domingo, 28 de dezembro de 2014

Previsões imprevidentes para 2015: a situação está russa (sem querer ofender...) - Paulo Roberto de Almeida

Dispensa apresentações...


Previsões imprevidentes para 2015: a situação está russa (sem querer ofender...)

Paulo Roberto de Almeida

Ao comemorar dez aninhos desta tresloucada série – dedicada, como sabem os meus 18 leitores (copyright Alexandre Schwartsman), a fazer previsões que até aqui nunca deram certo –, resolvi arregaçar as mangas – expressão fora de moda: resolvi abrir mais um Word file em meu computador – para preparar novas previsões para este ano da graça de 2015, e que espero também possam falhar por completo (para o que conto, como sempre, com a cooperação dos companheiros).
Aliás,  o ano vai começar sem nenhuma graça: aumento de diversas tarifas de preços administrados pelo governo, promessas de mais chantagens recíprocas entre o parlamento e o executivo, desvalorização da moeda que levava tanta gente a New York, Orlando e Paris, e outras surpresas que nos promete o novo governo companheiro. Apenas para refrescar a memória dos que costumam acompanhar esta série, reproduzo aqui algumas das previsões que fiz anteriormente, sendo fragorosamente derrotado em todas elas (acertando, portanto, no meu objetivo):
1) Governo companheiro decreta sua conversão ao capitalismo (2004-2005);
2) O MST reconhece que o agronegócio e a biotecnologia são benéficos (2006-2007);
3) Governo renuncia ao protecionismo comercial (2011-2012);
4) Estaremos livres de qualquer novo caso de corrupção em 2013 (2012-2013);
5) Secretaria dos Vasos Comunicantes elimina dívida e déficits públicos (2013-1014).
(Quem desejar conhecer todas elas, na íntegra, pode verificar nesta postagem: http://diplomatizzando.blogspot.com/2014/12/previsoes-imprevidentes-dez-anos-de.html).

Sem mais delongas, passo a enunciar minhas novas previsões para 2015, de antemão condenadas ao fracasso (e espero que os companheiros não me desmintam).

1) Esgotados todos os demais recursos, companheiros tentam a honestidade
Ufa, deu uma discussão tremenda no Comitê Central, uma ala argumentando que não via vantagem nenhuma em ser honesto (já que todos faziam caixa 2), outra dizendo que já não estavam sobrando expedientes ilegais, que todos já tinham sido tentados e tinham sido flagrados pela mídia golpista. Aos três dias da discussão, ganhou (por uma margem mínima de votos) a honestidade, mas sob condicionalidades: fica sujeita a ser revista no prazo de seis meses; se a arrecadação diminuir volta-se ao esquema anterior.

2) Companheiros passam a trabalhar com bicoins (Receita ainda não detectou)
Consoante os mais modernos métodos em termos de ferramentas monetárias, o partido companheiro abriu uma nova seção de contabilidade paralela apenas para lidar com o novo instrumento à disposição de libertários, traficantes, doleiros e mercadores de armas e diamantes: bitcoins, a moeda virtual e indetectável (até o momento) pelas autoridades intrometidas; encarregados do tesouro companheiro já estão tomando aulas com anarco-capitalistas para operar o novo sistema.

3) Mídia golpista vai conseguir demitir mais seis ministros do novo governo
Antes que o ano complete seis meses, a mídia reacionária terá conseguido derrubar pelo menos seis ministros do novo governo, todos eles abatidos por práticas heterodoxas naquelas áreas bem conhecidas dos jornalistas investigativos. Companheiros amaldiçoarão a Lei de Acesso à Informação, e passarão a adotar expedientes secretos com maior frequência, mais ou menos como nos tempos do regime militar, que eles amam tanto.

4) Obras dos Jogos Olímpicos de 2016 ficarão todas prontas antes do final do ano
Só não se sabe bem de qual ano, mas tem gente que aposta em 2015, outros em 2018 (a tempo das eleições), outros ainda em 2022, para comemorar duzentos anos de independência nacional. Em todo caso, elas só vão custar duas vezes o orçamento planejado, com notável progresso em relação a Abreu e Lima.

5) Cuba será admitida no Mercosul (vai ter de mudar de nome para isso)
Sob demanda dos companheiros, os comunistas cubanos, que negociam um acordo de livre comércio com o império, prometem que vão considerar o pedido dos membros do Mercosul para integrar o bloco; os companheiros alegam ter construído o porto de Mariel justamente para essa eventualidade, que já fazia parte dos cálculos estratégicos sempre previdentes de seu  setor de policy-planning. Cubanos ficaram de dar resposta até o final de 2018, pois não querem irritar os estadunidenses. Mudança de nome, aliás, vem bem a calhar, depois de certa fadiga do material.

6) Aprovada a liberalização da maconha terapêutica (para qualquer coisa)
Estudantes da Fefelech-USP organizam a primeira festa da maconha no campus, aberta a estudantes do segundo grau. Companheiros do Uruguai acusam a medida de concorrência desleal e introduzem uma reclamação comercial no sistema de solução de controvérsias do Mercosul; sem solução, o caso sobe até o órgão de solução de disputas da OMC, que passa a discutir o problema. Se perderem, os companheiros uruguaios prometem recorrer a Haia.

7) PCdoB mobiliza base aliada para declarações de apoio à Coreia do Norte
Com pruridos, mas denotando concordância com o princípio da neutralidade da internet, companheiros também assinam nota de protesto e de apoio político à República Popular Democrática da Coreia, que passa a ter sua internet no pisca-pisca desde que cismou de provocar Hollywood; aproveitando a deixa, convidam o mundo todo para uma segunda conferência internacional sobre a neutralidade da internet, que termina por um consenso unânime: internet deve ser neutra.

