Coreanos iniciam segunda onda de investimentos
Cleide Silva
O Estado de S.Paulo, 15/02/2011
Depois da Hyundai, que constrói fábrica de carros em São Paulo, empresas de vários segmentos negociam instalações no País
O anúncio, na sexta-feira, da instalação em São Paulo da primeira fábrica do conglomerado Doosan, que vai aplicar R$ 100 milhões na produção de máquinas escavadeiras é mais uma indicação da nova onda de investimentos coreanos no Brasil, a mais forte desde os anos 90, quando chegaram as fabricantes de eletroeletrônicos LG e Samsung.
No ano passado, o País recebeu US$ 1 bilhão em investimentos produtivos de empresas da Coreia, um aumento de 688% em relação a 2009, quando somou R$ 132 milhões. A Kotra, divisão comercial do Consulado da Coreia em São Paulo calcula que o País abriga 70 empresas coreanas, muitas delas inauguradas no ano passado, e que mais 100 estudam ou já negociam instalações locais.
O professor de relações internacionais da Universidade Hankuk, de Seul, Hee Moon Jo, diz que "a estabilidade política e o desempenho econômico crescente do Brasil, além de seu grande mercado interno" tem atraído empresas da Coreia a instalarem bases de produção para abastecer também a América do Sul.
Uma característica dos grandes empreendimentos é atrair os fornecedores mais próximos. No rastro da Doosan, a também coreana Dabo Precision confirmou fábrica em Americana, ao lado da cliente, para fornecer maquinário de injeção plástica.
A Hyundai, maior montadora de veículos na Coreia e quinta no mundo, já garantiu ao seu redor sete empresas coreanas de autopeças no terreno em Piracicaba (SP) onde constrói fábrica para produzir inicialmente 150 mil automóveis por ano, projeto de US$ 600 milhões com previsão de gerar 1.500 empregos.
A Myoung Shin (carrocerias), a Hwashim (para-choques, peças para porta e barra de direção), a Hanil (sistemas interiores), a Doowon (ar condicionado), a THN (chicotes e outros itens), a Mobis (partes interiores) e a Dymos (bancos) vão investir, juntas, cerca de US$ 250 milhões e abrir 1.100 vagas.
Soma-se ao grupo que ficará ao redor da fábrica a francesa Faurecia, que já tem fábrica em Limeira, mas instalará linha de montagem de sistemas de escapamento em Piracicaba. Na vizinha Rio das Pedras está em obras a unidade da Samsong que fará cintos de segurança.
O diretor da empresa, Myoungjoong Lee, diz que também fornecerá componentes para a General Motors, assim como a Mando, outra coreana que se instalará em Limeira para produzir freios ABS. A empresa de logística Glovis, que dará suporte à Hyundai, ainda negocia local para instalação.
"A imagem do Brasil mudou muito lá fora e o País tem sido visto como importante player (jogador) mundial, por isso tem despertado o interesse dos coreanos", avalia Shin Jae Kim, sócia responsável pela região da Ásia do Tozzini Freire Advogados. Foi ela quem assessorou a vinda da Hyundai e da Doosan, entre outras empresas da região.
Celebração em coreano. Além das empresas, a chegada da Hyundai a Piracicaba, com início de produção experimental prevista para o fim do primeiro semestre de 2012, está movimentando outras áreas na cidade de 365 mil habitantes. No início do ano, dois restaurantes de comida típica da Coreia foram abertos e um terceiro está em fase de inauguração.
Um deles é de propriedade de Luiz Lee, coreano que está no Brasil há vários anos. Ele atua em São Paulo na área de importação e exportação de eletrônicos e viu uma nova oportunidade de negócio. O outro restaurante, batizado de Lago Asul (sic), também pertence a famílias coreanas que já viviam no Brasil.
Para atender as famílias coreanas que estão se mudando para a cidade, principalmente de executivos que comandam as instalações das fábricas, um pastor da igreja presbiteriana veio da Coreia e todas as manhãs de domingo faz celebrações no idioma natal.
Imóveis de alto padrão antes alugados a R$ 3 mil passaram para R$ 6 mil. Empresas do ramo tiveram de se adaptar às demandas dos novos moradores. "A maioria quer casa ou apartamento já mobiliado e isso não é comum na cidade", afirma Angelo Frias Neto, dono da maior imobiliária local, a Frias Neto. "Tivemos de convencer proprietários a alugarem imóveis já com mobília", diz ele, justificando em parte o aumento de preços. Frias Neto também preside a Associação Comercial e Industrial de Piracicaba (Acipi).
O prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, confirma o efeito em cadeia que a montadora está provocando, mas nega que o município vá abrigar o que alguns chamam de "cidade Hyundai", um conglomerado com infraestrutura própria para anteder os empreendedores coreanos. "Isso é lenda", diz. Ele afirma que vários cursos profissionalizantes em parceria com o Senai e a Fatec estão sendo abertos para preparar mão de obra.
O terreno onde a Hyundai e alguns fornecedores estão se instalando foi adquirido pela Prefeitura em 2007 e doado à Hyundai, que também ganhou infraestrutura e isenção de IPTU, entre outros incentivos.
"O terreno abrigava um canavial e, como área rural, não recolhia IPTU", diz Negri. Ele calcula que a Hyundai vai gerar cerca de R$ 60 milhões ao ano em impostos para o Estado e que 25% do montante ficará com os municípios.
Outro empreendimento inaugurado na cidade no início do mês é o escritório do Demarest & Almeida Advogados, que assessora várias das fabricantes de autopeças. "A proximidade vai facilitar o atendimento", afirma o diretor Mario Roberto Villanova Nogueira.
Os coreanos também querem aproximação maior com os piracicabanos. Um grupo de 60 estudantes esteve na cidade no mês passado e participou de programas sociais. Também no fim de janeiro, a Hyundai levou ao município o time de futebol patrocinado por ela, o Jeonbuk, para partida com o XV de Piracicaba. O jogo terminou em empate, 2 x 2.
Nova investida. Além dos novos negócios, empresas já consolidadas no País estão ampliando atuação. Na semana passada, em anúncio feito na Coreia, a LG Eletronics disse que construirá no Brasil sua primeira fábrica global de módulos de televisão.
O módulo é um importante componente para TVs com tela de cristal líquido (LCD, na sigla em inglês) e hoje a LG o adquire de terceiros. Depois do Brasil, o grupo também produzirá o item no México e na Polônia.
Segundo a LG, o objetivo é reduzir custos e tirar proveito de isenções tributárias locais. A empresa não divulgou investimentos e nem o local da produção. O grupo tem fábrica na Zona Franca de Manaus, que recebe benefícios fiscais e vai construir uma unidade em Paulínia (SP), em terreno doado pela Prefeitura. A LG promete abrir 4 mil vagas.
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Coreia já investe mais que a China no Brasil
Cleide Silva e Melina Costa - O Estado de S.Paulo
A participação da Coreia no ingresso de investimentos estrangeiros diretos no Brasil aumentou de 0,4% para 2% no ano passado, do total de US$ 52,6 bilhões recebidos pelo País, segundo dados do Banco Central. A China, outro país asiático que está de olho no mercado brasileiro teve participação de 0,7%, ante 0,3% em 2009.
O presidente da Sociedade Brasileira de Estudos das Empresas Transnacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), Luiz Afonso Lima, lembra que a Coreia passa por amplo processo de internacionalização e certamente o País vai receber ainda mais aportes, principalmente no segmento de bens de consumo.
