terça-feira, 6 de abril de 2021

Sobre “cartas de leitores” e “comentários” nas redes sociais: o mergulho na barbárie - Paulo Roberto de Almeida

 Sobre “cartas de leitores” e “comentários” nas redes sociais: o mergulho na barbárie 

Paulo Roberto de Almeida 

Sou, sempre fui, um grande leitor das seções de “cartas de leitores” nos jornais e periódicos impressos, que são selecionadas e publicadas, e desde algum tempo dos “comentários” da audiência de quaisquer lives interessantes, e neste caso já não há mais seleção por editores responsáveis,: entra tudo de cambulhada, do bom, do mau e do feio.

Posso dizer que fico realmente impressionado, não exatamente com as reclamações, críticas ou argumentos contrários ao que diz, ao que disse o palestrante, eu mesmo, por exemplo.

Fico supreendido e até estarrecido com a violência de ataques grosseiros, ofensas raivosas, expressões de ódio e xingamentos dos mais escabrosos que são expelidos por uma malta de obscurantistas, ignorantes e intolerantes que dispõem atualmente de todas as condições técnicas para divulgar suas vulgaridades dignas dos mais rasteiros dos bárbaros sanguinários, uma tropa de boçais incultos que não mais estão contidos pela consciência de sua própria idiotice consumada. Trata-se de um fenômeno novo na história da humanidade, que significa o poder atribuído aos mais idiotas de expressar livremente sua agressividade, seu ódio à inteligência e à cultura, especialmente magnificadas desde que um grande idiota chega ao poder!

Estamos em face do triunfo dos idiotas, que vão nos vencer pelo número, de que falava Nelson Rodrigues?

Provavelmente! Mas eles não vão conseguir enterrar a inteligência e a cultura de forma permanente; são apenas temporariamente e parcialmente dominantes, o que já aconteceu, por exemplo, na guerra civil espanhola — no caso do coronel Milan Astray —, mais recentemente nos Estados Unidos sob o mentecapto Trump, e ainda agora no próprio Brasil com o boçal do Bolsonaro. 

São momentos que nos constrangem e nos envergonham, pois representam a ascensão do obscurantismo, do ódio à inteligência, da intolerância com respeito à cultura, da recusa do saber, da negação da ciência. Tristes tempos, que depois passam, mas que mortificam, por saber que a ignorância crassa ainda encontra guarida em nossas sociedades.

Conclusão:

As hordas de Atila deixaram os cavalos nas planícies europeias e embarcaram nas redes sociais, a todo galope, em direção à ignorância...

Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 6/04/2021

A volta do Cronista Misterioso: semi-rejubilante (moderadamente) com a saída do chanceler acidental: vai continuar a série? - Ereto da Brocha, Paulo Roberto de Almeida

 49. Xarab Sai (semana 49)

 

[Nota PRA: Nosso Cronista Misterioso rejubila-se com a saída do histriônico personagem que envergonhou a diplomacia profissional brasileira durante mais de dois anos, praticamente desde antes do dia 14 de novembro de 2018, quando ele foi confirmado como o encarregado de operar uma “diplomacia sem ideologia” – e só ofereceu ideologia e NENHUMA diplomacia –, até o último dia 29 de março de 2021, quando, para alívio de TODOS os diplomatas – OK, menos um ou dois – resolveu finalmente pedir demissão do cargo que NUNCA deveria ter assumido, e no qual só emporcalhou o ministério e a imagem externa do Brasil. O nosso Batman diz que abriu um champagne e mandou acender um cubano, mas eu não seria capaz de gastar nem um espumante ordinário com essa excrescência antidiplomática: no máximo fiz uma caipirinha com pisco, pois que nem aguardente brasileiro quis gastar com aquele que foi chamado pela Senador Katia Abreu de “Ex-nesto”. Vamos ver até onde vai a verve do nosso Cronista misterioso, pois seu principal personagem saiu, aparentemente, de cena. Desconfio, pessoalmente, que ao ser lotado na Secretaria de Administração, ele pretende pilotar a política externa e a diplomacia a partir de um MREdoB. Vamos ver.] 

