O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida.

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domingo, 29 de janeiro de 2012

Mais manchetes idiotas: os companheiros se esmeram na estupidez...

Assim não dá: eu tento ler coisas sérias na imprensa online, mas só pipocam manchetes idiotas, dessas capazes de provocar em mim, imediatamente, aquele comichão anti-estupidez, a que sou incapaz de resistir. Aliás, esse tipo de manchete é insuportável.
Sempre quando vejo uma idiotice estampada em algum veículo, não resisto a uma espécie de alergia anti-burrice. Daí que tomo da minha pluma para anotar no meu caderninho de asneiras a última pérola da coleção. Agora, com o blog, ficou ainda mais fácil.
Vejam esta aqui, por exemplo: 






Não é uma gracinha?
Os companheiros não se esmeraram na idiotice consumada?
Como é que eles vão fazer para marchar contra o capitalismo?
Vão marcar encontro com os banqueiros na Avenida Paulista?
Vão assaltar a sede da CNI em Brasília?
Vão ocupar Wall Street outra vez? 
Vai sair caro; além de passagens, um hotelzinho em Manhattan não sai por menos de 100 dólares...


E como é essa coisa de pedir mais "justiça ambiental"?
Vão pedir para o sol ser menos agitado e fazer menos aquecimento global?
Vão pedir para a mãe natureza parar de provocar desastres ambientais (tem uma santa, no Brasil, uma tal de Marina das selvas, que talvez possa ajudar...).


Curiosos esses caras do Fórum Social: passam a semana inteira ouvindo os mesmos subintelectuais repetirem as mesmas bobagens de sempre, urrando os mesmos slogans e chavões contra o capitalismo e, depois, no final de tudo, ainda ficam reclamando da "dificuldade de encontrar uma pauta comum".
Mas que idiotas: eles não conseguem consenso contra o mesmo monstro perverso, conhecido desde meados do século XIX, quando um profeta barbudo fez sua anatomia, descreveu suas entranhas e predisse que ele estava condenado ao desaparecimento fatal devido a suas contradições internas?
Como é que agora eles não conseguem "impor derrotas reais ao capital"?
Mas eles não são 99% da humanidade, e os capitalistas apenas o 1% de privilegiados?
Que idiotas esses anticapitalistas e antiglobalizadores.


A única coisa na qual eles são ótimos é na redação de manchetes idiotas...
CQD...
Paulo Roberto de Almeida 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sobre idiotas e outros personagens pouco frequentáveis...

Frequentadores frequentes (se me permitem a quase redundância), aficionados, passantes ao acaso, visitantes ocasionais, navegadores erráticos ou até mesmo alguns habitués deste blog -- sem nenhuma dúvida, masoquistas --  costumam reclamar que eu chamo muita gente de idiota (não tanto quanto deveria, acho eu, sinceramente). Para eles eu seria arrogante, no mínimo, desrespeitoso, certamente, e talvez mesmo mais um desses idiotas criticados.
Pode ser, mas que culpa tenho eu se o número de idiotas anda aumentando muito no mundo, ou se o mundo das comunicações livres oferece oportunidades únicas para os idiotas se expressarem e aparecerem, até mesmo fazer algum sucesso momentâneo?
Reconheço que o mundo seria um lugar bem melhor com um pouco menos -- bastante menos -- de idiotas e outros assemelhados e equivalentes funcionais, mas em nome da democracia e dos direitos humanos temos de deixar os idiotas disputar o mesmo espaço público do que seres bem pensantes, ou até mesmo pessoas medianamente constituídas, bem informadas e suscetíveis de trazer algumas bondades adicionais ao mundo como ele é (cheio de idiotas).
No passado, inspirado no "minitratado" seminal -- a expressão é minha, não dele -- do genial historiador italiano Carlo Maria Cipolla (sim, cebola), Le leggi fondamentali della stupidità umana, eu cheguei a escrever um pequeno ensaio perguntando se, por acaso, estaria aumentando o número de idiotas no mundo: 
Está aumentando o número de idiotas no mundo?
Espaço Acadêmico (ano 6, nr. 72, maio de 2007; ISSN: 1519-6186) 
(procurem no meu site que deve estar por lá).
Eu argumentava que sim, e não, ou seja, ambas as tendências: sim, estava aumentando o número de idiotas, cada vez mais idiotas e disseminando suas idiotices fundamentais com a ajuda de todos os meios modernos de comunicação, mas que, no fundo, isso não era grave, pois o número reduzido de não idiotas conseguia administrar a situação, para o maior benefício de todos, inclusive dos idiotas.


Pois bem, não vou fazer nenhum novo minitratado sobre a idiotice humana, mas como eu contemplo idiotices todos os dias, em todos os lugares, como leio nos jornais, escuto na rádio e vejo diretamente idiotices perpetradas em todos os quadrantes -- e imagino que existam zilhões de outras mais espalhadas sem que eu possa ver pelos quatro cantos de nosso planetinha redondo -- fico imaginando se não seria possível dividir os idiotas em categorias bem determinadas, em classes, ou espécies, quem sabe até famílias?, enfim (enfins, como diria uma professorinha da UnB), em tipos diferentes de idiotas, de maneira a melhor poder enfrentar esse flagelo da humanidade.


