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sábado, 11 de julho de 2015

Bacen sem qualquer credibilidade - Empiricus

 
O Banco Central criou para si uma armadilha, e há apenas uma forma de sair dela
 
Empiricus Research
 
 

Troquem o presidente do Banco Central

 
 
 

 
 
 

 

Em 24 de novembro de 2010, Alexandre Tombini foi escolhido pela presidente Dilma para chefiar o Banco Central do Brasil. Desde então, não houve um ano sequer em que foi cumprido o centro da meta de inflação, de 4,5%. Isso é bastante grave. 

 

Agora, na tentativa de recuperar a credibilidade perdida após a frustração com esse comportamento, o Banco Central vem reafirmando o compromisso de convergir a inflação para 4,5% até dezembro de 2016. 

 

Note que há um desafio bastante grande em levar a inflação de 9% neste ano para 4,5% em 2016. Ainda assim, a autoridade monetária mantém o discurso firme nesse sentido.

 

“Estamos com confiança total que conseguiremos fazer isso

 

Tony Volpon, diretor do BC,
12 de junho de 2015

 

 

Não se trata simplesmente de apenas mais uma meta potencialmente descumprida pelo atual governo...

 

O desrespeito à meta de inflação expõe uma crise de credibilidade na autoridade monetária não vista há décadas, que torna inviável a manutenção de seu quadro atual. 

 

Veja bem...

 

Levar a inflação de 9% para 4,5% num intervalo de 12 meses impõe um custo muito alto para a sociedade. O juro precisa ser colocado em níveis muito elevados, associados a uma recessão pronunciada, para garantir essa convergência em meio a um choque muito grande de preços administrados - lembre-se que tivemos liberação de preços represados de energia elétrica, gasolina e câmbio.

 

Num cenário como esse, seria natural estender o horizonte de convergência, potencialmente para o começo de 2017. Assim seria se tivéssemos condições para tanto.

 

O grande problema é que o Banco Central, depois de anos sucessivos de complacência com a inflação, não dispõe de credibilidade. Dessa forma, na tentativa de recuperar sua reputação, tenta fazer convergir ao centro da meta com celeridade.

 

Sob esse Banco Central, deixar para 2017 aumentaria ainda mais a inércia inflacionária e as expectativas continuariam desancoradas. 

 

E, agora, a situação se agrava. O BC prometeu tanto que entregaria o centro da meta em 2016 que postergar a convergência representaria o golpe de misericórdia em sua já combalida reputação.

 

A evidência empírica fala por si a respeito da dificuldade em curso. O gráfico abaixo mostra a persistência inflacionária, com ênfase no realinhamento de preços administrados:

 
 
 

 
 
 

 

Mediante realinhamento de preços relativos, demorar um pouco mais para convergir seria normal. Mas como não convergimos desde 2009, ninguém acredita se a promessa não vier acompanhada de esforço monetário além do que seria razoável. Assim, a inércia fica maior, dificultando a convergência. 

 

O economista Alexandre Schwartsman resumiu de forma brilhante a questão:

 

“Caso o BC mantenha a inflação flutuando ao redor da meta, de forma que, em média, as duas sejam bastante próximas, é claro que a melhor aposta para a inflação em um dado ano passa a ser a própria meta. É isto que chamamos de ancoragem de expectativas.

 

Imagine, contudo, que, em face de um desvio suficientemente grande, o BC anuncie para a sociedade que estendeu o período de convergência para dois anos. Neste caso, deixa de ser verdade que a melhor expectativa de inflação para o ano corrente seja a meta. Se metade do caminho for percorrida no primeiro ano, a melhor aposta para a inflação deste ano seria a média entre a inflação do ano anterior (9,0%) e a meta (4,5%), ou seja, 6,75%."

 

Quanto mais o BC demora para conseguir convergir a inflação à meta, de fato, maior a inércia inflacionária. 

 

Ou, cada vez mais os formadores de preços e salários atribuem peso crescente à inflação passada, tornando a convergência da inflação ainda mais distante - em um processo que se retroalimenta.

 

O que dizer de um Banco Central que não cumpriu a meta de inflação desde que assumiu o posto, há cinco anos? E estendeu o seu período de convergência? 

 

 

O que resta a Tombini

 

Ciente da necessidade de recuperar a credibilidade, o Banco Central brasileiro, paralelamente à afirmação da meta de 4,5% em 2017, com o compromisso de chegar à mesma em dezembro do ano que vem, reduziu o teto da meta...

 

Em 6,5% desde 2006, o limite superior da banda foi cortado para 6% em 2017.

 

Com a mudança, o Bacen tentou transmitir ao mercado uma mensagem de que confia na convergência para a meta. E ele será "duro" em sua missão.

 

Mas, ironicamente, no momento em que ele próprio reconhece que estourará o teto da meta de inflação pela primeira vez em 12 anos. 