 

 

Há uns bons meses, temos indagado, eu e você, caro leitor, até quando estaríamos fadados a lamentar a presença nefasta de nosso psicopata-chanceler. Foram meses difíceis, nos quais os próprios limites do real foram testados. Foram meses de tristeza, desespero, desaforo e destruição da casa e do espírito de Rio Branco, bem como de algumas troças e risadas que arrancamos das asneiras que vivemos.

 

Mas a tão aguardada hora chegou. Você que aguardou ansiosamente o espocar da champanha e o retinir das taças! Você, inimigo mortal da angústia e do desespero, esteja preparado... Prepare o seu coração para a emoção, para o grito silencioso que eu, você e todos nós temos guardado há mais de dois anos dentro do peito! Ernesto caiu! E temos de celebrar! Sirvam-me uma taça da champanha e acendam-me um daqueles puros. 

 

É dia de festa na casa de Rio Branco! Gritemos aos quatro cantos desta redonda Terra, que o pior chanceler da história já não é mais! Vamos festejar o sofrer e o penar da chancelaria estapafúrdia e da queda patética do pior e do mais baixo entre nós! Celebremos, também, o fracasso das tentativas cafonas e insipientes do ministrículo de tentar manter-se no cargo por meio de mentiras sobre o Senado da República. Celebremos a burrice de quem dobra a aposta quando já sabe que uma carta salvadora não virá.

 

Xarab sai e entra um substituto não ideológico. Um novo ministro menos afeito à loucura, com mais dignidade. Isso deve, sim, ser festejado. Mas devemos lembrar que acabou-se a chuva nos arcos deste palácio e o preguiçoso do astro-rei mostra-nos apenas uma cara pálida e sombria, como de quem esteve a dormir por muito tempo e acordou contra a vontade. Pudera, pois, com sol ou chuva, os hábitos de nosso genocida, desleal e covarde governo não se alteram.

 

Por isso, bebam e celebrem, mas lembrem-se que ainda há nuvens escuras no céu desta capital.

 

Ministro Ereto da Brocha, OMBUDSMAN


Brazil’s Agricultural Competitiveness: Recent Growth and Future Impacts Under Currency Depreciation and Changing Macroeconomic Conditions - USDA (2020)

Brazil’s Agricultural Competitiveness: Recent Growth and Future Impacts Under Currency Depreciation and Changing Macroeconomic Conditions

Constanza Valdes, Kim Hjort, and Ralph Seeley

United States Department of Agriculture

Economic Research Service

Economic Research Report

Number 276 - September 2020


Economic Research Service

www.ers.usda.gov

United States Department of Agriculture

Recommended citation format for this publication:

Valdes, Constanza, Kim Hjort, and Ralph Seeley. September 2020. Brazil’s Agricultural Competitiveness: Recent Growth and Future Impacts Under Currency Depreciation and

Changing Macroeconomic Conditions, ERR-276, U.S. Department of Agriculture, Economic Research Service.


Abstract

Macroeconomic reforms and policies have contributed to Brazil’s emergence as one of the world’s most competitive agricultural exporters. Brazil’s agricultural sector increased its exports in recent years, despite experiencing one of its worst recessions during 2014-16, falling international commodity prices, and slower demand growth in China and other foreign markets. To understand the forces behind this development, this report examines the effects of changing macroeconomic conditions on Brazil’s agricultural production and trade by simulating impacts of accelerated depreciation of its exchange rate and sustained macroeconomic growth. When the Brazilian currency weakens, higher prices in local currency stimulate production and exports of most major commodities. Simulations show that depreciation of Brazil’s currency results in greater world supplies, lower prices in global markets, and increased competition for U.S. exports. Finally, a simulation of stronger Brazilian economic growth shows that an increase in domestic consumption would have reduced Brazil’s exports of beef, corn, cotton, ethanol, pork, and soybean meal, easing downward pressure on world prices. However, Brazil’s soybean exports would not have been significantly affected by stronger economic growth.

