O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

1302) Um intercâmbio acadêmico sobre a responsabilidade do Intelectual

Transcrevo abaixo o que os americanos chamariam de exchange, ou seja, um intercâmbio acadêmico com um colega sobre um dos temas mais relevantes de todas as épocas, desde os filósofos gregos até nossos dias de ética deformada nas instituições públicas. Trata-se de um debate sobre a responsabilidade dos intelectuais, e o thread, ou seja, a fileira de mensagens é auto-explicativa, eximindo-me, portanto, de maiores explanações preliminares.
Paulo Roberto de Almeida

1) Um post sobre Marx e os marxismos:

On 05/06/2009, at 15:57, Antonio Ozaí da Silva wrote:

Leia no BLOG DO OZAÍ:
Marx e os marxismos
Aprendi, na prática e na teoria, a diferenciar Marx dos marximos.* Da mesma forma que não podemos responsabilizar Jesus Cristo pelo que os cristãos fizeram e fazem em seu nome, também seria absurdo identificar de forma absoluta a teoria de Karl Marx com as práticas, e mesmo as interpretações teóricas, dos seus seguidores. Quem é a expressão verdadeira da obra marxiana? Não é por acaso que todos disputam o legado histórico, a tradição que a obra original representa. Trata-se de se apropriar do capital simbólico.
http://antonio-ozai.blogspot.com/2009/06/marx-e-os-marxismos.html

Permaneço aberto às críticas e contribuições. Comentários sempre são lidos e bem-vindos, mesmos os críticos...
Abraços e ótimo final de semana,
Antonio Ozaí da Silva
blog http://antonio-ozai.blogspot.com
Professor na Universidade Estadual de Maringá (DCS/UEM), editor da Revista Espaço Acadêmico, Revista Urutágua e Acta Scientiarum. Human and Social Sciences e autor de "Maurício Tragtenberg: Militância e Pedagogia Libertária" (Ijuí: Editora Unijuí, 2008).


2) Tendo lido tardiamente, respondi apenas no dia 15 de agosto de 2009:

Paulo R. de Almeida disse...
Meu caro Ozai,
Em meio a tantos afazeres, comento tardiamente este seu post, para lhe indicar uma correção fundamental.
Você equipara Cristo e Marx para desculpabilizá-los, previamente, de quaisquer bobagens, besteiras ou mesmo crimes, que seguidores, discípulos ou quaisquer outros indivíduos posteriores tenham cometido em nome da doutrina original.
Creio que você incorre aqui num ERRO GRAVE, que é comum nesse tipo de alusão desculpabilizante.
Você esquece, simplesmente, que Cristo -- ao que se sabe um personagem histórico sobre o qual não temos fontes originais -- não parece ter feito obra teórica ou empírica registrada diretamente, ou seja, ele não foi autor de nenhum manuscrito, a não ser de parábolas, ensinamentos, predicações e outras formas de transmissão oral de princípios, valores, concepções, das quais tomamos conhecimento pelo registro indireto e posterior de quatro evangelistas e alguns comentaristas esparsos, nenhum dos quais parece ter convivido com o personagem histórico.
Ou seja, não se pode imputar diretamente a Cristo qualquer responsabilidade pelo uso que os pósteros fizeram dessas predicações, pois ele não guarda conexão direta, pelo menos registrada, com as fontes da doutrina.
DIFERENTE, muito diferente, é o caso de Marx, um intelectual militante, um homem de partido, um responsável de organização, um jornalista ativo e um agitador diretamente conectado às lutas de seu tempo.
Ele PODE, SIM, ser responsabilizado pelo que ocorreu depois, pois os que fizeram o que se sabe em países tão diferentes como a Rússia ou a China, o fizeram em nome de sua doutrina, referindo-se especificamente a textos de Marx.
Esta responsabilidade intelectual pelo que escrevemos e pregamos é insubstituível e irrenunciável.
Por isso acho que você deveria revisar o seu texto ou escrever um novo, sobre a responsabilidade dos intelectuais.
Somos todos responsáveis pelo que escrevemos e pregamos...

Paulo Roberto de Almeida
15 de Agosto de 2009 15:07


3) O autor me respondeu hoje, 21 de agosto de 2009:

On 21/08/2009, at 16:23, Antonio Ozaí da Silva wrote:
Caro Paulo,
Muito obrigado.
Sei que és uma pessoa muito ocupada e, sinceramente, fico lisonjeado e agradecido por vc encontrar tempo para ler e comentar meus humildes textos. Ademais, sempre aprendo com seus comentários. Porém, aprender não é o mesmo que concordar. Respeito a sua posição, embora reconheça a complexidade do tema, ou seja, o que envolve o intelectual. Concordo que somos responsáveis sim pelo que escrevemos, mas discordo em imputar culpa por outro ter interpretado e agido como considerou melhor. Assim, reafirmo que Marx não é culpado pelo que os marxistas fizeram em seu nome. De qualquer forma, que importância tem essa nossa discussão para ele? Ele está morto... é o que todos dizem e eu acredito...
abraços e tudo de bom,
____________________
Antonio Ozaí da Silva


4) Como considero que a resposta foi insatisfatória, voltei ao debate:

Meu caro Ozai,
Acho que você missed the point, como dizem os americanos, ou seja, esquece de algo fundamental.
Por certo não se pode imputar a Cristo nenhuma das barbaridades que seus discípulos e seguidores fizeram em seu nome, em termos de massacres de heréticos, cruzadas contra os infiéis, etc. Afinal de contas, ele não assinou nenhum texto e não se sabe se os evangelistas foram ou não fieis às suas prescrições, que de toda forma eram especialmente "humanitaristas" e tolerantes (aquela coisa de "oferecer a outra face", em lugar de simplesmente passar seu adversário na espada...).
Agora, você esquece que Marx não apenas assinou textos, como recomendou a revolução proletária, a expropriação violenta da burguesia e a implantação de uma ditadura do proletariado como forma de transição para o socialismo, recomendações seguidas fielmente (e até agravadas) por Lênin (que mandou simplesmente eliminar fisicamente todos os que pertenciam à classe inimiga, independentemente de culpa individual) e todos os demais fiéis seguidores do credo, com o registro de enormes violências que todos conhecem ao longo do século 20.
Sinto muito, mas essa coisa de desculpar Marx pelo que fizeram os marxistas em seu nome não é apenas ILÓGICO no plano formal, é totalmente equivocado no plano material, da história concreta da humanidade desde o final do século 19 até nossos dias ainda.
Ou você acha que em Havana e Piong-Yang se recomenda a leitura de Adam Smith (ou de Cristo) sobre Marx e Lênin? O que se lia nas universidades soviéticas e chinesas ao tempo da construção do socialismo?
Sinto muito, seu argumento simplesmente não faz sentido e não bate com a realidade.
Existem coisas que eu admito no trabalho acadêmico, como os equívocos derivados de um insuficiente conhecimento da história.
Agora, honestidade intelectual é a primeira exigência de quem trabalha com o registro dos fatos históricos e sua interpretação no plano das ciências humanas.
-------------
Paulo Roberto de Almeida

O debate parou, por enquanto, nesse ponto.
Paulo Roberto de Almeida
21 de agosto de 2009

Addendum importante:

On 21/08/2009, at 18:08, Rodrigo do Amaral Souza wrote:
Meus marxistas favoritos são os geniais irmãos Groucho, Harpo e Chico. Os seguidores do velho Karl só me dão tédio...

Paulo,
Quanto a seus comentários sobre Jesus, uma pequena correção: dois dos quatro evangelistas, João e Mateus, conviveram intimamente com Cristo. Eram seus discípulos e apóstolos. João escreveu ainda cartas (epístolas) e o Livro do Apocalipse.
Outros apóstolos, como Pedro e Tiago, são autores de epístolas e livros do Novo Testamento. O maior de todos os autores neotestamentários, contudo, Paulo, que escreveu boa parte do Novo Testamento e pode ser considerado como o consolidador da doutrina cristã, não chegou a conhecer pessoalmente Jesus.
Abraços,
Rodrigo

-------

Caro Rodrigo,
Muito grato pelas correções evangélicas, bem-vindas. De fato, dois apóstolos viveram ao tempo de Jesus e registraram suas palavras.
Eu considero a mensagem de Jesus, assim como a de Buda e a da tradição judaica, como eminentemente positiva, em termos de predicação humanista, respeitadora dos direitos individuais do homem (e da mulher) e promotora de valores superiores aos que eram cultivados no seu tempo histórico.
Já outras mensagens de guerra santa são eminentemente negativas, mas não preciso me estender neste ponto.
O fato é que todo mundo deve assumir responsabilidade pelo que prega, fala, escreve...
-------------
Paulo Roberto de Almeida

1301) A fabulosa Alba e seus programas sociais

Abaixo uma informacao sobre um tal de Conselho Social da Alba, que vai tratar de criar um programa social chamado "Mi primer Empleo", talvez inspirado no exemplo do governo Lula. Tendo em vista os prodigiosos resultados desse magnifico programa para gastar dinheiro do contribuinte tentando fazer aquilo que o mercado poderia fazer naturalmente se não houvesse tantos obstaculos institucionais à contratacao de mao-de-obra, juvenil ou não, pode-se augurar um desastroso resultado para esse programa da Alba também.
Quanto à discussao sobre os medicamentos, a intenção é claramente a quebra de patentes, como sabemos que é preconizado no Brasil também. Mais um brilhante fracasso pela frente no acesso de nossas populações a medicamentos e à qualificação tecnológica desses países, com um tipo de comportamento deliberadamente anti-patentário...
-------------
Paulo Roberto de Almeida

Consejo Social del ALBA se reúne hoy en Bolivia
Telesur (Viernes 21/08/2009)

El Consejo Social de la Alianza Bolivariana para los Pueblos de Nuestra América (ALBA) se reúne este viernes en La Paz, sede del Gobierno de Bolivia, con énfasis en políticas de integración en educación, empleo, salud y obras públicas.
El ministro de Trabajo de Bolivia, Calixto Chipana, uno de los organizadores del encuentro, precisó que con excepción de Honduras, debido al golpe de Estado que se perpetró en ese país centroamericano el pasado 28 de junio, a la cita asisten representantes de los otros ocho países integrantes de ese bloque regional.
Según Chipana, la cita tendrá una sesión de apertura en la que las delegaciones de Antigua y Barbuda, Bolivia, Cuba, Dominica, Ecuador, Nicaragua, San Vicente y Las Granadinas y Venezuela recibirán el saludo protocolar del canciller boliviano, David Choquehuanca.
La agrupación ministerial prevé presentar un acta constitutiva del encuentro, al igual que se hizo previamente en Venezuela con la reunión del Consejo Económico, y en Ecuador, donde recientemente se reunió el Consejo Político.
El ministro Chipana señaló que su Despacho presentará algunas iniciativas como el plan Mi primer empleo, que favorece a sectores vulnerables en el área, principalmente a jóvenes, y aseguró que los ministros profundizarán en los programas de alfabetización y posalfabetización, además de un plan para la formación de docentes.
Asimismo, el ministro boliviano de Educación, Roberto Aguilar, dijo que la experiencia de la Red de Universidades Indígenas, puesta en marcha el pasado 2 de este mes, podría suscitar el interés de las autoridades de la ALBA.
De igual modo, los ministros de Salud deliberarán sobre propiedad intelectual de los medicamentos y el acceso a los mismos, así como la vigilancia epidemiológica tras el impacto del virus AH1N1.
En la cita, los titulares de Obras Públicas evaluarán las innovaciones tecnológicas en construcción de viviendas sociales y el enfrentamiento a los embates climáticos.
Los temas que debatan los ministros serán abordados en la VII Cumbre de Jefes de Estado y de Gobierno de la ALBA, que se realizará en la ciudad boliviana de Cochabamba los días 16 y 17 de octubre.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

1300) Imprensa e corrupcao na e da sociedade

Este resumo não está disponível. Clique aqui para ver a postagem.