 

O que resta ao Bacen?

 

     a) jogar a taxa de juros para 16% (ou alto em torno disso) - essa é, em linhas gerais, a Selic necessária para levar a inflação ao centro da meta em 2016;

 

     b) começar a focar no cumprimento da meta em 2017, que de fato é o que realmente lhe cabe neste momento.

 

O problema é: isso recai no problema de postergação de metas, de inércia inflacionária e ancoragem das expectativas. E o pior: dadas suas promessas de que cumprirá o centro da meta em 2016, postergar agora mata de vez sua credibilidade, o que é péssimo para a política monetária. 

 

Em outras palavras, recuperar a credibilidade de quem não é crível impõe um custo muito alto à sociedade. Sob um banqueiro central de alta reputação, poderíamos perfeitamente deixar a convergência ao centro da meta para o começo de 2017 - note que o modelo do próprio Banco Central, conforme demonstrado no Relatório Trimestral de Inflação, já aponta a convergência nesse horizonte temporal.

 

Essa assertiva, infelizmente, não vale para a atual gestão.

 

A situação é mais grave do que pode parecer em primeiro momento.

 

Sem um choque imediato de credibilidade, ela enseja a manutenção de inflação e juros elevados por período prolongado e terá impactos drásticos, sob profunda recessão, aumento do desemprego e pressão para baixo nos salários.

 

Conforme concluiu José Roberto Mendonça de Barros na Folha de S. Paulo:

 
“O Banco Central foi reconhecidamente leniente com a inflação por três anos consecutivos e de repente encasquetou - e a palavra é essa mesmo - que as estimativas para o IPCA têm que convergir para a meta de 4,5% no fim de 2016. A mensagem do BC é que não vai parar de aumentar os juros enquanto isso não acontecer. Forçar a mão nos juros é destruir a demanda, o que vai quebrar muita gente.”

 

Se o BC postergar novamente o atingimento da meta de inflação, acaba a última gota de credibilidade que lhe restou.

 

Qual a importância da credibilidade de um Banco Central? 

 

O estudo clássico de Alan Blinder, de 1999, aponta quatro motivos principais: “maior credibilidade faz (i) o processo de ‘desinflação’ menos oneroso, (ii) ajuda a manter a inflação baixa, uma vez que ela esteja baixa, (iii) faz com que seja mais fácil defender a moeda, e (iv) ajuda a angariar apoio público para a independência do banco central.”

 

E como um Banco Central torna-se crível? 

 

A mesma pesquisa aponta um fator consensual entre banqueiros centrais e economistas: com um histórico de “fazer o que diz que vai fazer”. Ter um bom track record no cumprimento do centro da meta - e é exatamente isso que nos falta! 

 

Agora, como prover um choque imediato de credibilidade ao Banco Central, sem que ele cumpra a meta de inflação por - pelo menos - os próximos dois anos?

 

Via choque de gestão. 

 

Não precisamos construir uma reputação necessariamente. Podemos adquiri-la instantaneamente nomeando um banqueiro central com credibilidade.

 

Tal como foi feito com a condução da política econômica pelo ministério da Fazenda, com a substituição de Guido Mantega por Joaquim Levy - que, mesmo sem resultados materiais efetivos no sentido de recuperação do superávit primário e equilíbrio das contas públicas, até então sustenta o rating brasileiro quase que unicamente com sua credibilidade.

 

Reitera-se: não há nada pessoal contra Alexandre Tombini, cuja capacidade técnica e esforços na condução do BC cansaram de ser elogiados em nossos relatórios. Pessoalmente, gosto e simpatizo com o Dr. Tombini. Entretanto, ele não tem mais como permanecer à frente do Banco Central.

 

Com ele, o custo dessa convergência à meta de inflação é demasiadamente elevado.

 

Enquanto tivermos Tombini no comando do BC, teremos inflação e juros altos.


 

 
 

 


  

 


 
 
 

 
 

 

Felipe Miranda

 
assinatura Felipe Miranda
 




 

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Empiricus Research
 


 

sexta-feira, 10 de julho de 2015

A presenca brasileira em Orlando, Florida, uma cidade brasileira - Marilia Mota Silva

COLUNAS

Digestivo Cultural, Quarta-feira, 15/7/2015
Minha Terra Tem Palmeiras
Marilia Mota Silva

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Orlando, a cidade na Flórida onde ficam os parques da Disney, Universal e outros, é uma cidade americana típica, isto é, concebida para uma vida sobre rodas. Ali não há ruas com calçadas, lojinhas, vitrines, praças com árvores e bancos onde se possa ver a vida. Há vias expressas, avenidas com várias pistas, ligando os subúrbios com suas casas grandes, gramados impecáveis, simetria e perfeição meio opressivas, aos blocos de comércio, shoppings centers e condomínios mais centrais. Se é que se pode falar em centro nesse vai e vem de avenidas e elevados.

