O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

sexta-feira, 18 de março de 2016

Vergonha! Vergonha! - Editorial do Estadao sobre o vergonhoso momento do Brasil

Não preciso acrescentar nada, ou talvez apenas isto: a revelação trazida pelas gravações demantela as já esfarrapadas mentiras arguidas pelos criminosos do poder, e revela claramente quão baixo esses personagens podem descer na podridão da política mafiosa.
Paulo Roberto de Almeida

Vergonha! Vergonha!
Editorial O Estado de S. Paulo, sexta-feira, 18 de março de 2016

Após ter praticado um autêntico golpe de Estado em favor de seu mentor, Lula, Dilma Rousseff deu mais um tapa na cara dos brasileiros ao decretar que devem calar a boca aqueles que se insurgem nas ruas contra seu governo, acusando-os de agir sob o efeito de emoções artificialmente criadas e assim se tornarem instrumentos de uma conspiração armada contra os interesses do povo. Essa investida, que sinaliza a estratégia a ser seguida doravante pelo lulopetismo na tentativa de manter-se no poder, foi o ponto alto do comício, com direito a ruidosa claque, armado dentro no Palácio do Planalto a pretexto de dar posse a Lula no cargo de ministro que lhe garantiria foro especial na Justiça.

O ato serviu a uma tentativa canhestra da presidente da República de desmentir as palavras que deixou na gravação de um telefonema feito na quarta-feira, comunicando a Lula que estava lhe encaminhando o documento de nomeação, para ser usado “em caso de necessidade”.

Nessa encenação acintosamente partidária que presidiu na sede do governo de todos os brasileiros, Dilma assumiu uma atitude agressiva, só atenuada quando fazia exortações vazias à união nacional. Em sintomática adesão ao estilo populista de seu guru, Dilma dialogou com a claque petista – o que em vários momentos deixou indisfarçavelmente constrangidos políticos e autoridades na plateia – fornecendo as deixas para as ruidosas manifestações de que “não vai ter golpe” e de ataques à “mídia golpista”.

A estridência de Dilma Rousseff nas ameaças, nem sempre veladas, aos inimigos que vê por todos os lados, especialmente no Judiciário, não ocultou a humilhação por que passava a outrora voluntariosa presidente. Naquele momento, ela abria mão do respeito a si mesma e fingia continuar sendo a chefe de governo e de Estado, mesmo já tendo entregue o poder de fato a seu mestre e criador. Ou alguém duvida de que – mesmo com o litígio judicial a respeito da validade de sua nomeação – toda e qualquer decisão governamental relevante estará sujeita, a partir de agora, à iniciativa ou aprovação de Lula?

A encenação petista serviu também para Dilma apresentar o argumento que derrubaria definitivamente a versão de que este seu conluio com Lula configura uma tentativa de obstrução da Justiça, pois pode ter o efeito prático de transferir a jurisdição das investigações que ameaçam o ex-presidente de Curitiba para Brasília. Trata-se do tal termo de posse que mandou entregar a Lula, com a recomendação de que só o usasse se fosse necessário. Ou seja, ela achava que um termo de posse, sem a sua assinatura, valeria como salvo-conduto. O espantoso é que nem numa situação extrema como aquela em que achava que enfrentava com seu mentor ela foi minimamente bem assessorada.

Esse episódio mais a divulgação das gravações feitas com autorização da Justiça das conversas telefônicas de Lula prestaram ao País o importante serviço de mostrar exatamente o que o chefão do PT, a presidente Dilma e seus interlocutores pensam a respeito do atual cenário político. Graças à iniciativa do juiz Sergio Moro de levantar o sigilo das gravações, os brasileiros puderam constatar, de maneira indesmentível, que com essa gente não há “conversa republicana”. Nem são eles capazes de inventar tretas que resistam à revelação de um telefonema.