1299) Juizes "inconstitucionais" deveriam ser punidos

O título não tem nada a ver, a rigor, com a nota abaixo, que transcrevo inicialmente, a partir de newsletter da UGT, uma das muitas centrais sindicais que vivem com o nosso dinheiro, supostamente em defesa do emprego dos já empregados...

SOLIDARIEDADE COM O “ESTADÃO”: a decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal de não acolher o pedido de liminar em mandado de segurança do jornal O Estado de São Paulo, mantém na prática a limitação imposta desde 30 de julho, quando o desembargador Dácio Vieira proibiu divulgar reportagens sobre o filho do presidente do Senado Federal, Fernando Sarney. O jornal recebeu a limitação como "censura" e está recebendo uma enxurrada de manifestações de solidariedade, vinda dos diversos segmentos da sociedade brasileira. A última decisão é do desembargador Waldir Leôncio Cordeiro Lopes Júnior.

==========
Volto à minha sugestão: acredito que o Conselho Nacional de Justiça deveria impor uma multa pecuniária, e talvez até uma suspensaão temporária, a todo e qualquer juiz que extravasasse de suas atribuições e proclamasse qualquer decisão que afrontasse cabalmente a Constituição.
O que o juiz amigo do Sarney fez, ao decretar a censura ao jornal Estado de S.Paulo, decisão confirmada por um colega complacente, foi claramente inconstitucional. Deveriam ser punidos, ambos, e duramente.
Minha modesta sugestão é que todo juiz maluco possa ser contido preventivamente. Não dando, que pelo menos haja punição ex-post.

1298) G20 financeiro: mini-sintese dos paises

Em preparação do encontro do G20 financeiro em Setembro, a BBC preparou mini-fichas sobre a situação econômica e a postura internacional de cada um dos países participantes.
-------------
Paulo Roberto de Almeida

G20: Economic summit snapshot
BBC, 20/08/2009

The leaders of the Group of 20, or G20, of the world's most powerful countries will next meet in the US city of Pittsburgh, in September to discuss the global economic crisis.
Click on the links below to find out more about the economic challenges faced by member states and what signs of recovery are starting to appear.

ARGENTINA
One of South America's largest economies, Argentina was in economic difficulties even before the global downturn struck.
Expansionary policies had caused the economy to overheat, fuelling inflation, while tax revenues shrank because the country's farm exports were fetching lower prices on world markets.
The government responded to the fall in tax revenues by increasing taxation on agricultural exports, a move that sparked continuing protests by farmers.
President Cristina Fernandez, who came to power in December 2007, nationalised the private pension system in November last year to help plug the hole in the government's finances.
But the row over taxation gave the government a confrontational image that contributed to its defeat in congressional mid-term elections in June.
Previously privatised companies such as Aerolineas Argentinas have also returned to state control.

AUSTRALIA
Australia has experienced a long period of stable economic growth since its last recession in 1991, benefiting from the rise of China and India as markets for its raw materials.
However, its resources-based economy has struggled since the worldwide financial turmoil began in the middle of 2008.
Its mining firms are cutting back on capital spending, reducing staff numbers and mothballing projects.
In February, the government of Prime Minister Kevin Rudd announced a 42bn Australian dollar ($26.5bn; £19bn) stimulus plan, to try to shield the country from the global downturn, and so far Australia has avoided slipping into recession.
The Australian economy grew by 0.4% in the first three months of 2009, following a contraction of 0.5% between October and December of last year.
But despite its efforts, the government has warned that the unemployment rate could hit 8.5% by mid-2011.
Mr Rudd has argued that the G20 alone has the global economic reach to tackle the world economic crisis.
Mr Rudd continues to enjoy strong approval ratings over his handling of the economy, and is renowned for his strong work ethic, earning him the nickname Kevin 24/7.

BRAZIL
It was confirmed in June that Latin America's biggest economy had entered recession.
But foreign investors have been putting money into Brazil recently in the hope that its economy will recover more quickly than other countries.
The Ibovespa stock market index has been reaching levels not seen since before the global financial crisis.
Brazil has also said it will offer $10bn in financing to the International Monetary Fund to help improve the availability of credit in developing countries.
The world's biggest exporter has been hit by sharp falls in world commodity prices as the global downturn curbs demand.
Brazilian interest rates have traditionally been among the highest in the world, but recent months have seen rates cut to record lows to try to bring the country in line with the cheaper borrowing costs of many of its neighbours.
Brazilian President Luiz Inacio Lula da Silva has argued that developed countries should not turn to protectionism, and has pushed for a greater role for developing countries in the world economy.

CANADA
Thanks to the North American Free Trade Agreement (Nafta), Canada's economic health is closely linked to that of the US, which buys three-quarters of its exports.
The ailing car industry, for instance, is as big a problem for Ottawa as it is for Washington. As a result, Canada has copied many of the US government's tactics, such as cutting interest rates and drawing up stimulus packages, although with the same lack of success.
However, Canada's banking sector and housing market are in better shape than in the US, with far fewer sub-prime mortgages.
In February, the Canadian parliament passed a 40bn Canadian dollar ($32bn; £23bn) economic stimulus package as part of the country's annual budget.
But it did not stop the economy contracting at the fastest rate sine 1991 in the first three months of 2009.
The economy shrank by 5.4% on an annualised basis during the quarter, though this was better than expected.

CHINA
The global downturn failed to prevent China overtaking Germany as the world's third-largest economy.
In fact, China's economy has shown signs of improvement recently, with the annual growth rates of both industrial output and retail sales rising in July.
But the downturn has had serious consequences for the country, both internally and externally.
Chinese exports have been hit hard by falling world demand, with millions of rural migrants returning to their villages after the factories that employed them closed down.
China's waning appetite for raw materials has had a knock-on effect on other countries' exports, crushing hopes that key emerging markets could compensate for the developed world's slowdown.
Its banks have not felt the impact seen elsewhere, but ordinary people have - with migrant workers especially hard hit.
While China's growth remains relatively strong compared with other countries, it has launched a $587bn stimulus package and has underlined that it now has the largest deficit in 20 years.
And China has recently been talking about the possibility of a new world currency to replace the dollar, though it stopped short of calling for this when it met with Brazil, Russia and India at the first Bric summit in June.

FRANCE
France became one of the first European countries to exit recession, together with Germany, when official data showed the French economy grew by 0.3% between April and June.
Finance and Economy Minister Christine Lagarde called the data "surprising", but said consumer spending and strong exports had helped boost GDP.
Unlike most other G20 countries, France had seen social unrest in response to the global downturn, with millions of workers taking industrial action at the beginning of the year in protest at the government's handling of the economic crisis.
In February, the government announced a 26bn-euro ($33.1bn; £23.5bn) initiative designed to revitalise the economy.
France has pushed hard for tougher financial regulation. The G20 agreement, signed in April, provides for stricter controls on bankers' pay and bonuses, more regulation of hedge funds and ratings agencies, and sanctions against tax havens.
At the time, President Nicolas Sarkozy said the deal went "well beyond what we had imagined".
But since then, France has played a leading role in the European Union's proposed Alternative Investment Funds Directive - aimed at further regulation of hedge funds, private equity and other alternative investment funds - putting it at odds with the UK and the US, who are wary of imposing overly-stringent rules.

GERMANY
Like France, Germany is no longer in recession, after surprise GDP data showed the economy grew by 0.3% in the second quarter.
The Federal Statistics Office said that household and government expenditure had boosted growth, adding that imports has declined far more sharply than exports.
Earlier this year, the government had forecast the German economy, which accounts for about a third of eurozone output, would shrink by 6% in 2009. That would be by far its worst performance in the post-World War II era.
In February, the country approved a 50bn-euro ($63bn, £44bn) stimulus plan, and Chancellor Angela Merkel said Germany would emerge from the economic crisis stronger than when it entered it.
Germany also launched a car scrappage scheme in February - in which drivers receive a cash incentive to scrap their old car and buy a new one - to boost the ailing car industry.
The scheme has been widely deemed a success, with more than 1.7 million applications received so far.
With federal elections coming up in September, Mrs Merkel's CDU-CSU manifesto proposes cuts in income tax, which could cost Germany an estimated 15bn euros, while the Social Democrats have pledged to bring full employment to Germany.
Along with France, Germany has also been calling for more regulation of financial markets and was a key player in the EU's proposed Alternative Investment Funds Directive.

INDIA
The Indian government under Prime Minister Manmohan Singh is well placed to embark on economic changes, having won a new term with a strong margin in May.
In July's budget, Finance Minister Pranab Mukherjee said the government's "first challenge" would be to return to a growth rate of 9% a year "at the earliest".
The Indian economy grew 6.7% in the year to the end of March 2009, but had grown by an average of 8.8% in the previous five years.
Agriculture, which makes up about a fifth of the economy, was one of the sectors to see growth fall, while industrial firms such as Tata have been severely affected by the freeze in world credit markets and a general fall in global spending.
In the budget, the government also increased spending on urban poor schemes and the jobs-for-work scheme to help the poor.
Although India's economy has undoubtedly been affected by the global recession, Prime Minister Singh has said he has no intention of going to the IMF for help - an institution he partly blamed for the economic downturn, saying it had conducted "too little surveillance of the affairs of the developed countries".
Mr Singh has also shared France and Germany's concern for greater regulation of financial markets.
He has said he is happy that his country has been admitted to two key standard-setting bodies.
"India has now been made a fully-fledged member of the Financial Stability Forum [and] also the Basel Banking Committee. This from India's point of view is a plus factor," he said.

