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sexta-feira, 22 de julho de 2022

O desastre da fraude presidencial com embaixadores estrangeiros - Matérias de imprensa

 Uma edição inteira deste boletim de noticias da ADB voltado para o vergonhoso evento do dia 18/07/2022 no Palácio da Alvorada.

Seguem os temas que mais repercutiram na mídia e redes sociais:


 

O olhar dos embaixadores

Daniel Buarque

Crusoé, 22.07.2022

 

Se Jair Bolsonaro esperava convencer o mundo de que há uma conspiração para tirá-lo do poder por meio de fraudes nas eleições de outubro, sua ideia de reunir mais de 40 embaixadores para apresentar sua teoria deu muito errado. Sem que fosse apresentada uma única prova das “denúncias”, ninguém saiu do Palácio do Alvorada acreditando que há problemas de segurança nas urnas brasileiras. Pelo contrário, o encontro serviu para consolidar a expectativa internacional de tensão nas eleições de outubro, com percepção de alto risco de ruptura democrática.

 

A impressão externa deixada pelo “brienfing” (sic) de segunda-feira foi a de um presidente que quer se manter no governo a qualquer custo e que está preparando o terreno para tentar reverter uma possível derrota nas urnas. Para os embaixadores, jornalistas e analistas estrangeiros, o encontro foi como um prenúncio do golpe que o presidente quer dar, caso venha a perder o poder.

 

Isso ficou muito evidente no posicionamento público de quem acompanhou o encontro. Um dia depois da apresentação de Bolsonaro, a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília publicou um comunicado defendendo que as eleições brasileiras são um modelo para o mundo. A nota dizia, ainda, que o governo americano confia na força das instituições do Brasil — reiterando o pensamento da administração de Joe Biden.

 

A Transparência Internacional, ONG que tem muito mais credibilidade no mundo do que o atual governo brasileiro, também rejeitou as bravatas do presidente e publicou um desmentido mostrando as informações falsas apresentadas por ele. Além disso, embaixadores ouvidos pela imprensa após o evento tornaram público o seu desconforto com o clima de ameaça à democracia, especialmente pela menção do presidente às Forças Armadas.

 

A imprensa internacional refletiu bem a falta de credibilidade de Bolsonaro na cobertura do encontro. O jornal francês Le Monde disse que o presidente tenta torpedear o sistema eleitoral. O diário britânico The Guardian e a agência de economia Bloomberg deixaram claro que as acusações sem base apresentadas pelo presidente já foram desmentidas. O New York Times falou sobre o medo internacional de que Bolsonaro rejeite o resultado das eleições. O Washington Post também apontou que o presidente está preparando o terreno para rejeitar o resultado das urnas. Em todos os relatos estava presente o fato de pesquisas de intenção de voto apontarem uma possível vitória de Lula nas eleições.

 

É interessante notar como essa cobertura externa tem sido repetitiva. Qualquer busca por notícias em inglês, francês e espanhol mostra que é fácil confundir os títulos das reportagens desta semana com centenas de outras publicadas desde 2020. “Bolsonaro escala a retórica sobre fraude eleitoral“, dizia a agência Reuters, há quase dois anos. “Bolsonaro é investigado por alegações de fraude sem provas“, deram a CNN e o Financial Times, em agosto de 2021. Em maio deste ano, a revista Vanity Fair chamava Bolsonaro de “fan-boy” do ex-presidente americano Donald Trump e dizia que ele estava se preparando para rejeitar uma derrota eleitoral.

 

Ao organizar sua apresentação de segunda, Bolsonaro minimizou a inteligência dos diplomatas e analistas internacionais. Até porque todos já acompanham os ataques do presidente ao Tribunal Superior Eleitoral, o TSE. Por causa disso,  consolidou-se a percepção de que o presidente brasileiro tentará repetir a insurreição liderada por Donald Trump no dia 6 de janeiro, quando seus apoiadores invadiram o prédio do Capitólio, em Washington. Esses estrangeiros acompanham o noticiário tanto no Brasil quanto no resto do mundo e já sabem das mentiras que o presidente propaga como conspiração contra ele.

 

A postura da imprensa estrangeira neste caso se junta a uma visível deterioração da imagem internacional do Brasil, desde 2013. Nesse ano, os protestos que ficaram conhecidos como as Jornadas de Junho romperam a narrativa internacional de emergência do Brasil. A crise econômica da década passada enterrou a visão de que o país era a “bola da vez”.