Pronto: conto com todos os colaboradores tradicionais desta série para novos sucessos em grande estilo. Estão todos convidados desde já a conferir os resultados no final de 2015, ou assim que der...
Tallahassee, Flórida, 28 de dezembro de 2014

sábado, 27 de dezembro de 2014

A cleptocracia companheira como projeto de poder - Guilherme Fiuza

Dilma tem um único objetivo: evitar o impeachment.
Em artigo na revista Época, Guilherme Fiuza afirma que "o governo popular acabou". O que teremos, a partir de janeiro, é uma presidência-fantasma, sem credibilidade, que tem como objetivo maior não ser enxotada do poder pelo impeachment:


Um deputado do PT propôs transformar as manifestações golpistas em crime hediondo. Pulemos o registro da demagogia e da desonestidade intelectual, porque isso já é intrínseco ao modus operandi do partido. O que vale registrar é a tática definida daqui para a frente contra o cerco do petrolão: construir uma narrativa de injustiça contra os defensores do oprimido. O governo popular acabou. Iniciará uma Presidência-fantasma em 1º de janeiro, com sua credibilidade apodrecida e um único objetivo: não ser enxotado pelo impeachment. Não será fácil.

A bravata do tal deputado fica no terreno do folclore. Cultivar o fantasma do golpe é um dos truques preferidos dos companheiros. É bem verdade que eles têm o plano – e aí não é folclore – de controlar a imprensa, com o mesmo argumento de que a burguesia quer derrubar o governo popular a golpes de manchete. Se Chávez, Kirchner e sua turma conseguiram, por que não tentar no Brasil? Enquanto isso, aproveitam para dizer que os protestos contra o governo podre são atos pela volta da ditadura.

Não percamos mais tempo com isso. O grande herdeiro da ditadura militar no Brasil é o PT. Tanto Dilma quanto os mensaleiros vivem eternamente da mitologia da resistência aos milicos, um heroísmo canastrão do qual extrairão até a última gota de propaganda maniqueísta. As redes sociais do Planalto não param de espalhar releases e notinhas sobre os anos de chumbo e os valentes mocinhos da época – viraram os bandidos de hoje, mas essa parte não aparece no release. O PT ama a ditadura militar. Vive dela.

Essa é a parte mais tosca da estratégia de resistência – não mais aos militares, mas aos democratas que querem seu dinheiro roubado de volta. A parte não tão tosca do plano é a que ultrapassa a militância para contar com os inocentes úteis, uma classe em franca expansão no Brasil, para alegria dos companheiros. Entre as vozes a favor, que defendem Dilma para se sentir progressistas (não é piada, elas existem aos montes), surge o postulado central para tentar salvar o pescoço do governo: relativizar a corrupção da Petrobras.

Novamente é preciso ressalvar: não é piada. Um crescente número de pessoas que se acham sérias e não estão (ainda) a soldo do petismo deu para dizer por aí que o petrolão é normal. Quer dizer: uma coisa bem brasileira, arraigada no Estado patrimonialista e toda aquela sociologia de beira de praia. É o mesmo recurso estilístico sacado por Lula no mensalão: caixa dois todo mundo faz. Um empresário chegou a escrever que hoje se rouba até menos na Petrobras que em outros tempos. Vamos explicar aos ignorantes ou mal-intencionados (a esta altura, dá no mesmo): o PT não ficou igual aos outros; o PT não é corrupto como os outros, nem um pouco menos, nem um pouco mais; o PT é o único, sem antecessor na história do Brasil, que montou um sistema de corrupção no Estado brasileiro, de dentro do Palácio do Planalto, para enriquecer o partido e se eternizar no poder.

O ex-ministro-chefe da Casa Civil e homem forte do presidente foi preso por montar um duto entre as estatais e o caixa do partido governante. Privatizou na fonte o dinheiro do contribuinte. Não há precedente no país. Ao raiar do governo petista, foi montada uma diretoria na Petrobras para um saque bilionário em benefício do grupo político governante, como está demonstrado pela Polícia Federal a partir das investigações sobre o doleiro Alberto Youssef.

Deu para entender, queridos inocentes úteis? O roubo não é a velha esperteza de uns oportunistas com cargos na máquina. O roubo é um projeto político de poder. Que aliás, graças a seres compreensivos como vocês, dá certo há 12 anos.

E agora? O Brasil se sujeitará ao esquema por mais quatro anos? Só os inocentes inúteis podem crer que essa forma de dominação sofrerá uma metamorfose redentora em 1o de janeiro. Eles não sabem fazer de outro jeito. Dilma já tenta legalizar o rombo fiscal, diante de um Brasil abobado. Nem o mensalão, nem a queda de sete ministros no primeiro ano de governo – nada modificou em um milímetro o esquema parasitário.

Vocês estão esperando o quê? Que um companheiro bata na sua porta informando-lhe com ternura que veio buscar suas calças?

Mercosul: uma clausula anti-democratica e pro-ditaduras? - Editorial Estadao

Não sabia que o Mercosul havia abandonado sua cláusula democrática e adotado uma nova, pró-ditaduras, em seu ordenamento institucional. Alguém aí sabe quando foi adotado esse novo dispositivo? Foi um Protocolo ou uma Resolução do Conselho?
Preciso urgentemente atualizar minha documentação sobre o Mercosul, que vi nascer e acompanhei nos primeiros anos, tendo meu primeiro livro sido precisamente sobre o processo de integração. Quase não reconheço o rebento, hoje já "de maior". Acho que vou ter de revisar meus escritos, para relatar o novo perfil do transviado.
Paulo Roberto de Almeida


O apoio do Mercosul a Maduro 

Editorial O ESTADO DE S.PAULO 

26 Dezembro 2014

Multiplicam-se as denúncias de violações de direitos humanos na Venezuela. Diversas entidades vêm relatando nos últimos tempos vários casos de perseguição a dissidentes, de uso de tortura, de constrangimentos à imprensa independente e de submissão da Justiça ao governo. Diante desse cenário de ruína acelerada da democracia naquele país, a União Europeia e os Estados Unidos tomaram providências para deixar clara sua insatisfação e pressionar o autocrata Nicolás Maduro a respeitar os direitos dos venezuelanos.

Enquanto isso, Maduro foi recebido como estadista na última reunião do Mercosul, cujos associados não fizeram nenhuma menção à deterioração da democracia na Venezuela - ao contrário, condenaram os críticos do regime chavista, acusando-os de ingerência. Atitudes como essa só servem para aumentar a certeza de que o Mercosul está descolado da realidade e, pior, que aceitou o papel de cúmplice de um regime que se notabiliza cada vez mais pelos excessos.