Ainda não cheguei a alguma conclusão científica, e pretendo aprofundar minhas pesquisas, mas pelo que constatei até aqui, talvez se pudesse dividir os idiotas em duas categorias fundamentais: 


1) Os "idiotas idiotas", ou seja, os apenas ingênuos, que acreditam que estão fazendo o bem, ou o melhor que podem, e que acreditam sinceramente nas idiotices que defendem e que disseminam. Eu diria que eles estão entre os 99% da humanidade que simplesmente existe, com aspirações diversas, e que pede para que suas concepções seja também aceita pelo resto da humanidade, sobretudo o resto dos 1% que exibem outras concepções do mundo. Conheço muitos, mas prefiro não indicar agora nenhum nome em especial para não receber um convite para algum duelo fatal... Ou talvez, sim, eu possa dar um nome: por exemplo, esse primeiro ministro grego que depois de mais de um ano de negociações difíceis com seus colegas europeus, conseguiu chegar a um compromisso aceitável para aplicar um calote bem dado em banqueiros e outros credores, e que agora pretende submeter esse acordo a um referendo nacional, que provavelmente vai rejeitar o acordo, tendo em vista os milhares de idiotas que manifestaram durante todo esse tempo contra as medidas de ajustes e outros remédios ao problema grego. Esse primeiro-ministro só pode ser um idiota completo, mas da primeira categoria, ou seja, dos ingênuos.
Idiotas ingênuos são também esses que marcham contra a especulação, a austeridade, o capitalismo, os mercados, e que pedem um outro mundo possível e slogans do tipo "o povo primeiro, as finanças depois", e que não sabem bem o que propor. São idiotas ingênuos, pois querem sinceramente o bem da humanidade.


2) Os "idiotas sem caráter", ou seja, aqueles que mesmo sabendo que seus argumentos, posições e propostas são inexequíveis, ineficientes e até contraproducentes, ainda assim pontificam nesses mesmos meios pregando as mesmas bobagens que encantam os idiotas da primeira categoria. Os primeiros eu até respeito, por achar que eles têm direito de defender, sinceramente, ideias idiotas, mas os segundos não contam com minha condescendência, pois eles são profundamente desonestos e fraudadores. Conheço vários nessa categoria, embora não conviva com esse tipo de gente, claro, mas sei que na academia, na vida pública, no jornalismo, no mundo em geral, eles existem e até tripudiam sobre a idiotice dos primeiros para prevalecerem sobre todos os demais.


Enfim, ainda tenho de escrever um minitratado sobre a idiotice e os idiotas.
Virá, um dia...
Paulo Roberto de Almeida 

sábado, 15 de outubro de 2011

Tirar o capitalismo, OK; mas colocar o que, no lugar?

Por vezes eu tenho a leve impressão de que a humanidade está involuindo, ou seja, retrocedendo, andando para trás, ficando mais estúpida, mais burra, ou mais ingênua; vocês decidem.
Em lugar dos avanços e dos progressos que se esperam, pessoas estão regredindo mentalmente.
Pelo menos é o que eu deduzo a partir das manifestações que ocorreram nesta sábado 15 de outubro em diferentes partes do mundo.
São os "indignados" e os partidários do movimento "Occupy Wall Street", que possuem uma agenda confusa, negativa, como sempre ocorre nessas ocasiões, absolutamente ingênua e totalmente desprovida de alguma proposta racional, já não digo economicamente razoável, mas de simples bom senso.
Se eu disser que são todos uns idiotas, teremos gente que vai escrever aqui indignada (como o movimento), dizendo que sou grosseiro e arrogante, mas sinceramente, não posso chegar a outra conclusão que não essa.
Vejamos o que eles dizem, e o que eu posso comentar, a partir desse "panfleto eletrônico" português.
Eles vão de vermelho, como faz um jornalista famoso; eu vou de azul.
Paulo Roberto de Almeida 