O pedestre ali é um inconveniente que não se encaixa no projeto urbano. Para quem gosta de conhecer lugares caminhando é desconcertante.

Um segundo olhar, no entanto, revela onde há vida na cidade, à parte do frenesi turístico dos parques e das pistas de alta velocidade. E me arrisco a dizer que Orlando é brasileira.

Não tinha ideia da dimensão da presença brasileira em Orlando. Ali encontramos brasileiros em todas as áreas de trabalho: no turismo, naturalmente, no mercado de imóveis, venda e aluguel de casas por temporada. No comércio, uma infinidade de lojas e até supermercado, mas não é só isso: há professores, médicos, advogados, escritórios de contabilidade, bombeiros, motoristas... e confirmando o peso da nossa presença na cidade, temos finalmente um banco com funções plenas nos Estados Unidos (restrito à Flórida), o BB Américas.

Em Orlando, temos padaria! Nada de bakery com seus produtos inodoros, frios, super-processados! Padaria como as nossas. Comprei pãozinho francês na Padaria Pão Gostoso. Café, pão de queijo, pastel de forno, bolo de milho na vitrine. Conversas animadas nas mesas, em volume baixo. Passei perto para ter certeza: todos falavam em português.

A poucos metros da Pão Gostoso, outra padaria tinha Ana Maria Braga na tevê, ensinando a fazer receitas.

A jovem no caixa disse: eu me sinto em São Paulo. Nem me lembro que estou longe!

É, isso podemos dizer do brasileiro: adaptamo-nos com facilidade a qualquer cultura e fuso horário. Não há canto do mundo em que não se esbarre em um de nós. Em busca de uma vida melhor ou de uma terra sem males, como nossos antepassados, o povo guarani, nos aventuramos pelo mundo, mas não ficamos longe do Brasil. Mesmo integrados à vida do país adotado, nos reunimos em grupos, formamos comunidades, nos empenhamos para que as crianças falem português; cultivamos nossas tradições. Festa junina, por exemplo, é um ponto alto. No calor do verão no hemisfério norte, o fogo da fogueira é de papel celofane. Quentão, nem pensar! Mas tem quadrilha com casamento, padre e noiva prenhe, chapéus de palha, roupas remendadas, tranças, xadrez, babados, viola, acordeon!
Alessandra e Alan, na festa do MBV (Mães Brasileiras de Virginia)

Nos primeiros dias de minha estada em Orlando, encontrei na mesa de uma sorveteria um jornal local brasileiro: Jornal B&B, Brasileiras Brasileiros. Tamanho tablóide, 64 páginas, distribuição gratuita, um manancial de anúncios e informações, tudo em português.

Uma dessas informações me deixou sem ar por uns momentos: A Flórida recebeu 100 milhões de turistas em 2014. Só a Flórida, essa península ao sudeste do país, cheia de terrenos pantanosos e mosquitos. Cem milhões! O Brasil inteiro recebeu, no ano em que hospedou a Copa Mundial de Futebol, sete milhões. Tudo bem que a Flórida tem essa concentração de parques de diversão, mas, ainda assim, a diferença é grande demais!

Não estou sugerindo que seja culpa do governo. Não foi o governo que construiu a Disney e os outros parques que atraem grande parte desses turistas. Foi a iniciativa de empresários, com visão, capacidade de investir e correr riscos. O governo contribuiu - contribui - garantindo a infra-estrutura, rodovias, aeroportos, segurança. Agora mesmo o imenso e confortável aeroporto internacional de Orlando está sendo ampliado.

Como desatar os nós que nos impedem de ser bem sucedidos nessa área em que temos atrações únicas, recursos infinitos e que traria tantos empregos, tantos benefícios? Eu sei, a resposta nos levaria ao labirinto antigo e suas saídas elusivas. Ainda assim, a pergunta insiste.



Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam nao gorjeiam como lá...não permita Deus que eu morra, sem que eu volte para lá"...Canção do Exílio, Gonçalves Dias


Marilia Mota Silva
Orlando, Fl, 15/7/2015

Salarios nababescos: UniCamp nao deve ser a unica

Ah, nossas belas universidades públicas, tão ricas, e tão generosas com seus marajás...
O que será que os companheiros teriam a dizer sobre isso?
Paulo Roberto de Almeida 

Unicamp paga salários acima do teto a mil servidores

A Unicamp paga salários acima do teto a cerca de mil professores e técnicos, segundo dados da própria universidade divulgados nesta semana.

A Constituição determina que os servidores públicos estaduais não podem ganhar mais do que o governador –Geraldo Alckmin (PSDB) recebe atualmente R$ 21.631,05 brutos. Dois servidores da universidade ganham mais de R$ 60 mil mensais.