Foi graças a essa truculência que o Parlamento Europeu aprovou, na semana passada, uma resolução em que condena em duros termos o governo de Maduro. Depois de relacionar as diversas vezes em que a entidade se manifestou a respeito das graves violações de direitos humanos na Venezuela desde 2007, o documento diz que o governo fez uso de "força desproporcional" para conter os opositores que foram às ruas protestar ao longo de 2014. Afirma também que os responsáveis pela violência desenfreada não foram punidos e que "a perseguição da oposição democrática por parte das forças de segurança ainda continua".

Em seguida, o texto relata os diversos casos de opositores presos sem o devido processo legal e que foram vítimas de tortura sistemática. Lembra que uma comissão da ONU que recentemente analisou os casos de tortura na Venezuela denunciou "a impunidade vigente e os maus-tratos a prisioneiros políticos, o uso excessivo da força, a aquiescência e a cumplicidade com as ações de grupos armados pró-governo, as detenções arbitrárias e a ausência das garantias processuais fundamentais".

Diante disso tudo, o Parlamento Europeu "condena veementemente a repressão à oposição democrática", diz que "o diálogo construtivo é impossível enquanto líderes da oposição continuarem arbitrariamente detidos" e incita o governo da Venezuela a "respeitar a sua própria Constituição e as obrigações internacionais" em relação às instituições democráticas.

Já nos Estados Unidos, o Congresso aprovou e o presidente Barack Obama sancionou um projeto que impõe sanções econômicas a todos os funcionários do governo venezuelano, ou pessoas que atuem em seu nome, que tenham cometido ou permitido violações de direitos humanos contra opositores. A punição é o bloqueio de bens e a revogação de vistos. O projeto americano ressalta ainda a necessidade de trabalhar em conjunto com a União Europeia para obrigar o governo de Maduro a dialogar com a oposição.

Essa forma de pressão é uma maneira de enfrentar a truculência de Maduro e de tentar salvar a Venezuela do colapso econômico e social. No entanto, os companheiros do Mercosul parecem não pensar assim e decidiram dar apoio explícito ao regime autoritário chavista, que causa sofrimentos cada vez maiores aos venezuelanos.

No comunicado da última reunião do Mercosul, os países-membros manifestaram seu "profundo rechaço" à imposição de sanções por parte dos Estados Unidos. "Medidas unilaterais dessa natureza ameaçam o princípio de não intervenção nos assuntos internos de outros Estados e em nada contribuem para a estabilidade e a tranquilidade social na região", diz o texto final.

No mesmo documento, a entidade dá parabéns à Venezuela por sua eleição para o Conselho de Segurança da ONU - considerando que esse mesmo país, cujo governo chama a atenção do mundo civilizado por sua truculência, será capaz de "defender os interesses do Mercosul" naquele órgão.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Venezuela: la tormenta perfecta - Roman Ortiz

O caos venezuelano atual é uma mistura de Termidor francês, revolução cultural maoista, processos stalinistas contra os inimigos do povo, violência ruandesa, inflação iugoslava e zimbabuana, gangsterismo nazi-fascista ao estilo das botas negras das milicias criminosas, e repressão administrada ao estilo da tirania castrista, tudo isso e o surrealismo bolivariano en plus...
Paulo Roberto de Almeida

Venezuela: la tormenta perfecta - Román Ortiz

Infolatam
Bogotá, 22 diciembre 2014  
Por ROMÁN ORTIZ

(Infolatam).- A estas alturas, es un secreto a voces en todas las cancillerías latinoamericanas que el régimen chavista en Venezuela se dirige hacia un irremediable colapso que arrastrará al presidente Nicolas Maduro. De hecho, la caída del barril de petróleo venezolano por debajo de los 55 dólares ha asestado un golpe mortal a las decrepitas finanzas del Estado bolivariano. La esperanza en muchas capitales de dentro y fuera de la región es que este sea un “default” similar a otros sufridos por gobiernos latinoamericanos de todos los colores. Al fin y al cabo, en las pasadas décadas, las bancarrotas de Perú, Brasil y Argentina “solo” se tradujeron en un empobrecimiento generalizado de los sectores populares – otros hicieron fabulosos negocios – una espiral de protestas sociales y un cambio de gobierno más o menos traumático.

Sin embargo, en los casos anteriores, los cimientos de las instituciones sobrevivieron y el fantasma de un desmoronamiento generalizado del Estado pudo ser conjurado. El problema es que la muerte del chavismo promete ser tan excepcional como ha sido la trayectoria del régimen que ha hundido Venezuela en el subdesarrollo político, económico y social. De hecho, la agonía del gobierno bolivariano combina tres factores que prometen generar una tormenta político-estratégica perfecta. Por un lado, una debacle económica que ha dejado el tejido productivo en un estado de postración como solo 45 años de estalinismo lo hicieron en Europa Central y Oriental. Por otra parte, una devastación institucional que solo se puede comparar a la creada por el personalismo y la arbitrariedad de dictaduras como las de Muamar Gadafi en Libia y Bashar al Assad en Siria. Finalmente, una fractura del aparato de seguridad estatal que recuerda en alguna medida al escenario previo a la guerra civil yugoslava, cuando ejército federal, guardias territoriales y formaciones de policía se alistaban para lanzarse unas contra otras.

La inevitable bancarrota económica.

3503G_venezuela_moneda_nueva

Venezuela cerró el año con un tipo de cambio de 175 bolívares por dólar en el mercado negro

Por lo que se refiere al colapso económico, las cifras no dejan lugar a la discusión. Venezuela cerró el año con un tipo de cambio de 175 bolívares por dólar en el mercado negro – la tasa oficial mantiene la fantasía de 6,3 por cada billete verde– una inflación que algunos analistas estiman por encima del 100% y un desabastecimiento de alimentos de primera necesidad que la consultora Datanalisis situaba en el 70% en las redes de distribución oficiales. Todo ello se hace visible mientras estimaciones independientes –el gobierno ya no proporciona estadísticas – calculan que el déficit público está en torno al 17% y la economía se ha contraído en un 3% en 2014. hace ya tiempo que los ascensos en la Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB), los cuerpos de policía y los servicios de inteligencia no se otorgan por méritos sino por fidelidad al proyecto bolivariano Así las cosas, no debería sorprender que la calificadora de riesgo Fitch haya reducido el valor de los bonos venezolanos a la categoría de CCC lo que en lenguaje financiero significa una notable probabilidad de suspensión de pagos.