Keywords: Brazil, agriculture, production, trade, recession, exchange rate, devaluation, credit, interest rates, domestic support.

See here: 

https://www.academia.edu/45683770/Brazils_Agricultural_Competitiveness_Recent_Growth_and_Future_Impacts_Under_Currency_Depreciation_and_Changing_Macroeconomic_Conditions_USDA_2020_


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Uma palestra no curso de pós-graduação em Direito Internacional do CEDIN - Paulo Roberto de Almeida

3883. “Especulações sobre a evolução da ordem global do século XXI, à luz do Direito Internacional e da Política Mundial”, Brasília, 1 abril 2021, 18 p. Palestra Magna no Curso de Pós-Graduação em Direito Internacional oferecido pela Faculdade CEDIN, a convite do professor Leonardo Nemer e da professora Amina Guerra, em 5/04/2021, 19hs, via Sympla. Feito resumo para exposição oral, com base em revisão do texto em 4/04/2021. Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/45677567/Especulacoes_sobre_a_evolucao_da_ordem_global_do_seculo_XXI_a_luz_do_Direito_Internacional_e_da_Politica_Mundial_2021_) e em Research Gate.


Especulações sobre a evolução da ordem global do século XXI, à luz do Direito Internacional e da Política Mundial

 


Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor no Centro Universitário de Brasília (Uniceub).

Notas para “palestra magna” no Curso de Pós-Graduação em

Direito Internacional na Faculdade CEDIN, a convite do

professor Leonardo Nemer e da professora Amina Guerra.

Dia 5/04/2021, 19hs.

  

A despeito do título pretensioso, não existe, na verdade, uma ordem global, nunca existiu, e é duvidoso que venha a existir alguma no decorrer de nossas existências, ou em qualquer tempo futuro. Explicitando: não existe uma ordem global, pelo simples motivo da diversidade de povos e das civilizações, embora possam ter existido diversas ordens regionais parcialmente globais, eventualmente interagindo umas com as outras, por vezes cooperativamente, em outras ocasiões de maneira mais agressiva. Não existe e dificilmente existirá, no futuro previsível, uma ordem global, uma vez que a humanidade continuará diversa e desigual até onde a vista alcança. As sociedades humanas ainda não conseguiram superar as paixões, ódios, ciúmes, ambições, prepotência e arrogância que estão conosco desde a guerra de Troia, pelo menos. Mas, atenção, a Helena não tem nada a ver com a guerra de Troia, e sim tratou-se de disputas entre egos inflados de dirigentes políticos movidos por interesses bem mais mesquinhos, ligados, como sempre ocorre, a poder e dinheiro, um reforçando o outro. As paixões e os interesses estão no centro disso tudo, e assim continuará sendo, com uma humanidade ainda muito diversa e diversificada, não integrada etnicamente, socialmente, culturalmente, e menos ainda economicamente, a despeito da globalização.

O historiador britânico Arnold Toynbee foi, até meados do século XX, um grande estudioso da ascensão e do declínio das civilizações, assunto que tem a ver tangencialmente com o nosso objeto: a existência de várias ordens globais regionais – geralmente grandes impérios – e sua sucessão ao longo do tempo. Não sou nenhum Toynbee, não tenho a sua imensa capacidade de síntese histórica, e não pretendo mergulhar no itinerário das grandes civilizações do passado para tentar discernir alguns princípios evolutivos de seus itinerários respectivos, da ascensão, do clímax, do declínio e eventual desaparecimento de algumas delas, sobretudo em direção ao futuro. Parece inclusive que esses grandes exercícios comparativos resumindo a grande traços certos determinismos históricos – origem, desenvolvimento, ascensão, clímax, declínio e eventual desaparecimento de civilizações inteiras – já estão desacreditados; o que temos hoje são exercícios de história global, a propósito da qual posso começar recomendando o livro de Jürgen Osterhammel, The Transformation of the World: a global history of the Nineteenth Century (Munich 2009; Princeton 2014), que já foi chamado de o “Fernand Braudel do século XIX”, já que este dominava os séculos XVI a XVIII.