INDONESIA
Globalisation has been a significant economic benefit for Indonesia in recent years.
Thanks in no small part to a big growth in manufacturing facilities for major multinationals, its economy grew 6.1% in 2008.
However, with Western firms cutting back production towards the end of the year, Indonesia's exports dropped sharply in the final three months of the year.
To help lift the economy, the government of President Susilo Bambang Yudhoyono has passed a $6bn (£4.3bn) fiscal stimulus.
But with overseas debts estimated at $151.7bn, the government has its own financial woes.
And critics say it is not doing enough to stamp out corruption that continues to deter some would-be investors.
In July, the country was also rocked by deadly blasts at two hotels in the capital Jakarta, leaving many worried about the impact this would have on Indonesia's reputation, especially among foreign investors and tourists.

ITALY
The Italian economy, the third-largest in the eurozone, was one of the first to enter recession.
Its economy has now shrunk for five quarters in succession, although the 0.5% contraction in the second quarter was smaller than expected and much smaller than the 2.7% contraction seen in the first quarter.
The latest figures have raised hopes that the country's recession may be easing.
Italy was also one of the first to approve a stimulus programme. In November, the government of Prime Minister Silvio Berlusconi approved an 80bn euro ($102bn; £66bn) emergency package that included tax breaks for poorer families, public works projects and mortgage relief.
Italy has the world's third-highest debt burden, expected to top 110% of GDP this year.

JAPAN
Japan followed fellow G20 members Germany and France out of recession, when it was confirmed that its economy grew by 0.9% in the second quarter.
But many analysts say the rise was due to a $260bn (£159bn) government stimulus package, and are uncertain as to how long growth will continue for.
The slowdown in the world's second-biggest economy was steeper than that being experienced in the US or Europe, as Japan has been hit particularly hard by falling global demand for its products, particularly electronic equipment and cars.
Consumers have cut back too, alarmed by rising unemployment. And its exports plunged in the first half of the year.
Japanese banks were hit hard by declines last year in the stock market, as they own stakes in many companies to strengthen business ties.
Two of the country's banks, Shinsei Bank and Aozora Bank, agreed to merge after struggling in the downturn.
But as the stock market recovers, banks hope for an upturn in their fortunes. The country's biggest bank, Mitsubish UFJ, and rival Mizuho have both said they expect to return to profit this year after reporting large losses last year.
In the run-up to the general election at the end of August, Prime Minister Taro Aso insists he can deliver on the economy, but commentators say he is being hampered by his growing unpopularity within his own party.

MEXICO
The Mexican economy is so intertwined with that of the US that when Wall Street sneezes, Mexican firms can find themselves in intensive care.
About 80% of Mexico's exports go the US, leaving the country vulnerable to falling US demand.
Mexico also thrives on remittances from workers who have migrated to the US, but these have fallen for the first time since records began in 1995.
In January, thousands attended a rally in Mexico City to protest at the economic policies of President Felipe Calderon's government.
Mexico was the first country to benefit directly from the release of more IMF funds, as agreed by the G20 in April, when it had a $47bn credit line approved by the body in April.
It has said it does not intend to use the money, but applied for it as a precaution in the event of further deterioration in global markets.
The outbreak of swine flu has hit the country's tourism industry hard and also led to some countries banning imports of pork products or pigs from Mexico, despite experts saying the virus cannot be caught from eating pork.
The finance ministry has warned that the flu could cost the country's economy more than $2bn.

RUSSIA
Russian President Dmitry Medvedev said he was content with the results of the G20 summit in April and that it represented a "step in the right direction", according to Russian news agency Itar-Tass.
Russia's economy is reeling from the effect of a sharp fall in the price of oil.
The 2009 budget is expected to slip into deficit and analysts predict that the country is heading for its first recession since 1998.
Russia's stock markets have recovered in recent months after plunging at the beginning of the year, and the central bank has spent billions of dollars trying to support the rouble.
Social unrest has already broken out in Vladivostok, while the financial crisis has cut the combined fortune of the 10 richest Russians by 66% to $75.9bn, according to business magazine Finans.
Overseas investment in the country is also being deterred by the perception that state-run firms bully or intimidate foreign companies into handing over control of their investments.
There is also widespread cynicism as to how much President Dmitry Medvedev is really in control, and whether power really lies with Prime Minister and former President Vladimir Putin.

SAUDI ARABIA
The Saudi kingdom is the only G20 country that also belongs to oil producers' cartel Opec (Indonesia allowed its membership to lapse at the end of 2008).
The global downturn has led to lower demand for energy, further depressing world oil prices, despite Opec's attempts to cut output.
When oil prices were at their peak, Saudi Arabia was making $1bn a day. That figure now stands at about $700m.
As a result, the International Monetary Fund predicts that Saudi Arabia and its neighbours will record fiscal deficits of up to 3.1% of GDP in 2009, a marked decline from surpluses of 22.8% of GDP in 2008.
In February, King Abdullah replaced the country's central bank chief in a rare reshuffle.

SOUTH AFRICA
South Africa is the only G20 member to have had a change of leadership since the London summit.
Jacob Zuma took office in May, replacing Kgalema Motlanthe, and the new president has pledged to bring down "unacceptably high" levels of unemployment and create half a million jobs this year.
Mr Zuma's ANC party has also said it will make fighting poverty a priority. It has promised a Canadian-styled National Health Insurance System, a "food for all" scheme, more child grants to poor families, and universal access to water and sanitation by the time of the next election.
South Africa has the continent's biggest economy and is the only African member of the G20.
The country has said it is facing its worst recession in 17 years. Its economy contracted 6.4% in the first three months of 2009.
Mr Zuma has said a three-year 787bn rand ($98bn; £60bn) spending programme announced in this year's budget - and including funds for schools, transport, housing and sanitation - must be properly planned.
Like Brazil, it fears that the global downturn will lead to a rise in protectionism in rich nations, making it even harder for developing countries to gain a foothold in key markets and increasing their sense of economic isolation.

SOUTH KOREA
The government in Seoul, like its neighbours in the region, fears that the global slowdown could lead to a repeat of the 1997-98 Asian economic crisis.
But the country returned to economic growth in the first half of this year.
Its economy grew by 2.3% in the second quarter, following growth of 0.1% in the first quarter and a contraction of 5.1% in the last three months of 2008.
The country's central bank has said increased government spending, help for car buyers and record low interest rates have helped boost the economy.
In November last year, the government announced a stimulus package worth 14 trillion won ($10.9bn; £6.6bn) to boost the economy, with 11 trillion won aimed at public projects and three trillion won for tax cuts to encourage spending.
But some analysts have questioned whether growth will continue, as fiscal stimulus wanes and credit expansion slows.

TURKEY
As it tries to revive its EU membership bid, Turkey has been talking up its response to the downturn as evidence that its reactions are those of a developed country, not an emerging market.
In the past nine months, the central bank has cut interest rates by 8.5 percentage points, although the rate remains relatively high by world standards at 8.25%.
However, the Turkish lira fell 25% against the dollar in 2008, while industrial output continues to contract year-on-year, although it is increasing on a monthly basis.
Loan talks with the International Monetary Fund were suspended in January after disagreements over the terms.
As well as trying to reduce unemployment levels from the current 16%, the government of Tayyip Erdogan has had to face constant suspicion of its Islamist roots, in a country where the secular and religious are often divided.

UNITED KINGDOM
Asked what British voters would get out of the G20, Prime Minister Gordon Brown stressed the importance of countries working together to overcome the economic crisis, saying the agreement would help people in Britain and overseas.
He called the G20 deal a "very significant step towards recovery", saying it would help rebuild confidence in the financial system in the UK and abroad.
However, unlike France and Germany, the UK is reluctant to enforce tough regulation on hedge funds, fearing that such plans will harm the City as an international financial centre.
The International Monetary Fund expects the UK to suffer the worst contraction among advanced nations in 2009, with its economy predicted to shrink by 4.2%.
The Bank of England has already cut interest rates to just 0.5% in a bid to help the British economy out of recession, while unemployment is now over 2.4 million - the highest level since 1995.
It has also recently added another £50bn of new money to its initial £125bn programme of quantitative easing to pump more funds into the economy by purchasing government bonds.
Troubles in the banking sector have led the government to bail out some of the country's biggest financial institutions, including Royal Bank of Scotland, in which it now holds a 68% stake.
The Bank of England's latest quarterly inflation report said there were "encouraging signs" that the steps taken to stimulate the economy had been having an impact, but warned that any recovery in 2010 would be "fragile".
The UK government has also followed its counterparts elsewhere in Europe and introduced a car scrappage scheme to help the ailing motor industry.

UNITED STATES
President Barack Obama said the "historic" agreements reached at the London summit could mark a "turning point" in the pursuit of economic recovery and reforming the regulatory financial system.
The global economic turmoil began in the US, thanks to the sub-prime mortgage crisis in which underperforming home loans were repackaged and sold on as toxic debt.
In June, the government announced major reforms to banking regulation, in what President Obama called the biggest shake-up of the US system of financial regulation since the 1930s.
The reforms require big banks to put more money aside to cover any future losses and to curb risk taking, and give the Federal Reserve the authority to monitor major financial institutions.
They also call for global regulatory standards and more co-operation.
The Fed has cut interest rates to near zero in a bid to unfreeze the credit markets, while Treasury Secretary Timothy Geithner has announced a partnership with the private sector to purchase toxic assets, in order to get them off the banks' balance sheets.
President Obama has signed into law a slimmed-down economic stimulus plan worth $787bn (£563bn), and the Fed has suggested that the worst of the recession is over.
But there are still problems in the wider economy, with the unemployment rate having risen to 9.5% before falling slightly to 9.4% in July.
The car industry in the US has been battered by a global slump in demand, and both Chrysler and GM had to enter Chapter 11 bankruptcy protection. July car sales were boosted though by the introduction of a scrappage scheme, to which further funding has been approved.

