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segunda-feira, 5 de abril de 2021

Uma palestra no curso de pós-graduação em Direito Internacional do CEDIN - Paulo Roberto de Almeida

3883. “Especulações sobre a evolução da ordem global do século XXI, à luz do Direito Internacional e da Política Mundial”, Brasília, 1 abril 2021, 18 p. Palestra Magna no Curso de Pós-Graduação em Direito Internacional oferecido pela Faculdade CEDIN, a convite do professor Leonardo Nemer e da professora Amina Guerra, em 5/04/2021, 19hs, via Sympla. Feito resumo para exposição oral, com base em revisão do texto em 4/04/2021. Divulgado na plataforma Academia.edu (link: https://www.academia.edu/45677567/Especulacoes_sobre_a_evolucao_da_ordem_global_do_seculo_XXI_a_luz_do_Direito_Internacional_e_da_Politica_Mundial_2021_) e em Research Gate.


Especulações sobre a evolução da ordem global do século XXI, à luz do Direito Internacional e da Política Mundial

 


Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor no Centro Universitário de Brasília (Uniceub).

Notas para “palestra magna” no Curso de Pós-Graduação em

Direito Internacional na Faculdade CEDIN, a convite do

professor Leonardo Nemer e da professora Amina Guerra.

Dia 5/04/2021, 19hs.

  

A despeito do título pretensioso, não existe, na verdade, uma ordem global, nunca existiu, e é duvidoso que venha a existir alguma no decorrer de nossas existências, ou em qualquer tempo futuro. Explicitando: não existe uma ordem global, pelo simples motivo da diversidade de povos e das civilizações, embora possam ter existido diversas ordens regionais parcialmente globais, eventualmente interagindo umas com as outras, por vezes cooperativamente, em outras ocasiões de maneira mais agressiva. Não existe e dificilmente existirá, no futuro previsível, uma ordem global, uma vez que a humanidade continuará diversa e desigual até onde a vista alcança. As sociedades humanas ainda não conseguiram superar as paixões, ódios, ciúmes, ambições, prepotência e arrogância que estão conosco desde a guerra de Troia, pelo menos. Mas, atenção, a Helena não tem nada a ver com a guerra de Troia, e sim tratou-se de disputas entre egos inflados de dirigentes políticos movidos por interesses bem mais mesquinhos, ligados, como sempre ocorre, a poder e dinheiro, um reforçando o outro. As paixões e os interesses estão no centro disso tudo, e assim continuará sendo, com uma humanidade ainda muito diversa e diversificada, não integrada etnicamente, socialmente, culturalmente, e menos ainda economicamente, a despeito da globalização.

O historiador britânico Arnold Toynbee foi, até meados do século XX, um grande estudioso da ascensão e do declínio das civilizações, assunto que tem a ver tangencialmente com o nosso objeto: a existência de várias ordens globais regionais – geralmente grandes impérios – e sua sucessão ao longo do tempo. Não sou nenhum Toynbee, não tenho a sua imensa capacidade de síntese histórica, e não pretendo mergulhar no itinerário das grandes civilizações do passado para tentar discernir alguns princípios evolutivos de seus itinerários respectivos, da ascensão, do clímax, do declínio e eventual desaparecimento de algumas delas, sobretudo em direção ao futuro. Parece inclusive que esses grandes exercícios comparativos resumindo a grande traços certos determinismos históricos – origem, desenvolvimento, ascensão, clímax, declínio e eventual desaparecimento de civilizações inteiras – já estão desacreditados; o que temos hoje são exercícios de história global, a propósito da qual posso começar recomendando o livro de Jürgen Osterhammel, The Transformation of the World: a global history of the Nineteenth Century (Munich 2009; Princeton 2014), que já foi chamado de o “Fernand Braudel do século XIX”, já que este dominava os séculos XVI a XVIII.

Vou concentrar-me em nosso próprio século, com algum benefício de ter observado direta e atentamente a evolução das sociedades humanas no último meio século pelo menos. Discorrer sobre a “evolução da ordem global do século XXI”, como pretensiosamente eu coloquei no título desta palestra, implica em que o palestrante tenha dons de profeta, o que nunca foi meu objetivo, daí a razão de eu ter colocado “especulações” à frente do objeto principal a ser abordado. Sim, é possível discorrer sobre a evolução do que temos atualmente, ainda que a tarefa se complique ainda mais quando se pretende fazê-lo “à luz do Direito Internacional e da Política Mundial”. 

(...)

Ler a íntegra no link: https://www.academia.edu/45677567/Especulacoes_sobre_a_evolucao_da_ordem_global_do_seculo_XXI_a_luz_do_Direito_Internacional_e_da_Politica_Mundial_2021_ 




  Não pretendo ler todo o texto, mas fazer uma glosa, pois essas leituras enfadonhas possuem virtudes dormitivas...

Paulo Roberto de Almeida