O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

segunda-feira, 25 de julho de 2022

The Myth of the Entrepreneurial State - Deirdre McCloskey, Alberto Mingardi (Kindle Book)



 A common narrative of the post-World War II economists was that the State is indispensable for guiding investment and fostering innovation. They claimed that the wealth of the modern world is the result of past State guidance and that what is needed for future economic growth is more State guidance. This position has recently been rejuvenated in reaction to the Great Recession of 2008.

The truth is that the enriched modern economy was not a product of State coercion. It was a product of a change in political and social rhetoric in northwestern Europe from 1517 to 1789. The Great Enrichment, that is, came from human ingenuity emancipated from the bottom up, not human ingenuity directed from the top down.

The true question is what on balance is the best way to organize innovation—by the “wise State” or by commercially tested betterment?

About the Authors

Deirdre Nansen McCloskey is Distinguished Professor Emerita of Economics and of History, and Professor Emerita of English and of Communication, adjunct in classics and philosophy, at the University of Illinois at Chicago. In 2014, she was awarded the Hayek Lifetime Achievement Award by the Austrian Economics Center and is the recipient of 11 honorary degrees. Her main research interests include the origins of the modern world, the misuse of statistical significance in economics and other sciences, and the study of capitalism, among many others. She is well known for her massive economic, historical, and literary trilogy The Bourgeois Era (2006, 2010, 2016).

Alberto Mingardi is Director General of the Italian free-market think tank, Istituto Bruno Leoni. He is also Associate Professor of the history of political thought at IULM University in Milan and a Presidential Scholar in Political Theory at Chapman University. He is an adjunct fellow at the Cato Institute. He blogs at EconLog.

He holds a PhD in Political Science from University of Pavia and edited critical editions of Thomas Hodgskin, Herbert Spencer and Vilfredo Pareto. His last book is Classical Liberalism and the Industrial Working Class: The Economic Thought of Thomas Hodgskin (Routledge, 2020).

Por que um empresário antiPT vai votar por Lula, contra o inaceitável- -Gustavo Ioschpe

 Por que decidi votar no PT pela primeira vez

Gustavo Ioschpe

Empresário e economista, é mestre em desenvolvimento econômico pela Universidade Yale (EUA)


Nunca votei no PT. Participei das passeatas a favor do impeachment de Dilma Rousseff, revoltei-me com o mensalão e o petrolão e não tenho afinidade ideológica com o partido. Apesar desse histórico, em outubro votarei com tranquilidade em Lula, no primeiro turno. A escolha é fácil. Explico-me.

A primeira função de governos é zelar pela vida das pessoas. Na formulação clássica de Thomas Hobbes, a vida em um estado natural, sem organização política, é "pobre, sórdida, brutal e curta". Nossos líderes devem se esforçar para que não padeçamos de mortes evitáveis ou sofrimentos desnecessários. Além de garantir a nossa integridade física, eles precisam se empenhar pela sobrevivência do corpo político que nos preserva.

Bolsonaro vai contra tudo isso. Ele é um entusiasta da morte, da violência. É um destruidor de todas as instituições que importam para o nosso futuro: das nossas florestas às nossas escolas, passando pela nossa cultura e desaguando nos próprios pilares da democracia, que ele continuamente achincalha, como o Judiciário, a imprensa livre e o processo eleitoral (que o elegeu!).

Esse desdém pelo outro, claro durante a sua carreira, foi escancarado durante a pandemia. Nosso presidente fez troça da "gripezinha", insistiu para que as pessoas tocassem as suas vidas sem máscaras. Quando o tratamento veio, Bolsonaro, que não é Messias, nos deixou para trás no recebimento de vacinas.

Teve chance de se redimir na vacinação das crianças; de novo, boicotou o esforço. Nem com os nossos pequenos ele se enternece. Os resultados estão aí: quase 700 mil mortos, o 14º país com mais mortes per capita no mundo, quase quatro vezes maior do que a média mundial.

Poderia me estender na longa lista de crimes e patacoadas perpetrados por Bolsonaro para justificar a decisão de não votar nele, mas é desnecessário. Deveria bastar o descaso com a vida alheia para que qualquer político fosse banido. O que requer explicação são aquelas pessoas que ainda pensam em apoiar esse celerado depois de quatro anos de catástrofes em série. Tenho ouvido três explicações/argumentos.