EUROPEAN UNION
European Commission President Jose Manuel Barroso told the BBC that a commitment to try to reach a deal on the Doha negotiations for global trade was the "most important" pledge for the EU.
He called the G20 a "historic moment, a defining moment", saying the right decisions had been taken. But he also cautioned that the crisis was not yet over, and there was more work to be done, including on reaching a world trade agreement.
The EU, led by Germany and France, has put forward proposals for even tighter hedge fund regulation, although the UK believes they would be anti-competitive.
Sixteen of the 27 European Union countries share the euro as their common currency. Their individual economic performances vary considerably, but the eurozone as a whole has been in recession since September 2008.
Economic activity shrank by 0.1% in the second quarter, and is forecast to shrink by 1.9% in the whole of 2009.
Unemployment in the euro area is expected to exceed 10% in 2010, up from 7.5% in 2008. The eurozone's key interest rate is now at a record low 1%. The worst performing EU economy is Latvia, which does not belong to the eurozone. Latvian GDP could fall by as much as 13% this year.

1297) Pausa para um pouco de humor

AVISOS PAROQUIAIS

São avisos fixados nas portas de igrejas, todos eles reais, escritos com muito boa vontade e má redação.

AVISO AOS PAROQUIANOS

Para todos os que tenham filhos e não sabem, temos na paróquia uma área especial para crianças.

Quinta-feira que vem, às cinco da tarde, haverá uma reunião do grupo de mães. Todas as senhoras que desejem formar parte das mães, devem dirigir-se ao escritório do pároco.

Interessados em participar do grupo de planejamento familiar, entrem pela porta de trás.

Na sexta-feira às sete, os meninos do Oratório farão uma representação da obra Hamlet, de Shakespeare, no salão da igreja. Toda a comunidade está convidada para tomar parte nesta tragédia.

Prezadas senhoras, não esqueçam a próxima venda para beneficência. É uma boa ocasião para se livrar das coisas inúteis que há na sua casa. Tragam os seus maridos!

Assunto da catequese de hoje: Jesus caminha sobre as águas.
Assunto da catequese de amanhã: Em busca de Jesus.

O coro dos maiores de sessenta anos vai ser suspenso durante o verão, com o agradecimento de toda a paróquia.

O mês de novembro finalizará com uma missa cantada por todos os defuntos da paróquia.

O torneio de basquete das paróquias vai continuar com o jogo da próxima quarta-feira. Venham nos aplaudir, vamos tentar derrotar o Cristo Rei!

O preço do curso sobre Oração e Jejum não inclui a comida.

Por favor, coloquem suas esmolas no envelope, junto com os defuntos que desejem que sejam lembrados.

=========

Bem, acho que não preciso comentar nada, ou talvez sim: as paróquias deveriam começar rapidamente cursos de redação e estilo...

terça-feira, 18 de agosto de 2009

1296) Abolindo as armas nucleares: tem gente que acredita ser possível...

Bem, mesmo que não se consiga abolir as armas nucleares, os autores deste livro aboliram o pagamento, o que já alguma coisa. Você pode downloadar (ugh!) e ler a versão digital.

Abolishing Nuclear Weapons
George Perkovich and James Acton
Washington, DC: Carnegie Endowment, 2009

In the past few years, horizontal and vertical proliferation have collided. That is, the need for significant strengthening of the nonproliferation regime in the wake of nuclear developments in North Korea, Iran, Iraq, and Pakistan is now absolutely clear. So too, however, is growing unwillingness among non–nuclear-weapon states to even consider additional measures in what they see as the absence of serious progress by the nuclear-armed states toward disarmament.
The pathbreaking paper Abolishing Nuclear Weapons by George Perkovich and James Acton was first published by the International Institute for Strategic Studies as an Adelphi Paper in September 2008. One of the paper’s major aims was to prompt serious international analysis, discussion, and debate, recognizing divergent views within and between nuclear-armed states and those that do not possess these weapons. The absence of such engagement in official forums such as Non-Proliferation Treaty Review Conferences and the Conference on Disarmament makes it vital for nongovernmental actors to take the lead in hopes that governments will see the value of such dialogue and follow.

The present volume takes the next step. To advance the sort of analysis and dialogue Perkovich and Acton call for, they have invited a distinguished group of experts—current and former officials, respected defense analysts—from thirteen countries, nuclear and non-nuclear, to critique the Adelphi Paper. Their diverse views explore pathways around obstacles to nuclear disarmament and sharpen questions requiring further official and nongovernmental deliberation. Perkovich and Acton are grateful to the contributors for the thoroughly constructive character of their critiques.

Atalho para downloadar.

1295) Diplomacia da generosidade: R$ 25 milhoes para a Palestina

Segundo um dos deputados, que votou contra, "a providência adotada pelo governo, de cancelar R$ 25 milhões destinados à construção de um anexo ao Palácio do Itamaraty para viabilizar a doação, é inconstitucional."

Câmara aprova doação de R$ 25 milhões para a Palestina
Edson Santos
Agência da Câmara dos Deputados, 18/08/2009

O deputado Paulo Maluf apresentou parecer favorável ao projeto.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou nesta terça-feira o Projeto de Lei 4760/09, do Executivo, que autoriza o governo brasileiro a doar até R$ 25 milhões à Autoridade Nacional Palestina para a reconstrução da Faixa de Gaza.

A região foi palco da guerra entre Israel e o movimento palestino Hamas na passagem de 2008 para 2009. No conflito, que provocou grandes danos materiais na Faixa de Gaza, morreram cerca de 1,3 mil palestinos e 13 israelenses. O relator Paulo Maluf (PP-SP) recomendou a aprovação da proposta.

O projeto, que tramita em caráter conclusivo, já havia sido aprovado pelas comissões de Relações Exteriores e de Defesa Nacional e de Finanças e Tributação. Se não houver recurso para garantir a sua análise no Plenário da Câmara, ele seguirá diretamente para o Senado.

Crítica
O deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) apresentou voto em separado contra o projeto, alegando que o Brasil não tem dinheiro para doar à Palestina. Segundo ele, a providência adotada pelo governo, de cancelar R$ 25 milhões destinados à construção de um anexo ao Palácio do Itamaraty para viabilizar a doação, é inconstitucional.

"A abertura dos créditos suplementares e especiais é possível, sim, mas exige recursos não comprometidos", afirmou. "O caráter de minha intervenção é meramente técnico", disse o parlamentar, que tem origem judaica e foi o único a votar contra o projeto.

Outros deputados, porém, também criticaram a doação, mas a CCJ analisava apenas aspectos formais da matéria. Carlos Willian (PTC-MG), por exemplo, disse que o Brasil "não deveria tirar dinheiro do povo brasileiro para dar a outros países". "Primeiro os de casa. Se nós cuidarmos daqueles que nos rodeiam e estão passando fome, já estaremos prestando um grande serviço para a humanidade", opinou.

Defesa
O deputado José Genoíno (PT-SP) afirmou que se deve elogiar o governo por retirar os recursos destinados à construção de um anexo do prédio do Itamaraty para dar à Palestina. Essa iniciativa, segundo ele, tem forte "caráter humanitário".

Luiz Couto (PT-PB) disse que a doação se justifica e que a obra do Ministério das Relações Exteriores não ficará prejudicada. "É um gesto humanitário, pois muitos habitantes da Faixa de Gaza perderam suas moradias. O governo disse que vai encaminhar um projeto com crédito adicional para repor a quantia a ser retirada [do Itamaraty]", informou.

Íntegra da proposta:
- PL-4760/2009

Atalho para: http://www2.camara.gov.br/internet/homeagencia/materias.html?pk=138605

1294) Joaquim Nabuco: de volta à cena


Joaquim Nabuco em retrato do período como embaixador nos EUA

Devo dizer que participei do colóquio mencionado nesta matéria, realizado na Universidade do Wisconsin, em Madison, e tenho um texto no livro que será publicado pela Editora Bem-te-vi.
Paulo Roberto de Almeida

Mostra no Rio expõe os "vários" Nabucos
Evento destaca pluralidade do pensamento do intelectual
LUIZ FERNANDO VIANNA, da Sucursal do Rio de Janeiro
Folha de S.Paulo, São Paulo, terça-feira, 18 de agosto de 2009

Em 2010, ano do centenário de sua morte, ABL fará ciclo de conferências; e dossiê feito por especialistas internacionais será lançado

Para se pensar num político brasileiro que faça jus à expressão "homem público", que seja um ativo intelectual e que sobreponha os valores universais aos objetivos individuais, é preciso, salvo poucas exceções, recorrer ao passado. Preferencialmente, a Joaquim Nabuco.
Amanhã, quando se completam os 160 anos de seu nascimento, será inaugurada no Museu Histórico Nacional, no Rio, a exposição "Joaquim Nabuco: Brasileiro, Cidadão do Mundo".
É o ponto de partida de uma série de eventos e lançamentos motivados por outra data: o centenário de morte de Nabuco, em 17 de janeiro de 2010.
Em comum entre as iniciativas, a busca de dar conta dos vários adjetivos que Nabuco recebeu ao longo da vida: abolicionista, monarquista, diplomata a serviço da República, jornalista, escritor, sedutor...
"Nabuco são muitos", resume a cientista política Helena Severo, curadora da exposição que começa no Rio e, que se depender dela, chega a São Paulo em janeiro de 2010.
Um dos tantos é o político que, quatro vezes eleito deputado, tinha uma visão "universalista", como ressalta o historiador José Murilo de Carvalho. A liberdade dos escravos, sua maior bandeira, não poderia ser contestada em nome da suposta soberania do país.
"Ele não aceitava os protestos dos escravistas brasileiros contra a interferência britânica pela abolição. Não podemos ser nacionais, autenticamente brasileiros, se não incorporarmos valores da civilização", afirma Carvalho.
Para Nabuco, não bastava o fim da escravidão. "Era só o início do processo. Havia toda a tarefa de incorporar os escravos libertos na comunidade", diz o historiador. Seria uma tarefa de cem anos, especulava Nabuco, mas o tempo já se passou e ela não foi concluída.
A sua frase mais famosa ajuda a explicar tamanha demora: "A escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil". Se um recém-liberto comprava um escravo para si, é porque já estava enraizada na cultura nacional uma certa "fraqueza do sentimento do direito civil", como diz Carvalho. Ou seja, a liberdade individual está acima do bem público, princípio perverso que a classe política brasileira comprova dia a dia.
"Prefiram uma carreira obscura de trabalho honesto a acumular riqueza fazendo ouro dos sofrimentos inexprimíveis de outros homens", escreveu ele, crítico da "classe única" que dirigia o país "só se preocupando dos seus interesses de classe, de manter o jugo férreo dos seus monopólios desumanos e atentatórios da civilização universal". E recomendava: "A missão do governo é fazer por política o que a revolução faria pela força".
"Quando é vista como perversa, desviante e desnecessária, há um grande risco para a democracia", diz Helena Severo, ressaltando a importância de Nabuco nos dias de hoje.