Pero más allá del negro panorama de las cifras financieras, la economía venezolana se enfrenta a la quiebra generalizada de su tejido productivo. De hecho, el chavismo ha demostrado una capacidad para destruir la estructura económica que en poco envidiaría a la de los comunistas chinos durante los años 50 y 60. La infraestructura del país se encuentra en bancarrota después de 15 años de abandono. Los cortes de luz son rutina y hay zonas de Caracas que cuentan con suministro de agua solamente media hora al día. Entretanto, los sectores productivos están en ruinas.

La agricultura se ha desmoronado como resultado de la reforma agraria impulsada por el difunto presidente Chávez que barrio los derechos de propiedad sobre la tierra, destruyó el empresariado rural y multiplicó unos esquemas de producción cooperativa completamente inviables. Al mismo tiempo, la industria privada ha cesado de existir por el efecto combinado de un aluvión de medidas que anularon su rentabilidad – desde la prohibición de despedir empleados hasta los controles de precios– y una oleada de confiscaciones arbitrarias. El resultado es que la tradicional petro-dependencia venezolana ha alcanzado niveles exorbitantes. Según el Banco Central de Venezuela, la proporción entre exportaciones petroleras y no petroleras pasó de 69%- 31% en 1998 a 96% – 4% en 2012. El problema es que la economía del petróleo, la única existente, tampoco va bien. En el periodo 1998-2013, Caracas paso de producir 3,4 millones de barriles diarios a apenas 2,5.

La destrucción de las instituciones

Paralelamente al desmoronamiento económico, las instituciones de la democracia venezolana han dejado de existir para convertirse en instrumentos al servicio de un proyecto ideológico o sencillamente oportunidades de enriquecimiento para redes criminales que han conseguido capturarlas. Primero Chávez y luego Maduro han utilizado cada resorte del Estado para forzar a los ciudadanos a apoyar al régimen, premiar a sus simpatizantes y castigar a los disidentes. La adhesión a la revolución ha garantizado acceso a los programas sociales bautizados como “misiones”, empleo público y “regalos” del gobierno, desde computadores hasta carros.

Antonio Canova y Luis Alfonso Herrera consideran que el deterioro del sistema judicial se ha profundizado desde el ascenso del chavismo al poder | Foto William Dumont

Antonio Canova y Luis Alfonso Herrera consideran que el deterioro del sistema judicial se ha profundizado desde el ascenso del chavismo al poder | Foto William Dumont 

Entretanto, los opositores han sido marginados de cualquier ayuda pública y han visto como sus oportunidades económicas y sociales se reducían a medida que el chavismo adquiría un control absoluto de los órganos de gobierno. Dentro de este esquema, la conquista de la Justicia ha resultado clave para dejar al ciudadano indefenso. Sin ninguna contemplación, el ejecutivo ha recurrido a presionar o comprar a los jueces para obtener las sentencias que eran de su agrado. En su libro “El TSJ al servicio de la revolución”, los abogados Antonio Canova, Luis Alfonso Herrera, Rosa Rodríguez Ortega y Giuseppe Graterol han demostrado que la Corte Suprema venezolana no ha dictado ni una sola sentencia en contra del Estado entre las 45.474 emitidas en el periodo 2004-2013. Así las cosas, a nadie debería extrañar el encarcelamiento ilegal del líder opositor Leopoldo López.

En este contexto, cuando la oposición ha conservado una presencia significativa en ciertas instituciones, el régimen ha optado por destruirlas. Un buen ejemplo de este comportamiento ha sido la estrategia frente a los gobiernos estatales y municipales en manos de la oposición. El chavismo ha empleado una amplia gama de tácticas para hostigar a estas entidades, incluyendo retener sus presupuestos, perseguir judicialmente a sus líderes y restringir sus competencias en áreas como la seguridad pública. Pero además, ante la imposibilidad de someterlos completamente, ha preferido reemplazarlos progresivamente por estructuras de nuevo cuño que fusionan partido revolucionario y administración local: los consejos comunales. De hecho, estos organismos se han convertido en canales a través de los cuales el Estado distribuye buena parte de sus programas sociales. El problema es que los consejos no solamente son caóticos sino que además excluyen a todos los no chavistas.

Al mismo tiempo, una combinación de afanes ideológicos y desprecio por el conocimiento técnico ha conducido al Estado a una hipertrofia normativa que ha traído consigo parálisis, caos y corrupción. Si exceptuamos los experimentos socialistas de Cuba y Nicaragua, ningún gobierno latinoamericano como el venezolano ha intentado regular cada aspecto de la vida de sus ciudadanos, desde el margen de beneficio de las empresas hasta la educación en las escuelas. La paradoja es que esta obsesión por el control ha venido acompañada por una inmensa incompetencia. Todo se regula y nada funciona. Si se cumplen las normas, las actividades más sencillas se hacen imposibles. En consecuencia, la única opción para sobrevivir –desde mantener una empresa a flote hasta conseguir una caja de leche – es saltarse las reglas. El resultado ha sido una enorme expansión de la informalidad y la corrupción. El gobierno legisla, los ciudadanos sufren y unos pocos se enriquecen cobrando por las puertas traseras que agilizan trámites absurdos o facilitan medicinas imprescindibles. El Estado se ha convertido en un laberinto lleno de trampas y cualquier tiene que pagar para que lo guíen a la salida o arriesgarse a quedar atrapado.

La fragmentación del aparato de seguridad

Nicolás Maduro, presidente de Venezuela

… los ascensos en la Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB), los cuerpos de policía y los servicios de inteligencia no se otorgan por méritos sino por fidelidad al proyecto bolivariano

La tercera variable que crea las condiciones para la “tormenta perfecta” venezolana es una quiebra del monopolio del gobierno sobre el uso de la fuerza. La República Bolivariana ha visto una expansión sorprendente de los órganos de coerción del Estado. Tradicionalmente, la estructura del aparato de seguridad venezolano había resultado considerablemente enmarañada debido a la existencia de un modelo militar que incluía cuatro fuerzas – Ejército, Armada, Fuerza Aérea y Guardia Nacional – al que se añadían la Dirección Nacional de los Servicios de inteligencia y Prevención (DISIP), el Cuerpo Técnico de Policía Judicial (CTPJ) y un entramado de fuerzas policiales de rango estatal y local.