A posse de Lula na chefia da Casa Civil acabou suspensa por um juiz federal e o governo, como era de esperar, recorreu da decisão liminar. Assim, a questão ficará sub judice, por quanto tempo não se sabe. Mas esta não é uma questão jurídica. É uma questão eminentemente moral. Daí o grito de protesto dado por um deputado presente à encenação palaciana, que lhe custou a imediata expulsão do recinto: “Vergonha! Vergonha!”.

Não têm vergonha na cara pessoas que usam o poder que lhes foi conferido pelo povo, primeiro, para surrupiar o dinheiro de todos e, depois, para proteger parentes e amigos das consequências legais da roubalheira.

Como dizia, premonitoriamente, o chefe dessa malta: “No Brasil é assim: quando um pobre rouba, vai para a cadeia; mas quando um rico rouba, vira ministro”.

.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-.-
Grampos põem o governo mais perto do impeachment – Editorial / Valor Econômico

Concebida, entre outras intenções, como uma estratégia visando apaziguamento e conciliação, a entrega da Casa Civil ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cavou mais fundo o fosso da crise política e econômica, e lhe deu ainda ingredientes de uma crise constitucional. Na véspera da posse, a divulgação de diálogos gravados pela Polícia Federal acentuaram o clima de caos político e colocaram o governo mais perto do impeachment.

Logo após a cerimônia de posse, um juiz da 4ª Vara Federal concedeu liminar suspendendo-a, o primeiro de uma série de atos que desaguaram no Supremo Tribunal Federal com o mesmo objetivo. Até ontem à tarde, mais 9 ações bateram no STF, enquanto que na Justiça Federal dos Estados ingressaram 50 ações populares com idêntica finalidade. A liminar concedida, sob alegação de que o exercício do cargo por Lula poderia ensejar "intervenção indevida e odiosa" nas investigações ecoou as suspeitas provocadas pelas gravações de escutas telefônicas divulgadas com autorização do juiz Sergio Moro, com diálogos entre Lula, a presidente Dilma Rousseff, os ministro Jaques Vagner e Nelson Barbosa, da Fazenda, entre outros.

Nesses grampos, Lula revela irritação e impotência diante do cerco das investigações da Lava-Jato. Cobra atitudes mais positivas da Procuradoria Geral, insta o ministro da Fazenda a ver o que a Receita, que atua com a PF, tem contra o Instituto Lula, reclama do rigor com que a entidade está sendo tratada, condena a "República de Curitiba" e diz que a Suprema Corte está "totalmente acovardada". Moro e os procuradores da Lava-Jato viram nessas conversas o risco lógico de que, no centro do poder, Lula irá coibir as investigações. A ideia da divulgação foi mostrar "a guerra desleal travada nas sombras" contra a Lava-Jato, segundo o coordenador da força-tarefa da Operação, Dalton Dallagnol.

Mas Moro e os procuradores podem ter cruzado a linha vermelha ao divulgarem um diálogo de Dilma com Lula, que motivou a interpretação corrente de que se tratava de tentativa de garantir que Lula não fosse preso, ao combinar que lhe enviaria o termo de posse para que usasse "em caso de necessidade". Esta foi a ação política mais explícita e incisiva do juiz Moro, que pode lhe causar dissabores e por a perder parte das investigações realizadas. O que a presidente disse não poderia ter sido divulgado sem autorização do STF, segundo advogados, embora haja polêmica a respeito. A questão será também dirimida pelo Supremo.

O discurso da presidente Dilma na cerimônia de posse não foi nada pacificador. Fez vários elogios a Lula, o "maior líder político desse país", com o qual afirmou se identificar em tudo, e abriu fogo contra "grampos ilegais", "inverdades, métodos escusos e práticas criticáveis" da Lava-Jato. "Os golpes começam assim", disse. Ao defender a tese da democracia ameaçada, Dilma afirmou que "todo esse barulho, que não é a voz rouca das ruas, mas é uma algaravia, advinda da excitação de pré-julgamentos, deve acabar, pelo bem do Brasil". Completou: "os que não têm razão não terão força política para provocar o caos e a convulsão social" e que "a gritaria dos golpistas não vai me tirar do rumo e não vai colocar o nosso povo de joelhos".