 

Hoje, é a imagem específica do presidente que é muito negativa. Desde que o atual governo tomou posse, o Brasil perdeu prestígio internacional ao se tornar mais um país governado por um líder que fazia parte de uma onda global iliberal. O país abandonou uma postura construtiva em fóruns internacionais, perdeu o status de ator importante na defesa ambiental, deixou de ter relevância na política regional da América Latina, foi visto como um dos maiores negacionistas durante a pandemia, comprou brigas desnecessárias com parceiros comerciais importantes e perdeu o apoio americano após a chegada de Biden à Casa Branca. O Brasil parece de fato ter aceitado se tornar um “pária”, como defendeu o ex-chanceler Ernesto Araújo.

 

Ao contrário do que Bolsonaro tentou vender durante recente viagem aos Estados Unidos, o Ocidente não acredita em sua retórica reciclada da Guerra Fria e não vê no ex-presidente Lula uma ameaça comunista. Há fortes críticas a Lula, que o ex-presidente Barack Obama associou à máfia em sua autobiografia, mas há também a lembrança de um período de relações saudáveis e de estabilidade do Brasil. O PT ainda guarda uma retórica antiamericana, mas no passado Lula se deu muito bem com George W. Bush e com o próprio Obama, que o chamou de “o cara”.

 

Em entrevistas recentes, pesquisadores de think tanks americanos deixaram claro que os Estados Unidos esperam o início de um novo governo — seja ele qual for — para definir os rumos das relações bilaterais. O mesmo vale para a União Europeia, cujo acordo com o Mercosul foi travado especialmente pela postura de Bolsonaro em relação ao meio ambiente. Até potências lideradas por governos autocratas, que não teriam motivos para defender a democracia brasileira, como Rússia e China, tampouco teriam razões para se associar agora a um presidente que não inspira confiança.

 

Está posto que essa provável tentativa de reverter o resultado das urnas não deve ter apoio internacional. Apesar da empolgação recente do apresentador americano Tucker Carlson, da Fox News, e do apoio que Bolsonaro pode ter dos poucos governos iliberais que ainda se sustentam, como os da Hungria e da Polônia, o retrato que se pinta do Brasil e do seu presidente no mundo é majoritariamente negativo.

 

Bolsonaro, portanto, fracassou na tentativa de angariar apoio global à narrativa de que é perseguido e de que haverá um complô para que ele não vença as eleições.

 

Mas achar que esse era o objetivo de Bolsonaro ao reunir os diplomatas pode ser uma interpretação equivocada. Talvez Bolsonaro já não esperasse mesmo convencer ninguém e estivesse preocupado apenas em reforçar o discurso para seus apoiadores dentro do Brasil. A esse grupo pequeno, mas persistente, ele se coloca como o verdadeiro defensor da democracia, alegando desde já que tentou mostrar a “verdade” ao mundo, e passando até a incluir a comunidade internacional dentro do que vê como conspiração contra ele.

 

Pode parecer um projeto insano, mas é algo que pode manter viva a chama do bolsonarismo, mesmo com uma possível derrota nas urnas. Esse modelo já está funcionando com Donald Trump, que planeja se candidatar novamente em 2024. Mesmo derrotado e ignorado pelas grandes figuras da política global, o republicano continua propagando a “grande mentira”, batendo na tecla da fraude eleitoral de 2020. Desse jeito, Trump está conseguindo se manter como força política de peso nos Estados Unidos. Não seria estranho se este fosse também o projeto de Bolsonaro.

 

Daniel Buarque é especialista em relações internacionais e tem pesquisado o status internacional do Brasil. É autor dos livros O Brazil é um país sério? (Pioneira) e Brazil, um país do presente (Alameda Editorial)

 

https://crusoe.uol.com.br/edicoes/221/o-olhar-dos-embaixadores/

 

Forças Armadas não têm nada a ver com resultado eleitoral, diz Santos Cruz

 

Chico Alves

Colunista do UOL

22/07/2022 04h00

 

Logo depois da reunião em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) atacou a credibilidade do processo eleitoral a uma plateia de embaixadores de vários países, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz foi ao Twitter para manifestar sua insatisfação.

 

"Vergonha para o Brasil. É um absurdo o presidente da República reunir os embaixadores para falar mal do próprio país", escreveu do Japão, onde está a trabalho.

 

Santos Cruz, que foi ministro da Secretaria de Governo de Bolsonaro, conversou com a coluna por aplicativo de mensagens e aprofundou as críticas ao presidente, além de se manifestar contra a interferência das Forças Armadas no processo eleitoral:

 

Ele volta ao Brasil na próxima semana e vai esperar a convenção do Podemos, ao qual é filiado, para definir se sairá candidato a algum cargo nessa eleição.