Sobre esta base, quince años de chavismo han dado pasos decisivos para hacer el sistema completamente ingobernable. De hecho, el régimen ha creado otros dos organizaciones adicionales. Por un lado, el Cuerpo de Policía Nacional Bolivariana que asumió la responsabilidad de mantener el orden a nivel nacional. Por otra parte, las Milicias Bolivarianas que se han convertido en una fuerza paralela al Ejército regular y teóricamente están llamadas a cumplir misiones tanto de seguridad interna como defensa exterior. A ello, se suma que el gobierno ha formateado ideológicamente dos de las instituciones de seguridad ya existentes: la DISIP ha pasado a llamarse Servicio Bolivariano de Inteligencia Nacional (SEBIN) y el CTPJ que se ha transmutado en el Cuerpo de Investigaciones Científicas, Penales y Criminalísticas (CICPC). En otras palabras, el modelo de seguridad bolivariano incluye 8 estructuras militares y policiales de alcance nacional a las que se suman las policías de estados y municipios.

Semejante laberinto organizativo se ha hecho cada vez más disfuncional como consecuencia de tres enfermedades. Por un lado, la politización de todo el sistema ha acabado con cualquier vestigio de profesionalismo y convertido a todos los organismos militares y policiales en una prolongación del partido de la revolución. De hecho, hace ya tiempo que los ascensos en la Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB), los cuerpos de policía y los servicios de inteligencia no se otorgan por méritos sino por fidelidad al proyecto bolivariano y, sobre todo, al jefe de turno. El problema es que como la revolución incluye líderes y líneas políticas dispares así también los organismos de seguridad han quedado subordinados a facciones ideológicas contrapuestas.

Por otra parte, la corrupción ha disuelto las cadenas de mando policial y militar. Muchas unidades militares y policiales han dejado de seguir órdenes para moverse exclusivamente por el afán de lucro, buscando cada oportunidad para recibir sobornos o involucrarse en actividades ilegales como el narcotráfico o el secuestro. Finalmente, las rivalidades entre los organismos de seguridad y defensa se han desbordado. Ciertamente, la hostilidad entre la Guardia Nacional y el Ejército o entre este y las Milicias Bolivarianas son de larga data. Pero es que además, la corrupción ha hecho los enfrentamientos más agudos y temibles. De hecho, la competencia por el control de las rentas criminales ha llegado a ser motivo de violencia entre miembros corrompidos de las distintas fuerzas de seguridad que no han dudado en echar mano de sus armas para asegurarse su parte del negocio frente a la avaricia de sus camaradas.

Bajo estas circunstancias, paradoja de las paradojas, el Socialismo del Siglo XXI ha creado las condiciones para la privatización de la seguridad. La inefectividad y la corrupción han desembocado en una espiral de criminalidad y violencia en las ciudades y los campos de Venezuela. Como consecuencia, han proliferado los “empresarios” de la seguridad disfrazados con distintos ropajes que imponen un nuevo orden sobre los ciudadanos a través de una combinación de coerción y poder económico. En muchos casos, se trata de estructuras político-criminales que conviven y colaboran con el régimen.

El mejor ejemplo son los llamados “colectivos”, grupos radicales que controlan barrios como el 23 de Enero de Caracas donde se lucran con todo tipo de negocios ilegales, mantienen el monopolio de la fuerza y administran una variedad de programas sociales. Estos grupos –desde “Los Tupamaros” hasta “La Piedrita” – forman parte de las estructuras de protección del régimen y han jugado un papel clave en la represión de las marchas estudiantiles de 2014; pero al mismo tiempo han protagonizado enfrentamientos con la policía por el control de los sectores urbanos donde hacen presencia. En realidad, en un buen número de distritos periféricos de las ciudades, grupos como ellos son la única forma de gobierno disponible.

Hacia un estallido de violencia

CARACAS (VENEZUELA), 12/05/2014.- EFE/Miguel Gutiérrez

… Todo un record en un país donde manifestarse en contra del gobierno puede tener consecuencias nefastas para los ciudadanos.

Así las cosas, la secuencia del estallido venezolano se puede trazar con alguna precisión. La presente hecatombe económica está pauperizando a una gran parte de la población. En consecuencia, resulta inevitable que se produzca un incremento de la conflictividad social y política cuyo resultado será un aumento de las presiones para forzar la salida del gobierno de Nicolas Maduro y, en general, el final del régimen. De hecho, una encuesta de Datanalisispublicada el pasado octubre ya revelaba un aumento del rechazo popular hacia el presidente venezolano que se situaba en torno al 67,5% de los encuestados. Todo un record en un país donde manifestarse en contra del gobierno puede tener consecuencias nefastas para los ciudadanos.

En un entorno institucional normal, estas tensiones políticas serían tramitadas a través de las instituciones con miras a avanzar hacia un relevo político ordenado. Pero al menos dos factores hacen imposible una transición sin sobresaltos. Por un lado, la dirigencia chavista sabe que no puede abandonar el poder sin exponerse a ser perseguida dentro y fuera del país por una lista de crímenes que van desde corrupción a violaciones de los derechos humanos. Por otra parte, las instituciones que deberían tramitar el cambio político – el Congreso, la Justicia, etc. – han sido convertidas en instrumentos de manipulación y represión por parte del oficialismo.

Como consecuencia, el gobierno responderá con dosis crecientes de represión a las protestas de una población que hace tiempo vio confiscados sus derechos civiles y ahora sencillamente no encuentra los bienes esenciales –comida, energía, etc. – que demanda su supervivencia. En cualquier caso, los límites de esta espiral represiva están marcados por las debilidades del aparato de seguridad chavista. A diferencia de casos como el régimen castrista, las Fuerzas Armadas y la Policía del régimen bolivariano están fracturadas por el faccionalismo político, la corrupción y los intereses regionales.

Bajo estas circunstancias, es muy dudoso que el llamamiento del ejecutivo a defender la revolución sea respondido de forma unida por militares y policías contaminados por el narcotráfico o “colectivos armados” que ven la crisis como una oportunidad para imponer el “verdadero socialismo”. Por el contrario, el estallido de ira popular podría ser el pistoletazo de salida para que distintas facciones del régimen, todas ellas armadas, se lancen unas contra otras en una disputa por los despojos del Estado. Resulta difícil aventurar si esta confrontación terminará en dictadura o caos; pero es seguro que traerá consigo violencia en una escala que la sociedad venezolana no contempla desde el “Caracazo” de 1989.