A Unicamp vinha se recusando a mostrar os dados sobre os salários dos seus 20 mil servidores ativos e inativos. A Folhaentrou na Justiça para receber as informações e teve ganho em segunda instância.

No último dia 22, a Unicamp pediu prazo de 30 dias para cumprir a decisão, alegando que precisaria tomar "providências administrativas".

Na última quarta-feira (8), porém, a universidade colocou em seu site link em que é possível ter acesso aos dados de ao menos parte dos servidores. E reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" nesta sexta (10) mostrou os salários de alguns funcionários, inclusive o do reitor, José Tadeu Jorge, que recebe R$ 37 mil, divididos em dois salários.

Em nota, a reitoria da universidade se limitou a dizer que "cumprindo decisão judicial, a Unicamp entregou na tarde de quarta-feira (8) a relação dos salários pagos". Os dados, porém, não foram recebidos pela Folha.

Os links que estão disponíveis no site não atendem à determinação judicial. Não há, por exemplo, a relação nominal de todos os funcionários e seus respectivos salários.

Em um link no site da universidade há lista em que consta o número de matrícula do servidor e informações salariais, mas sem o nome do funcionário. Em outro link, é possível fazer busca do nome do servidor a partir da matrícula, mas nem todos os funcionários aparecem no sistema.

O sistema não permite, por exemplo, identificar o nome do servidor com o maior salário bruto, de R$ 65.287,63. Também não informa qual o cargo do servidor.

Assim, não é possível identificar também quais dos servidores são procuradores, cujo teto salarial é maior (R$ 30,3 mil) por seguir a lógica do Judiciário (90,25% do subsídio mensal dos ministros do Supremo, de R$ 33,7 mil). Na USP, por exemplo, havia 28 procuradores com salários acima do teto em 2014.

No fim do ano passado, também após processo judicial, a Folha teve acesso à folha de pagamentos da USP, que depois tornou público um site com todas as informações.

TETO SALARIAL

A aplicação do teto salarial era alvo de polêmica até o fim do ano passado. As universidades estaduais paulistas (USP, Unesp e Unicamp) entendiam que não podiam entrar no cômputo vantagens salariais adquiridas pelos servidores antes de 2003, quando uma emenda à Constituição deixou a situação mais clara.

As instituições passaram então a cortar de seus servidores o valor que excedia o salário do governador, excluindo as vantagens adquiridas antes de 2003.

O Supremo Tribunal Federal, porém, decidiu que todas as vantagens devem ser consideradas para o cômputo do teto salarial, contrariando a lógica das universidades. O Tribunal de Contas do Estado já rejeitou as contas das três universidades devido ao pagamento de salários acima do teto.

Ao "O Estado de S. Paulo", o reitor afirmou que não pode reduzir os salários porque o sindicato dos professores da universidade obteve liminar (decisão provisória) ano passado impedindo que os salários sejam cortados para cumprimento do teto.

Financiadas basicamente por recursos do governo estadual, as três universidades paulistas vivem dificuldades financeiras. Na Unicamp, 93% da verba está comprometida com folha de pagamento. As próprias universidades dizem que o ideal seriam no máximo 85%. 

Brics: China um exemplo de cibersecurity totalitária. Um exemplo a ser seguido pelos demais? (NYT)

Logo ao abrir as notícias do dia, nesta sexta-feira 10 de julho, em Anápolis, deparo-me com uma matéria do New York Times da véspera, enquanto se desenvolvia o encontro do ano do grupo Brics, reunido na Rússia, em Ufá.
A chamada da matéria é a seguinte:

SINOSPHERE
What You Need to Know About China’s Draft Cybersecurity Law

By AUSTIN RAMZY
China, which has some of the world’s tightest Internet restrictions, has released a draft of a bill that authorizes broad powers to control the flow of online information.
The New York Times, Compiled: July 9, 2015 6:01 AM

Logo, um assunto altamente relevante para todos os cidadãos que se preocupam com a intrusão do Estado, dos governos mais exatamente, em suas vidas privadas.
Carmen Lícia e eu estávamos na China, em 2010, quando soubemos, por acaso, em agosto daquele ano, que finalmente havia sido levantada a barreira total imposta por Beijing no acesso à internet, por toda uma imensa província chinesa (no nome), Xinjiang (na verdade o chamado Kazaquistão chinês), em consequência dos distúrbios causados pelos rebeldes uigures contra dominação Han naquela região, inclusive na capital Urumqi. Uma província inteira, cortada do mundo, durante mais de um ano, segundo dispositivos que integram a atual lei de segurança na internet agora implementada.
E o que constato pela matéria abaixo?
Isto abaixo, que continua a ser preocupante do ponto de vista dos direitos cidadãos.
Paulo Roberto de Almeida 