Outras lembranças
A Academia Brasileira de Letras, da qual Nabuco foi fundador e o primeiro secretário-geral, prevê para 2010 um ciclo de conferências, uma página específica na internet e publicações, como conta o acadêmico Marcos Vilaça, pernambucano como o homenageado. Ele também conversa com o MEC e o Congresso sobre reedições populares dos três principais livros de Nabuco: "O Abolicionismo", "Um Estadista do Império", e "Minha Formação".
A socióloga Angela Alonso, autora do livro sobre Nabuco da coleção "Perfis Brasileiros", da Companhia das Letras, está organizando com Kenneth David Jackson, da Universidade Yale, o dossiê "Nabuco e a República", com textos de especialistas de vários países.
"Joaquim Nabuco: Conferências", que a editora Bem-Te-Vi lança até o início do próximo ano, também reúne autores de diversas origens, em conferências feitas em Yale (em 2008) e Wisconsin (2009).
O lado sedutor de Nabuco, que lhe valeu na juventude o apelido de "Quincas, o Belo", está mais claro em "Os Mundos de Eufrásia", biografia romanceada de Eufrásia Teixeira Leite, grande amor com quem Nabuco teve idas e vindas mas não se casou, escrita por Claudia Lage e já lançada pela Record.

Frases
A missão do governo é fazer por política o que a revolução faria pela força
JOAQUIM NABUCO
[Nabuco] não aceitava os protestos dos escravistas brasileiros contra a interferência britânica pela abolição.

Não podemos ser autenticamente brasileiros se não incorporarmos valores da civilização
JOSÉ MURILO DE CARVALHO,
historiador

Exposição usa recursos visuais para atrair crianças
DA SUCURSAL DO RIO

O público entrará na exposição "Joaquim Nabuco: Brasileiro, Cidadão do Mundo" passando por um canavial cenográfico, e verá mais à frente o próprio Nabuco, em tamanho natural, dizendo algumas de suas frases mais famosas, selecionadas pelo historiador Evaldo Cabral de Mello. Lançar mão de recursos visuais contemporâneos para contar a vida de um homem morto há cem anos é uma aposta para atrair crianças e adolescentes, alvo mais desejado pela curadora Helena Severo.
"No Rio, as [crianças] da zona sul já ouviram falar dele, mas só porque é nome de rua em Copacabana", diz ela. De olho nesse público, ela procurou ser didática. O primeiro módulo trata de "infância e formação", depois chega-se ao "abolicionista e pensador", fala-se do "diplomata e cidadão do mundo", e o percurso termina com a participação na Academia Brasileira de Letras e um conjunto de peças como manuscritos, edições originais de livros e um autógrafo que Machado de Assis lhe dedicou em "Memorial de Aires".
Marcello Dantas e sua equipe partiram de uma foto do rosto de Nabuco para criar uma animação em que ele parece estar falando ao público no teatro Santa Isabel, em Recife. A voz é do ator Othon Bastos. Na última sala, há outro trabalho de Dantas: um painel em que frases do intelectual se movem. A cenografia é do arquiteto Chicô Gouvêa, que ampliou fotos de época de cidades em que o intelectual viveu, entre as quais Recife, São Paulo, Londres e Nova York.
Um retrato dele pintado quando tinha oito anos, um busto feito pelo escultor Rodolfo Bernardelli, uma escrivaninha em que trabalhou e a estatueta de madona que o acompanhou nos últimos anos de vida, após a reconversão ao catolicismo, estão na exposição. A família de Nabuco foi a principal cedente de material. Numa vitrine também se verá o documento original da Lei Áurea. Os apelos visuais não significam, para Helena Severo, que a mostra não inspire reflexões.
Para cada setor há um texto específico. Os autores são Humberto França, da Fundação Joaquim Nabuco, o cientista político Francisco Weffort, o diplomata Rubens Ricupero e o escritor Eduardo Portella, da ABL. (LFV)

JOAQUIM NABUCO: BRASILEIRO, CIDADÃO DO MUNDO
Quando: ter. a sex., das 10h às 17h30; sáb. e dom., das 14h às 18h; até 4/10
Onde: Museu Histórico Nacional (pça. Marechal Âncora, s/nº; 0/xx/21/2550-9220)
Quanto: R$ 6 (ter. a sáb.); entrada franca (dom.)
Classificação: livre

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

1293) Euclides da Cunha e os limites Brasil-Peru

Da Agência de Notícias do Senado Federal:

CULTURA
Livro sobre o tratado de limites entre o Brasil e o Peru será lançado durante homenagem a Euclides da Cunha
14/08/2009 - 18h33

Durante a homenagem ao escritor Euclides da Cunha, pelo seu centenário, na hora do expediente da sessão deliberativa da terça-feira (18), o Conselho Editorial e o Senado Cultural lançarão o livro O Tratado de Limites Brasil-Peru, que reúne documentos e textos históricos sobre as negociações que definiram a fronteira entre os dois países. A organização e a apresentação são do senador Geraldo Mesquita Júnior (PMDB-AC).

A assinatura do Tratado de Petrópolis entre o Brasil e a Bolívia, em 1903, possibilitou a anexação do Acre Meridional ao Brasil, uma faixa de terra de 191 mil quilômetros quadrados. O Tratado de Limites entre o Brasil e o Peru (1909) regularizou e anexou outros 152 mil quilômetros quadrados. Relatórios escritos por Euclides da Cunha foram fundamentais para que os dois países fechassem o acordo.

Em 1905, três anos após publicar Os Sertões, Euclides da Cunha decidiu ir ao Acre com o objetivo de desvendar para o restante do país a realidade amazônica, da mesma forma como havia feito com Canudos, no sertão da Bahia. Ele saiu do Rio de Janeiro como chefe da delegação brasileira na Comissão Mista Brasileira-Peruana de Reconhecimento dos Rios Juruá e Purus.

Essa comissão diplomática tinha como objetivo resolver o conflito deflagrado na fronteira entre os dois países pela disputa de seringais que possuíam relevância econômica. As anotações e os relatórios elaborados a partir dessa viagem serviram como base para o tratado de limites entre o Brasil e o Peru. Euclides da Cunha escreveu, sobre essa expedição, relatos, cartas a amigos e artigos que foram publicados no jornal O Estado de S. Paulo.

A Rádio Senado produziu uma reportagem especial para relembrar Euclides da Cunha. Foram ouvidos pesquisadores nas áreas de sociologia, antropologia, história e literatura. A senadora Marina Silva (PT-AC) e o escritor amazonense Milton Hatoum também comentaram suas impressões sobre o trabalho do autor de Os Sertões. O resultado pode ser conferido no link http://www2.senado.gov.br/bdsf/item/id/160454

Algumas cópias da reportagem especial "Euclides da Cunha: O escritor que desvendou o Brasil", assinada pela jornalista Beatriz de Mendonça, serão distribuídas entre os presentes à sessão de terça-feira. O bisneto do escritor, Carlos Roberto da Cunha Lage, e a sua esposa Marinez Correia Rodrigues representarão os familiares de Euclides na homenagem.
Da Redação / Agência Senado

1292) O Premio Nobel dos pobres, dado a Lula

O artigo abaixo é de um ex-funcionário da ONU, hoje aposentado, revelando sua decepção com o destino dado pelo “Prix Félix Houphouët-Boigny pour la recherche de la paix”, recebido pelo presidente Lula no último mês de julho, em Paris.
Na verdade, o mais estranho -- e que devemos perguntar antes de tudo -- é como um presidente africano, de um país supostamente pobre, pode deixar um prêmio assim generoso (o equivalente a 150 mil dólares), que já foi distribuido várias vezes.
O Alfred Nobel, pelo menos, era um industrial sueco que ficou arrependido com todo o dinheiro que tinha ganho fabricando explosivos, e quis se penitenciar um pouco....
-------------
Paulo Roberto de Almeida
17/08/2009

Lula e o prêmio da Unesco

Gostaria de compartilhar algumas informações com os amáveis leitores do jornal Gazeta do Sul com relação ao “Prix Félix Houphouët-Boigny pour la recherche de la paix” via l’Unesco (Prêmio Félix Houphouët-Boigny pela procura da paz outorgado pela Unesco). Como é do conhecimento dos caros leitores, a Unesco é a Agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, com sede em Paris, França.
Com relação ao prêmio nomeado pela Unesco de Félix Houphouët-Boigny – presidente durante décadas no século 20 do país africano Costa do Marfim, o qual teve sua formação acadêmica na França e foi sempre um grande instigador da paz em várias conferências mundiais da ONU em prol da paz e segurança no mundo moderno – ele é composto de um Certificado da Unesco assim como uma soma em dinheiro (normalmente US$
150.000,00).

Tendo me referido aos detalhes acima, gostaria de trazer ao conhecimento dos leitores (isto sem nenhuma pretensão, pois não é o objetivo de minha missiva ao jornal Gazeta do Sul) que eu sou gaúcho – hoje me considero um cidadão do mundo –, natural de Porto Alegre e moro em Santa Cruz do Sul já faz mais de sete anos. Carrego também comigo dois títulos históricos e motivo de honra e orgulho para qualquer cidadão, uma cópia personalizada do Prêmio Nobel da Paz de 1981 recebido pela minha organização, o ACNUR (Alto Comissariado da ONU para os Refugiados) pelo trabalho que efetuei juntamente com toda uma equipe de colegas no Vietnã, Camboda e Laos em 1980-81, durante a terceira guerra da Indochina com o desespero de milhares de vietnamitas, cambodianos que fugiam do Vietnã via o mar da China e eram chamados de “boat people”.
Os que têm hoje 60 anos seguramente se lembrarão dos fatos ocorridos no sudeste asiático. E o Prêmio da Paz Félix Houphouët-Boigny, da Unesco, foi conferido também ao ACNUR, em 1995, e do qual também tenho um certificado original e pessoal pelo trabalho que fiz com muitos outros colegas internacionais da ONU em prol dos refugiados do mundo
inteiro.
Finalmente, e aqui trata-se de minha opinião pessoal, fico muito magoado em tomar conhecimento via o nosso jornal Gazeta do Sul que o nosso presidente da República, sr. Luiz Inácio Lula da Silva, descarta a doação do prêmio em seu numerário de US$ 150.000,00, indo assim na contramão dos trâmites normalmente aplicados de cortesia e diplomacia internacionais nos quais o ganhador sempre, como uma praxe, oferece o
numerário para obras caritativas ou para outros “empreendimentos” educacionais ou de pesquisas. Este ato presidencial por parte do sr. Luiz I. Lula da Silva não traz tampouco um grande exemplo de postura a ser observada, pois com o ato de doação estaria assim homenageando com a sua ação (doação do prêmio pecuniário recebido) o conjunto da sociedade brasileira. Finalmente, o que mais deixa a desejar nesse
comportamento presidencial é sua falta de sensibilidade para tantas obras educacionais e urgentes que não são feitas por esse Brasil afora. Penso eu que com as pequenas ações e demonstrações positivas se fazem as grandes pessoas...