O primeiro grupo de bolsonaristas se identifica com os seus "valores". As aspas são merecidas: Bolsonaro não é um bom cristão (você consegue imaginar Jesus ou o papa fazendo arminha com a mão e pedindo para enlutados pararem com o ‘mimimi’?) nem um liberal (é preciso ler livros para defender uma ideologia, e ninguém há de acusar o mito de já ter dado essa fraquejada).

Se você acredita que Bolsonaro compartilha os seus valores, ou você está se enganando sobre quem você é, ou está sendo enganado sobre quem ele é.

O segundo grupo é o daqueles com ojeriza à corrupção e que acredita que o governo Bolsonaro é honesto. A aparência de seriedade, porém, é mais fruto da supressão das instituições investigativas do que de uma possível conversão do centrão.

De resto, a ausência de prisões até agora se deve ao fato de que a corrupção foi legalizada. Em um verdadeiro golpe de mestre do patrimonialismo, o que era mensalão virou orçamento secreto.

Por último, há o grupo que quer barrar o PT por receio de sua sanha gastadora, que faria o país degringolar até virar a próxima Venezuela. Vai que os petistas decidem declarar estado de emergência só para poder furar o teto de gastos e aprovar despesas eleitoreiras a poucas semanas do pleito, não é mesmo?

Lula na Presidência está longe de ser meu cenário ideal. Em uma eleição normal, a gente escolhe o capitão que vai levar o barco para o porto de destino que desejamos. Mas esta não é uma eleição normal. A escolha é entre aquele que nos fará chegar a um lugar indesejado versus um piromaníaco que está tacando fogo no navio.

Os eventuais erros do governo petista podem ser sanados na gestão seguinte. Todavia, mais quatro anos de Bolsonaro devem gerar uma destruição em tantas áreas que perderemos uma geração.

Nas últimas eleições, eu anulei meu voto. Ambas as candidaturas me pareciam inapoiáveis. Em retrospecto, vejo que errei. E não repetirei o erro. Entre a esquerda e a direita, escolherei a vida e a democracia.

 https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2022/07/por-que-decidi-votar-no-pt-pela-primeira-vez.shtml

O Brasil e o golpe de Estado - Paulo Roberto de Almeida

Imaginando cenários, ou o roteiro de um filme

Paulo Roberto de Almeida

O que é um golpe de Estado, na sua versão clássica, ou mais simples?

Se trata de um pretendente a um novo regime, só seu, inclusive um chefe de governo já no poder, no sentido de utilizar forças armadas sob seu comando para invadir e manietar os dois outros poderes de Estado, assim como as principais ferramentas de comunicações, e proclamar, “em nome do povo”, o início de um novo governo, de “reorganização do país”. Essa é a versão clássica.

A outra versão, em câmara lenta, é o que fizeram candidatos a ditadores como Chávez, Ortega e Putin, ao controlar progressivamente os demais poderes, os meios de comunicação e os partidos de oposição, como ensina o novo manual de golpe de Estado e está descrito no livro sobre como morrem as democracias.

O Brasil não terá um golpe nouvelle manière como descrito nessa segunda versão. O pretendente a esse tipo de golpe é totalmente incapaz.

Portanto, só resta ao psicopata no poder o recurso às suas milícias, eventuais forças de segurança mobilizadas para tal efeito, tentar um golpe de Estado ao estilo antigo, sem o uso das FFAA, que provavelmente não entrariam nessa aventura.

O que poderiam fazer os chefes dos dois outros poderes, Legislativo e Judiciário, nessas circunstâncias?

Como faculta a Constituição, mobilizar as FFAA para se posicionarem em defesa dos poderes constituídos, dispersando as forças irregulares armadas e ordenando a prisão dos recalcitrantes, inclusive e principalmente o autor da tentativa de golpe. Tudo isso “provavelmente”, e desde que os personagens que respondem pelos poderes de representação popular e de defesa do Estado de Direito tenham a disposição que lhes faculta a Constituição de manter suas instituições funcionando segundo as regras constitucionais.

Imagino que os respectivos chefes desses dois poderes já tenhsm pensado nisso, e até conversado a respeito com os comandantes das FFAA.

Só imagino…

Roteiristas cinematográficos podem descrever os detalhes para o set de filmagem. Seria divertido e faria sucesso, inclusive no exterior. 