What You Need to Know About China’s Draft Cybersecurity Law




Surveillance cameras in Tiananmen Square, Beijing. The release of draft legislation on cybersecurity in China followed the recent passage of a law on national security. Credit Wu Hong/European Pressphoto Agency
China, which has some of the world’s tightest Internet restrictions, has released a draft of a new cybersecurity law that authorizes broad powers to control the flow of online information. The bill, which has been translated into English on the website China Law Translate, comes after the recent passage of a law on national security and with the expected approval of bills on nongovernmental organizations and counterterrorism.
Here is a look at some of the main provisions of the cybersecurity bill, and what the measure tells us about the structure of China’s Internet control apparatus:
The Cyberspace Administration of China has a crucial role. Perhaps the most interesting aspect of the bill is not the powers that it spells out, but who holds them. Analysts say the draft shows clear signs that the Cyberspace Administration and its director, Lu Wei, drive Internet policy and that it gives the body great powers to guide research and education.
Near the beginning, the draft says that the “state Internet information department” is “responsible for comprehensively planning and coordinating network security efforts and related supervision and management efforts.”
Rogier Creemers, a research scholar at Oxford University, said this is a clear reference to the Cyberspace Administration of China and puts it in the driver’s seat for policy-making going forward. “They are clearly in charge,” Mr. Creemers said.
“They are are a coordination and decision-making body at the highest political level,” he said, adding that with this law the Cyberspace Administration has set a broad agenda, and that it will be up to other ministries to then work out more specific laws, such as rules governing e-commerce or what hardware banks can use.
Most of the provisions are not new. China has long taken steps to restrict many types of online content, from pornography to political discussions. Many foreign sites are blocked, and domestic sites use automated censorship mechanisms as well as staff members to remove posts on restricted topics.
Even the most aggressive measures discussed in the draft, restricting Internet access in a particular region to “safeguard the national security, social stability or handle a sudden major incident of concern for social safety,” have been used. In 2009, China shut off nearly all Internet access and international calls in the far western region of Xinjiang for months, after deadly riots in the city of Urumqi.
But often such powers were defined in lower-level regulations or even Internet companies’ contracts. By elevating them to a national law, Chinese authorities are signaling that they are placing a high priority on compliance and that they want to “make it harder for Internet companies to avoid or drag feet on implementation,” said Maya Wang, a researcher with Human Rights Watch based in Hong Kong.
“The law is meant to say the party is serious about controlling the Internet,” she said.
A warning to global companies. China has long been a difficult place for foreign technology companies to thrive. Many sites, including Facebook, Google, Twitter and YouTube, are partly or completely blocked.
Some clauses, such as a requirement for the development of safeguards on “critical information infrastructure,” could further curtail the activities of foreign companies, but the details are still unclear.
“The foreign business community will be reading the law closely, trying to determine how the cybersecurity standards and procurement provisions will be implemented,” Adam Segal, an expert on China and digital policy at the Council on Foreign Relations, wrote. “The past few months will not give them great comfort, as Beijing has adopted a national security law and other provisions to make technology used in China ‘secure and controllable’.”

Paul Mozur contributed reporting.
Follow Austin Ramzy on Twitter at @austinramzy, and Paul Mozur at @paulmozur.



quinta-feira, 9 de julho de 2015

Lula, o falastrao e o desastre economico

A verdade só afunda temporariamente. Mais cedo ou mais tarde sempre vem à tona.
Ou, conforme Galileo Galillei, perante o tribunal da Inquisição, “A verdade é filha do tempo e não da autoridade”.

 

Sabem quem é essa moça? 

Ela é Sinara Polycarpo, a ex-superintendente de investimentos do Banco  Santander...

 


Não está ligando o nome, o cargo e a pessoa aos fatos?Então refresquemos a sua memória:

Dias atrás, o site Infomoney relembrou que há um ano, em carta enviada aos clientes do Santander, a então superintendente de investimentos do banco alertava sobre os riscos de um eventual segundo mandato de Dilma Rousseff:

“O câmbio voltaria a se desvalorizar, juros longos retomariam alta e o índice da Bovespa cairia, revertendo parte das altas recentes”, disse Sinara.

Lula reagiu furiosamente na ocasião, pedindo a cabeça da funcionária: “Essa moça não entende porra nenhuma de Brasil e de governo Dilma. Manter uma mulher dessa num cargo de chefia, sinceramente… Pode mandar ela embora e dar o bônus dela para mim.”

(No blog de José Dirceu, o “porra nenhuma” de Lula virou “nada”)

Resultado: o Santander demitiu Sinara por pressão de Lula, mas, desde a reeleição, o dólar subiu 23%, a taxa de juros saltou de 11% para 13,75% e o Ibovespa chegou a cair 15 mil pontos.

O pior: Dilma continua empregada. 