O vice-presidente, Michel Temer e a bancada do PMDB no Senado, onde se decidirá o impeachment, não compareceram à solenidade, um mau presságio. Temer considerou uma afronta a escolha de Mauro Lopes (PMDB) para a Secretaria da Aviação Civil, dias depois de a convenção do partido ter proibido por 30 dias a aceitação de cargos no governo. À tarde, a Câmara escolheu a comissão que analisará o processo de impeachment, que deverá ser célere.

Com a cristalização de todos os aspectos da crise em poucos dias, o país está parando à espera da resolução do impasse. A situação política e econômica é totalmente desfavorável ao governo, incapaz de criar fatos novos positivos que durem mais que poucas horas. Alvejado pelos grampos antes da posse, Lula, pelos diálogos revelados, não contará com a simpatia do Judiciário ou do Congresso, atingidos por sua avaliação desabonadora. Celso de Mello, o mais antigo ministro do STF, disse que, no que se refere ao Judiciário, ela é "torpe e indigna, típica de mentes autocráticas e arrogantes". Com o relógio do impeachment começando a correr, novas delações premiadas a caminho e o barulho das ruas, é muito difícil que o ex-presidente consiga deter, com ações decisivas, uma maré anti-governista que agora parece ter ganhado força própria.

Que Pais E' Este? - Sergio Abreu e Lima Florencio

Que País é este?
 Sérgio Abreu e Lima Florêncio
(18/03/2016)
   
O país perdeu mesmo o rumo. E o estrago -  na economia, na política, no aparelho do Estado, na sociedade  -   foi gigantesco.

A prioridade  agora, para mim, é não deixar morrer a Lava Jato.

Ela é o início de um combate firme à impunidade e à corrupção.

O Mensalão foi um bom primeiro passo, com Joaquim Barbosa como timoneiro.

A ida, no dia de hoje,  do Lula para Casa Civil é a tentativa multi-diversa:  um  golpe de morte na Lava Jato,  livrá-lo de Sergio Moro e  reforçar a luta contra o impeachment.

Naturalmente que o PT diz que nada disso é verdade.

Como arauto de uma "narrativa" pós-moderna  supostamente verdadeira, sustenta que o combate à corrupção é "ideologia do conservadorismo e do golpismo". Assim, procura deslegitimar a luta contra a impunidade.

A verdade para eles é religiosa - no mau sentido da palavra - ou seja, lealdade incondicional e acima da lei ao partido.

Mas, como gritamos ontem à noite na Praça dos Três Poderes, o Brasil não é a Venezuela.

Aqui há instituições, há sistema do mérito no serviço público, há uma economia com alguns setores  sólidos e há um povo mais atento e amadurecido, apesar de ter eleito gente como Renan Calheiros Eduardo Cunha.

O país vai continuar mal por muito tempo. O PIB per capita vai levar 8 anos para recuperar os níveis de 2013.

Mas estou convencido de que começamos ontem a  "cortar o mal pela raíz".

Isso começou na verdade domingo passado, com a participação de 6,4 milhões de manifestantes a favor das instituições, da justiça, da Lava Jato, do Juiz Moro e contra um governo que perdeu toda legitimidade.

Perdeu legitimidade pela política econômica populista - defcit público fora de controle, esquemas de pedalagens, contabilidade criativa, em síntese,  manipulação de dados (como Delfim na ditadura militar).

 Em lugar de definir rumos para a economia, estimular a criatividade, alicerçar a infraestrutura, nada disso. O que valia mesmo era a economia política do marketing. Ou seja, apenas incentivos ao consumo, ao crédito e subsídios a grupos empresariais identificados com esquemas de corrupção do Governo.