Os que fariam os parlamentares? Provavelmente se dividiriam, mas não pegariam em armas.

O que fariam os diplomatas profissionais (o que é uma curiosidade só minha)?

Provavelmente não fariam nada; esperariam a nova situação.

La nave va…

Paulo Roberto de Almeida 

Brasília, 25/07/2022

"As razões do iluminismo", de Sergio Paulo Rouanet, por Arnaldo Godoy (Conjur, Embargos Culturais)

 Rouanet, como Merquior, colegas de Itamaraty, levaram um combate extremo contra o irracionalismo, e em defesa da razão, no Brasil em geral, na educação em particular, e na diplomacia, enquanto puderam. Mas exerceram a diplomacia, na maior parte de suas vidas ativas durante a ditadura militar, que acreditava num outro tipo de racionalismo, mais instrumental do que propriamente iluminista.

Paulo Roberto de Almeida

Embargos culturais

Sobre a obra "As razões do iluminismo", de Sergio Paulo Rouanet

Por 

Sérgio Paulo Rouanet (1934-2022) acreditava na força da razão e no poder de crescimento e realização dos ideais do ser humano. Denunciou o irracionalismo. Trata-se de tema central de “As razões do iluminismo”, um de seus livros mais significativos para os dias de hoje.

O iluminismo, escreveu Rouanet, havia liberado forças sociais que nos permitiram organizar nossas vidas. Libertamo-nos das sanções religiosas, do peso da autoridade escolástica, ainda que tenha o iluminismo também liberado forças que nos tornaram dependentes da técnica e do funcionalismo das relações. Rouanet propôs um resgate crítico do conceito de razão, do projeto de modernidade e do legado da ilustração.

Foi pensador da crise da razão, defensor de um racionalismo novo, fundado numa nova razão. A razão iluminista pretendia-se no centro das atenções. Para Rouanet, no entanto, a razão talvez não pudesse tudo, mas era o único bem com o qual contávamos.

Rouanet participou dos debates ligados ao pós-modernismo, que se revelava como atitude cética para com a racionalidade construída pelo pensamento iluminista. Aqueles que se identificavam como pós-modernos (uma expressão que já quis significar tanta coisa e que talvez por isso não nos diga mais nada hoje), opunham-se às promessas de um certo modelo moderno, que acenou com a objetividade, a neutralidade e o progresso ilimitado de uma ciência que nos salvaria.

Pós-modernismo, modernismo, modernização, pós-modernidade e modernidade manifestavam-se como expressões convergentes que paradoxalmente explicitam antagonismos conceituais. O pós-modernismo originariamente indicava movimento das culturas capitalistas mais avançadas, especialmente nas artes e, nesse sentido, estaria para a pós-modernidade na medida em que o modernismo estaria para a modernidade. Propunha-se a dissolução de todas as formas culturais e sociais associadas com à modernidade. Segundo Perry Anderson, o termo foi pela primeira vez utilizado por Arnold Toynbee.

“As razões do iluminismo”, foi publicado pela Companhia das Letras em 1987. É um livro de época. Rouanet afirmou que assistíamos em todo o mundo (em meados dos anos 80) tendências que previam um novo irracionalismo. Para Rouanet esse novo irracionalismo era “mais perturbador do que o antigo, porque não está [estava] mais associado a posições políticas de direita”.

Passados um pouco mais de 30 anos dessa afirmação verificamos que o irracionalismo (que constatamos no terraplanismo e em várias outras formas de negacionismo) radica, justamente, nas posições políticas de direita. A constatação, no entanto, não anula o postulado. O repúdio à razão, escreveu Rouanet, não decorria da negativa sistemática das realidades transcendentes (pátria, religião, família, Estado). Derivava do compromisso da razão com o poder.

Rouanet já anunciava um novo irracionalismo brasileiro. É que, escreveu, muitos egressos de um sistema educacional deficitário transformavam “seu não saber em norma de vida, e em modelo de uma nova forma de organização das relações humanas”. O não-saber tornou-se uma forma muita estranha e irracionalmente prestigiada de saber. O aluno de notas baixas, desinteressado, tornou-se o protagonista central do lugar comum e das banalidades. Passou a ter voz com prestígio midiático.