 

Luta de classes no Itamaraty? Nao! Apenas diferencas na aritmetica funcional...



CORREIO BRAZILIENSE
09jul15

Barraco no Itamaraty
Vera Batista
Correio Braziliense, 9/07/2015

O Itamaraty entrou na campanha salarial de 2015 dividido. Filiados ao Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty) e à Associação dos Diplomatas Brasileiros (ADB) discordaram diante de 31 diferentes categorias que discutiam a proposta do governo de reajuste de 21,3%, em quatro anos, na tarde de terça-feira. Segundo a presidente do Sinditamaraty, Sandra Nepomuceno, as divergências são "normais" e levam ao entendimento. "O que foi aviltante foi a presença de alguém que representa o patrão na mesa de negociação dos empregados", indignou-se. O bate-boca, que durou mais de meia hora, conforme sindicalistas que não quiseram se identificar, causou embaraço ao secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça. "Embora a ADB negue, eu tenho a gravação provando que Mendonça falou na frente de todos ter recebido uma ligação do MRE, ou seja, do governo. Por isso, permitiu o acesso de Adriano Pucci (representante da ADB e chefe da Coordenação-Geral de Modernização do Itamaraty - CMOR). Esse senhor não precisava lavar roupa suja na reunião, foi constrangedor", reforçou Sandra. Em nota, o Sinditamaraty informou que é o único autorizado a negociar pelos empregados.
O sindicato assinalou que a interferência de "membros dos órgãos públicos designados para falar em nome da administração da Casa, concomitantemente em nome de categoria de servidores, fere a representatividade sindical garantida em lei e abre perigoso precedente para que outros sindicatos tenham de admitir ingerência de associações e membros da administração do órgão em suas negociações".
Na versão da ADB, o Sinditamaraty cometeu uma série de irregularidades. Convocou a totalidade da categoria (diplomata, oficiais e auxiliares de chancelaria) à assembleia e permitiu acesso somente dos filiados. A presidente da ADB, Vitoria Alice Cleaver, negou que Adriano Pucci tenha sido indicado pelo MRE. "Eu pedi o assento", revelou.
O que azedou a relação entre as duas entidades, acusou Vitória, foi o fato de o Sinditamaraty aceitar o aumento de 21,3% e, em seguida, decidir por fazer uma correção desigual. Ou seja, do total do reajuste, 63,2% iriam para os oficiais, 56,8%, para os assistentes, e 5% para os diplomatas."
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Brics realizam encontro numa "aldeia Potemkin" (combina com eles...)

Quem conhece a história de Catarina, dita a grande, que obviamente vem depois do fundador de Ufá, Pedro, também dito o Grande, e de Ivan, dito o Terrível (et pour cause, como a Catarina, aliás), sabe do que estou falando, a maquiagem da miséria atrás de frondosos cenários de pujança e riqueza.
Um pouco como as maquiagens contábeis feitas pelos companheiros aqui no Brasil, a completa deformação das contas públicas por economistas aloprados, transformando a feitura dos déficits em vistosos superávits.
Não é de estranhar que os Brics sigam o mesmo exemplo de mistificação, como evidenciado nesta matéria da BBC.
Paulo Roberto de Almeida

Fundada por Ivã, o Terrível, cidade veste 'máscara' para sediar cúpula dos Brics
Luiza Bandeira Enviada especial da BBC Brasil a Ufá, Rússia
BBC Brasil, 9/07/2015

Escolha de Ufá para sediar reunião anual dos BRICS pode ter tido motivação política

Uma edição da Gazeta Russa publicada no Brasil na semana passada já alertava: apesar de a socialite americana Paris Hilton ter achado a cidade de Ufá, sede russa da 7ª Cúpula dos Brics, "linda e encantadora", nem todos que visitam a capital da Bachquíria "sentem a vibração logo de cara".
Construída por ordem do czar Ivã, o Terrível, para proteger o território de invasões, Ufá não lembra nem de longe os tempos de fortaleza.
Encravada na Rússia Central, a mais de mil km de Moscou, próxima do Cazaquistão e dos Montes Urais, que marcam a divisa com a Sibéria, a cidade tem ruas largas, arquitetura insossa e luzinhas com aparência natalina acesas em pleno julho.
As centenas de placas do evento espalhadas pela cidade não deixam dúvida da importância para Ufá de sediar a cúpula dos Brics. Mas nos longos trajetos entre os hotéis escolhidos pela organização para abrigar jornalistas e o centro de imprensa, é difícil ver qualquer vibração.

Policiais vigiam as ruas de Ufá, que receberam adesivos para amenizar o visual.

Vazia
Apesar de ter mais de um milhão de habitantes, há poucas pessoas nas ruas e calçadas. A polícia, por outro lado, está em quase toda esquina. Os policiais se posicionam discretamente, normalmente sem carros ou presença ostensiva na rua; costumam ficar sozinhos ou em duplas nas calçadas.