Vou concentrar-me em nosso próprio século, com algum benefício de ter observado direta e atentamente a evolução das sociedades humanas no último meio século pelo menos. Discorrer sobre a “evolução da ordem global do século XXI”, como pretensiosamente eu coloquei no título desta palestra, implica em que o palestrante tenha dons de profeta, o que nunca foi meu objetivo, daí a razão de eu ter colocado “especulações” à frente do objeto principal a ser abordado. Sim, é possível discorrer sobre a evolução do que temos atualmente, ainda que a tarefa se complique ainda mais quando se pretende fazê-lo “à luz do Direito Internacional e da Política Mundial”. 

(...)

Ler a íntegra no link: https://www.academia.edu/45677567/Especulacoes_sobre_a_evolucao_da_ordem_global_do_seculo_XXI_a_luz_do_Direito_Internacional_e_da_Politica_Mundial_2021_ 




  Não pretendo ler todo o texto, mas fazer uma glosa, pois essas leituras enfadonhas possuem virtudes dormitivas...

Paulo Roberto de Almeida

domingo, 4 de abril de 2021

Uma homenagem a Frank D. McCann - Martha K. Huggins

 Recebido hoje, 4/04/2021: 

 

From: mhuggins12305@yahoo.com

 

Dear friends of Frank McCann,


Forgive me for using one of Frank's email's to you but I want this to be published in a number of places in his honor. Here are my memories of Frank in the attachment below.

Martha K. Huggins

 

 

Memories of Frank McCann, my mentor, by Martha K. Huggins:

 

This is a very difficult memory to write without crying. I learned that Frank had died on Good Friday late the next evening through a letter from UC Berkeley historian Linda Lewin. I slept fitfully having lost an academic and intellectual mentor and friend of 47 years. 

My first contact with Frank was in a c.1973 in a University of New Hampshire graduate seminar that he taught on “Comparative Slave Systems.” Frank opened my eyes to Brazil and deepened my understanding of histories that I had never before been taught. Frank’s course and his careful analysis of slaves’ lives, their enforced labor, their inequitably managed religious participation and their many forms of resistance to the brutal management of their lives in the structured slave systems of Brazil, Haiti, and the U.S. South. What Frank had taught me academically and through his teaching and mentoring shaped my future teaching, mentoring, and research. Frank’s UNH seminar on slavery guided my later doctoral dissertation research (1975-1977) on slavery in Pernambuco. But I am getting ahead of myself.

Frank McCann was first and foremost my intellectual mentor. As a professor of history Frank carried his love of Brazil, accompanied by his wife Diane McCann, into their home: After teaching a seminar on Brazil students would be invited to the McCann home to meet the newest Brazilian or Brazilianist in town. We would talk while eating Brazilian food and enjoying Brazilian music. There was a Brazilian rede for relaxing in Frank and Diane’s living room; I once shared it collegially with another recently deceased, brilliant, and much loved ‘Branilianist,’ 

Frank firmly believed that researching in Brazil was impossible without knowing Brazil’s food and other essential aspects of Brazilian culture. When I missed a lecture or other ‘Brazil event’ hosted by Frank at UNH the next day as Frank passed me in the hall that linked the Sociology Department (my major) to the History Department, Frank would kindly admonish me: “Dee Dee, Dee Dee!, you missed seeing ‘Fulano de Tal’s’ lecture on Colonial Brazil but he’s coming to dinner at our house tonight, can you attend?” A soft nudge backed by a dinner invitation was an important component of Frank’s mentoring.