 

UOL - O que mais o indignou na explanação do presidente Bolsonaro aos embaixadores sobre o processo eleitoral brasileiro?

Santos Cruz - Não é possível aceitar que o próprio presidente da República reúna os embaixadores, a comunidade internacional no Brasil, para falar mal do país e do próprio sistema que o elegeu. Sem contar o estilo pessoal desqualificado numa comunicação desse nível.

 

Que tipo de repercussão o sr acredita que isso tem perante o mundo?

Isso é vergonhoso. É inimaginável, um vexame internacional desse nivel, promovido pelo próprio presidente. Isso corre o mundo.

 

Nesse momento, um dos maiores parceiros de Bolsonaro nesse ataque ao processo eleitoral é o ministro da Defesa, que insiste que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acate suas sugestões. Como avalia a atuação do general da reserva Paulo Sérgio Nogueira nesse assunto?

Ministro da Defesa é um cargo político que pode ser exercido por civil ou militar. O Ministério da Defesa é um ministério diferente, pois seus componentes são as Forças Armadas. Ele é especial. Mesmo que a função de ministro seja exercida por uma pessoa que apoia o presidente da República, por ser uma escolha política, o Ministério da Defesa, como instituição, e as Forças Armadas não podem ser comprometidas com políticas pessoais, partidárias e de governo.

 

As Forças Armadas são instituições de Estado altamente profissionais, com comandantes profissionais de carreira, avaliados profissionalmente por cerca de 40 anos e escolhidos entre os melhores profissionais de cada geração. São pessoas experientes e capazes.

 

Assim, a pessoa que exerce a função de ministro pode ter posições pessoais, mas isso tem que ser dissociado de qualquer comprometimento das Forças Armadas com políticas pessoais partidárias, pois elas possuem uma destinação constitucional.

 

Considera que fiscalizar o TSE é papel da Forças Armadas?

Não. Eleições no Brasil são de responsabilidade da Justiça Eleitoral. As Forças Armadas foram convidadas pelo TSE a participar do processo de avaliação do sistema, junto com outras instituições. Isso acontece através de sugestões técnicas. Não tem nada a ver com responsabilidade pelo processo eleitoral. Isso é de inteira responsabilidade legal do TSE, como sempre foi.

 

Parece não restar dúvidas de que Bolsonaro vai se apoiar em fake news para contestar o resultado das urnas em eventual derrota. Nossa democracia é forte o bastante para resistir a um ataque desse tipo? Qual seria a posição das Forças Armadas?

A conduta do presidente da República perante o resultado eleitoral é de inteira responsabilidade pessoal dele. Como todo cidadão, as reações precisam ser dentro da lei. Fora disso, tem que se entender com a Justiça.

 

As Forças Armadas não têm nada a ver com resultado eleitoral. Elas cumprem suas funções de acordo com o que está previsto na Constituição. Não se pode tentar envolver Forças Armadas em assuntos politizados.

 

Eu penso que as instituições, e a população também, irão reagir a qualquer ação fora dos limites legais. Não existe motivo para o Brasil sair da ordem legal.

 

https://noticias.uol.com.br/colunas/chico-alves/2022/07/22/forcas-armadas-nao-tem-a-ver-com-resultado-eleitoral-diz-santos-cruz.htm

 

Ministro nega articulação de reunião entre Bolsonaro e embaixadores

Encontro em que presidente desacreditou sistema eleitoral foi criticado até por aliados

Por Aline Macedo

IG, 22/07/2022 06:23

 

O ministro-chefe de Governo, Célio Faria Júnior, nega ter capitaneado junto a Jair Bolsonaro (PL) o desastroso encontro com embaixadores, na segunda-feira (18). O evento gerou péssima repercussão internacional — e mesmo entre apoiadores do presidente, a atitude foi vista como um erro, dando azo ao nada elogioso apelido de "aloprados do Planalto" àqueles que defenderam sua realização.

 

Na mira dos críticos estavam o ministro do GSI, general Augusto Heleno; o assessor especial para Assuntos Internacionais da presidência, Filipe G. Martins; e o sucessor de Flávia Arruda na pasta de Governo — que, em nota enviada à coluna, afirma ter sido citado indevidamente como um dos autores do planejamento.

 

"Em nenhum momento o ministro Célio Faria participou de qualquer reunião sobre o assunto apresentado. Esteve no evento, a convite, assim como todos os ministros que trabalham no Palácio do Planalto", diz a assessoria.