"Com a rápida internacionalização da Coreia, os investimentos já estão transbordando da Ásia para a América Latina", afirma Lima.
Em sua opinião, em termos qualitativos os investimentos coreanos são mais interessantes que os chineses pois "possibilitam maior transmissão de tecnologia". Os coreanos estão mais focados em produtos como veículos, Eletronics e maquinários. Os chineses apostam mais na extração mineral e atividades ligadas ao petróleo.
Doo Young Kim, diretor-geral da Kotra, a divisão comercial do Consulado da Coreia em São Paulo, confirma que tem "estado muito ocupado" nos últimos meses no atendimento de missões e empresários independentes interessados em se estabelecer no Brasil.
Ele lista investimentos recentemente confirmados, como o da LS Cable, que produzirá cabos especiais no Rio de Janeiro. "O pré-sal representa uma grande oportunidade para as empresas coreanas da indústria de construção naval, que é um destaque na Coreia", justifica.
Kim também cita a Samsung Heavy Industry - que tornou-se sócia do estaleiro Atlântico Sul -, a Dongkuk, que fez parceria com a Vale na área de aços especiais e a CJ Corp, que já tem uma fábrica de produtos para ração animal em Piracicaba e quer ampliar atuação em outros ramos.
"Os brasileiros também precisam olhar mais para a Coreia, que tem grande interesse no carro verde e no etanol", sugere o diretor geral da Kotra.
Ele ressalta que a pergunta que mais ouve de empresas coreanas é: "Como consigo financiamento?". Em sua visão, "esse é o maior desafio para os investidores, pois as taxas de juros dos bancos no Brasil são bem mais altas que na Coreia.
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De Jaraguá do Sul para Hosur, na Índia
Raquel Landim - O Estado de S.Paulo
Depois de uma aposta frustrada na China, WEG inaugura nova fábrica na Ásia
O trânsito em Bangalore, norte da Índia, é tão caótico que alguns brasileiros expatriados pela WEG simplesmente não conseguem dirigir. A empresa alugou carros e contratou motoristas para deixar à disposição dos funcionários. Também conseguiu uma nutricionista para orientar os cozinheiros indianos a não colocar tanta pimenta na comida dos brasileiros.
São pequenos transtornos do dia a dia que ilustram as grandes barreiras culturais que a maior fabricante de motores elétricos da América Latina enfrenta para instalar uma fábrica na Índia. A unidade, que será inaugurada no próximo sábado, um dia considerado "auspicioso" pelos indianos, está localizada em Hosur, a 38 quilômetros de Bangalore.
Embora não seja um investimento tão grande (US$ 60 milhões), a chegada na Índia é um passo crucial na trajetória da empresa sediada em Jaraguá do Sul (SC). Depois de uma aposta até agora frustrada na China, a WEG parte para a conquista da Ásia. Segundo Décio da Silva, presidente do conselho de administração, a empresa entrou na terceira fase da sua "vida" com dois focos estratégicos: crescer no mercado asiático e vencer no segmento de energia renovável.
"A Ásia é um mundo novo. Foi necessário um aprendizado maior do que em outras regiões. Mas agora vai começar a aparecer o resultado do que aprendemos", acredita Harry Schmelzer Jr., presidente-executivo da WEG. Ele conta que, mesmo sem uma unidade local, já vende na Índia, por meio de exportações, mais do que na China.
A WEG desembarcou na China no fim de 2004, quando adquiriu do grupo Weifu uma fábrica na cidade de Nantong, a 250 quilômetros de Xangai. Com essa tacada, a multinacional brasileira entrou no maior mercado do mundo. As metas eram ambiciosas, mas os planos não saíram exatamente como o previsto.
Em cinco anos, a diretoria da filial chinesa foi trocada três vezes. O faturamento não decolou e parte da produção está sendo exportada para outros países, porque é difícil entrar no protegido mercado local. O choque cultural também foi grande. A empresa adquirida tinha uma administração quase estatal e valorizava excessivamente o "guanxi" - palavra em mandarim para rede de relacionamentos.
A China continua sendo um foco importante da estratégia da WEG, mas, na Índia, tudo está sendo feito diferente. Em vez de partir para uma aquisição, a empresa preferiu construir uma fábrica do zero. Desde o início das operações comerciais, em 2005, o diretor-geral é o mesmo: Satyajit Chattopadhyay. O nome impronunciável lhe rendeu o carinhoso apelido de "Chato".
Os produtos também são diferentes. Na China, são fabricados motores de baixa tensão, de menor valor agregado, usados em eletrodomésticos. Na Índia, a empresa vai produzir geradores e turbinas de média e alta tensão, usados em pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e nas obras de transposição de rios. A Índia tem um problema gravíssimo de escassez de água.
Cinquentona. A WEG chega ao mercado indiano cinquentona. Fundada em 1961, surgiu num galpão alugado por um eletricista (Werner Voigt), um administrador (Eggon João da Silva) e um mecânico (Geraldo Werninghaus). Cada um investiu 1,2 milhão de cruzeiros, o suficiente na época para comprar um Fusca novo. WEG são suas iniciais.
Eles comandaram a empresa por 30 anos, ganhando posições no mercado doméstico e desenvolvendo tecnologia própria. Em 1970, iniciaram as exportações. O filho de Eggon, Décio da Silva, assumiu a presidência em 1989 e, durante os 18 anos de sua administração, a WEG multiplicou por seis o seu tamanho.
A empresa fatura hoje R$ 5 bilhões e emprega 22 mil pessoas. A cada ano, fabrica 10 milhões de motores e consome 185 mil toneladas de chapa de aço. Silva iniciou ainda um agressivo processo de internacionalização. Além das nove unidades no Brasil, a WEG possui fábricas em cinco países, incluindo Índia.
No início de 2008, Silva deixou a presidência, pegando de surpresa o mercado e até os próprios colaboradores. Nem mesmo os nomes cotados para o cargo sabiam da mudança, que foi feita por headhunters. Ele passou o bastão para Harry Schmelzer Jr. Na WEG desde 1980, é o primeiro presidente que não é acionista. Mas os laços familiares não foram totalmente rompidos. Ele é filho de um primo de Voigt, um dos fundadores.
Crise. Vencer na Ásia não é apenas uma estratégia inteligente da WEG. Dependendo do desenrolar da crise global, pode ser uma questão de sobrevivência. Hoje, os países asiáticos absorvem apenas 7% das vendas da empresa. " Levar sua internacionalização para os mercados mais dinâmicos da Ásia é muito positivo. A WEG possui uma exposição relativa importante na Europa, que ainda patina por causa da crise", disse Artur Delorme, analista do setor de bens de capital da Ativa Corretora.
A crise global foi um golpe duro para a WEG. A empresa, que não demitia por corte de custos desde 1982, dispensou funcionários. Depois de duas décadas crescendo mais de 20% ao ano, amargou queda de 6,6% na receita em 2009. Os resultados de 2010 ainda não foram divulgados, mas a previsão é de estabilidade ou leve queda.