In 1974 I applied for a Latin American Teaching Fellowship (LATF) funded by Tuft’s Fletcher School of Law and Diplomacy and the Ford Foundation. I did not know at the time that several Brazil-related scholars had been asked by the Ford Foundation if they knew me and my work; each had said that they had no knowledge of me or my work (Information obtained by a graduate student in a research seminar directed by Historian Elizabeth Cancelli (University of São Paulo (USP), Department of History)Fortuitously, Frank McCann ran into the recruiter for the LATF fellowship lunching at a table on the sidewalk near the Copacabana Palace. Frank sat down with the recruiter and talked with him about my application. Frank’s apparently solid recommendation launched my career as a “Brazilianist.” Mentoring counts and so do chance encounters!

In Recife, between 1975 and 1977—teaching at the University Federal de Pernambuco and researching for my dissertation—published in 1985 as, From Slavery to Vagrancy in Brazil: Social Control and Crime in the Third World(Rutgers University, 1984) -- I often wrote Frank with questions and thoughts as my research broadened to include historical papers and the prison logs of the Casa de Detenção do Recife—then housed at the Ilha de Itamaracá. When my book was published in 1984 Frank expressed great pride about my publication and said that it was an ‘important’ contribution to scholarship on slavery. I especially appreciated Frank’s opinion because Frank and I had very different theoretical and disciplinary foci and training. In contrast, a well-known historian of slavery wrote briefly in his review of From Slavery to Vagrancy: “Do not read this book.” That was literally all the reviewers said. Mentoring requires patience and an acceptance of differences: Frank McCann practiced both. 

I credit Frank McCann with any success that I have had in my 42-years as a Brazilianist. As a sociologist who takes a critical criminology approach to social control by government agents, I feared that Frank would have serious reservations about the “academic quality” of From Slavery to Vagrancy in Brazil. But as always Frank McCann was supportive and encouraging.

I have carried with me throughout my career a respect for Frank McCann’s carefully researched and well-written books, his intellectual teaching, and his intense attention to student research and writing. I think of Frank McCann every time I work with students, conduct my own research, and write about what I have learned from research—to be honest, thorough, and inside the lives of those I study. 


Dear, Dear Frank, I shall miss you. Abraços de Dee Dee (Easter Sunday, April 4, 2021 

 


Museu de Valores do BC em acesso virtual: conheçam os oito padrões monetários do Brasil inflacionado...

 

Museu de Valores do BC agora pode ser acessado virtualmente; veja imagens

Lançamento on-line na última semana

Há história dos meios de pagamento

Visita é feita com câmera 360º

Acervo reúne 135 mil peças

Página inicial para começar a tour virtual no Museu de Valores do BC (Banco Central). Reprodução/Site do Banco Central 

 
04.abr.2021 (domingo) - 6h00

Museu de Valores do BC (Banco Central) passou a permitir o acesso a fotografias de alta definição do acervo de forma virtual. O usuário que tiver interesse poderá fazer o trajeto do espaço, localizado na sede, em Brasília, pelo site, por meio de imagens com visualização em 360 graus.

O passeio virtual está disponível desde 3ª feira (30.mar.2021) e poderá ser acessado no site do BC. O museu está fechado por causa da pandemia de covid-19.

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A interação digital permite que o usuário escolha por onde transitar virtualmente e possa ver imagens e histórias dos meios de pagamento, além do dinheiro. O passeio virtual inicia do lado de fora do Banco Central. O usuário escolhe se vai para o Museu de Valores ou para a galeria de arte.

Entrada do Museu de Valores no Banco Central. Reprodução/Site do Banco Central

Segundo o Banco Central, o visitante poderá percorrer, além do Museu de Valores, os espaços da Galeria de Arte, do Salão Nobre de Reuniões e da galeria dos ex-presidentes.

Reprodução/Site do Banco Central

Reprodução/Site do Banco Central

O passeio tem áudios e janelas pop up com galeria de painéis. A interface é interativa para a navegação. O Museu de Valores foi inaugurado em 1972, na cidade do Rio de Janeiro. Foi transferido para Brasília depois da construção do edifício-sede atual, no centro de Brasília. O prédio foi inaugurado em 8 de setembro de 1981.