Una mirada a Venezuela casi inevitablemente trae a la memoria la conocida frase del líder girondino francés, Pierre Vergniaud, “la revolución, como Saturno, devorará sucesivamente a todos sus hijos y finalmente llevará al despotismo con todas las calamidades que siempre acompañan a este”. Pero como en otros experimentos de ingeniería social fracasados, la tragedia va más allá del naufragio de un puñado de intelectuales radicales y unos pocos aventuraros políticos. El verdadero drama reside en el destino de millones de ciudadanos comunes arrastrados al abismo por el fanatismo de algunos, la falta de escrúpulos de bastantes y la ignorancia de muchos. Las consecuencias del desastre prometen perdurar por mucho tiempo, a disposición de cualquiera que tenga la honestidad política para contemplarlas y extraer las imprescindibles lecciones.

Venezuela: Maduro continua o manual de economia "al reves" do seu finado caudilho

Inacreditável incompetência a dos bolivarianos: depois de destruirem a economia do país, ainda reincidem nas barbaridades econômicas. Precisam de um manual al revés, um Economics 010...
Um Estado Maior deve ser lido aqui nos seus dois sentidos, ambos nefastos, tanto o de achar que um bando de burocratas vai resolver os problemas econômicos do país, quanto o de aumentar ainda mais o controle do Estado sobre a economia, quando os problemas se originam justamente no Estado e suas burocratas incompetentes.
Recomendo ler também o excelente artigo de Román Ortiz para se fazer uma ideia da tragédia que é hoje a Venezuela, um país dilapido por um bando de criminosos psicopatas, a serviço dos tiranos cubanos, todos eles amigos dos companheiros.
Paulo Roberto de Almeida

Maduro creara un Estado Mayor para la recuperación de la economia

Infolatam/Efe
Caracas, 23 de diciembre de 2014 

Las claves

  • Reiteró que contra Venezuela existe una "guerra económica" y una "persecución financiera internacional" que ha ubicado el riesgo país con una calificación "peor que países como Ucrania", que se encuentra en guerra, para impedirle el acceso al crédito internacional.

Venezuela: la Tormenta Perfecta

El análisis
Román Ortiz

Román Ortiz

(Infolatam).- “El estallido de ira popular podría ser el pistoletazo de salida para que distintas facciones del régimen, todas ellas armadas, se lancen unas contra otras en una disputa por los despojos del Estado. Resulta difícil aventurar si esta confrontación terminará en dictadura o caos; pero es seguro que traerá consigo violencia en una escala que la sociedad venezolana no contempla desde el “Caracazo” de 1989″.

El presidente de VenezuelaNicolás Maduro, anunció que en “los próximos días” instalará el “Estado mayor para la recuperación de la economía” al asegurar que ha pedido ayuda de expertos en la materia al tiempo que prometió que el primer trimestre de 2015 lo dedicará a dar “la batalla económica”.

“Antes de finalizar este año voy a instalar en los próximos días el Estado mayor para la recuperación de nuestra economía, el Estado mayor económico, el Estado mayor presidencial dirigido personalmente por mi”, dijo Maduro durante una reunión con gobernadores en Caracas.

El gobernante hizo el anuncio después de recordar que los precios del barril de petróleo han bajado en los últimos meses producto “de la guerra de precios que desde Estados Unidos se ha desatado contra la Organización de Países Exportadores de Petróleo (del que Venezuela es miembro fundador), contra Rusia y contra los países productores de petróleo”.

Maduro resaltó que el barril ha bajado del promedio de 100 dólares el barril y “hoy está en 50 y así ha venido oscilando a la baja” por causa, dijo, de las técnicas de extracción “destructivas” que están aplicando en EE.UU.

Reiteró que contra Venezuela existe una “guerra económica” y una “persecución financiera internacional” que ha ubicado el riesgo país con una calificación “peor que países como Ucrania”, que se encuentra en guerra, para impedirle el acceso al crédito internacional.

Manifestó que hay “opinadores” internacionales que aseguraron este 2014 que Venezuela “iba para el default” o impago de la deuda y que esos vaticinios no se cumplieron pues su Gobierno pagó a tiempo y “así seguirá en 2015″.

“Nos vemos dentro de un año si quieren este mismo día a esta misma hora, Venezuela va a mantener el ritmo, no solamente de cumplimiento de sus compromisos financieros mundiales, sino el ritmo que es más importante, de sus inversiones para el desarrollo económico y el desarrollo social del país en moneda nacional y en moneda internacional”, señaló.

Hace dos semanas Maduro indicó que las empresas calificadoras de riesgo han puesto a Venezuela como el peor país “prácticamente en el mundo” para invertir con la idea de que no acceda a créditos, acción que, afirmó, tiene “causas políticas”.

La agencia Fitch Ratings rebajó el jueves pasado la calificación de la deuda de Venezuela, que pasa de “B” a “CCC”, por la dependencia del país de las materias primas y la “limitación” de su economía para responder a la caída de los precios del petróleo y su nivel “relativamente bajo” de reservas internacionales.

Venezuela cerrará 2014 con un enfriamiento de la actividad económica, una inflación que ronda el 60 % según los últimos datos oficiales ofrecidos hasta agosto, y una reiterada escasez de productos de primera necesidad.

Petrobras: e se o Comite Especial recomendar a substituicao de toda a diretoria e do Conselho?