A expectativa da diretoria é que 2011 seja o ano da recuperação. No futuro, a empresa quer voltar a crescer num ritmo de dois dígitos. Mas, para isso, precisa seguir com a internacionalização. "A WEG vai exportar menos e fabricar mais lá fora", conta Schmelzer. O real forte é um dos motivos: prejudica a rentabilidade das exportações, torna mais baratos os ativos no exterior e aumenta a concorrência no mercado local. Se continuar nesse ritmo, a conquista do mercado asiático está apenas no início
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Melhora global ofusca brilho do Brasil
Leandro Modé, de O Estado de S.Paulo
Cenário favorável de países ricos começa a tirar investidores do País, um dos mercados preferidos por financistas mundiais atualmente
SÃO PAULO - Queridinho dos investidores internacionais nos últimos tempos, o Brasil tem seu posto ameaçado por países desenvolvidos - aqueles que sofreram muito mais com a crise. Desde o início do ano, mercados emergentes como o brasileiro perdem dinheiro para os chamados mercados maduros. Motivo: a melhora das perspectivas de crescimento para países como Estados Unidos e Alemanha, e a provável alta dos juros na zona do Euro e na Inglaterra ainda em 2011.
Mas não é só isso. O risco de superaquecimento em economias como a brasileira e a chinesa, as altas dos juros para conter a inflação nessas e em outras nações em desenvolvimento, a crise no Egito e incertezas em relação ao novo governo brasileiro deixaram investidores com o pé atrás. "As virtudes brasileiras foram exageradamente elogiadas nos últimos anos e as limitações do País foram pouco enxergadas", afirma Paulo Bilyk, sócio da Rio Bravo Investimentos.
Nem todos os analistas são tão ácidos. "O que está havendo é um rebalanceamento (dos investimentos) no mundo, mas nada trágico", pondera o diretor do banco de investimentos do Credit Suisse no Brasil, José Olympio Pereira. Um dos principais executivos do País na área de abertura de capital (IPOs, na sigla em inglês), ele lembra que, apesar do cenário mais nublado, janeiro teve o maior volume de IPOs para o mês desde 2007.
"Pode ser que, no curto prazo, a tendência de migração para desenvolvidos seja dominante. Mas, considerando que os fundamentos de médio e longo prazo dos emergentes são melhores, a situação pode se inverter", completa o diretor de Estratégia para América Latina do Deutsche Bank, Frederick Searby.
Desempenho ruim. Do início do ano até quinta-feira, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) apresentava um dos piores desempenhos do mundo. Em dólares, perdia pouco mais de 7%, à frente apenas dos mercados das Filipinas, da Tailândia, da Índia e do Chile. Na ponta oposta, encontravam-se indicadores de países desenvolvidos. O índice S&P 500, da Bolsa de Nova York, avançava pouco mais de 5%, porcentual semelhante ao da bolsa eletrônica americana Nasdaq.
Nos nove primeiros dias de fevereiro, o saldo de investimento estrangeiro na Bovespa estava negativo em R$ 1,4 bilhão. No ano, as saídas superavam as entradas em R$ 976 milhões.
Nas últimas quatro semanas, US$ 11,5 bilhões deixaram fundos de investimentos de países emergentes - do Brasil, saíram US$ 390 milhões e da China, US$ 1,4 bilhão. A maior parte da sangria ocorreu nos chamados fundos globais de emergentes, que mesclam ativos de todos os países inseridos nesse conceito.
No mesmo período, os países desenvolvidos acumularam entrada líquida de US$ 21,4 bilhões - os EUA lideram o movimento, com aportes US$ 14,3 bilhões superiores aos saques.
Temas de relações internacionais, de política externa e de diplomacia brasileira, com ênfase em políticas econômicas, viagens, livros e cultura em geral. Um quilombo de resistência intelectual em defesa da racionalidade, da inteligência e das liberdades democráticas. Ver também minha página: www.pralmeida.net (em construção).
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Os direitos dos brasileiros no exterior - Alexandre Barros
Os direitos dos brasileiros no exterior
Alexandre Barros
O Estado de S.Paulo, 15 de fevereiro de 2011
Recentemente a presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, a revisão da política de direitos humanos do governo brasileiro. A providência veio em boa hora. O governo passado escorregou no apoio aos direitos humanos pelo mundo. Seja em Cuba, por um antiamericanismo atávico herdado dos tempos da ditadura militar, seja no Irã, por um cálculo que só a História provará se estava certo ou errado. Ele considerou que era importante defender as pretensões nucleares iranianas como um habeas corpus preventivo em relação à postura brasileira vis-à-vis o poder nuclear.
Explico. Apesar da retórica oficial, o Brasil vem desenvolvendo um programa nuclear que, quase seguramente, nos próximos 10 a 20 anos, colocará o Brasil numa situação internacional semelhante à do Irã hoje: enfrentando oposição das potências nucleares em relação às suas ambições.
Não foi acidente que o aliado brasileiro neste caso foi a Turquia, distante e pouco conhecida do Brasil, mas que tem no cenário internacional uma posição semelhante à brasileira: tem ambições nucleares.
No fundo, Brasil e Turquia quiseram garantir, com a oferta de mediação entre o Irã e os Estados Unidos, um aliado potencial para enfrentar no futuro a oposição que deve ocorrer às políticas nucleares de ambos os países.
Outra área em que a diplomacia brasileira se vem destacando é a comercial. Nesta tem agido com mais velocidade e mais energia em defesa dos investimentos brasileiros no exterior, sejam comerciais, financeiros ou industriais. Pelo andar da carruagem, tudo indica que a expansão financeira, econômica e comercial do Brasil se acelerará, e a diplomacia brasileira vem-se adaptando a esse novo ritmo.
Falta, entretanto, uma área ainda mais fraca - como todas as que congregam consumidores difusos, e não grandes empresas capazes de se organizar e contratar profissionais para defender seus interesses: os cidadãos brasileiros no exterior.
Graças ao progresso de transportes e comunicações no mundo, pessoas viajam mais. Além disso, o crescimento econômico brasileiro, especialmente nos últimos 16 anos, aumentou a capacidade financeira dos brasileiros de viajar para o exterior (melhor distribuição de renda e maior valorização do real), bem como os desejos e as necessidades de viagem de brasileiros, seja por curiosidade turística, por necessidade de estudo, trabalho, aperfeiçoamento ou crenças religiosas.
Nessa área os brasileiros infelizmente ainda estão num estado próximo da orfandade. Já que não fomos parte de um grande ex-império recente, como no caso da França e da Inglaterra, os brasileiros não gozam de algumas proteções que aqueles países estendem a cidadãos de suas ex-colônias. Esse é o lado externo.
Do lado interno, como os brasileiros não viajavam tanto, os consulados brasileiros no exterior levavam uma vida mais tranquila. Não tinham muito o que fazer, em razão mesmo da inexistência de uma grande clientela brasileira para atender no exterior.
Isso está mudando rapidamente. Os disparadores recentes foram a detenção e o repatriamento de uma brasileira, professora da Universidade de Brasília, impedida de entrar na Espanha na última semana de janeiro. Detida, interrogada e repatriada sem nem sequer entrar formalmente em território espanhol. Estamos diante de uma atitude desagradável, mas, até certo ponto, legal, de agentes fronteiriços espanhóis que optaram por exercer suas funções de maneira inflexível. Problema das relações Brasil-Espanha. Pode ser encaminhado pelo governo brasileiro com uma negociação tranquila ou com um aumento do tom na discussão diplomática. O episódio não é novo, tem-se repetido ciclicamente.
Do lado de cá, segundo o depoimento da professora, entretanto, a situação tem nuances envolvendo o governo brasileiro: ela contatou o consulado brasileiro em Madri por telefone e foi informada de que o consulado não poderia fazer muito. No máximo, poderia mandar um fax.
Segundo ela, em algum momento apareceram um homem que se identificou como advogado (não se sabe se mandado pelo consulado ou não) e uma intérprete. Após uma conversa breve e algumas horas de detenção no Aeroporto de Madri, ela foi recolocada sob escolta num avião e mandada de volta para o Brasil.