De acordo com a autoridade monetária, o Museu tem mais de 135 mil peças de cédulas e moedas brasileiras e estrangeiras, além de barras de ouro, pepitas, condecorações, medalhas e artefatos ligados à fabricação do dinheiro.

Reprodução/Site do Banco Central

Reprodução/Site do Banco Central

Reprodução/Site do Banco Central

Reprodução/Site do Banco Central

Reprodução/Site do Banco Central

Galeria de Arte do Banco Central foi inaugurada em Brasília, em 1989. O acervo tem 554 peças de pinturas, desenhos, gravuras e esculturas, “principalmente de reconhecidos artistas brasileiros relacionados ao Modernismo brasileiro como Candido Portinari, Di Cavalcanti, Ismael Nery e Tarsila do Amaral”.

De acordo com o Banco Central, os destaques da exposição são a Pepita Canaã, a maior pepita de ouro encontrada no país, a Peça da Coroação, a barra de ouro quintado e o Patacão de 1809.

Reprodução/Site do Banco Central

Além da exposição do museu e galeria, o usuário também pode ter acesso à vista de Brasília pelo Banco Central. O prédio é localizado no centro de Brasília.

Reprodução/Site do Banco Cental

HISTÓRICO MUSEU DE VALORES

Segundo o Banco Central, a coleção do museu foi formada durante a década de 1970 depois dos processos de liquidação dos bancos de investimento Halles e Áurea. As instituições deixaram de atuar no mercado financeiro do Brasil.

“Do Banco Halles, o Banco Central recebeu 13 painéis de Candido Portinari – o grande painel Descobrimento do Brasil e os doze trabalhos da série Cenas Brasileiras. Do Banco Áurea, foi recebida uma coleção originária da falência da Galeria Collectio, que concentrava grandes nomes do mercado de artes plásticas, em regra, artistas ligados ao modernismo ou a seus desdobramentos”, disse a autoridade monetária.

Reprodução/Site do Banco Cental

Reprodução/Site do Banco Cental

Vacinados contra o golpe - Fernando Gabeira

 

Vacinados contra o golpe. Por Fernando Gabeira

VACINADOS CONTRA O GOLPE

VACINADOS CONTRA O GOLPE

FERNANDO GABEIRA

Sociedade está reduzida a protestos virtuais. Mas cedo ou tarde julgaremos Bolsonaro



GUERRA DAS VACINAS


ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE EM O ESTADO DE S. PAULO
 E NO SITE DO AUTOR, www.gabeira.com.br, 
EDIÇÃO DE 2 DE ABRIL DE 2021

Enquanto os líderes mundiais lançavam um comunicado considerando a pandemia o maior problema da humanidade desde a 2ª Guerra, aqui, no Brasil, Bolsonaro quis dar um golpe para evitar o combate eficaz contra o coronavírus. Esta é a leitura que faço dos episódios da semana.

Bolsonaro pressionou o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, não apenas para demitir o comandante do Exército, mas para ter condições de neutralizar pela força as medidas restritivas que os governadores impuseram em seus Estados para salvar vidas.

Com a demissão do ministro, os comandantes das Três Armas renunciaram em protesto contra Bolsonaro. E ficou evidente ali que o Exército não se lançaria na aventura de Bolsonaro, que, em nome da economia, tinha o potencial de matar mais ainda uma população já devastada pelo coronavírus.

A divergência entre a visão do Exército e a de Bolsonaro sobre a pandemia ficou evidente na véspera da demissão do ministro Fernando Azevedo, que ao sair se limitou a dizer que manteve a instituição militar como força do Estado, e não de um governo.

Em entrevista ao Correio Braziliense, o general Paulo Sérgio, diretor do Departamento de Pessoal do Exército, mostrou como a instituição atravessou a pandemia, obedecendo os mais estritos protocolos de segurança. Previdente, como, aliás, o são todos os governos do mundo, o Exército já se preparava para uma terceira onda. O saldo do combate, na proteção de 700 mil pessoas sob sua influência, foi muito positivo. Basta comparar o índice de mortalidade na Força, que foi de 0,13%, com o do Brasil, 2,5%.