Recebi o comunicado abaixo da seção de relacionamento com os investidores da Petrobras. (Eu nunca fui maluco para ser investidor dessa estatal ocupada e dilapidada pelos sanguessugas companheiros, mas me inscrevi mesmo não sendo para justamente receber comunicados singelos, vários mentirosos, como esse.)
O fato é o seguinte: toda a diretoria, repito TODA, foi conivente, omissa, incompetente, relapsa e carneira, submissa aos mafiosos da quadrilha que assaltou a companhia deliberadamente. E todo o Conselho foi inepto, ausente, irresponsável, desde o início da gestão companheira, alguns deles, não todos, até coniventes com os crimes cometidos.
Todos eles deveriam ser sumariamente demitidos, irpmediatamente.
A Petrobras, que está tecnicamente falida, deveria ser privatizada, para que os novos proprietários, privados, tentem soergue-la, para fazer aquilo que ela deveria fazer, sempre: não servir ao Brasil, muito menos ao governo, simplesmente faendo aquilo que toda empresa privada deve fazer: dar lucros aos seus proprietários e acionistas. Isso num ambiente totalmente aberto, desestatizado, desmonopolizado, integralmente concorrencial.
Paulo Roberto de Almeida

Petrobras: Constituição de Comitê Especial

Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 2014 – Petróleo Brasileiro S.A. – A Petrobras informa que o Conselho de Administração aprovou, em reunião realizada hoje, a criação de um Comitê Especial que atuará como interlocutor (“Reporting line”) das investigações internas independentes conduzidas pelos escritórios Trench, Rossi e Watanabe e Gibson, Dunn & Crutcher.

O Comitê Especial atuará de forma independente e terá linha de reporte direta ao Conselho de Administração. Dentre suas atribuições e responsabilidades destacam-se: (i) aprovar o Plano de Investigação; (ii) receber e analisar as informações encaminhadas pelos escritórios; (iii) assegurar que a investigação mantenha a independência, zelando para que esta não seja impedida ou obstruída; (iv) analisar, aprovar e viabilizar a implementação de recomendações feitas pelos escritórios; (v) comunicar e/ou autorizar os escritórios a se comunicarem com autoridades competentes, inclusive reguladoras, no que toca ao status da investigação, seus achados, bem como ações tomadas pela Companhia;  (vi) elaborar relatório final referente aos achados da investigação, bem como sobre as recomendações do Comitê  em relação às politicas internas e procedimentos relativos à investigação.

O Comitê Especial será composto por 3 membros: duas pessoas externas à Companhia, independentes, uma brasileira e outra estrangeira, com notório conhecimento técnico; e o Diretor de Governança, Risco e Conformidade.

Para membro brasileiro foi escolhida a Ministra aposentada do Supremo Tribunal Federal Dra. Ellen Gracie Northfleet e para membro estrangeiro o Dr. Andreas Pohlmann, Chief Compliance Officer da Siemens AG de 2007 a 2010.

Para agilizar as investigações, o Comitê Especial iniciará suas atividades com a atuação dos dois membros independentes. O Diretor de Governança, Risco e Conformidade passará a integrar o Comitê Especial tão logo seja nomeado.

A Dra. Ellen Gracie Northfleet é Ministra aposentada do Supremo Tribunal Federal, o qual presidiu no biênio 2006-2008, juntamente com o Conselho Nacional de Justiça ao qual, dentre outras atribuições, compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, zelar pela observância dos princípios da Administração Pública e pela legalidade dos atos administrativos praticados pelos membros do Poder Judiciário. A Ministra aposentada é reconhecida dentro e fora do Brasil por ser grande jurista com vasta experiência na análise de questões jurídicas complexas.

O Dr. Andreas Pohlmann é formado em Direito pela Universidade Goethe em Frankfurt e possui Doutorado pela Universidade Tuebingen. De 2007 a 2010 foi Chief Compliance Officer da Siemens AG e, subsequentemente, até novembro de 2011, membro do Conselho da Ferrostaal AG, onde foi responsável por Compliance e Administração. Além de sua participação na Pohlmann & Company, ele foi Chief Compliance Officer e membro do Comitê Executivo da SNC-Lavalin Group Inc. em Montreal, Canadá, de 2013 a 2014.

Atenciosamente, 

Relacionamento com Investidores. 

========

Bando de salafrários...


Imperios: ou voces baixam o porrete, ou se retiram de cena

Parece que Theodore Roosevelt tinha razão: fale macio, mas leve um porrete numa das mãos.  
Patética a situação da comunidade internacional em face dos crimes continuados em Darfur: o TPI retira a ordem de captura do presidente do Sudão, que tem as mãos, e os pés, manchados do sangue de centenas de milhares de vítimas, e a ONU retira suas tropas do Darfur, pois não consegue cumprir sua missão. 
Estamos no limiar de uma nova Ruanda?
Paulo Roberto de Almeida

U.N. Set to Cut Force in Darfur as Fighting Rises

    UNITED NATIONS — Under intense pressure from the government of Sudan, the United Nations is planning to shrink its floundering peacekeeping force inDarfur, even though renewed fighting there has chased more people from their homes this year than during any other in the past decade.

    The withdrawal plans come right after the chief prosecutor of the International Criminal Court, Fatou Bensouda, announced that she had decided tosuspend the genocide case against Sudan’s president, Omar Hassan al-Bashir, because world powers have done nothing to secure his arrest.

    The twin retrenchments are emblematic of the limits of international attention at a time when Darfur has been overshadowed by newer crises and conflicts around the world, from the civil wars in Syria and South Sudan to theEbola epidemic.

    Once the world’s largest peacekeeping operation, with 20,000 blue-helmeted soldiers on the ground, the United Nations force in Sudan’s Darfur region has already been trimmed by 4,000 troops, and plans are underway to cut more in the coming months despite the surge in violence.

    Even at full strength, the mission has been criticized for failing to protect civilians in one of the world’s worst humanitarian crises. Since 2003, when an armed rebellion in Darfur was met with a brutal government crackdown, the conflict has claimed tens of thousands of lives, if not hundreds of thousands, and displaced more than two million people.

    Now, as rebel groups splinter and the notorious pro-government janjaweed militias re-emerge, renewed fighting has chased 457,000 people from their homes this year alone, according to the United Nations.

    But United Nations officials say that their forces are routinely attacked by Sudanese forces and their proxies; that it is virtually impossible for their peacekeepers to remain in the country without Sudan’s blessing; and that some of their units have performed poorly and could be eliminated.

    “The heart of the matter for us remains the protection of civilians affected by the conflict and ensuring that any drawdown does not have a negative impact on this critical task,” said the United Nations’ under secretary general for peacekeeping, Hervé Ladsous. “My sense is that while we have by no means been perfect in this regard, without us many, many more would have been killed, displaced, put in harm’s way.”