Apesar de abrigar uma população em torno de 1 milhão de habitantes, a maioria das ruas de Ufá tem aparência deserta.

Escolhida para sediar tanto a cúpula dos Brics – grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – a cidade consumiu US$ 189 milhões nos preparativos para o evento, de acordo com o governo.
A maior parte, US$ 108 milhões, veio de investimentos privados, com o governo federal e o da república da Bachquíria bancando o resto. O governo de Vladimir Putin tem interesse em mostrar pujança com o evento - a Rússia sofre sanções devido à crise na Ucrânia e o líder russo quer fazer do encontro uma demonstração de poder.
Os principais investimentos foram para a reforma do aeroporto e construção de novos hotéis – um deles, da rede Hilton, dá uma pista para justificar a propaganda positiva que a herdeira da rede fez da cidade.
 
Maquiagem
Nas redes sociais russas, os preparativos causaram polêmica: o governo foi acusado de maquiar a cidade para os participantes do evento.
Fotos publicadas por um blogueiro e compartilhadas por milhares mostraram casas escondidas por falsas fachadas, feitas de uma espécie de papel de parede, e também por grandes cartazes de árvores.

Os prédios antigos receberam uma fachada falsa com a aplicação de adesivos.
Um prédio antigo também teria sido escondido atrás de uma espécie de adesivo simulando uma aparência mais moderna. Além disso, calçadas de cimento teriam sido cobertas por grama falsa.
Pela cidade, a reportagem da BBC Brasil viu os cartazes de árvores retratados, mas eles estavam tapando obras.
Segundo a agência de notícias russa Tass, as autoridades de Ufá reagiram dizendo que o blogueiro não era mais bem-vindo na cidade.

Calçadas de Ufá foram cobertas por grama artifical para melhorar o visual urbano.
Turisticamente, Ufá se vende como uma divisa entre Ocidente e Oriente. Ela não tem grandes atrações turísticas: segundo o Trip Advisor, o melhor programa da cidade é visitar o monumento Slavat Yulaev (líder de uma rebelião no local), visível a partir do centro onde será realizada a cúpula.
Já o guia Lonely Planet recomenda, em seu site, uma visita ao Museu Lênin, em uma casa onde o próprio líder da Revolução Russa morou por algum tempo, a 30 quilômetros de Ufá. A Gazeta Russa, suplemento em português financiado pelo governo russo, aconselha provar o mel de Ufá, especialidade local.
O turista que visitar Ufá, porém, pode ter problemas de comunicação: a maior parte das pessoas que a reportagem da BBC Brasil encontrou não falava inglês - mas elas não se abstiveram de falar em russo, mesmo sabendo que o interlocutor não falava a língua.
 
Exposição
Logo na entrada do centro de imprensa, há uma exposição sobre Ufá com basicamente quatro itens: uma maquete do antigo kremlin (fortaleza) da cidade, que não existe mais; um traje usado pelo bailarino Rudolf Nureyev, celebridade maior da cidade; um troféu do time de hóquei local e o motor de um caça produzido em Ufá.
A mostra termina com maquetes de projetos que prometem, nos próximos sete anos, mudar a paisagem da cidade – que, hoje, é marcada por alguns prédios de arquitetura funcional típica soviética, sem grandes atrativos e em tons pastéis - com prédios modernos e espelhados e grandes áreas verdes.
Na sala de imprensa, grandes telões mostram imagens turbinadas da cidade – luzes acesas à noite, prédios históricos, igrejas e mesquitas com iluminação especial e imagens aéreas do rio que banha a cidade.
Jornalistas que se interessaram em saber um pouco mais pela cidade ganharam pelo menos três livros: um sobre a história de Ufá, um sobre a Bachquíria e um sobre a Rússia em geral.
Mas qual o interesse da Rússia em realizar um evento de grande porte em uma cidade longínqua e pouco conhecida?
Para o professor de Relações Internacionais da FGV Oliver Stuenkel, o objetivo é promover uma cidade fora do eixo.
"Assim como outros países, a Rússia usa a cúpula para beneficiar politicamente um aliado e apresentar ao mundo algumas regiões que não têm visibilidade", afirma.
Ele lembra que, quando o Brasil foi anfitrião da cúpula, escolheu Fortaleza como sede do evento – um afago ao aliado Cid Gomes, que quando governador, construiu um grande centro de convenções que acabou sendo usado para o evento.