 

A cobertura internacional da reunião no Palácio da Alvorada ressaltou que os questionamentos à segurança do aparato eleitoral brasileiro já haviam sido desmentidos em diferentes ocasiões. O serviço de notícias Bloomberg, com foco em economia, classificou o teor da apresentação como "velhas e refutadas teorias da conspiração". Entidades jurídicas, como a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a OAB e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) repudiaram as falas do presidente. Integrantes do Ministério Público, da magistratura e da Polícia Federal, além de profissionais da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) também se manifestaram em defesa das urnas eletrônicas.

 

https://ultimosegundo.ig.com.br/colunas/informe-do-dia/2022-07-22/ministro-governo-articulacao-reuniao-bolsonaro-embaixadores.html

 

Grupo de advogados assina nota em defesa de Bolsonaro por falas em reunião com embaixadores

Gazeta do Povo21/07/2022 18:37


Um grupo formado por 1.400 advogados divulgou uma nota nesta quinta-feira (21) em defesa do presidente Jair Bolsonaro (PL) pelas declarações feitas por ele durante uma reunião com embaixadores. O grupo defende no comunicado a liberdade de expressão do presidente da República e consideram que Bolsonaro vem sendo atacado após o encontro por ter manifestado a sua opinião.

 

Na segunda-feira (18), o chefe do Executivo reuniu representantes de diversos países para questionar a segurança do sistema eleitoral brasileiro. No encontro, o presidente também criticou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A Corte eleitoral já se manifestou sobre as alegações feitas pelo chefe do Executivo na reunião e diversas entidades defenderam o sistema eletrônico de votação.

 

“Entendemos que não há, da parte do Presidente do Brasil, na sua manifestação opinativa-crítica, com exposição de questões fáticas e documentais de conhecimento público, ora apresentada aos embaixadores, envolvendo a temática do processo eleitoral, urnas eletrônicas e apuração com contagem pública dos votos e auditoria, qualquer indicativo material ou formal de que tenha cometido atos ilícitos ensejadores de abertura de processo penal, ou de cunho político-administrativo para abertura de processo de impeachment, improbidade administrativa”, diz a nota.

 

https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/breves/grupo-advogados-defende-bolsonaro-por-falas-em-reuniao-com-embaixadores/

 

Fala de Bolsonaro a embaixadores foi desnecessária, diz Lira a aliados

Redação O Antagonista

21.07.22 21:01

 

Presidente da Câmara tem evitado se pronunciar publicamente sobre o episódio, mas criticou o presidente em conversas reservadas, diz a Folha

 

Arthur Lira disse a aliados que reunião de Jair Bolsonaro com embaixadores, em que o presidente repetiu teorias da conspiração e fake news sobre as urnas eletrônicas, foi desnecessária e prejudicial eleitoralmente, diz o Painel da Folha.

 

Desde a segunda-feira (18), data da reunião, o presidente da Câmara tem evitado se manifestar publicamente sobre o discurso de Bolsonaro, que desacreditou o sistema eleitoral brasileiro.

 

Segundo seus aliados, porém, ele “explicou o silêncio dizendo que não tem nem o que comentar sobre o encontro e que se manifestar criticamente só prejudicaria as candidaturas que ele mesmo apoia”, escreve o jornal paulistano.

 

A fala do presidente aos diplomatas estrangeiros foi rebatida por Rodrigo Pacheco, pelo TSE, por peritos e delegados da Polícia Federal, pelo governo dos EUA e até por integrantes da Abin, entre outras entidades.

 

https://oantagonista.uol.com.br/brasil/fala-de-bolsonaro-a-embaixadores-foi-desnecessaria-diz-lira-a-aliados/

 

Associação dos Diplomatas do Brasil sai em defesa da Justiça Eleitoral

De acordo com a ADB, desde 1996, quando foi implantada a votação eletrônica, a diplomacia brasileira testemunhou “elevados padrões de confiabilidade” do sistema que tornou o país referência mundial

por Redação

Publicado 21/07/2022 15:54 | Editado 21/07/2022 16:49

 

Diante dos ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral brasileiro, a presidente da Associação dos Diplomatas do Brasil (ADB), embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues, divulgou nota da entidade apoiando a Justiça Eleitoral e o sistema de urna eletrônica do país. 

Sem apresentar provas, o presidente, mais uma vez, tentou desacreditar a Justiça Eleitoral do país apontando a embaixadores na segunda-feira (18), no Palácio da Alvorada, a existência de fraudes nas urnas eletrônicas na eleição presidencial de 2018.

De acordo com a entidade dos diplomatas, desde 1996, quando foi implantada a votação eletrônica, a diplomacia brasileira testemunhou “elevados padrões de confiabilidade” do sistema que tornou o país referência mundial como uma das democracias mais sólidas do mundo.

“Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades”, diz um trecho da nota.

