistados no exterior.

Desde sua implantação, em 1996, o sistema brasileiro de votação eletrônica é objeto de reiteradas demandas de cooperação internacional de transferência de conhecimento e tecnologia. Ao longo desse tempo, a diplomacia brasileira testemunhou sempre elevados padrões de confiabilidade que se tornaram referência internacional indissociável da imagem do Brasil como uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo. Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades.

Embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues Presidente

https://vermelho.org.br/2022/07/21/associacao-dos-diplomatas-do-brasil-sai-em-defesa-da-justica-eleitoral/

 

Diplomatas defendem sistema eleitoral do Brasil: 'Referência internacional'

Do UOL, em São Paulo 21/07/2022 16h02

A ADB (Associação dos Diplomatas do Brasil) declarou "plena confiança" na Justiça Eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação. O posicionamento acontece após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter feito acusações de fraude nas urnas eletrônicas como parte do seu discurso a embaixadores estrangeiros na segunda-feira (18). Na nota, a associação ressalta que o sistema brasileiro é "referência internacional" e que, desde sua implementação, houve diversas demandas de cooperação com outros países para transferência de conhecimento e tecnologia. Para os diplomatas, a consolidação do processo é diretamente relacionada à imagem do Brasil como "uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo".

"Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades", finaliza o texto.

No encontro com embaixadores, Bolsonaro voltou a questionar a segurança do sistema eleitoral. Na ocasião, ele afirmou, sem apresentar provas, que os ministros do TSE buscam eleger políticos de esquerda ao supostamente impedirem que medidas de transparência sobre o sistema de votação sejam adotadas.

Mas, diferentemente do que diz o presidente, desde que as urnas eletrônicas foram implementadas - parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000 - nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.

Associação do TCU manifesta sobre segurança e confiabilidade das urnas
A AudTCU (Associação da Auditoria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União), que representa auditores federais também divulgou hoje uma nota na qual declarou confiança nas urnas. A manifestação, segundo o texto, é baseada no "resultado das etapas da auditoria integrada" realizada pelo TCU para avaliar o sistema com a finalidade de avaliar o sistema brasileiro de votação.

A associação ressaltou que participa de diversos comitês, grupos e forças-tarefas para assegurar a aderência dos métodos de auditoria às melhores práticas internacionais. O grupo explicou que, atualmente, o TCU preside organizações que "reforçam a autoridade do TCU para - na condição de fiel da balança - se pronunciar sobre a auditabilidade, segurança e confiabilidade do processo de votação eletrônica vigente no Brasil".

"A AUD-TCU reconhece o direito de todo cidadão, organização da sociedade civil e partido político de criticar a eficiência do sistema eleitoral vigente e o funcionamento da administração pública. Mas repudia toda e qualquer medida corrosiva de agentes públicos, partidos políticos e candidatos como estratagema do jogo político para abalar a credibilidade das instituições constitucionais, especialmente quando as manifestações não são acompanhadas de provas concretas, as quais sempre podem ser apresentadas no contexto do devido processo legal, seja no plano judicial, seja na esfera de controle externo", diz o texto.

https://www.uol.com.br/eleicoes/2022/07/21/diplomatas-brasileiros-eleicao-urna-eletronica-referencia-internacional.htm

Reino Unido afirma que urnas eletrônicas brasileiras são seguras e eficientes

Por Felipe Frazão

21/07/2022 | 18h28

Atualização: 21/07/2022 | 20h36

 

Em comunicado, embaixada britânica em Brasília diz esperar que ‘todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas’

 

BRASÍLIA – Em nova reação à tentativa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de minar a credibilidade das eleições no Brasil, o Reino Unido afirmou nesta quinta-feira, dia 21, que as urnas eletrônicas já se mostraram “seguras” e ganharam reconhecimento global por sua “celeridade e eficiência”. O governo britânico manifestou, em comunicado diplomático, confiança na democracia brasileira e cobrou o comprometimento de todos os atores internos com respeito a eleições livres e justas.

“Em eleições passadas, o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas se mostraram seguras e passaram a ser reconhecidas internacionalmente por sua celeridade e eficiência”, diz nota divulgada pela embaixada britânica em Brasília. “Reafirmamos nossa confiança no bom funcionamento do processo democrático do Brasil e esperamos que todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas.”

Os britânicos disseram também que as instituições brasileiras são “sólidas e transparentes”, outro contraponto ao presidente brasileiro. Além de contestar o sistema eletrônico de votação e contagem de votos, Bolsonaro mira seus ataques no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cuja cúpula ele acusa de agir para golpear a democracia e favorecer seu principal adversário na disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro sustenta parte de sua argumentação em supostas ameaças ainda não debeladas, que teriam sido encontradas pelas Forças Armadas. O Ministério da Defesa insiste em pressionar a Corte por mudanças no processo eleitoral. O presidente também conta com a disposição da cúpula da Polícia Federal em mobilizar pessoal para auditar a votação, e com planos de fiscalização da Controladoria-Geral da União e suporte jurídico da Advocacia-Geral da União.