A afirmação do funcionário do consulado que atendeu o telefonema lembra um desastrado episódio vivido por José Serra na campanha presidencial de 2002, quando, abordado por uma eleitora numa favela de São Paulo, mal ouviu o que ela tinha a dizer e sugeriu que ela lhe mandasse um fax.
Ou seja, mudou o status do Brasil no mundo, está mudando o mundo e os brasileiros têm necessidades diferentes e maiores em suas viagens ao exterior, cada vez mais constantes.
Chegou a hora de estender o recado da presidente Dilma ao ministro da Relações Exteriores para que o Brasil e nossas embaixadas revejam a postura do Estado brasileiro perante os direitos humanos e os consulados. Estes, que são subordinados às embaixadas brasileiras (de facto), também precisam rever rápida e seriamente sua postura em relação à defesa dos brasileiros no exterior.
Brasileiros viajam mais, ganham mais dinheiro, pagam impostos altos e são quem sustenta toda a caríssima estrutura estatal, no Brasil e no exterior.
Não se trata apenas de providenciar que as enchentes não parem as metrópoles brasileiras ou que pessoas não apodreçam nas cadeias nacionais por descuido burocrático, mas também de dar todo o apoio aos cidadãos brasileiros que estão no exterior, passeando, trabalhando, estudando ou cultuando. Todos são direitos civis que temos e são sustentados por impostos que pagamos.
CIENTISTA POLÍTICO, É DIRETOR GERENTE DA EARLY WARNING: RISCO POLÍTICO E POLÍTICA PÚBLICA (BRASÍLIA)
Alexandre Barros
O Estado de S.Paulo, 15 de fevereiro de 2011
Recentemente a presidente Dilma Rousseff determinou ao ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, a revisão da política de direitos humanos do governo brasileiro. A providência veio em boa hora. O governo passado escorregou no apoio aos direitos humanos pelo mundo. Seja em Cuba, por um antiamericanismo atávico herdado dos tempos da ditadura militar, seja no Irã, por um cálculo que só a História provará se estava certo ou errado. Ele considerou que era importante defender as pretensões nucleares iranianas como um habeas corpus preventivo em relação à postura brasileira vis-à-vis o poder nuclear.
Explico. Apesar da retórica oficial, o Brasil vem desenvolvendo um programa nuclear que, quase seguramente, nos próximos 10 a 20 anos, colocará o Brasil numa situação internacional semelhante à do Irã hoje: enfrentando oposição das potências nucleares em relação às suas ambições.
Não foi acidente que o aliado brasileiro neste caso foi a Turquia, distante e pouco conhecida do Brasil, mas que tem no cenário internacional uma posição semelhante à brasileira: tem ambições nucleares.
No fundo, Brasil e Turquia quiseram garantir, com a oferta de mediação entre o Irã e os Estados Unidos, um aliado potencial para enfrentar no futuro a oposição que deve ocorrer às políticas nucleares de ambos os países.
Outra área em que a diplomacia brasileira se vem destacando é a comercial. Nesta tem agido com mais velocidade e mais energia em defesa dos investimentos brasileiros no exterior, sejam comerciais, financeiros ou industriais. Pelo andar da carruagem, tudo indica que a expansão financeira, econômica e comercial do Brasil se acelerará, e a diplomacia brasileira vem-se adaptando a esse novo ritmo.
Falta, entretanto, uma área ainda mais fraca - como todas as que congregam consumidores difusos, e não grandes empresas capazes de se organizar e contratar profissionais para defender seus interesses: os cidadãos brasileiros no exterior.
Graças ao progresso de transportes e comunicações no mundo, pessoas viajam mais. Além disso, o crescimento econômico brasileiro, especialmente nos últimos 16 anos, aumentou a capacidade financeira dos brasileiros de viajar para o exterior (melhor distribuição de renda e maior valorização do real), bem como os desejos e as necessidades de viagem de brasileiros, seja por curiosidade turística, por necessidade de estudo, trabalho, aperfeiçoamento ou crenças religiosas.
Nessa área os brasileiros infelizmente ainda estão num estado próximo da orfandade. Já que não fomos parte de um grande ex-império recente, como no caso da França e da Inglaterra, os brasileiros não gozam de algumas proteções que aqueles países estendem a cidadãos de suas ex-colônias. Esse é o lado externo.
Do lado interno, como os brasileiros não viajavam tanto, os consulados brasileiros no exterior levavam uma vida mais tranquila. Não tinham muito o que fazer, em razão mesmo da inexistência de uma grande clientela brasileira para atender no exterior.
Isso está mudando rapidamente. Os disparadores recentes foram a detenção e o repatriamento de uma brasileira, professora da Universidade de Brasília, impedida de entrar na Espanha na última semana de janeiro. Detida, interrogada e repatriada sem nem sequer entrar formalmente em território espanhol. Estamos diante de uma atitude desagradável, mas, até certo ponto, legal, de agentes fronteiriços espanhóis que optaram por exercer suas funções de maneira inflexível. Problema das relações Brasil-Espanha. Pode ser encaminhado pelo governo brasileiro com uma negociação tranquila ou com um aumento do tom na discussão diplomática. O episódio não é novo, tem-se repetido ciclicamente.
Do lado de cá, segundo o depoimento da professora, entretanto, a situação tem nuances envolvendo o governo brasileiro: ela contatou o consulado brasileiro em Madri por telefone e foi informada de que o consulado não poderia fazer muito. No máximo, poderia mandar um fax.
Segundo ela, em algum momento apareceram um homem que se identificou como advogado (não se sabe se mandado pelo consulado ou não) e uma intérprete. Após uma conversa breve e algumas horas de detenção no Aeroporto de Madri, ela foi recolocada sob escolta num avião e mandada de volta para o Brasil.
A afirmação do funcionário do consulado que atendeu o telefonema lembra um desastrado episódio vivido por José Serra na campanha presidencial de 2002, quando, abordado por uma eleitora numa favela de São Paulo, mal ouviu o que ela tinha a dizer e sugeriu que ela lhe mandasse um fax.
Ou seja, mudou o status do Brasil no mundo, está mudando o mundo e os brasileiros têm necessidades diferentes e maiores em suas viagens ao exterior, cada vez mais constantes.
Chegou a hora de estender o recado da presidente Dilma ao ministro da Relações Exteriores para que o Brasil e nossas embaixadas revejam a postura do Estado brasileiro perante os direitos humanos e os consulados. Estes, que são subordinados às embaixadas brasileiras (de facto), também precisam rever rápida e seriamente sua postura em relação à defesa dos brasileiros no exterior.
Brasileiros viajam mais, ganham mais dinheiro, pagam impostos altos e são quem sustenta toda a caríssima estrutura estatal, no Brasil e no exterior.
Não se trata apenas de providenciar que as enchentes não parem as metrópoles brasileiras ou que pessoas não apodreçam nas cadeias nacionais por descuido burocrático, mas também de dar todo o apoio aos cidadãos brasileiros que estão no exterior, passeando, trabalhando, estudando ou cultuando. Todos são direitos civis que temos e são sustentados por impostos que pagamos.
CIENTISTA POLÍTICO, É DIRETOR GERENTE DA EARLY WARNING: RISCO POLÍTICO E POLÍTICA PÚBLICA (BRASÍLIA)
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Livros: nunca se renda ao primeiro impulso
Estou lendo este livro:
Worlds at War, The 2,500 Struggle Between East and West, de Anthony Pagden
Ou melhor: eu poderia estar lendo Worlds at War (2008), de Anthony Pagden, mas, infelizmente, estou lendo (ou pelo menos tentando) este aqui:
Mundos Em Guerra: A Luta de mais de 2.500 anos entre o Oriente e o Ocidente
o autor é, tudo leva a crer, o mesmo: Anthony Pagden.