Leia a nota na íntegra:

A ADB reitera sua plena confiança na Justiça Eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação do país. “Por décadas, os diplomatas brasileiros têm atuado em apoio às autoridades eleitorais do país para a organização e a realização das eleições presidenciais. Em mais de 200 cidades espalhadas pelo mundo onde há repartições consulares, além de 33 seções adicionais em localidades em que não há representação permanente. A missão eleitoral do Ministério das Relações Exteriores, que inclui desde o alistamento de eleitores até a transmissão dos votos, mobiliza não apenas servidores do Itamaraty, mas também as comunidades brasileiras. Para 2022, há mais de 600 mil eleitores alistados no exterior.

Desde sua implantação, em 1996, o sistema brasileiro de votação eletrônica é objeto de reiteradas demandas de cooperação internacional de transferência de conhecimento e tecnologia. Ao longo desse tempo, a diplomacia brasileira testemunhou sempre elevados padrões de confiabilidade que se tornaram referência internacional indissociável da imagem do Brasil como uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo. Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades.

Embaixadora Maria Celina de Azevedo Rodrigues Presidente

https://vermelho.org.br/2022/07/21/associacao-dos-diplomatas-do-brasil-sai-em-defesa-da-justica-eleitoral/

 

Diplomatas defendem sistema eleitoral do Brasil: 'Referência internacional'

Do UOL, em São Paulo 21/07/2022 16h02

A ADB (Associação dos Diplomatas do Brasil) declarou "plena confiança" na Justiça Eleitoral brasileira e no sistema eletrônico de votação. O posicionamento acontece após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter feito acusações de fraude nas urnas eletrônicas como parte do seu discurso a embaixadores estrangeiros na segunda-feira (18). Na nota, a associação ressalta que o sistema brasileiro é "referência internacional" e que, desde sua implementação, houve diversas demandas de cooperação com outros países para transferência de conhecimento e tecnologia. Para os diplomatas, a consolidação do processo é diretamente relacionada à imagem do Brasil como "uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo".

"Essa é uma conquista da sociedade brasileira no processo de consolidação de suas instituições democráticas, para a qual a diplomacia nacional muito se orgulha de contribuir no exercício de suas atividades", finaliza o texto.

No encontro com embaixadores, Bolsonaro voltou a questionar a segurança do sistema eleitoral. Na ocasião, ele afirmou, sem apresentar provas, que os ministros do TSE buscam eleger políticos de esquerda ao supostamente impedirem que medidas de transparência sobre o sistema de votação sejam adotadas.

Mas, diferentemente do que diz o presidente, desde que as urnas eletrônicas foram implementadas - parcialmente em 1996 e 1998, e integralmente a partir de 2000 - nunca houve comprovação de fraude nas eleições brasileiras, mesmo quando os resultados foram contestados. A segurança da votação é constatada pelo TSE, pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) e por estudos independentes.

Associação do TCU manifesta sobre segurança e confiabilidade das urnas
A AudTCU (Associação da Auditoria de Controle Externo do Tribunal de Contas da União), que representa auditores federais também divulgou hoje uma nota na qual declarou confiança nas urnas. A manifestação, segundo o texto, é baseada no "resultado das etapas da auditoria integrada" realizada pelo TCU para avaliar o sistema com a finalidade de avaliar o sistema brasileiro de votação.

A associação ressaltou que participa de diversos comitês, grupos e forças-tarefas para assegurar a aderência dos métodos de auditoria às melhores práticas internacionais. O grupo explicou que, atualmente, o TCU preside organizações que "reforçam a autoridade do TCU para - na condição de fiel da balança - se pronunciar sobre a auditabilidade, segurança e confiabilidade do processo de votação eletrônica vigente no Brasil".

"A AUD-TCU reconhece o direito de todo cidadão, organização da sociedade civil e partido político de criticar a eficiência do sistema eleitoral vigente e o funcionamento da administração pública. Mas repudia toda e qualquer medida corrosiva de agentes públicos, partidos políticos e candidatos como estratagema do jogo político para abalar a credibilidade das instituições constitucionais, especialmente quando as manifestações não são acompanhadas de provas concretas, as quais sempre podem ser apresentadas no contexto do devido processo legal, seja no plano judicial, seja na esfera de controle externo", diz o texto.

https://www.uol.com.br/eleicoes/2022/07/21/diplomatas-brasileiros-eleicao-urna-eletronica-referencia-internacional.htm

Reino Unido afirma que urnas eletrônicas brasileiras são seguras e eficientes

Por Felipe Frazão

21/07/2022 | 18h28

Atualização: 21/07/2022 | 20h36

 

Em comunicado, embaixada britânica em Brasília diz esperar que ‘todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas’

 

BRASÍLIA – Em nova reação à tentativa do presidente Jair Bolsonaro (PL) de minar a credibilidade das eleições no Brasil, o Reino Unido afirmou nesta quinta-feira, dia 21, que as urnas eletrônicas já se mostraram “seguras” e ganharam reconhecimento global por sua “celeridade e eficiência”. O governo britânico manifestou, em comunicado diplomático, confiança na democracia brasileira e cobrou o comprometimento de todos os atores internos com respeito a eleições livres e justas.