Isso ocorreu  desde a metade final do segundo mandato do Lula - quando Palocci foi substituído por  Mantega. Esse inaugurou um modelo falido - a Nova Matriz Macroeconômica. Mas se agravou mesmo com Dilma.

Perdeu  legitimidade não só pela economia, mas também pela corrupção sistêmica - aquela que afeta o conjunto das instituições do Estado - por meio do aparelhamento abrangente da máquina publica e desvio amplo e sistemático de recursos públicos. 

Corrupção sempre houve. Mas não nos níveis atuais. Não corrupção como instrumento para perpetuar um partido no poder. Os recursos arrecadados eram tão elevados que "compravam" o apoio de muitos setores da economia e de diversos  segmentos da população.

Assim,  democracia perdia seu traço essencial - a alternância no poder.  Com recursos tão vultosos, a máquina eleitoral do PT se tornava imbatível, sobretudo num país com tanta desigualdade e carência de educação como o Brasil.

Algumas instituições se salvaram do aparelhamento - não por acaso, as instituições de controle - TCU, Ministério Público,  Judiciário e Polícia Federal.

A parir de ontem,  país está testemunhando a  última cartada de Dilma - a ida de Lula para a Casa Civil, como verdadeiro Primeiro Ministro de um Presidencialismo de Cooptação.

Essa última cartada tem três objetivos,  todos altamente prejudiciais  ao país: amordaçar a Polícia Federal e o Juiz Sergio Moro; bloquear o avanço do impeachment;  e salvar o Grande Líder  da cadeia.

Apesar dessas perigosas ameaças, estou confiante de de nossa capacidade de superá-las.

As instituições de controle em funcionamento, a imprensa livre e o clamor das ruas são mais vigorosos  que as forças destrutivas.

Mas, para que a esperança vença, é preciso preservar a indignação.

Nesse momento de necessária indignação vale a máxima que aprendi com meu pai e que muitas vezes - nem sempre -  é o caminho da libertação. "A rebeldia é o mais alto atributo do caráter"

Análise de uma fraude: a defesa jurídica do grande mafioso petista - Reinaldo Azevedo

Dizer o quê de uma carta escrita por um batalhão de advogados a serviço do maior mafioso já visto na política brasileira, toda ela falsa, a começar pelo tom contrito e obsequioso com a Justiça, que é obviamente mentiroso.
O verdadeiro personagem é o arrogante imprecatório, que não respeita nada nem ninguém. Merece 100 anos de cadeia.
Paulo Roberto de Almeida 

Divulgou-se na noite desta quinta uma “carta aberta” assinada por Lula em que, com medo de ser preso, ele expressa o seu respeito às instituições e, em particular, ao Poder Judiciário, diz-se vítima de injustiça, resume o seu perfil de democrata inatacável e, como de hábito, lembra a sua origem pobre como mais uma evidência de seu exclusivismo moral. Lixo.

Ao redator, dou os parabéns. Quem terá sido? Certamente o exército de advogados opinou, mas alguém conferiu unidade de estilo. Acho que a revisão é de Luiz Dulci. É muito malformado, mas é bem informado. Até já leu bons poetas — o que, como se vê, também não salva ninguém.

Lula diz que sua intimidade foi violada. Depende do que pretende afirmar com isso. De fato, isso aconteceu porque o sigilo telefônico estava quebrado. Mas ilegal, sabem seus advogados, o procedimento não foi porque havia autorização judicial.

Já escrevi no blog e reitero: a reserva quanto ao que veio a público está relacionada àquela parte das gravações feitas depois da suspensão da quebra de sigilo. O resto, os defensores de Lula sabem bem, está dentro das normas. De toda sorte, certamente essa parcela não coberta pelo intervalo da quebra não será usada como prova em juízo.