Desculpe, senhor presidente, mas estou em total desacordo com a sua conduta. Tenho dito.

Marco Antonio Martins Vieira/Funcionário aposentado da ONU
24 de julho de 2009

1291) Brazil's Foreign Policy, again in The Economist


Illustration by David Simonds
Brazil's foreign policy
Lula and his squabbling friends

The Economist, Aug 13th 2009

BRASÍLIA
A bold Brazilian attempt to integrate South America has run into difficulty. Critics at home say Brazil should put national interest over leftist ideology.

WHEN the leaders of the Union of South American Nations (UNASUL in Portuguese), a 12-country group inspired by Brazil, met in Ecuador’s capital, Quito, on August 10th, there was little spirit of union. Their meeting followed a row between Venezuela and Colombia, whose president, Álvaro Uribe, did not attend, in part because Ecuador broke off diplomatic relations with his country last year.

Hugo Chávez, Venezuela’s president, backed by his allies, Bolivia and Ecuador, wanted to condemn Colombia for granting facilities at seven military bases to the United States, which is helping it battle guerrillas and drug-traffickers. “Winds of war are blowing,” he thundered. Four countries, including Chile and Peru, backed Colombia. Brazil’s president, Luiz Inácio Lula da Silva, tried to damp down the dispute, suggesting that the group meet both Barack Obama and Mr Uribe to seek reassurances about the use of the bases. But then Mr Chávez launched a diatribe against Colombia and Mr Obama. Lula cut short his visit to Ecuador and headed home, giving warning that UNASUL could “cease to be an integration process, becoming just a group of friends.” If only.

This fiasco provides fuel for both sides in a long-running debate in Brazil about the foreign policy of the Lula government. The critics, who include several senior former diplomats, accuse the government of placing ideology above Brazil’s national interest—especially in policy towards South America.

Lula’s predecessor, Fernando Henrique Cardoso, sought to boost trade and other ties with the United States and Europe. On taking office in 2003, Lula placed new stress on south-south ties. Brazil has doubled the number of its embassies in Africa, to 30, and joined or set up a clutch of new clubs. These include IBSA, with India and South Africa, of which Itamaraty, the foreign ministry, is especially proud.

As evidence that this policy has borne fruit, Celso Amorim, the foreign minister, points out that most of Brazil’s trade is now with developing countries, thus anticipating Mr Obama’s advice that the world should not rely on the United States as consumer of last resort. He concedes that Brazil does not agree with the other big emerging powers on everything, but they do share an interest in trying to change the way that international institutions and the world economy are run.

The critics see in some aspects of the government’s diplomacy an implicit anti-Americanism. Lula got on well with George Bush even while disagreeing with many of his policies. Brazil’s relations with the United States are correct, but oddly distant. Lula retains a soft spot for Cuba, perhaps because Fidel Castro helped him and his party when they were struggling against a military regime which, at its outset at least, had American backing.

But the anti-Americanism comes from some aides more than from the president himself. He has promoted ultranationalists within Itamaraty. He gave responsibility for South America to Marco Aurélio Garcia, the foreign-relations guru of his Workers’ Party. This was one of Lula’s many balancing acts, compensating his left-wing base for its disappointment that he ignored them on economic policy.

Brazil has successfully led the UN mission to stabilise Haiti. But in Lula’s first term his advisers seemed to think they could integrate South America, against the United States and from the left. Several South American countries do not share their anti-Americanism. (One former Lula adviser derides them as “boy scouts” and as the equivalent of the collaborationist Vichy regime in wartime France.)

Brazil embraced Hugo Chávez’s Venezuela, inviting it to join the Mercosur trade block. The naivety of this approach became apparent when Bolivia, at Mr Chávez’s urging, nationalised the local operations of Petrobras, Brazil’s state-controlled oil company. In what has been called the “diplomacy of generosity” towards left-wing governments in its smaller neighbours, Brazil agreed to pay more for Bolivian gas. Last month it similarly agreed to pay Paraguay more for electricity from Itaipu, the hydroelectric dam they share.

By common consent, policy towards South America has become more pragmatic in Lula’s second term. In particular, Brazil’s relations with Colombia have improved. Brazilian diplomats say privately that their aim is to contain and moderate Mr Chávez. But Lula has often seemed to endorse him. Would Brazil ever criticise Mr Chávez for endangering democracy? “It’s not the way we work,” says Mr Amorim. “It’s not by being a loudspeaker that you change things.” Yet Brazilian officials were not shy about criticising Colombia’s military agreement with the United States.

Their critics argue that Brazil should seek to integrate South America on the basis of rules, rather than political sympathy, and that by proclaiming regional leadership it risks becoming the target of regional grievance. They also question the utility of UNASUL and its first project, a South American Defence Council. “To defend against what?” asks Mr Cardoso. Brazil’s armed forces did not propose the defence council, nor do they see the American presence in Colombia as a threat. “The United States isn’t attacking Latin America. Chávez threatens, he’s not being threatened,” says Mr Cardoso.

=========

Bem, mesmo nao concordando com o teor da matéria, não se pode deixar de reconhecer que a ilustração é bonita...
Um bloco de amigos, como disse o próprio presidente.
Com amigos assim...
Paulo Roberto de Almeida

1290) Fidel y Chavez: reveses estrategicos

Fidel y Chávez: reveses estratégicos
por Juan A. Blanco
Cambio de época, 11/08/2009

A Fidel y Hugo Chávez se les nota un poco nerviosillos de un tiempo acá. Es comprensible.
El precio del crudo no va recuperar los niveles que permitían a la empresa petrolera venezolana ser rentable pese a su alta ineficiencia “roja rojita”. En Cuba sucede lo mismo con el níquel mientras que la ineptitud de la economía estatal impide que el incremento de las visitas turísticas genere mayores ingresos. Tampoco la isla produce alimentos suficientes por lo que en un 80% se compran a Estados Unidos. El malestar social crece tanto en Cuba como en Venezuela donde hoy el presidente Obama es mas popular que ambos mandatarios.
Los partidos de gobierno en países como Argentina, Brasil, Chile -que hasta ahora han mostrado una exquisita tolerancia hacia sus desaguisados - en pocos meses enfrentarán elecciones presidenciales con una oposición conservadora que parece aventajarlos en los sondeos de opinión.
Pero no para ahí la racha de mala suerte.
Han aparecido nuevas evidencias del vínculo entre las FARC y el gobierno de Correa en Quito así como de esa agrupación narcoterrorista y el gobierno de Chávez. Un video del Mono Jojoy y unos cohetes vendidos a Caracas por los suecos, - ahora capturados a las FARC- , ponen sobre la mesa la conexión operativa encubierta entre el fenecido socialismo del siglo XX y el que estos dos dictadores nos proponen para el siglo XXI. En Honduras, más allá de la torpeza cometida con la expulsión de Zelaya a Costa Rica, perdieron una importante base de operaciones y se ha sentado el precedente de que las subversión bolivariana es reversible. Las evidencias del modus operandis chavista que allí se vienen recogiendo pueden ser tan reveladoras como las encontradas en la famosa laptop del difunto comandante de las FARC Raúl ReyesFidel y Chávez: reveses estratégicos
En resumen: la proyección estratégica regional del eje La Habana - Caracas se ha visto comprometida a corto y mediano plazo.
La “correlación de fuerzas regional” ha comenzado a girar en dirección contraria a sus objetivos. Es por eso que, en su desespero, acuden a un mayor aventurerismo incrementando las acciones encubiertas dirigidas a desestabilizar Honduras y lanzándose a fondo en el cuestionamiento del derecho soberano que asiste a Bogotá a seguir sus pasos cuando el pasado año ofrecieron a Rusia facilidades logísticas en Cuba y Venezuela para reanudar la presencia militar de Moscú en el hemisferio occidental. Mientras UNASUR se aprestaba a discutir en Quito el derecho de Colombia para otorgar facilidades a fuerzas estadounidenses convencionales carenaba en la Bahía de La Habana un submarino nuclear ruso la semana pasada. De eso nadie quiso hablar.
Algunos gobiernos de la llamada “izquierda moderada” en UNASUR le hacen el juego al ALBA con declaraciones ambiguas de tenue sabor “antiyanqui”, pero eso no le basta a Hugo y Fidel que salieron defraudados ante la imposibilidad de obtener una enérgica condena de Colombia en la reciente reunión de esa institución en Quito.
El hecho es que el reloj sigue marcando las horas y el tiempo se les acaba.
Si Honduras hace gestos positivos hacia las propuestas de Oscar Arias y esquiva o neutraliza hasta las elecciones de noviembre -con firmeza, pero también sabiduría y tacto políticos- las zancadillas desestabilizadoras que le vienen tendiendo los dos caudillos, será difícil que la OEA no se vea precisada a revisar su postura en el 2010 y los europeos seguirán los pasos que adopte la organización regional en este tema.
Por otro lado, a los países que vienen soportando las ingerencias de los pretendidos “socialistas del siglo XXI” se les presenta la oportunidad de virarle la tortilla al ALBA en el debate sobre las bases en Colombia previsto para la “cita presidencial extraordinaria” de UNASUR a darse dentro de unos días en Argentina. No es difícil imaginar que -de proponérselo seriamente- pudieran transformar el debate sobre las relaciones militares entre Bogotá y Washington en una discusión general sobre el otorgamiento de facilidades a la presencia militar de gobiernos y de grupos irregulares armados extranjeros, como son los casos de Rusia, las FARC y Sendero Luminoso. Si lo hacen es muy probable que Chávez, Correa, Morales y Fidel, se vean en un aprieto. Hasta Daniel Ortega tendría que responder por el amparo territorial ofrecido a grupos de pretendidos zelayistas hondureños y de otras nacionalidades que proclaman abiertamente estarse entrenando para iniciar la insurrección en Honduras.
En esas circunstancias, al cúmulo de recientes reveses estratégicos sufrido por el ALBA es posible que se agregase un serio descalabro diplomático si algunos gobiernos que han sido sus victimas se lo proponen.

domingo, 16 de agosto de 2009

1289) A ABIN é cega, caolha, incompetente, estúpida, ou o quê?