Em “As razões do iluminismo” há também passagens antológicas de criticismo cultural. Rouanet afirmou que muitos combatiam a cultura de massa norte-americana por que era americana, e não porque era uma cultura de massas. Inversamente, escreveu “a cultura de massas brasileira é apoiada pelo mero fato de ser brasileira, por mais alienante que seja”. Esse trocadilho inteligentíssimo lembra-nos um outro intelectual do Itamaraty, Roberto Campos, que denunciava o “fetichismo do umbigo”: brasileiros preferíamos andar de charretes de acionistas de Paracatu do que andarmos de Mercedes de acionistas de Frankfurt.

No contexto do irracionalismo brasileiro Rouanet anunciava também um crescente antielitismo, cujo objetivo consistia na tentativa de se desqualificar a cultura superior. Os profetas do não-saber voltaram-se contra velhos estereótipos da cultura aristocrática. Rouanet percebeu um “mandarinato da era eletrônica”, que “cumpre competentemente sua missão de sacralizar a cultura de massas”. Estão no Tik Tok.

Não desprezemos a cultura, parece ser a grande lição de Rouanet. Exemplifiquemos. Para esse importante ensaísta, qualquer língua culta é superior a qualquer língua natural: o dicionário de Antônio Houaiss registra cerca de 400 mil palavras, enquanto nenhuma língua natural vai além de três ou quatro mil palavras”.

Essa perspectiva vale para a música, para a literatura, para as artes plásticas, para o direito, e para todas as formas de representação de emoções e alegrias e dramas e problemas humanos.

Em 1987 Rouanet escreveu que “os fatos sociais só mudam com outros fatos sociais, e o irracionalismo brasileiro é hoje um fato social. Mas a razão, convertida em força histórica, pode criar um fato social oposto, fazendo recuar a onda irracionalista que ameaça submergir o país”. Essa passagem faz do pensador que perdemos semana passada um vidente, ainda que o fato social oposto pareça, ainda, um dado flutuante num espaço inexistente. 


1 Arnaldo Sampaio de Moraes Godoy é livre-docente pela USP, doutor e mestre pela PUC-SP e advogado, consultor e parecerista em Brasília. Foi consultor-geral da União e procurador-geral adjunto da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.


domingo, 24 de julho de 2022

Artigos da Foreign Affairs sobre o início do nazifascismo na Alemanha

 Dez anos depois de sua criação, a revista Foreign Affairs, do Council on Foreign Relations de NY, refletiu com acuidade os perigos e as dúvidas do início do regime nazista. Ninguém previa os horrores do final da década.

A próxima política externa do Brasil promete ser tão ruim quanto a atual - Paulo Roberto de Almeida

Sobre a guerra na Ucrânia e nossa próxima política externa

Paulo Roberto de Almeida

 Lula, o chefe indiscutível do PT e provável próximo presidente, deve reunir-se com os embaixadores do grupo BRICS nos próximos dias, grupo que ele criou com os russos e que pretende manter ativo e ainda mais forte, seguindo nisso sugestões da China. Estes embaixadores vão provavelmente repetir o que seus governos vêm dizendo em relação à guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, ou seja, não haverá muita novidade nesse encontro, a não ser o fato relevante de CONFIRMAR a postura de Lula como singularmente parecida com a de Bolsonaro, ou seja, de cumplicidade objetiva com Putin nessa guerra de agressão, que representa antes de mais nada uma violação da Carta da ONU e dos princípios mais elementares do Direito Internacional.

Lula deveria reunir-se, igualmente – e suponho que o fará – com os embaixadores da União Europeia, cujos países já condenaram diversas vezes a guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, já introduziram sanções contra a Rússia, e todos eles, ou quase todos, ratificam, endossam, subscrevem à resolução da última cúpula da Otan, que condenou, nos termos mais duros, a guerra ILEGAL da Rússia contra a Ucrânia.

Antes de se reunir com os embaixadores da UE – com os quais gostaria de combinar a entrada em vigor do acordo Mercosul-UE –, Lula talvez devesse reler (ou ler, se ainda não o fez) dois parágrafos da declaração da Otan, que resume a postura que os países europeus observam nessa questão: 

- We are united in our commitment to democracy, individual liberty, human rights, and the rule of law. We adhere to international law and to the purposes and principles of the Charter of the United Nations. We are committed to upholding the rules-based international order.