Brics pretendem aprofundar ainda mais as bobagens economicas dos paises desenvolvidos

Nunca devemos nos surpreender com as contradições e equívocos dos Brics (minus China, que só faz aquilo que lhe interessa, sem atenção para as bobagens dos colegas de bloco).
Quem não se lembra das lamúrias, protestos, reclamações dos lulo-petistas (e nem preciso lembrar quem) que, no auge da crise dos desenvolvidos (que parece largamente superada atualmente, menos nas escusas fajutas dos mesmos lulo-petistas), acusavam as economias desenvolvidas de fazerem "guerra cambial", e de "tsunami financeiro".
Eles reclamavam contra o manancial de dinheiro que os bancos centrais do G7 despejavam no mercado, estupidamente, ou seja, keynesianamente, para sustentar a demanda, como eles se justificavam.
Pois agora são os Brics, que na iminência da interrupção dos diversos "quantitative easing", e sa subida dos juros, reclamam que vai faltar dinheiro, e querem a extensão das linhas de crédito em divisas fortes. Eles querem mais liquidez, querem mais dinheiro fácil, querem fazer tsunami financeiro, querem aumentar a inflação e a dívida pública...
Vão ser contraditórios lá em Ufá...
Paulo Roberto de Almeida 

Contra turbulência, Brics querem acesso a moeda de países ricos
Por Assis Moreira
Valor Econômico, 9/07/2015
Os países do Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - querem que as nações desenvolvidas garantam linhas de swap de moedas, no caso de restrição de liquidez no mercado cambial, que poderia afetar os emergentes, quando os EUA voltarem a elevar os juros, provavelmente ainda neste ano.
No começo da crise global, em 2008, o Brasil foi um dos países que obtiveram linha de swap de moedas de US$ 30 bilhões com o Federal Reserve, que nunca foi acionada. A China, com quase US$ 4 trilhões de reservas, fez bilateralmente vários acordos com emergentes nos últimos tempos.
O Valor apurou, que no comunicado de 75 parágrafos que vão divulgar hoje, ao final de sua cúpula em Ufá, na Rússia, os líderes das cinco grandes economias emergentes vão manifestar persistente "preocupação com o potencial efeito das repercussões de politicas monetárias não convencionais de países avançados, que poderiam causar volatilidade disruptiva nas taxas de câmbio, nos preços dos ativos e nos fluxos de capital".
Para "reduzir os riscos potenciais'' desse cenário, a presidente Dilma Rousseff e seus colegas Xi Jinping (China), Vladimir Putin (Rússia), Jacob Zuma (África do Sul) e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Mori, conclamarão as principais economias desenvolvidas a "reforçar seu diálogo politico e a coordenação no contexto do G-20".
Os líderes dos Brics consideram importante fortalecer a cooperação financeira internacional por meio de instrumento como linhas de swap "para mitigar os impactos negativos de divergência de política monetária nos países emissores de moedas de reserva" - essencialmente os EUA, a zona do euro e o Japão.
Existe o sentimento entre autoridades do grupo de que, mesmo com uma melhor preparação e boa comunicação do Federal Reserve (o BC dos EUA) sobre a normalização de sua política monetária, o aumento da volatilidade nos mercados é possível quando os juros aumentarem nos EUA e o dólar continuar se valorizando globalmente.
Produtores de matérias-primas, incluindo o Brasil, entram nesse cenário com o fim do superciclo dos preços de commodities, no rastro da desaceleração da economia da China que pode agora se acentuar com o estouro da bolha no seu mercado de ações.
O acordo operacional do fundo de reservas dos Brics, de US$ 100 bilhões, que entra em vigor no fim deste mes, servirá para defesa no caso de algum dos cinco países do grupo enfrentar problemas de liquidez em dólar.
Mas a Índia é um dos países que dá ênfase à garantia de acesso a linha de swap também pelos bancos centrais dos países ricos, como deixou claro em reuniões no G-20, grupo que reúne as maiores economias do planeta.
Para Nova Déli, é preciso assegurar que linhas de swap de moedas estejam disponíveis, como em 2008, para evitar o estigma de um país em dificuldade recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ter de se submeter a suas condicionalidades.
O que o Brics defende, porém, sofreu no G-20 resistência dos EUA e da Europa no ano passado, com alguns países ricos estimando que a primeira linha de proteção deve vir do FMI.
No comunicado do Brics, que será divulgado hoje, os líderes avaliam que a recuperação global não está consolidada, resta frágil e com divergências consideráveis entre países e regiões.
Eles estimam que os mercados emergentes e os países em desenvolvimento continuam a ser os grandes motores do crescimento economico global.
Para o Brics, reformas estruturais, ajuste doméstico e inovação são importantes para o crescimento sustentável e para fornecer uma contribuição significativa para a economia mundial.
''Notamos os sinais de melhora das perspectivas de crescimento em algumas das principais economias avançadas. No entanto, riscos para economia global persistem'', dirá o documento.
Para o grupo, os desafios têm relação com endividamento público e desemprego elevados, pobreza, menos investimentos e comércio, taxas de juros reais negativas juntamente com sinais de prolongada inflação baixa nos países desenvolvidos.