Talvez nenhuma das opções acima: ela pode estar apenas manietada...
De toda forma, acho incrível, inacreditável, surpreendente, escandaloso, inaceitável -- escolha todos os outros adjetivos que você quiser -- para um serviço supostamente de segurança do Estado e de suas instituições que ele permanece inerme, estupidamente contemplativo, completamente parado, inacreditavelmente omisso, quando tantas instituições do Estado, como ministérios -- na própria Esplanada -- e outras agências públicas nos estados sejam invadidas impunemente, e o Estado não faz absolutamente nada, se deixa levar por esse bando de energúnemos que responde coletivamente pelo nome do MST.
Leia o editorial abaixo, depois eu volto.

MST manda no País
Editorial O Estado de S.Paulo
Domingo, 16 de Agosto de 2009

A nova "jornada de lutas" do Movimento dos Sem-Terra (MST), que a cada ano se mostra mais organizado, abrangente e desafiador das leis do País, tenta deixar claro que não é o governo e sim os "movimentos sociais" que devem fazer a reforma agrária, estabelecendo a quantidade e o ritmo de alocação de recursos a ela destinados, bem como à assistência das famílias de assentados e acampados. Isso porque, enquanto o presidente Lula, em sua coluna semanal em jornais, diz que de 2003 até agora seu governo assentou 519.111 famílias - mais da metade do total de 1 milhão de famílias beneficiadas nos 40 anos de existência do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) - e destinou 43 milhões de hectares para assentamentos de sem-terra, de um total de 80 milhões utilizados em toda a história do País, a "jornada" emessetista cobra "mais incentivos à reforma agrária e aos assentamentos", incluindo a liberação de R$ 800 milhões do orçamento do Incra e a atualização dos índices de produtividade no campo. Quer dizer, o governo não entende nada de prioridade de alocação de recursos públicos ou de apoio às famílias que trabalham no campo - quem entende disso é o MST.

Como tem ocorrido nas últimas vezes, também nesta "jornada" as invasões e ocupações têm mantido a preferência por prédios públicos, especialmente os pertencentes ao Ministério da Fazenda e ao Incra.

Em Cuiabá o prédio da Receita Federal foi invadido por 1.200 militantes do MST e entidades assemelhadas. Cerca de 850 sem-terra marcharam pelo Mato Grosso e chegaram a Mato Grosso do Sul sexta-feira. Em Curitiba, além de invadirem o prédio do Ministério da Fazenda e do Incra, 700 manifestantes sem-terra tomaram as ruas centrais da cidade, provocando grandes transtornos no trânsito. Em Belém, depois de sete dias de marcha, 850 sem-terra invadiram e ocuparam edifício do Ministério da Fazenda. Em Brasília cerca de 4 mil integrantes do MST e Via Campesina ocuparam a sede do Ministério da Fazenda, na Esplanada dos Ministérios. Em três cidades do interior, no Ceará, foram ocupadas agências do Banco do Nordeste. Em Fortaleza, paralisaram o funcionamento da superintendência regional do Incra.

Em Salvador, um grupo de 400 integrantes do MST ocupou a sede local da superintendência do Incra na cidade. Em Porto Alegre, cerca de mil sem-terra e integrantes da Via Campesina acamparam diante do prédio da Receita Federal, impedindo o atendimento ao público. Além da ajuda financeira às famílias de assentados e da criação de novos assentamentos, eles reivindicavam ajuda à agricultura familiar gaúcha, que teria sido gravemente afetada pela estiagem, no primeiro semestre deste ano. Em Petrolina, cerca de 150 famílias do MST ocuparam a sede do Incra na cidade. Em Maceió um protesto reuniu cerca de 600 agricultores provenientes de várias regiões de Alagoas. Em Florianópolis cerca de 400 sem-terra fizeram protesto em frente de delegacia do Ministério da Fazenda. Em São Paulo, os militantes do MST tentaram ocupar o edifício do Ministério da Fazenda, mas foram impedidos pela Polícia Militar e tiveram que se contentar com manifestação de protesto na frente da repartição.

O desrespeito às leis, à ordem pública e à propriedade não constitui novidade nas manifestações sazonais do MST e assemelhados. O que se torna cada vez mais merecedor de destaque - afora a habitual falta de reação das autoridades a tal baderna nacional - é a proficiência com que os líderes desses movimentos ditos "sociais" dão diretrizes administrativas para o governo, em vários campos. Pontificam sobre finanças públicas - como faz o líder José Damasceno, comandante das invasões em Curitiba e região - ao analisar o "contingenciamento de recursos" e as necessidades de investimentos do governo para atender à demanda das famílias, "do ponto de vista social e econômico". Também determinam diretrizes sobre preservação do meio ambiente e sobre produtividade agrícola - e é bem possível que já tenham equacionado a estratégia de exploração e desenvolvimento de produção de petróleo da camada do pré-sal. Só é de estranhar que ainda não tenham lançado um candidato a presidente da República, vindo diretamente de suas bases. Mas, pensando bem, por que precisarão disso?

=====
Retomo:
Se a ABIN foi supostamente criada para defender o Estado de ataques surpresa, supõe-se que aquele bando de aprendizes de James Bond que frequentam -- apenas frequentam, ao que parece - a ABIN esteja atento a todos esses movimentos ilegais (posto que não registrados legalmente com o MST) e suas invasões de prédios públicos.
Ou a ABIN é singularmente incompetente, e por isso deveria ser extinta, ou ela está manietada, castrada, impedida de fazer qualquer coisa contra esses "amigos do poder".
Aposto pela segunda hipótese, mas ainda assim é muito grave, pois significa que a ABIN não é um órgão do Estado e sim do governo, e que o Estado pode ser tornado inoperante por um governo relapso, incompetente ou simplesmente conivente, como parece ser o caso.
Em qualquer hipótese, num Congresso que se respeite e que faça o seu trabalho, supõe-se que exista uma comissão para tratar da ABIN e suas atividades.
Com esse Congresso vergonhoso que ai está, não surpreende que nada aconteça, ninguém cobre responsabilidade de ninguém, não se faça nada.
Em todo caso, é muito triste constatar isto.
Nos velhos tempos, alguma força policial que seja -- já que a ABIN não serve mesmo para nada -- também serviria para impedir e desalojar esses invasores ilegais.
Como se dizia antigamente, "cacete não é santo, mas faz milagres".
O que o MST precisa, é de um belo cacete, apenas isso...

1288) Viver a vida, dois textos otimistas

A Morte Devagar


Martha Medeiros

Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições.
Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece.
Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.
Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o preto no branco e os pingos nos is a um turbilhão de emoções indomáveis, justamente as que resgatam brilho nos olhos, sorrisos e soluços, coração aos tropeços, sentimentos.
Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz no trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto atrás de um sonho, quem não se permite, uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente quem não viaja quem não lê quem não ouve música, quem não acha graça de si mesmo.
Morre lentamente quem destrói seu amor-próprio. Pode ser depressão, que é doença séria e requer ajuda profissional. Então fenece a cada dia quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente quem não trabalha e quem não estuda, e na maioria das vezes isso não é opção e, sim, destino: então um governo omisso pode matar lentamente uma boa parcela da população.
Morre lentamente quem passa os dias queixando-se da má sorte ou da chuva incessante, desistindo de um projeto antes de iniciá-lo, não perguntando sobre um assunto que desconhece e não respondendo quando lhe indagam o que sabe.
Morre muita gente lentamente, e esta é a morte mais ingrata e traiçoeira, pois quando ela se aproxima de verdade, aí já estamos muito destreinados para percorrer o pouco tempo restante. Que amanhã, portanto, demore muito para ser o nosso dia. Já que não podemos evitar um final repentino, que ao menos evitemos a morte em suaves prestações, lembrando sempre que estar vivo exige um esforço bem maior do que simplesmente respirar.

E um poema sobre o mesmo tema:

QUEM MORRE?

Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, Fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje !
Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ

sábado, 15 de agosto de 2009

1287) Planejamento: ideal para certos governos


Não resisti à tentação de transpor este Garfield, um personagem de quem não sou especialmente fã, por seu lado egoista, autocentrado, mesquinho mesmo.
Mas creio que esta tira está especialmente adequada para retratar a ação especialmente ineficiente de certos governos, que passam meses fazendo planejamento, de qualquer coisa, depois mais seis meses de propaganda, e, no final, acaba dando no que o Garfield diz, um diagnóstico perfeito para um governo imperfeito.
Nota 10, Garfield, Premio Nobel de ineficiência comprovada...

1286) EUA e Brasil na America do Sul; materia da IstoE

Os caras também brigam
Claudio Dantas Sequeira
IstoÉ, 15.08.2009

A insatisfação brasileira com o plano dos Estados Unidos de instalar até sete bases militares na Colômbia é apenas a face mais visível de uma agenda bilateral repleta de temas que desafiam a "boa química" ocorrida, à primeira vista, entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu colega americano Barack Obama. Na segunda-feira 10, durante reunião da Unasul em Quito, no Equador, Lula resolveu pôr em pratos limpos a estratégia dos EUA para a região e sugeriu um encontro de Obama com os presidentes sul-americanos. "As pessoas vão ter que ouvir coisas que não gostam. Mas sabemos que é entre conquistar e ceder que nós vamos conseguir encontrar a tranquilidade que necessitamos", disse. Além da questão colombiana, Lula quer que Obama ceda à tentação de assinar um acordo de combate ao narcotráfico com o Paraguai.

Com discussão avançada no Executivo americano, a negociação também corre no Congresso, por meio do projeto de lei que propõe a inclusão dos paraguaios no chamado Pacto Andino de Erradicação das Drogas e Promoção do Comércio. Esse tipo de acordo, que seria estendido à América Latina, pressupõe o apoio militar americano a ações de combate ao narcotráfico em troca de isenções tarifárias nas transações comerciais. "Parece-me que tais projetos são resquícios da administração de George W. Bush.