- We condemn Russia’s war of aggression against Ukraine in the strongest possible terms. It gravely undermines international security and stability. It is a blatant violation of international law. Russia’s appalling cruelty has caused immense human suffering and massive displacements, disproportionately affecting women and children. Russia bears full responsibility for this humanitarian catastrophe. Russia must enable safe, unhindered, and sustained humanitarian access. Allies are working with relevant stakeholders in the international community to hold accountable all those responsible for war crimes, including conflict-related sexual violence. Russia has also intentionally exacerbated a food and energy crisis, affecting billions of people around the world, including through its military actions. Allies are working closely to support international efforts to enable exports of Ukrainian grain and to alleviate the global food crisis. We will continue to counter Russia’s lies and reject its irresponsible rhetoric. Russia must immediately stop this war and withdraw from Ukraine. Belarus must end its complicity in this war.

War in Ukraine: the big difference brought by HIMARS - Max Khusid (Medium)

 War in Ukraine, July 19 Update

Max Khusid

Medium, July 20, 2022

https://medium.com/@maxkhusid/war-in-ukraine-july-19-update-450de511f52b

Meanwhile on the Battlefield

HIMARS

You probably heard that new word by now, HIMARS. Here’s the best chart I found that summarizes what it is.

The United States supplied 12 of these systems to the Ukrainian Armed Forces as of today. Each one costs about $5.6 million (i.e. ~$70 million in total) and according to Wikipedia, a total of 540 were built. So the US sent 12/540 = 2% of the world’s capacity of HIMARS to Ukraine. A drop in the bucket.

But.. just like with the first delivery of Javelins. Once the Ukrainians proved the effectiveness of Javelins to the US (and made one of the best commercials for it), the US was willing to supply more of them, a lot more.

So, hopefully, the same happens with HIMARS. One thing fis or sure, the manufacturer of HIMARS signed a lot of contracts for these systems, **after** the Ukranians proved to the world how effective the systems were. So, if I’d be the US, I’d keep supplying them to Ukraine, marketing money well spent.

Why are they needed, and are they effective? Let’s look at the map from the DeepState website:

These maps show the range of HIMARS supplied to Ukraine with pretty basic M31A1 ammunition (HIMARS has a great range of ammunition it can take). The map shows that Ukraine can reach almost the entire territory of the Russian-occupied Donbas with the HIMARS artillery. Russians have no escape!

or this one. Dear Russians, would you like to hide from HIMARS in Mariupol, by the Black Sea?

maybe not. What about Melitopol? Would you like to store your ammunition there? Melitopol which happens to be the key railway and road junction in that part of Ukraine. Great place for a large Russian military base and munitions depot, right?

Oops, maybe not! HIMARS can get you there as well. Oh, well, maybe Kherson? There must be a place where the Russians can hide, right?

Nope, not in Kherson either. HIMARS will make you explode here too. Better go back to Russia, HIMARS won’t get you there.

And that’s why HIMARS became so critical in this war, and that’s why Russians have no answer to it.

The Ukrainians have been attacking Russian command centers, supply depots, and high-value military targets (like Russian air bases or anti-aircraft batteries) relentlessly!

Plus, they’ve been trained to use HIMARS in very innovative and effective ways:

  • use them at night so that Russians can’t detect them easily (poor Russians don’t have enough drones esp. with night vision capabilities)
  • fire a few HIMARS rockets at the Russian anti-missile S-300 installations to distract them
  • When the S-300 hits the limit in the number of HIMARS rockets it can track, hit them with a few more and knock the S-300 out (e.g. if S-300 can track 6 rockets at a time, hit them with 7)
  • Once the S-300 is knocked out, attack the ammunition depot or a Russian army command post where the generals meet every day at 6 pm.

I don’t want to say Russians are f*cked, but they are. As long as we, the US, can supply the Ukrainians with enough ammunition for HIMARS and send maybe another 50 units (out of 540, I think we can handle it).

Look at this July 4th map. All of these red and yellow dots show recent explosions on the battlefield. There are more of these explosions on the Russian-occupied side of the map than on the Ukrainian.

or another one in the Donbas area. HIMARS reach far into the Russian-occupied territory so that the Russians don’t feel safe there. Ukraine drones harass them at the front line, while HIMARS harass them deep in their rear.

Have a good night, dear Russian occupiers! Sleep tight!

NATO Training Ukrainians Troops

Another development away from the battlefield, but I think it will seriously impact the battlefield.