Mas, aqui terminam as semelhanças e começam os problemas: a tradução é de Sally Tilelli (assim mesmo, meio americano, ou inglês, meio italiano, sei lá).
A Editora é a Novo Século Editora, de São Paulo, e o livro foi publicado em 2010.
Eu já tinha ouvido falar desse livro e desse autor, um historiador de Oxford. Mas nunca tinha comprado o livro, por falta de oportunidade.
Sábado, antes de entrar no cinema para assistir à ópera do Metropolitan, Nixon in China, entrei rapidamente na livraria e, vendo o livro, comprei na hora.
Para quê???!!!
Me senti logrado. Não tanto pelo preço, mas pela tradução.
O livro (em sua edição original) é primoroso.
Sua tradução é simplesmente pavorosa, horrorosa, um atentado, um crime, uma barbaridade.
Percebi isso logo na primeira página, que abri ainda antes de começar a ópera filmada e televisionada, ao ler isto, numa luz já quase se apagando:
"O estado de nação no qual a maioria dos povos do mundo ocidental tem vivido desde o século XVII..."
Conclui que era Nation-State, ou Estado-nação... (e anotei o conceito em inglês à margem do texto, pensando tratar-se de um simples erro de revisão).
OK, no intervalo do primeiro para o segundo ato, retomei a leitura: fiquei estarrecido.
Não havia página, parágrafo, que não tivesse um erro de tradução, de Português, de digitação, de estilo, de concordância, de gramática, de qualquer coisa.
Pensei até em devolver o livro à livraria, mas já tinha assinalado à margem aquele primeiro erro de "revisão". Continuei anotando mais alguns, depois desisti.
Me senti lesado.
A tradutora fez um trabalho porco, como se diz, e não conhece Inglês, desconhece o Português, e a editora é calhorda, ao colocar esse crime na praça.
Fui bobo: paguei 89 reais e uns quebrados pelo livro, ou seja, o equivalente a algo como 53 dólares. Por esse preço, eu poderia ter comprado dez livros originais, em inglês, na Abebooks.com, meu sebo predileto. OK, sem o frete, mas ainda que eu acrescentasse 10 dólares de frete, ou 15 que fosse, eu teria o livro por menos de 25 reais.
Sou um estúpido, e jamais vou comprar um livro estrangeiro no Brasil, ou melhor, traduzido e publicado no Brasil.
Só para constatar a minha burrice, acessei agora a Abebooks.com, e coloquei o livro.
Veio isto.
You searched for: Author: Anthony PAgden, Title: Worlds at War
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1. Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West (ISBN: 9781400060672)
Anthony Pagden
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Book Description: Random House, 2008. Book Condition: Used - Good. N/A. Former Library book. Shows some signs of wear, and may have some markings on the inside. 100% Money Back Guarantee. Shipped to over one million happy customers. Your purchase benefits world literacy!. Bookseller Inventory # GRP4009784
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2. Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West (ISBN: 0812968905/0-8129-6890-5)
Pagden, Anthony
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3. Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West (ISBN: 1400060672/1-4000-6067-2)
Pagden, Anthony
Bookseller: book enterprises
(new bedford, ma, U.S.A.)
Quantity Available: 1
Book Description: Random House. Hardcover. Book Condition: Good. 1400060672 Book could have shelf wear, or a bump, or sunfade to edges. These are new unread books from the publisher with one of these conditions. See are feedback as customers are satisfied in how we grade our books. Has remainder mark. Fast shipping and customer service is our number 1 priority!. Bookseller Inventory # Z1400060672Z3
Price: US$ 5.47
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OK, OK, paro por aqui, não quero torturar mais ninguém, nem a mim mesmo.
Não é tanto pelo roubo declarado no preço (mas o governo é sócio no assalto), e sim pela pavorosa tradução, correção ortográfica inexistente, atentados linguísticos do mais baixo calibre, gramática pornográfica, um crime contra meus direitos de leitor...
Nunca mais, ou never more...
Alô, Abebooks, aqui me tens de regresso, o boêmio voltou...
(Meio idiota, mas voltou...)
Worlds at War, The 2,500 Struggle Between East and West, de Anthony Pagden
Ou melhor: eu poderia estar lendo Worlds at War (2008), de Anthony Pagden, mas, infelizmente, estou lendo (ou pelo menos tentando) este aqui:
Mundos Em Guerra: A Luta de mais de 2.500 anos entre o Oriente e o Ocidente
o autor é, tudo leva a crer, o mesmo: Anthony Pagden.
Mas, aqui terminam as semelhanças e começam os problemas: a tradução é de Sally Tilelli (assim mesmo, meio americano, ou inglês, meio italiano, sei lá).
A Editora é a Novo Século Editora, de São Paulo, e o livro foi publicado em 2010.
Eu já tinha ouvido falar desse livro e desse autor, um historiador de Oxford. Mas nunca tinha comprado o livro, por falta de oportunidade.
Sábado, antes de entrar no cinema para assistir à ópera do Metropolitan, Nixon in China, entrei rapidamente na livraria e, vendo o livro, comprei na hora.
Para quê???!!!
Me senti logrado. Não tanto pelo preço, mas pela tradução.
O livro (em sua edição original) é primoroso.
Sua tradução é simplesmente pavorosa, horrorosa, um atentado, um crime, uma barbaridade.
Percebi isso logo na primeira página, que abri ainda antes de começar a ópera filmada e televisionada, ao ler isto, numa luz já quase se apagando:
"O estado de nação no qual a maioria dos povos do mundo ocidental tem vivido desde o século XVII..."
Conclui que era Nation-State, ou Estado-nação... (e anotei o conceito em inglês à margem do texto, pensando tratar-se de um simples erro de revisão).
OK, no intervalo do primeiro para o segundo ato, retomei a leitura: fiquei estarrecido.
Não havia página, parágrafo, que não tivesse um erro de tradução, de Português, de digitação, de estilo, de concordância, de gramática, de qualquer coisa.
Pensei até em devolver o livro à livraria, mas já tinha assinalado à margem aquele primeiro erro de "revisão". Continuei anotando mais alguns, depois desisti.
Me senti lesado.
A tradutora fez um trabalho porco, como se diz, e não conhece Inglês, desconhece o Português, e a editora é calhorda, ao colocar esse crime na praça.
Fui bobo: paguei 89 reais e uns quebrados pelo livro, ou seja, o equivalente a algo como 53 dólares. Por esse preço, eu poderia ter comprado dez livros originais, em inglês, na Abebooks.com, meu sebo predileto. OK, sem o frete, mas ainda que eu acrescentasse 10 dólares de frete, ou 15 que fosse, eu teria o livro por menos de 25 reais.
Sou um estúpido, e jamais vou comprar um livro estrangeiro no Brasil, ou melhor, traduzido e publicado no Brasil.
Só para constatar a minha burrice, acessei agora a Abebooks.com, e coloquei o livro.
Veio isto.
You searched for: Author: Anthony PAgden, Title: Worlds at War
126 Results (Displaying results 1 - 30)
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1. Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West (ISBN: 9781400060672)
Anthony Pagden
Bookseller: Better World Books
(Mishawaka, IN, U.S.A.)