O presidente dos EUA mudou, mas os EUA de Obama não mudaram, como ele talvez desejasse", avalia o historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira, autor do livro "Formação do Império Americano". No caso paraguaio, o incômodo do Itamaraty tem antecedentes: em 2005, o presidente Nicanor Duarte Frutos, antecessor de Fernando Lugo, autorizou a entrada no país de 400 soldados americanos, com imunidade, para ocuparem a base de Mariscal Estigarríbia. Localizada no Chaco paraguaio, perto da fronteira com Bolívia, Argentina e Brasil, a unidade tem capacidade para 16 mil soldados.

Duarte Frutos foi criticado ao tentar negociar com os EUA um tratado de livre comércio. Mas o que dizer de Lugo? Segundo o deputado democrata Eliot Engel, autor do projeto de lei, o ex-bispo "já é um bom amigo e um importante aliado". Para o Itamaraty, ao mirar no Paraguai os EUA querem atingir a Tríplice Fronteira, onde alegam existir atividades de financiamento do terrorismo islâmico. Não há evidências, mas outro projeto que também tramita no Congresso americano prevê a criação de uma iniciativa regional antiterror. O plano prevê até a instalação de Centros de Coordenação Regional do Hemisfério Ocidental, como bases operacionais para "a coordenação de esforços e inteligência para conter as ameaças emergentes e prevenir a proliferação de armas nucleares, químicas e biológicas."

O projeto pavimenta, do ponto de vista do Legislativo, ações do Executivo, como a instalação da base da Força Aérea em Palanquero e a ampliação de outras seis unidades militares em território colombiano. Para Moniz Bandeira, a medida visa a conter o avanço da influência brasileira no continente. "A restauração da IV Frota e a ampliação das bases militares na Colômbia visam contrapor-se ao Brasil, bloquear sua preeminência política e militar". Quem lê a exposição de motivos para o plano antiterror se assusta. Além de críticas quanto à relação do Irã com países da região, sobram acusações contra o programa nuclear brasileiro.

Sobre as centrífugas de enriquecimento de urânio em Resende (RJ), alegam que podem ser "reconfiguradas para produzir urânio altamente enriquecido em quantidade suficiente para produzir uma série de armas nucleares anualmente". "Se querem criar restrições à proliferação, que seja global. Ao fazer algo assim só para a América do Sul, está claro que o alvo é o Brasil", avalia o almirante Mario César Flores, ex-ministro da Marinha. No plano diplomático, a percepção é de que os problemas se acumulam, sem avanço prático em questões antigas, como as barreiras tarifárias à entrada do etanol brasileiro nos EUA e a resistência americana na Rodada Doha. Agora é esperar para ver com que cara Obama vai olhar para Lula no próximo encontro que tiverem.

======

Comentário PRA:

Interessante a matéria, mas me parece que ha uma contradicao básica, na matéria e na postura dos dois paises.
Se a intencao é a de respeitar o principio westfaliano da nao-ingerencia nos assuntos internos de outros paises, entao, todos sao pecadores.
Se supoe que, por esse principio, paises (vizinhos ou nao) se eximem de fazer comentarios sobre decisoes soberanas de outros e que esses "outros" tem direito de nao so convidar militares ou civis de quaisquer paises, como de com eles contrair acordos militares.
Transcrevendo o Professor Moniz Bandeira:
"Para Moniz Bandeira, a medida visa a conter o avanço da influência brasileira no continente. "A restauração da IV Frota e a ampliação das bases militares na Colômbia visam contrapor-se ao Brasil, bloquear sua preeminência política e militar". "

Ter preeminencia significa, em linguagem clara, condições de impor sua vontade sobre os outros. Ou seja, exatamente o que fazem os EUA.
-------------
Paulo Roberto de Almeida
15.08.2009

1285) Teoria da Jabuticaba: projetos de lei exemplares

O Brasil é um dos poucos paises que pretende desafiar varias leis economicas, leis da física e ate simples regras de bom senso.
Estou tentando elaborar uma teoria da jabuticaba, e dedico-me a recolher "causos" interessantes.
Um dos grandes fabricantes de jabuticaba nacional é o deputado Aldo Rebelo, com vários projetos estapafurdios:

1) PL. 4502/1994 - Proíbe a adoção, pelos órgãos públicos, de inovação tecnológica poupadora de mão-de-obra (sic).

2)PL. 4224/1998 - Proíbe a instalação de bombas de auto-serviço nos postos de abastecimento de combustíveis;

3)PL. 2867/2000 - Proíbe a instalação de catracas eletrônicas ou assemelhados nos veículos de transporte coletivos;

Vale a pena ler para refletir sobre suas consequencias econômicas...

Seria interessante que uma alma abnegada, que frequenta esta lista, pudesse ver o estado atual de tramitação desses PLs...

1284) Programa entre MDIC e MEC financia pesquisa sobre comércio exterior

Ainda estou aguardando o regulamento de funcionamento desse programa, que solicitei pelos e-mails indicados no texto.
Paulo Roberto de Almeida

Programa entre MDIC e MEC financia pesquisa sobre comércio exterior
04/08/2009

Os ministros do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, e da Educação, Fernando Haddad, lançam nesta quarta-feira (5/8), às 9h, no Ministério da Educação (MEC), o Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa em Desenvolvimento e Promoção do Comércio Exterior (Pró-comex), que vai financiar seis projetos de pesquisa de cursos de pós-graduação graduação stricto sensu (mestrado e doutorado), cujo tema central seja o comércio exterior brasileiro.

O convênio será firmado entre a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do MEC e prevê que cada uma dos projetos acadêmicos selecionados pelo Pró-comex poderá receber até R$ 75 mil por ano, em até quatro anos, totalizando um valor máximo de R$ 300 mil. Esses valores cobrem bolsas de mestrado e doutorado, material de pesquisa e viagens. Os projetos selecionados têm até cinco anos para serem executados.

Para o secretário de Comércio Exterior do MDIC, Welber Barral, que é também professor da área, o Pró-comex é um mecanismo de estímulo à produção de pesquisas científicas, mercadológicas e tecnológicas de temas ligados ao comércio exterior. “Com esse programa vamos incentivar a formação de recursos humanos pós-graduados nessa matéria, contribuindo, assim, para o desenvolvimento e a consolidação do pensamento estratégico do comércio exterior brasileiro”, disse.

Os temas prioritários para a seleção dos projetos de pesquisa financiados pelo Pró-comex serão: cenários de oportunidades comerciais; desenvolvimento de bens e serviços com vistas ao mercado internacional; instrumentos de apoio e de promoção do comércio exterior; negociações internacionais; logística do comércio exterior; regulação do comércio internacional; políticas de defesa comercial; associativismo para a exportação; inserção das pequenas empresas no comércio internacional; planejamento e internacionalização de empresas face à legislação, tributos, barreiras, cultura e procedimentos administrativos.

Bolsas
Podem participar da seleção de projetos para o Pró-comex alunos de instituições públicas e privadas brasileiras. Essas instituições, no entanto, obrigatoriamente deverão possuir cursos de pós-graduação stricto sensu, reconhecidos pelo MEC, em áreas de concentração ou linhas de pesquisa em comércio exterior ou relacionadas ao comércio exterior.

Para concorrer à bolsa, os pesquisadores devem enviar uma cópia do projeto para a Capes/Coordenação de Programas Especiais/Programa Pró-Comex, Caixa Postal 365, CEP 70359-970, Brasília-DF.

Para mais detalhes sobre o programa:
Coordenação de Programas Especiais da Capes
Telefone: (61) 2104 8806
Fax :(061) 3322-9359
cpe@capes.gov.br

Mais informações para a imprensa:
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
(61) 2109.7190 e 2109.7198
Rachel Porfírio

1283) Sobre o MST e assemelhados

Esta semana, o noticiário corriqueiro, digamos assim, foi dominado por engarrafamentos gigantescos em São Paulo e Brasilia (e provavelmente em outras capitais também) decorrentes de manifestações do MST e associados, para protestar contra a não reforma agrária do governo e outros temas que têm pouco a ver com a reforma agrária.
Não vou falar dos engarrafamentos, o que por si só justificaria medidas de ordem pública contrárias a esse tipo de manifestações -- afinal, o número de prejudicados e os prejuizos financeiros decorrentes desses engarrafamentos recomendaria sua contenção -- mas da própria organização que os liderou.

Talvez se pudesse começar explicando a etimologia, ou a anatomia, do MST.
Não se trata propriamente de um movimento, pois sua natureza para-militar o aproxima mais de um partido político, de tipo neobolchevique.
Não creio tampouco que se trata de "trabalhadores", pelo menos não no sentido marxista do termo. A maior parte é composta de desempregados, próximos daquilo que Marx chamaria de "lumpenprolatariat", ou talvez até de lumpesinato, mas muitos deles nunca foram camponeses, nem têm a intenção de se tornar camponeses, com terra ou sem terra. São mais uma massa de manobra dos dirigentes desse partido político organizado quase como uma brigada militar, que vivem de dinheiro do MST -- que este recebe da suposta sociedade civil, mais exatamente de outras ONGs, que por sua vez sobrevivem de dinheiro público ou de doações de ONGs internacionais extremamente ingênuas, pois que acreditam que o MST está interessado em reforma agrária.
Grande parte da massa de manobra do MST sobrevive de transferência de cestas básicas, direta ou indiretamente enviadas pelo Ministério do MST, perdão, do Dsenvolvimento Agrário, mas que é na verdade uma sucursal do MST, assim como o INCRA e diversas outras agências supostamente civis.
Por fim, a última coisa que o MST pretende ter é terra, ou fazer a reforma agrária.
Como partido neobolchevique que é, pretende fazer a revolução, derrubar o Estado burguês e implantar o socialismo, no velho estilo do início do século 20, aquele dos filmes ainda em preto e branco e mudos. Esse é o tempo do MST, ou talvez até mesmo um pouco mais atrás, o dos movimentos milenaristas de séculos anteriores.
Com a diferença, claro, que o MST emprega táticas experimentas pelos movimentos insurrecionais ao longo do século 20, e prepara sua massa de manobra em sessões de lavagem cerebral que eles chamam de escolas do MST.
Pode ser que outras pessoas tenham outras opiniões sobre o MST, mas acho que elas pecam por ingenuidade político, ignorância, ou ambos...
Paulo Roberto de Almeida