    One plan being considered is to limit peacekeeping activities to guarding the camps that shelter displaced civilians. A final decision will be made by the Security Council and the African Union, which jointly run the mission, sometime next year.

    United Nations officials say Sudanese obstructionism is mostly to blame for the setbacks, while critics accuse the United Nations of ineptitude and cover-ups. The mission remains one of the world’s most expensive, with an annual budget of $1.4 billion.

    “Darfur was always a gamble,” said a United Nations diplomat, who was not authorized to speak publicly on the matter. “The political coalition that was putting pressure on Sudan evaporated, and once that happened, and the Sudanese continued to demonstrate extreme ruthlessness, we found ourselves unable to do our job.”

    The growing sense of international resignation toward Darfur stands in jarring contrast to the passionate activism that it stirred only recently, when “Save Darfur” was a household term, with thousands of people around the world chanting “Not on my watch!” and Hollywood celebrities like George Clooney using their fame and fortune to draw attention to Darfur’s misery.

    Activists say they are stunned that Darfur has become a largely forgotten crisis given that some of their old allies have risen to positions of power.

    Eight years ago, in a sunlit hut on the border of Chad and Darfur, a freshman American senator stood surrounded by refugees, thoughtfully absorbing their stories of massacres.

    “I’m going to be working hard when I get back to the United States,” he reassured the survivors. “The people of Darfur who are here in Chad are not going to be forgotten.”

    That freshman senator was Barack Obama, and activists complain that he has done little with his presidency to help Darfur. They say that his ambassador to the United Nations, Samantha Power, an outspoken advocate for the need to prevent mass atrocities, has likewise let Darfur down.

    “I’m afraid the time has come for her to put up or shut up,” said Eric Reeves, a professor at Smith College and one of the leading American voices on Darfur. If Mr. Obama does not toughen his policies toward Sudan, Mr. Reeves argued that Ms. Power should resign in protest.

    An American official countered that Ms. Power had used her position on the Security Council to improve the weak peacekeeping mission, pushing for greater accountability and a clearer focus on the protection of civilians — all despite Russian resistance on the Council; the Kremlin staunchly backs the Bashir government. Ms. Power’s office did not respond to requests for comment.

    Another senior American official said that despite “many competing conflicts,” the Obama administration continued to work behind the scenes on diplomatic efforts for Darfur, adding that the American government had provided $1 billion in humanitarian assistance over the past six years to the region.

    Critics, including inside the United Nations, point out that the peacekeeping mission has capitulated too often to government pressure. In the most recent example, after Sudanese soldiers were accused of raping more than 200 women and girls in a remote village in North Darfur in October, United Nations peacekeepers botched the investigation, human rights groups say.

    A recent internal United Nations review found that in a sample of 16 instances of violence against civilians and peacekeepers, the mission had failed to properly investigate about a third of them. Mostly, the mission omitted details of “possible wrongdoing by government or pro-government forces,” the review said.

    “Keeping silent or underreporting on incidents involving human rights violations and threats or attacks on U.N. peacekeepers cannot be condoned under any circumstances,” said a statement from Secretary General Ban Ki-moon, describing him as “deeply troubled” by the findings.

    In a measure of how divided the Council remains, one American diplomat said Russia sought to block a briefing by the chief of the review committee.

    Mr. Bashir, Sudan’s president, who is running for re-election in 2015, has publicly called for all blue helmets to leave Sudan. In November, he put that demand in writing, urging the United Nations to “prepare and implement an exit strategy.”

    Some analysts said that Mr. Bashir may just be posturing and that his government benefits enormously from the money and veneer of peace that the mission generates. Still, a spokesman for the secretary general said in a statement on Thursday that the Sudanese authorities had asked two top United Nations officials to leave the country.

    It seems unlikely that the Security Council will take new punitive measures against Sudan, with relations between Russia and the West at their lowest point since the Cold War. A case in point: The International Criminal Courtwrote to the Council eight times in recent years, urging the world body to help secure Mr. Bashir’s arrest. The Council did not even write back. A former Council diplomat said that Russia and China said no response was necessary.

    Years ago, when its relations with the West were less antagonistic, Russia did go along with an effort to refer Mr. Bashir to the international court. But things are different now, said Al Tayeb Zain El Abdin, a political scientist at the University of Khartoum. The Sudanese government used to ask Russia to use its veto on the Council, he said, “especially when referring Darfur to the I.C.C., but Russia refused.” Now, he said, “Russia is in a new mood.”

    This month, Ms. Bensouda, the court’s chief prosecutor, said without concrete help from the world’s most powerful body, there was nothing more she could do to advance the case.

    “If there was full political will of all the members on the Security Council, then something would have happened,” she said in an interview in New York.

    She took pains to say that she had no intention of dropping the charges against Mr. Bashir. A warrant for his arrest remains in effect, she warned, and countries that belong to the court have a legal obligation to arrest the Sudanese president when he visits their territory.

    But Mr. Bashir has traveled freely to countries like Kenya, Djibouti and Chad, all members of the treaty that created the court. At no point did the Council even scold those countries, let alone sanction them.

    The United States has refused to join the court, undercutting its ability to agitate on the Bashir case. But activists argue there is a long list of other things the Obama administration could do to put pressure on Sudan, including tightening economic sanctions, pushing for more humanitarian access in areas under siege, pressing allies to arrest Mr. Bashir and trying to label Sudanese gold — a crucial revenue source for the government — as a conflict mineral.

    John Prendergast, a longtime Darfur activist, said key administration officials, including Ms. Power, who is a close friend, remained concerned about Darfur, though “right now the foreign policy is overwhelmed by a tidal wave of crises.”

    “Popular mobilization can’t be sustained for that long for something so far away,” he said. “Once that happens, the political will weakens.”

    In Darfur, fear is growing. Even though few are satisfied with the United Nations peacekeepers, they are terrified about what will happen if they leave.

    “It would get worse,” said El Tahir Ismail, an elder in a displaced persons camp in North Darfur. “We are in a big prison; we can’t leave the camps, there is no police, no security — there is no law.”

    Postagem em destaque

    Livro Marxismo e Socialismo finalmente disponível - Paulo Roberto de Almeida

    Meu mais recente livro – que não tem nada a ver com o governo atual ou com sua diplomacia esquizofrênica, já vou logo avisando – ficou final...