15 de outubro
Unidos por uma mudança global
http://15october.net/pt/
O dia 15 de outubro gente de todo o mundo tomará as ruas e praças. Da América à Asia, da África à Europa, as pessoas estão se levantando para reclamar seus direitos e pedir uma autêntica democracia. Agora chegou o momento de nos unirmos todos em um protesto mundial não-violento.
PRA: Pessoas se levantando sempre é bom: um dos principais problemas da humanidade é a obesidade, os maus hábitos, a inércia, a preguiça; sair pelas ruas para passear, quem sabe correr da polícia, sempre é bom. Quanto a reclamar seus direitos, eu não sei bem a que isso se refere, pois direitos sempre existem como resultado de alguma coisa, ou seja, alguém precisa produzir esses direitos a partir de alguma produção qualquer. As pessoas querem, provavelmente que os governos, os Estados, os políticos, ou seja lá quem for, lhes dêem direitos, o que significa casa, comida, roupa lavada, empregos garantidos, altos salários, pouco trabalho (semana de 35hs, digamos), aposentadoria digna (se possível aos 55 ou 60), enfim, um conjunto de "direitos", muitas benesses que precisam ser "produzidas" por alguém, antes de serem entregues aos idiotas indignados da praça.
Se eles pensassem um pouco melhor, chegariam à conclusão -- com eu cheguei, e como qualquer idiota poderia chegar, também -- de que foi isso mesmo que eles estão pedindo agora, ou seja, direitos, serviços públicos, que causou os problemas que agora se manifestaram sob a forma de crises: governos gastaram demais e entraram em crise...
Quanto à "democracia autêntica" sempre é muito perigoso adjetivar a democracia; na Venezuela, por exemplo, estão construindo uma "democracia participativa"; nos finados países socialistas se falava de "democracia popular". Pois é...

Os poderes estabelecidos atuam em beneficio de uns poucos, ignorando a vontade da grande maioria sem que se importem do custo humano ou ecológico que tenhamos que pagar. Esta intolerável situação deve terminar.
PRA: Poderes estabelecidos não surgem do nada. Em todos os países onde ocorrem manifestações, esses poderes foram colocados pelo voto dos cidadãos. Em qual ditadura ocorreram manifestações contra os "poderes estabelecidos"? Em Cuba, na Coreia do Norte, na China?

Unidos em uma só voz, faremos saber aos políticos, e as elites financeiras a quem eles servem, que agora somos nós, as pessoas, quem decidiremos nosso futuro. Não somos mercadorias nas mãos de políticos e banqueiros que não nos representam.
PRA: Mas as pessoas sempre decidiram o seu futuro. Pelo menos nos países em que ocorreram essas manifestações. Ou será que esses manifestantes deixam que governos decidam seus futuros por eles? Mercadorias? Mas quem vota por políticos? Quanto aos banqueiros, eu não conheço os "meus", mas costumo decidir qual banco vou usar...

O 15 de outubro nos encontraremos nas ruas para botar em ação a mudança global que queremos. Nos manifestaremos pacificamente, debateremos e nos organizaremos até o conseguir. É a hora de nos unirmos. É a hora de nos ouvirem.
PRA: E qual é a mudança que eles querem? Alguém sabe me dizer? Provavelmente é aquilo mesmo: mais empregos, mais salários, mais direitos? E quem paga tudo isso? Os governos? Muito bem. E de onde os governos vão tirar os recursos para tudo isso? De vocês, idiotas, de todos nós, que somos idiotas a ponto de pedir que o governo faça sempre mais do que ele pode fazer, e com isso jogamos os governos para o déficit público.
Isso não quer dizer que políticos não gastem mais do que devem; sim, eles o fazem, mas quem votou por eles fomos nós, inclusive os idiotas que agora protestam.

Os indignados e "ocupantes de Wall Street" atual são os sucessores daqueles idiotas da Attac e do Fórum Social Mundial que, até pouco tempo atrás, também fazia ruidosos movimentos contra o neoliberalismo e o capitalismo global. Eles nunca conseguiram propor algo de racional, de factível, ou de simplesmente sensato. 
Puro besteirol, um pouco do qual examinei neste livro: 


Globalizando: ensaios sobre a globalização e a antiglobalização (Rio de Janeiro: Lumen Juris Editora, 2011, xx+272 p.; Inclui bibliografia; ISBN: 978-85-375-0875-6; link: http://www.pralmeida.org/01Livros/2FramesBooks/107Globalizando.html). 
Paulo Roberto de Almeida 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Pausa para... um pouco de besteirol (Forum Social Mundial)

Existe, por acaso, alguma pessoa inteligente, no mundo, que atribui importância ao que dizem, proclamam, prometem, anunciam, ameaçam os antiglobalizadores do Fórum Social Mundial?

Exemplos de platitudes e idiotices:

FSM termina afirmando importância geopolítica da África
Horas depois da queda do ditador egípcio, cerimônia de encerramento do Fórum é marcada por discursos em defesa das lutas em curso no continente africano como parte essencial do movimento anticapitalista e antiimperialista.

Encontros do G-8 e G-20 na França serão alvos de protestos
Movimentos sociais e ONGs que participam do Fórum Social Mundial 2011 definiram que as reuniões dos países do G-8 e G-20 terão importância central nas mobilizações deste ano. Protestos de rua, cursos de formação e atividades de lobby estão entre as ações previstas para 2011, definidas nas assembléias realizadas pelas organizações nessa quinta-feira (10), em Dacar.

Boaventura: “O mundo precisa de ações sincronizadas."

PRA: Ou seja, more of the same, com todos os atributos idiotas de todas as outras vezes...