“Em eleições passadas, o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas se mostraram seguras e passaram a ser reconhecidas internacionalmente por sua celeridade e eficiência”, diz nota divulgada pela embaixada britânica em Brasília. “Reafirmamos nossa confiança no bom funcionamento do processo democrático do Brasil e esperamos que todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas.”

Os britânicos disseram também que as instituições brasileiras são “sólidas e transparentes”, outro contraponto ao presidente brasileiro. Além de contestar o sistema eletrônico de votação e contagem de votos, Bolsonaro mira seus ataques no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), cuja cúpula ele acusa de agir para golpear a democracia e favorecer seu principal adversário na disputa, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro sustenta parte de sua argumentação em supostas ameaças ainda não debeladas, que teriam sido encontradas pelas Forças Armadas. O Ministério da Defesa insiste em pressionar a Corte por mudanças no processo eleitoral. O presidente também conta com a disposição da cúpula da Polícia Federal em mobilizar pessoal para auditar a votação, e com planos de fiscalização da Controladoria-Geral da União e suporte jurídico da Advocacia-Geral da União.

Sem citar os pré-candidatos ao Palácio do Planalto, seja Bolsonaro ou Lula, apontado como favorito nas pesquisas de intenção de voto, Londres afirmou que “quem for escolhido pela nação brasileira poderá contar com o governo britânico para fortalecer as relações bilaterais e a amizade entre os dois povos”.

A reação do Reino Unido é a segunda da comunidade internacional a Bolsonaro. Três dias após o presidente reunir cerca 70 embaixadores no Palácio da Alvorada e contestar a legitimidade de eleições passadas e da próxima no Brasil, a diplomacia britânica se pronunciou publicamente, modelo de resposta inaugurado pelos Estados Unidos. Como o Estadão mostrou, embaixadores presentes Alvorada saíram do encontro sem se convencer das suspeitas de fragilidade levantadas pelo presidente e com a impressão de que ele promoveu um ato de campanha.

O governo Joe Biden rebateu os argumentos de Bolsonaro na terça-feira, dia 19, afirmando que a votação no Brasil é um modelo para o mundo. Depois de a embaixada dos EUA divulgar um comunicado diplomático oficial, o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, reiterou o posicionamento do governo Joe Biden e cobrou, durante entrevista na quarta-feira, dia 20, em Washington, que as instituições envolvidas na eleição sigam seu papel previsto na Constituição. Biden tem sido pressionado internamente por aliados do Partido Democrata a cobrar que Bolsonaro respeite o resultado das eleições se derrotado e que os militares brasileiros, parceiros históricos dos norte-americanos, não se envolvam em iniciativas bolsonaristas para contestar o pleito, em eventual golpe de Estado.

Tanto os Estados Unidos quanto o Reino Unido não têm embaixador atualmente em Brasília. Ao contrário dos norte-americanos, os britânicos não assistiram presencialmente à argumentação de Bolsonaro no Alvorada. A embaixada afirmou que a encarregada de negócios, Melanie Hopkins, atualmente no comando da representação do país em Brasília, não recebeu convite da Presidência da República. Os EUA foram representados no encontro de Bolsonaro com chefes de missão diplomática por seu encarregado de negócios, Douglas Koneff, também na chefia da embaixada.

Além da reação externa, funcionários do Itamaraty também saíram em defesa das urnas eletrônicas. A Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB) e o Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) ressaltaram a confiança e a participação no processo eleitoral, dando suporte à organização de votações nas repartições consulares. A Zona Eleitoral Exterior ultrapassou a casa dos 600 mil eleitores cadastrados, sendo maior do que a população apta a votar em Estados como Roraima, Acre e Amapá. “A diplomacia brasileira testemunhou sempre elevados padrões de confiabilidade que se tornaram referência internacional indissociável da imagem do Brasil como uma das maiores e mais sólidas democracias do mundo”, disse a ADB.

 

Leia a íntegra da nota do Reino Unido:

Nota da Embaixada Britânica sobre eleições no Brasil

Esta semana tem sido marcada por um amplo debate público sobre o sistema eleitoral brasileiro. Acreditamos na força da democracia do Brasil, que conta com instituições sólidas e transparentes.