Sem citar os pré-candidatos ao Palácio do Planalto, seja Bolsonaro ou Lula, apontado como favorito nas pesquisas de intenção de voto, Londres afirmou que “quem for escolhido pela nação brasileira poderá contar com o governo britânico para fortalecer as relações bilaterais e a amizade entre os dois povos”.

A reação do Reino Unido é a segunda da comunidade internacional a Bolsonaro. Três dias após o presidente reunir cerca 70 embaixadores no Palácio da Alvorada e contestar a legitimidade de eleições passadas e da próxima no Brasil, a diplomacia britânica se pronunciou publicamente, modelo de resposta inaugurado pelos Estados Unidos. Como o Estadão mostrou, embaixadores presentes Alvorada saíram do encontro sem se convencer das suspeitas de fragilidade levantadas pelo presidente e com a impressão de que ele promoveu um ato de campanha.

O governo Joe Biden rebateu os argumentos de Bolsonaro na terça-feira, dia 19, afirmando que a votação no Brasil é um modelo para o mundo. Depois de a embaixada dos EUA divulgar um comunicado diplomático oficial, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, reiterou o posicionamento do governo Joe Biden e cobrou, durante entrevista na quarta-feira, dia 20, em Washington, que as instituições envolvidas na eleição sigam seu papel previsto na Constituição. Biden tem sido pressionado internamente por aliados do Partido Democrata a cobrar que Bolsonaro respeite o resultado das eleições se derrotado e que os militares brasileiros, parceiros históricos dos norte-americanos, não se envolvam em iniciativas bolsonaristas para contestar o pleito, em eventual golpe de Estado.

Tanto os Estados Unidos quanto o Reino Unido não têm embaixador atualmente em Brasília. Ao contrário dos norte-americanos, os britânicos não assistiram presencialmente à argumentação de Bolsonaro no Alvorada. A embaixada afirmou que a encarregada de negócios, Melanie Hopkins, atualmente no comando da representação do país em Brasília, não recebeu convite da Presidência da República. Os EUA foram representados no encontro de Bolsonaro com chefes de missão diplomática por seu encarregado de negócios, Douglas Koneff, também na chefia da embaixada.

Além da reação externa, funcionários do Itamaraty também saíram em defesa das urnas eletrônicas. A Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB) e o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) ressaltaram a confiança e a participação no processo eleitoral, dando suporte à organização de votações nas repartições consulares. A Zona Eleitoral Exterior ultrapassou a casa dos 600 mil eleitores cadastrados, sendo maior do que a população apta a votar em Estados como Roraima, Acre e Amapá. “A diplomacia brasileira testemunhou sempre elevados padrões de confiabilidade que se tornaram referência internacional indissociável da imagem do Brasil como uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo”, disse a ADB.

 

Leia a íntegra da nota do Reino Unido:

Nota da Embaixada Britânica sobre eleições no Brasil

Esta semana tem sido marcada por um amplo debate público sobre o sistema eleitoral brasileiro. Acreditamos na força da democracia do Brasil, que conta com instituições sólidas e transparentes.

Em eleições passadas, o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas se mostraram seguras e passaram a ser reconhecidas internacionalmente por sua celeridade e eficiência.

Reafirmamos nossa confiança no bom funcionamento do processo democrático do Brasil e esperamos que todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas.

Quem for escolhido pela nação brasileira poderá contar com o Governo Britânico para fortalecer as relações bilaterais e a amizade entre os dois povos.

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Repúdio geral às mentiras do Estrume presidencial - Associações de juízes, OAB e IAB defendem voto eletrônico e criticam Bolsonaro

Associações de juízes, OAB e IAB defendem voto eletrônico e criticam Bolsonaro

Entidades fazem severas críticas às novas declarações do presidente feitas em reunião com embaixadores

voto eletrônico
Jair Bolsonaro fala a embaixadores / Crédito: Clauber Cleber Caetano/PR

As principais associações nacionais da magistratura e da advocacia divulgaram, na segunda (18/7) e nesta terça-feira (19/7), notas públicas em defesa do sistema eletrônico de votação adotado pelo país desde 1996, com severas críticas às novas declarações do presidente Jair Bolsonaro feitas em reunião por ele promovida com embaixadores de vários países, na qual reiterou o seu “propósito em deslegitimar os poderes constituídos, as urnas eletrônicas que o elegeram e o papel da imprensa”.

A citação acima está na nota oficial do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), assinada por Sydney Sanches, para quem “amanifestação irresponsável do presidente envergonha o País diante da comunidade internacional, desinforma a opinião pública e visa a delinear um cenário de instabilidade institucional, que venha a motivar um inadmissível ato de ruptura constitucional”.