Some of us remember how the Russians attacked several military bases in Western Ukraine near Lviv at the beginning of the war. These missile strikes attacked Ukrainian training centers where NATO instructors were training the Ukrainians. A big problem, of course. Solution? Train the Ukrainian forces on the territories Russian can’t attack.

Like the UK, for example, in Wales somewhere. According to this video, the UK has committed to training 10,000 Ukrainian troops every 6 months and can do more if required. 10,000 troops is significant.

I believe I saw somewhere that the Dutch are taking on another 10,000, but can’t find the source right now.

And is it working? The DOD says it does. The DOD poured billions to rearm the Afghan army and, in the end, concluded that the Afghan army had “no will to fight” and use the US-supplied weapons effectively. The Ukrainians are different. They have not only the “will” to fight but *the hunger* to fight. This training is put to good use.

Plenty of similar stories all point to NATO’s commitment to build and rebuild the Ukrainian army in places the Russians can’t get in the way.

From the large-scale war point of view, this is an unwinnable situation for Russia. NATO is training tens of thousands of Ukrainian troops, and the Russians can’t do anything about it. NATO can supply the Ukrainian army unimpeded, and the Russians can do nothing about it.

Meanwhile, Slovakia, Poland, Lithuania, and many others take the damaged Ukrainian military equipment, fix it up on their territory, in their workshops, and send it back to the front. Poland and the Czech Republic (I believe) combined their efforts, took a bunch of the old Soviet tanks, refitted them with modern armor, weapons, and communications, and sent them to Donbas to fight the Russians. Who made that possible? The US promised (and already delivered!!) our M1 Abrams tanks to Poland to replace the T-72s they sent to Ukraine. Keep them coming.

FINAL THOUGHTS, WHERE IS THIS GOING?

I can talk about the latest at Severodonets and Lisichyansk. And maybe I will in the next report. I think both for the Ukrainians are tactical losses but strategic wins.

Why do I say that? Because, yes, clearly, Ukraine lost some of its territories in the battle of Severodonetsk, so it’s a tactical loss considering how small the area of battle is (thus, “tactical”). However, it’s a strategic win because it took the Russians **months** to occupy 40 by 40 km territory and lose thousands of its best troops in the process. Ukrainians proved that they can maul Russians like no tomorrow, at a rate that Russians can’t replace their losses. Despite Russian complete dominance in artillery, air force, and armor. This battle proves that this war is unwinnable for the Russians.

Now, where is this all going?

Let’s think of a couple of historical examples. The Russian Empire lost to Imperial Japan in 1905. That loss led to 1905 uprisings all over Russia, the rise of the Socialist and Communist popularity and the eventual demise of the Russian Empire in 1917.

The Winter War against Finland in 1940 turned out to be a Soviet pyrrhic “victory” that eventually led to the Russians leaving Finland alone for over 70 years. Yes, Finland lost some territory to the Russians, but the Russians didn’t forget the HIGH price they had to pay for that territory and haven’t been threatening Finland (or meddling in its internal affairs) from 1945 until 2022.

So these are some of the possible scenarios. Both of them are probably acceptable to Ukraine, at least in the short term.

Finally, two more, more recent examples. Russian attack to take Kyiv and Snake Island. What was interesting in both is that the Ukrainians didn’t actually win both battles clearly. The Ukrainian army just made the cost of occupation unbearable to the Russians.

In Kyiv, the Ukrainian army continuously harassed Russian supply columns and constantly attacked them with drones and artillery. Russians were losing troops and not gaining much for their losses. So Russians simply gave up and withdrew.

What about Snake Island? Russians put up a good effort to take the island (extremely important from the strategic point of view as it effectively land-locks Ukraine). Yet, when the Ukrainian army made it super difficult for them to be there (again, constant bombardments, harassments, losses in men and vehicles), the Russians finally said “please, no more” and unexpectedly left.

To me, these two examples point to what will happen. At least I hope so. Ukrainian Army doesn't have to win this war on the battlefield. It doesn’t have to win in the open field. Let’s be honest, it probably can’t. The Ukrainian Army can simply make the Russian occupying forces’ lives a complete Hell. Just like in Kyiv, just like on Snake Island.

And that means that this war still has a good chance of ending soon. Some say it will take years. I don’t think so. Russians have no will to fight. They have no business in Ukraine. No ideology to continue fighting this war. The “mighty” Russian army might collapse sooner than we think.