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Book Description: Random House, 2008. Book Condition: Used - Good. N/A. Former Library book. Shows some signs of wear, and may have some markings on the inside. 100% Money Back Guarantee. Shipped to over one million happy customers. Your purchase benefits world literacy!. Bookseller Inventory # GRP4009784
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2. Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West (ISBN: 0812968905/0-8129-6890-5)
Pagden, Anthony
Bookseller: Book Outpost
(Pittsburgh, PA, U.S.A.)
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Book Description: Random House Trade Paperbacks 3/10/2009, 2009. Paperback. Book Condition: Fine. Reprint. 0812968905 Never used! Overstock from publisher with light wear to edges from shelving. Bookseller Inventory # 112610MISCWS026
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3. Worlds at War: The 2,500-Year Struggle Between East and West (ISBN: 1400060672/1-4000-6067-2)
Pagden, Anthony
Bookseller: book enterprises
(new bedford, ma, U.S.A.)
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Book Description: Random House. Hardcover. Book Condition: Good. 1400060672 Book could have shelf wear, or a bump, or sunfade to edges. These are new unread books from the publisher with one of these conditions. See are feedback as customers are satisfied in how we grade our books. Has remainder mark. Fast shipping and customer service is our number 1 priority!. Bookseller Inventory # Z1400060672Z3
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OK, OK, paro por aqui, não quero torturar mais ninguém, nem a mim mesmo.
Não é tanto pelo roubo declarado no preço (mas o governo é sócio no assalto), e sim pela pavorosa tradução, correção ortográfica inexistente, atentados linguísticos do mais baixo calibre, gramática pornográfica, um crime contra meus direitos de leitor...
Nunca mais, ou never more...
Alô, Abebooks, aqui me tens de regresso, o boêmio voltou...
(Meio idiota, mas voltou...)
Pausa para... continuando: a voz da sabedoria...
Lula: 'A história não acabou e o Consenso de Washington fracassou'
Carta Maior, 10/02/2011
Lula no Fórum Social Mundial e Dakar:
“Aqueles que pregavam o “fim da história” assistem hoje o movimento irresistível dessa história que acreditavam morta...
No discurso proferido no Fórum Social Mundial 2011, em Dakar, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva destacou que, nos últimos dez anos, muitos dogmas foram quebrados.
“Aqueles que pregavam o “fim da história” assistem hoje o movimento irresistível dessa história que acreditavam morta. É o que se vê na América do Sul, na África, mas sobretudo nas ruas de Túnis e do Cairo e de tantas outras cidades africanas onde renasce a esperança de um mundo novo”. No mundo todo, acrescentou Lula, é cada vez mais forte a consciência de que fracassou o chamado “Consenso de Washington”.
Curvamo-nos à sapiência infinita...
Carta Maior, 10/02/2011
Lula no Fórum Social Mundial e Dakar:
“Aqueles que pregavam o “fim da história” assistem hoje o movimento irresistível dessa história que acreditavam morta...
No discurso proferido no Fórum Social Mundial 2011, em Dakar, o ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva destacou que, nos últimos dez anos, muitos dogmas foram quebrados.
“Aqueles que pregavam o “fim da história” assistem hoje o movimento irresistível dessa história que acreditavam morta. É o que se vê na América do Sul, na África, mas sobretudo nas ruas de Túnis e do Cairo e de tantas outras cidades africanas onde renasce a esperança de um mundo novo”. No mundo todo, acrescentou Lula, é cada vez mais forte a consciência de que fracassou o chamado “Consenso de Washington”.
Curvamo-nos à sapiência infinita...
Political Economy of St. Valentine's Day - a economia romantica...
Procurando uma equação de equilíbrio para o dia dos namorados?
Quer o ótimo paretiano para o amor?
Precisando encontrar a demanda para a sua oferta de romantismo?
Não procure mais. Aqui está...
A Romantic Boom and Bust
by Tho Bishop
Mises Daily, February 14, 2011
As a single, 21-year-old guy living in north Florida, I have found it hard to pick up girls by talking about economics. Perhaps it was an overdose of supply-and-demand charts in high school, but any mention of the E-word typically brings with it glassy eyes and the need to answer a phone that never rang. This is unfortunate. Everyone uses economics on a daily basis, and not just at the store or when you write a check. Our understanding of economics influences every aspect of our lives, whether we realize it or not. Valentine's Day gives me an excuse to demonstrate this truth in regard to romance.
When asked to define economics, I say it is the application of philosophy to the social issue of finite resources. One resource that is both finite and common to all people is time. Any action we take equates to a personal investment of the capital of time. Though time is often overlooked in economic calculation, it has always been a point of emphasis for economists of the Austrian School. It is not surprising that the economics of romance lends itself to Austrian interpretation. In fact an "Austrian romance cycle" would be very similar to the Austrian business cycle.
Romance starts with a first move. Just as Austrians understand that it is the role of the entrepreneur to shoulder the risk of capital investment in order to potentially achieve profit, we can understand that it is the role of an instigator to take the risk in the hope of finding romantic success. Without an entrepreneur, economic growth is unobtainable; without someone making a first move, romantic growth is unobtainable.
So lets take a guy, Adam, who walks into a party looking to find the girl of his dreams. Adam finds a girl, Betty, and instigates a conversation. If Adam has invested enough time in pursuing Betty that she is already interested in him, like an investor who has the money up front to start a business, Adam needs no credit to close the deal. But what if Adam hardly knows Betty? Like an investor using his business plan to earn a bank loan, Adam must now convince Betty that he is worth the risk of everything involved in matters of the heart.
If Adam behaves according to the philosophy of liberalism, if he represents himself honestly and allows his success or failure with Betty to come organically, then he may or may not connect with her, but his romantic life will be (relatively) drama-free; and when he does find a girl interested in him, the interest will be genuine.
But Adam has become frustrated by romantic failure. Fed up with his lack of success in romance, Adam begins to tell every girl who will listen that he saved orphans from the rampaging cannibals of Rojinda, climbed Mount Everest, and once out debated Ron Paul on the House floor. Adam has decided to manipulate his "interest rate."
All of a sudden Adam finds himself as the center of attention. Betty and Chelsea are fighting to get with him; Eve even starts trying to stake her claim when she hears that Adam grew up next to Justin Bieber! Adam finds himself in a romantic boom. As long as Adam can keep spitting out lies, and as long as people believe them, Adam's romantic success will continue.
At some point, however, Adam is going to have to pay the piper. Justin Bieber doesn't accept his Facebook request. No one can find the C-SPAN clip of him and Ron Paul. Wikipedia shows no island of Rojinda. Chelsea's brother was at church camp with Adam the summer he was suppose to be climbing Mount Everest. Adam's bubble has burst.
Betty slaps Adam. Chelsea tells all the girls at school, ruining his chances with all of them. Perhaps worst of all is that Eve, for whom Adam has since developed real feelings, and with whom he actually has a lot in common, never talks to him again. Adam's short-term gain has created long-term consequences far greater than he would have ever encountered by being honest in the first place.
Beyond simply demonstrating the natural fallacies of arbitrary manipulation of interest, economics also allows us to best manage our romantic life. I see firsthand the number of relationships that are based less on love and more on comfort — people staying together not because of how they feel about each other but because they dislike the feeling of being alone. This is once again an issue of long-term consequences for short-term gain. It is also an economic issue.
Time is finite. So every day spent in a relationship of comfort is another day lost that could have been spent in a relationship of love — there are opportunity costs here. In NBC's sit-com The Office, Pam spends the first two seasons engaged to her long-time and incompatible fiancé, Roy, rather than accepting the advances of her best work friend, Jim. Pam's refusal to risk the comfort of her passionless relationship with Roy doesn't change the fact that the two aren't meant for each other. A willingness to settle isn't the same as love. Pam eventually breaks up with Roy and later marries Jim in season six. While Pam and Jim may spend the rest of their fictional lives happily ever after, that happy life lost four years in the process.