Em eleições passadas, o sistema eleitoral e as urnas eletrônicas se mostraram seguras e passaram a ser reconhecidas internacionalmente por sua celeridade e eficiência.

Reafirmamos nossa confiança no bom funcionamento do processo democrático do Brasil e esperamos que todo o país esteja comprometido com o respeito à democracia por meio de eleições livres e justas.

Quem for escolhido pela nação brasileira poderá contar com o Governo Britânico para fortalecer as relações bilaterais e a amizade entre os dois povos.

https://www.estadao.com.br/politica/reino-unido-afirma-que-urnas-eletronicas-brasileiras-sao-seguras-e-eficientes/

Redes sociais

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domingo, 19 de abril de 2020

Venezuela: um novo desastre da diplomacia brasileira - Elianah Jorge (RFI)

Sem representação diplomática, brasileiros aguardam resgate na Venezuela... 
Elianah Jorge
Correspondente da RFI Brasil em Caracas
18/04/2020 10h33
Os brasileiros que moram, estavam de passagem ou os que estão em prisões na Venezuela, foram pegos de surpresa pelo encerramento das atividades da embaixada e dos consulados do Brasil no país comandado por Nicolás Maduro. 
Nem mesmo a quarentena imposta pela pandemia da Covid-19 fez Brasília adiar os planos divulgados em fevereiro passado. Com a radical decisão, o governo de Jair Bolsonaro congelou as atividades diplomáticas na Venezuela para isolar politicamente o governo bolivariano.
A rusga acabou gerando um grande problema para os brasileiros. Entre eles, estão os que anseiam ser resgatados pelo Itamaraty para voltar ao Brasil.
É o caso da cirurgiã-dentista Telma Lúcia Mota de Castro. Ela chegou na Venezuela em 27 de fevereiro para participar da formatura do filho. Quando foi ao consulado brasileiro em Caracas pedir um documento, soube que o local seria fechado.
Tanto o consulado-geral como os três vice-consulados do Brasil na Venezuela encerraram as atividades em 26 de março deste ano. Os mais de 10 mil brasileiros inscritos no cadastro consular não foram avisados.
Com o voo de volta cancelado por causa da pandemia, Telma recorreu ao Itamaraty. A princípio, não obteve resposta. Dias depois, recebeu informações através do número do Gabinete de Gestão de Crise para a América do Sul.
"Eu realmente preciso voltar. Onde eu estou não tem água; a luz vai e vem, assim como a internet. Antes a gente tinha racionamento e agora a gente está sem água, realmente. Está muito difícil", afirma ela à RFI.
O site do Consulado-Geral do Brasil em Caracas informa que "a comunidade brasileira residente na Venezuela poderá acessar o Portal Consular do Itamaraty para obter informações sobre assistência consular".
Até o fechamento desta matéria, o Itamaraty não havia respondido à RFI onde os brasileiros podem fazer os trâmites consulares após o encerramento das atividades diplomáticas na Venezuela.
No entanto, o Ministério de Relações Exteriores (MRE) informou que "temos conhecimento de nove brasileiros não residentes que lá se encontram. Há outros brasileiros, residentes permanentes no país, que procuraram o grupo especial de crise para inquirir sobre a possibilidade de apoio consular. Até o momento, sabemos de 32 nacionais nessa categoria, cujas condições estão sendo estudadas para verificarmos que tipo de auxílio pode ser prestado".

Resgate sob pressão

Os brasileiros veem o voo de resgate como a única alternativa para voltar ao Brasil. Foi o que declarou um empresário à RFI, mas sem se identificar: "Se a gente não conseguir embarcar, vamos ficar presos aqui por tempo indeterminado".
O Itamaraty havia organizado apenas o voo para levar de volta os diplomatas e adidos militares que estavam em missão na Venezuela. Mas a pressão gerada pelos incessantes pedidos de resgate levou Brasília a reavaliar a situação. No avião que levou os integrantes do corpo diplomático na última sexta-feira (17), embarcaram pelo menos 14 cidadãos brasileiros.
Outro voo organizado pelo Itamaraty para a retirada de brasileiros está sendo esperado para esta segunda-feira (20). É nele que o jogador de futebol Igor Brodani da Luz pretende voltar pra casa. Após mais de 20 dias tentando contato com o Itamaraty, foi avisado sobre o possível voo.
O problema é que ele está em Maturin, no nordeste venezuelano e a pelo menos nove horas de estrada até Caracas. Não bastasse a distância, há outro empecilho. "Na região onde eu estou não está tendo gasolina, então estamos tentando achar alguma forma em conjunto", diz.
Apesar de a Venezuela possuir uma das maiores reservas de petróleo do mundo, falta combustível em todo o país. As filas diante dos postos de gasolina são quilométricas. Boa parte da frota está parada.
Por causa da rígida quarentena, o jogador do Monagas Sport Club precisa pedir um documento às autoridades venezuelanas para poder passar de um estado ao outro até chegar a Caracas, onde irá se encontrar com outros brasileiros que serão resgatados pelo Itamaraty.