As outras manifestações oficiais foram das seguintes instituições: Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB); Ordem dos Advogados do Brasil (OAB); Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe); Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra).

A seguir, destaques das citadas manifestações:

AMB

O sistema de votação eletrônico implantado no Brasil é considerado um modelo de sucesso em todo o mundo, continuamente testado por organismos internacionais autônomos. Nunca se comprovou a existência de fraudes, apesar das verificações públicas a que as urnas eletrônicas são submetidas periodicamente.

A jovem democracia brasileira possui instituições fortes o suficiente para atravessar os momentos de disputas eleitorais. A garantia da soberania da vontade popular é a condutora das ações das instituições do Estado brasileiro, especialmente da Justiça Eleitoral.

O trabalho realizado pelos ministros e ministras do TSE, responsáveis maiores pela condução do pleito, não pode ser vilipendiado às vésperas das eleições, sendo inadmissíveis ataques pessoais aos principais atores da justiça brasileira.

OAB

A OAB reitera sua confiança no sistema eleitoral brasileiro, na Justiça Eleitoral e no modelo eletrônico de votação adotado em nosso país, reconhecido internacionalmente como eficiente e confiável. Desde 1996, a urna eletrônica é usada nas eleições sem que haja nenhum registro ou indício de fraude, com as votações resultando nas eleições de políticos dos diversos partidos e ideologias que coexistem no país.

As ministras e os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contam com a confiança e o apoio da OAB para seguir em sua missão de organizar e assegurar a realização das eleições. Os diversos integrantes do tribunal têm sempre adotado as providências necessárias para manter atualizadas as resoluções eleitorais e também as tecnologias empregadas a cada votação, em um processo de amadurecimento que promove a continuidade da segurança do modelo brasileiro, seguindo padrões científicos e de segurança comprovados.

Ajufe

Por opção do legislador constituinte, atribuiu-se ao TSE o papel de condutor e árbitro dos processos eleitorais, incumbência que vem sendo por ele exercida de forma absolutamente republicana e eficiente ao longo dos anos.

O exemplo máximo dessa eficiência foi a implantação e aperfeiçoamento das urnas eletrônicas, que, desde 1996, vem garantindo a mais absoluta legitimidade da vontade popular, sem qualquer indício efetivo de irregularidades na sua utilização, sendo, por mais de uma vez, inclusive por meio do Congresso Nacional, rechaçada a necessidade de adoção do voto impresso.

Portanto, como vem acontecendo em todas as eleições prévias, reafirma-se a certeza de que o resultado da vontade popular será respeitado, independentemente de quem venha a ser eleito ou eleita aos cargos em disputa.

Por fim e desde logo, rechaça-se qualquer tentativa de impugnação a tal resultado fora das vias adequadas, ou seja, aquelas admitidas pelo ordenamento jurídico, garantida a independência do Poder Judiciário e a soberania do voto popular.

IAB

O Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) vem reafirmar o seu compromisso em defender, de forma intransigente, o processo eleitoral para escolha democrática dos candidatos, por meio do voto eletrônico, que vem sendo consagrado no País e sob a jurisdição exclusiva da Justiça Federal.

As declarações do presidente da República, proferidas em reunião por ele convocada com embaixadores de vários países, onde repetiu o discurso sem provas e infundado de questionamento ao processo eleitoral e, mais uma vez, atacou os ministros do STF e do TSE, confirmam seu reiterado propósito em deslegitimar os poderes constituídos, as urnas eletrônicas que o elegeram e o papel da imprensa.

A manifestação irresponsável do presidente envergonha o País diante da comunidade internacional, desinforma a opinião pública e visa a delinear um cenário de instabilidade institucional, que venha a motivar um inadmissível ato de ruptura constitucional.

Neste momento sensível da história brasileira, é dever das instituições da sociedade civil defender a lisura do processo eleitoral eletrônico e depositar integral confiança na condução do TSE, a fim de garantirmos a segurança da institucionalidade da transição democrática decorrente do resultado das eleições.

Afirmaremos sempre que é imperativo o respeito ao Estado Democrático de Direito fundamentado na soberania, no exercício da cidadania e no pluralismo político, e não iremos desistir de denunciar e combater qualquer manifestação que venha a alimentar o descrédito às eleições e à democracia.

Anamatra

A Anamatra está convicta de que ações que promovam a violação da democracia serão sempre combatidas fortemente pelos agentes públicos e políticos competentes e pela opinião pública nacional. Contudo, é sempre importante alertar a sociedade e apresentar seu posicionamento neste momento em que falsas afirmações são feitas pela autoridade máxima do Poder Executivo a respeito do sistema eleitoral brasileiro.

Nesse sentido, a Anamatra expressa confiança no Poder Judiciário brasileiro, em seus Ministros, no Supremo Tribunal Federal, no Tribunal Superior Eleitoral, no sistema eleitoral brasileiro e em nossas urnas eletrônicas, modelo para o mundo.