Let Them Know How You Feel
Every action we take represents an economic decision. The old phrase "time is money" takes on a new meaning when you start applying economics to all aspects of life. It is also only an Austrian perspective of economics that is consistent with these out-of-the-box applications. And it is this realization that has made me an evangelical Austrian.
Happy Valentine's Day. Use it efficiently.
Tho Bishop is a political consultant for Bishop & Associates in Panama City Beach, Florida. Send him mail See Tho Bishop's article archives
Quer o ótimo paretiano para o amor?
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A Romantic Boom and Bust
by Tho Bishop
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As a single, 21-year-old guy living in north Florida, I have found it hard to pick up girls by talking about economics. Perhaps it was an overdose of supply-and-demand charts in high school, but any mention of the E-word typically brings with it glassy eyes and the need to answer a phone that never rang. This is unfortunate. Everyone uses economics on a daily basis, and not just at the store or when you write a check. Our understanding of economics influences every aspect of our lives, whether we realize it or not. Valentine's Day gives me an excuse to demonstrate this truth in regard to romance.
When asked to define economics, I say it is the application of philosophy to the social issue of finite resources. One resource that is both finite and common to all people is time. Any action we take equates to a personal investment of the capital of time. Though time is often overlooked in economic calculation, it has always been a point of emphasis for economists of the Austrian School. It is not surprising that the economics of romance lends itself to Austrian interpretation. In fact an "Austrian romance cycle" would be very similar to the Austrian business cycle.
Romance starts with a first move. Just as Austrians understand that it is the role of the entrepreneur to shoulder the risk of capital investment in order to potentially achieve profit, we can understand that it is the role of an instigator to take the risk in the hope of finding romantic success. Without an entrepreneur, economic growth is unobtainable; without someone making a first move, romantic growth is unobtainable.
So lets take a guy, Adam, who walks into a party looking to find the girl of his dreams. Adam finds a girl, Betty, and instigates a conversation. If Adam has invested enough time in pursuing Betty that she is already interested in him, like an investor who has the money up front to start a business, Adam needs no credit to close the deal. But what if Adam hardly knows Betty? Like an investor using his business plan to earn a bank loan, Adam must now convince Betty that he is worth the risk of everything involved in matters of the heart.
If Adam behaves according to the philosophy of liberalism, if he represents himself honestly and allows his success or failure with Betty to come organically, then he may or may not connect with her, but his romantic life will be (relatively) drama-free; and when he does find a girl interested in him, the interest will be genuine.
But Adam has become frustrated by romantic failure. Fed up with his lack of success in romance, Adam begins to tell every girl who will listen that he saved orphans from the rampaging cannibals of Rojinda, climbed Mount Everest, and once out debated Ron Paul on the House floor. Adam has decided to manipulate his "interest rate."
All of a sudden Adam finds himself as the center of attention. Betty and Chelsea are fighting to get with him; Eve even starts trying to stake her claim when she hears that Adam grew up next to Justin Bieber! Adam finds himself in a romantic boom. As long as Adam can keep spitting out lies, and as long as people believe them, Adam's romantic success will continue.
At some point, however, Adam is going to have to pay the piper. Justin Bieber doesn't accept his Facebook request. No one can find the C-SPAN clip of him and Ron Paul. Wikipedia shows no island of Rojinda. Chelsea's brother was at church camp with Adam the summer he was suppose to be climbing Mount Everest. Adam's bubble has burst.
Betty slaps Adam. Chelsea tells all the girls at school, ruining his chances with all of them. Perhaps worst of all is that Eve, for whom Adam has since developed real feelings, and with whom he actually has a lot in common, never talks to him again. Adam's short-term gain has created long-term consequences far greater than he would have ever encountered by being honest in the first place.
Beyond simply demonstrating the natural fallacies of arbitrary manipulation of interest, economics also allows us to best manage our romantic life. I see firsthand the number of relationships that are based less on love and more on comfort — people staying together not because of how they feel about each other but because they dislike the feeling of being alone. This is once again an issue of long-term consequences for short-term gain. It is also an economic issue.
Time is finite. So every day spent in a relationship of comfort is another day lost that could have been spent in a relationship of love — there are opportunity costs here. In NBC's sit-com The Office, Pam spends the first two seasons engaged to her long-time and incompatible fiancé, Roy, rather than accepting the advances of her best work friend, Jim. Pam's refusal to risk the comfort of her passionless relationship with Roy doesn't change the fact that the two aren't meant for each other. A willingness to settle isn't the same as love. Pam eventually breaks up with Roy and later marries Jim in season six. While Pam and Jim may spend the rest of their fictional lives happily ever after, that happy life lost four years in the process.
Let Them Know How You Feel
Every action we take represents an economic decision. The old phrase "time is money" takes on a new meaning when you start applying economics to all aspects of life. It is also only an Austrian perspective of economics that is consistent with these out-of-the-box applications. And it is this realization that has made me an evangelical Austrian.
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Pausa para... um pouco de besteirol (Forum Social Mundial)
Existe, por acaso, alguma pessoa inteligente, no mundo, que atribui importância ao que dizem, proclamam, prometem, anunciam, ameaçam os antiglobalizadores do Fórum Social Mundial?
Exemplos de platitudes e idiotices:
FSM termina afirmando importância geopolítica da África
Horas depois da queda do ditador egípcio, cerimônia de encerramento do Fórum é marcada por discursos em defesa das lutas em curso no continente africano como parte essencial do movimento anticapitalista e antiimperialista.
Encontros do G-8 e G-20 na França serão alvos de protestos
Movimentos sociais e ONGs que participam do Fórum Social Mundial 2011 definiram que as reuniões dos países do G-8 e G-20 terão importância central nas mobilizações deste ano. Protestos de rua, cursos de formação e atividades de lobby estão entre as ações previstas para 2011, definidas nas assembléias realizadas pelas organizações nessa quinta-feira (10), em Dacar.
Boaventura: “O mundo precisa de ações sincronizadas."
PRA: Ou seja, more of the same, com todos os atributos idiotas de todas as outras vezes...
Exemplos de platitudes e idiotices:
FSM termina afirmando importância geopolítica da África
Horas depois da queda do ditador egípcio, cerimônia de encerramento do Fórum é marcada por discursos em defesa das lutas em curso no continente africano como parte essencial do movimento anticapitalista e antiimperialista.
Encontros do G-8 e G-20 na França serão alvos de protestos
Movimentos sociais e ONGs que participam do Fórum Social Mundial 2011 definiram que as reuniões dos países do G-8 e G-20 terão importância central nas mobilizações deste ano. Protestos de rua, cursos de formação e atividades de lobby estão entre as ações previstas para 2011, definidas nas assembléias realizadas pelas organizações nessa quinta-feira (10), em Dacar.
Boaventura: “O mundo precisa de ações sincronizadas."
PRA: Ou seja, more of the same, com todos os atributos idiotas de todas as outras vezes...
Imperio Americano: a velha historia do declinio - Joseph Nye
Tem que gente que esfrega as mãos de contente, quando ouve falar do "declínio", ou da "decadência", do "império" americano, enquanto outros nem aceitam a ideia de império (por isso as aspas da dúvida). Eu não tenho dúvidas quanto ao império, embora tenha, também, quanto ao pretenso (suposto, diriam os jornalistas) declínio.