Ajuda das Forças Armadas da Venezuela

Já Maria Luiza Rodrigues Motta, ex-funcionária do vice-consulado brasileiro em Puerto Ayacucho (no sul venezuelano), precisou recorrer à Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) para conseguir sair da Venezuela com a filha.
Antes, porém, ela entrou em contato com a Divisão de Assistência Consular (DAC) para pedir vaga no avião da Força Aérea Brasileira (FAB), o mesmo no qual voltarão ao Brasil os funcionários do Itamaraty na Venezuela.
"Eu tive que sair com o apoio dos militares venezuelanos, não do governo brasileiro porque eu não tive resposta de ninguém. Até cheguei, praticamente, a suplicar que me ajudassem mas, infelizmente, a ordem era retirar apenas os diplomatas. E os cidadãos brasileiras (ficaram) à deriva".
Já o garimpeiro Luis Rodrigues Amorim decidiu tentar a sorte em uma nova jazida, localizada nas imediações da região amazônica de Puerto Ayacucho. Não teve sorte. "A mina era ruim", segundo ele. Sem dinheiro para voltar para casa em Boa Vista, no norte do Brasil, graças à solidariedade de uma família brasileira ele "não dorme na rua, nem passa fome".
Os recursos nesta cidade são escassos. Falta sinal de telefonia e a conexão de internet é precária."A gente procurou o consulado, mas o consulado já estava fechado. Tinha encerrado todas as atividades. Então a gente não pôde fazer mais nada", contou.
O brasileiro Roberto Coimbra é um publicitário renomado na Venezuela. Foi nomeado cônsul honorário do Brasil no estado Nueva Esparta (onde está a caribenha Ilha de Margarita) pelo presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2003). Os seguintes presidentes brasileiros o mantiveram a designação no cargo até que, em 31 de março deste ano, as funções de Roberto foram cessadas com a saída do corpo diplomático.
Foi através da cônsul-geral do Brasil em Caracas que ele soube do encerramento das atividades diplomáticas do Brasil na Venezuela. "Oficialmente o Brasil não tem mais nenhum representante consular ou diplomático no território venezuelano. Nós, brasileiros, estamos de certa maneira esperando algum tipo de informação por parte do Brasil sobre como proceder em caso de necessidade. Ou resolver atividades corriqueiras como é tirar ou renovar um passaporte ou oficializar algum tipo de documentação".
A gravidade da falta de representação diplomática representa um risco para os brasileiros, sobretudo aos que estão nas cadeias venezuelanas. Funcionários do Itamaraty faziam as visitas e os auxiliavam nos trâmites com a Justiça venezuelana.
"Abandonam cerca de 25 presos que estão em situação catastrófica nas prisões venezuelanas, e de longe não vai ajudar em nada a resolver a situação política que a gente está enfrentando", reitera.
Na opinião de Roberto Coimbra, faltou informação: "Eu estou seguro de que nenhum dos brasileiros que vivem aqui receberam nenhum tipo de informação oficial sobre essa saída".
Questionado pela RFI, o Itamaraty, não respondeu, até o fechamento desta reportagem, onde os brasileiros que moram na Venezuela devem se dirigir para fazer os trâmites consulares.
Para Coimbra, "a decisão (de fechar os postos diplomáticos na Venezuela) foi precipitada porque abandona os interesses que o Brasil tem na Venezuela, de longa data. Abandona os brasileiros que estão aqui - os residentes e os em viagem".

Avião de guerra para diplomatas

Um problema de logística quase colocou por água abaixo o voo que sairia esta sexta-feira com os diplomatas, adidos militares e suas respectivas famílias. Para fazer o traslado pessoal e de parte da mudança dos funcionários em missão na Venezuela, a Força Aérea Brasileira tinha previsto aterrissar um avião Hércules na Rampa Quatro, setor do principal aeroporto da Venezuela destinado a aeronaves de caráter estatal.
No entanto, na hora do recebimento da autorização para pousar, o Ministério da Defesa venezuelano impôs empecilhos alegando que o Hércules é uma aeronave de guerra.