Apesar de ter processado milhares de comprimidos de hidroxicloroquina em seus laboratórios, por influência de Bolsonaro, o Exército internamente comportou-se como grande parte da humanidade, tentando seguir protocolos de segurança. Houve também a passagem desastrosa do general Pazuello pelo Ministério da Saúde. Mas no seu pronunciamento o comandante Edson Pujol ressaltou que a ida de militares para o governo era uma escolha pessoal.

A posição de Pujol a respeito da pandemia pareceu inequívoca no seu documentado encontro com Bolsonaro em Porto Alegre. Bolsonaro estendeu a mão, Pujol ofereceu o cotovelo, que é o tipo de saudação recomendado pela OMS.

Lembro-me, naquele momento, de que escrevi sobre as ligações originárias das Forças Armadas com o positivismo, o que deve ter despertado nos militares não só um respeito, mas também uma disposição de associar seu trabalho à ciência.

Felizmente, a tentativa de envolver os militares na aventura macabra de sabotar pela força as medidas contra a pandemia fracassou. Mas Bolsonaro tinha um plano B.

Ele sabe que a instituição é mais sólida do que as PMs e logo em seguida pôs o plano em prática. Por intermédio de um deputado, tentou aprovar com urgência um projeto de mobilização nacional, que lhe daria controle de todas as PMs do Brasil. Tudo indica que ele busca desesperadamente uma força militar para impor suas ideias acerca da pandemia, uma força de intimidação dos adversários ancorados no bom senso.

Fora essa tentativa desastrada de dar um golpe para aplicar sua política de morte, Bolsonaro fez uma minirreforma ministerial, que apenas colocou o Centrão dentro do palácio, com a chave do cofre, e renovou algumas indicações familiares para cargos decisivos, como, por exemplo, o Ministério das Relações Exteriores. Poucos se lembram de que o início da crise era a pressão do Senado para derrubar o pior chanceler da nossa História, Ernesto Araújo.

Araújo apenas teorizava as ideias toscas de Bolsonaro com tintas de Steve Bannon, Olavo de Carvalho e da própria Alt Right americana. O foco do nosso isolamento internacional, diria mesmo de nossa vergonha, é o comportamento do presidente Bolsonaro, que fez do Brasil uma ameaça internacional, pela destruição ambiental e pela tragédia sanitária.

Ao escolher um modesto diplomata, que jamais ocupou uma embaixada, Bolsonaro quer mantê-lo agradecido pelo cargo e aberto à sua influência – mais precisamente, à influência do filho Eduardo, um dos grandes artífices da nossa destruidora política externa.

Bolsonaro enfrenta essa crise profunda num momento em que as próprias condições de governabilidade se diluem. Uma clara demonstração disso foi o Orçamento aprovado no Congresso. Sempre se diz que o Orçamento no Brasil é uma peça de ficção. Mas este, que foi aprovado com uma hipertrofia dos gastos militares, talvez esteja mais para um filme de horror.

Não se trata apenas de governabilidade num momento qualquer, mas durante uma pandemia de que o Brasil é o epicentro mundial, campeão indiscutível em número de mortos.

Um presidente incapaz, entregue no campo político à voracidade dos seus aliados do Centrão, buscando de todas as maneiras sabotar a luta contra a pandemia – tudo isso compõe um cenário desolador, sobretudo porque a sociedade está reduzida, no momento, a protestos virtuais.

Cedo ou tarde, julgaremos Bolsonaro.


Fernando Gabeira*– é escritor, jornalista e ex-deputado federal pelo Rio de Janeiro. Atualmente na GloboNews, como comentarista especial. Foi candidato ao Governo do Rio de Janeiro. Articulista para, entre outros veículos, O Estado de S. Paulo e O Globo, onde escreve às segundas.

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