Seja como for, rumores a este respeito parecer ser altamente exagerados como diria Mark Twain, e como também acredita Joseph Nye.
Um bom artigo.
Paulo Roberto de Almeida
OPINION
The Misleading Metaphor of Decline
Joseph Nye
The Wall Street Journal, February 14, 2011
Rome remained dominant for more than three centuries after the apogee of Roman power.
Is the United States in decline? Many Americans think so, and they are not alone. A recent Pew poll showed that pluralities in 13 of 25 countriesbelieve that China will replace the U.S. as theworld's leading superpower. But describing thefuture of power as inevitable American decline isboth misleading and dangerous if it encourages China to engage in adventurous policies or the U.S. to overreact out of fear.
How would we know if the declinists are correct ornot? First, one must beware of misleading metaphors of organic decline. Nations are not like humans with predictable life spans.
After Britain lost its American colonies at theend of the 18th century, Horace Walpole lamented Britain's reduction to "as insignificant a countryas Denmark or Sardinia." He failed to foresee that the industrial revolution would give Britain a second century of even greater ascendancy. Rome remained dominant for more than three centuries after the apogee of Roman power.
It is also chastening to remember how wildly exaggerated were American estimates of Soviet power in the 1970s and of Japanese power in the 1980s. Today some confidently predict the 21st century will see China replace the U.S. as the world's leading state, while others equally confidently argue that the 21st century will be the American century. A fair assessment is difficult because there is always a range of possible futures.
On American power relative to China, much will depend on the often underestimated uncertainties of future political change in China. China's size and high rate of economic growth will almost certainly increase its relative strength vis-a-vis the U.S. This will bring it closer to the U.S. in power resources, but doesn't necessarily mean that it will surpass the U.S. as the most powerful country.
Even if China suffers no major domestic political setback, many current projections are based simply on GDP growth. They ignore U.S. military and soft-power advantages, as well as China's geopolitical disadvantages in Asia. America is more likely to enjoy favorable relations with its neighbors, allies like Europe and Japan, as well as India and others.
My best estimate is that, among the range of possible futures, the more likely is one described by Lee Kuan Yew as China giving the U.S. "a run for its money," but not passing it in overall power in the first half of this century.
Looking back at history, the British strategist Lawrence Freedman notes two features that distinguish the U.S. from the dominant great powers of the past: American power is based on alliances rather than colonies, and it is associated with an ideology that is flexible and to which America can return even after it has overextended itself. Looking to the future, Anne-Marie Slaughter of Princeton argues that America's culture of openness and innovation will keep it central in an information age when networks supplement, if not fully replace, hierarchical power.
On the question of absolute rather than relative American decline, the U.S. faces serious problems in areas like debt, secondary education and political gridlock. But solutions exist. Among the possible negative futures are ones in which the U.S. overreacts to terrorist attacks by closing inwards and thus cuts itself off from the strength that it obtains from openness.
But there are answers to major American problems that preoccupy us today, such as long-term debt (see the recommendations of recent deficit commissions) and political gridlock (for example, changes in redistricting procedures to reduce gerrymandering). Such solutions may remain forever out of reach, but it is important to distinguish situations where there are no solutions from those that could in principle be solved.
America is likely to remain more powerful than any single state in the coming decades. At the same time, we will certainly face a rise in the power resources of many others — both states and nonstate actors. We will also face an increasing number of issues to which solutions will require power with others as well as power over others. Our capacity to maintain alliances and create networks will bean important dimension of our hard and soft power.
Rather than succumb to self-fulfilling prophecies of inevitable decline, we need a vision that combines domestic reforms with smart strategies for the international deployment of our power in an information age.
Mr. Nye is a professor at Harvard and author of "The Future of Power" (Public Affairs, 2011).
Copyright 2011 Dow Jones & Company, Inc. All Rights Reserved
Seja como for, rumores a este respeito parecer ser altamente exagerados como diria Mark Twain, e como também acredita Joseph Nye.
Um bom artigo.
Paulo Roberto de Almeida
OPINION
The Misleading Metaphor of Decline
Joseph Nye
The Wall Street Journal, February 14, 2011
Rome remained dominant for more than three centuries after the apogee of Roman power.
Is the United States in decline? Many Americans think so, and they are not alone. A recent Pew poll showed that pluralities in 13 of 25 countriesbelieve that China will replace the U.S. as theworld's leading superpower. But describing thefuture of power as inevitable American decline isboth misleading and dangerous if it encourages China to engage in adventurous policies or the U.S. to overreact out of fear.
How would we know if the declinists are correct ornot? First, one must beware of misleading metaphors of organic decline. Nations are not like humans with predictable life spans.
After Britain lost its American colonies at theend of the 18th century, Horace Walpole lamented Britain's reduction to "as insignificant a countryas Denmark or Sardinia." He failed to foresee that the industrial revolution would give Britain a second century of even greater ascendancy. Rome remained dominant for more than three centuries after the apogee of Roman power.
It is also chastening to remember how wildly exaggerated were American estimates of Soviet power in the 1970s and of Japanese power in the 1980s. Today some confidently predict the 21st century will see China replace the U.S. as the world's leading state, while others equally confidently argue that the 21st century will be the American century. A fair assessment is difficult because there is always a range of possible futures.
On American power relative to China, much will depend on the often underestimated uncertainties of future political change in China. China's size and high rate of economic growth will almost certainly increase its relative strength vis-a-vis the U.S. This will bring it closer to the U.S. in power resources, but doesn't necessarily mean that it will surpass the U.S. as the most powerful country.
Even if China suffers no major domestic political setback, many current projections are based simply on GDP growth. They ignore U.S. military and soft-power advantages, as well as China's geopolitical disadvantages in Asia. America is more likely to enjoy favorable relations with its neighbors, allies like Europe and Japan, as well as India and others.
My best estimate is that, among the range of possible futures, the more likely is one described by Lee Kuan Yew as China giving the U.S. "a run for its money," but not passing it in overall power in the first half of this century.
Looking back at history, the British strategist Lawrence Freedman notes two features that distinguish the U.S. from the dominant great powers of the past: American power is based on alliances rather than colonies, and it is associated with an ideology that is flexible and to which America can return even after it has overextended itself. Looking to the future, Anne-Marie Slaughter of Princeton argues that America's culture of openness and innovation will keep it central in an information age when networks supplement, if not fully replace, hierarchical power.
On the question of absolute rather than relative American decline, the U.S. faces serious problems in areas like debt, secondary education and political gridlock. But solutions exist. Among the possible negative futures are ones in which the U.S. overreacts to terrorist attacks by closing inwards and thus cuts itself off from the strength that it obtains from openness.
But there are answers to major American problems that preoccupy us today, such as long-term debt (see the recommendations of recent deficit commissions) and political gridlock (for example, changes in redistricting procedures to reduce gerrymandering). Such solutions may remain forever out of reach, but it is important to distinguish situations where there are no solutions from those that could in principle be solved.
America is likely to remain more powerful than any single state in the coming decades. At the same time, we will certainly face a rise in the power resources of many others — both states and nonstate actors. We will also face an increasing number of issues to which solutions will require power with others as well as power over others. Our capacity to maintain alliances and create networks will bean important dimension of our hard and soft power.
Rather than succumb to self-fulfilling prophecies of inevitable decline, we need a vision that combines domestic reforms with smart strategies for the international deployment of our power in an information age.
Mr. Nye is a professor at Harvard and author of "The Future of Power" (Public Affairs, 2011).
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