Sergio Moro pode suspender o sigilo de uma investigação? Pode. Está na sua competência? Sim. Tem autoridade para tornar público o que está nos autos? Tem. Depende da relevância do que lá vai.

Se Lula conversa com a presidente da República e se esta lhe envia um termo de posse para que ele use “apenas se necessário”, a questão, lamento, não é privada, mas pública. Se o ex-presidente diz a um prefeito que só ele próprio tem condições de pôr a Polícia Federal e o Ministério Público Federal no seu devido lugar, também essa não é matéria individual, mas que diz respeito à coletividade. Afinal, ele foi nomeado ministro, não?

Se Lula, feito o condestável da República, pede a um advogado amigo seu que pressione Rodrigo Janot, procurador-geral, a investigar Aécio Neves e se deixa claro que esse procurador lhe deve a eleição — ou teria chegado em terceiro lugar —, também isso não é matéria privada. Se, num bate-papo com Jaques Wagner, logo depois de falar com a própria presidente, sugere que se façam gestões junto a ministros do Supremo para ver atendidos a seus pleitos, isso nos diz a todos respeito.

Os leitores sabem que sempre digo tudo o que penso. Há conversas que vieram a público que, de fato, não têm o menor interesse. O que Eduardo Paes pensa da forma física de Dilma ou o juízo de valor que faz do trabalho de Pezão, convenham, são irrelevantes para o Brasil e a Lava Jato. Podem adensar o anedotário político e pronto. Não vai além disso. A divulgação de tal trecho era, a meu ver, desnecessária.

O Lula da carta, redigida por advogados com receio de que seu cliente seja acusado de obstrução da Justiça — e me parece que tal acusação é absolutamente procedente —, pinta um homem absolutamente conformado com os pressupostos do Estado de Direito.

Infelizmente, o Lula que conversa com Sigmaringa Seixas diz, com todas as letras, que está com o saco cheio de formalidades e cobra do amigo uma interferência informal junto a Janot.

Acho justo que Lula reclame dos vazamentos. Ocorre que ele o faz hoje; lembro que, quando estava na presidência e tal procedimento atingia adversários seus, ele mandou brasa: quem não quisesse a Polícia Federal na sua porta, que andasse direitinho…

É evidente que vazamentos têm de ser coibidos — e não cabe à imprensa ser dona do sigilo. Mas não é menos evidente que eles não determinam a qualidade ou a verdade da informação que se divulga. Nota à margem: as gravações não são vazamentos.

Será mesmo?
Em sua carta, Lula se diz um fiel observador das leis e homem que respeita o Judiciário. Se é assim, por que ele e seu partido chamam de “golpe” um processo de impeachment que está ancorado na Constituição, nas leis e que teve seu rito definido pelo Supremo? O mesmo Supremo ao qual ele apela agora em busca, diz, de Justiça?

Esse Lula supostamente pacífico e respeitador das instituições estará na Paulista, nesta sexta, comandando uma súcia que tem a ousadia de chamar de golpista um processo legal e legítimo. E é ele que vem falar em nome do respeito às leis?

Esse mesmo Lula que faz ares de ofendido permitiu que o partido, que segue o seu comando, e o próprio governo, que agora está sob os seus cuidados, lhe preparassem uma cerimônia de posse em que a imprensa foi hostilizada de maneira vergonhosa. Os brucutus que se manifestavam num espaço que pertence, por excelência, à institucionalidade se opunham, isto sim, é à liberdade de informação.

Não venha agora se dizer um extremoso defensor das leis quem expressa a convicção, em conversa com a própria presidente da República — e com a anuência desta — de que os tribunais estão acovardados e de que algo precisa ser feito.

Não venha agora se dizer um subordinado do Estado de Direito aquele que se declara em guerra, comparando-se ao general comunista vietnamita Vo Nguyen Giap e que, apelando a uma linguagem incrivelmente chula, industria o ataque de mulheres de seu partido a um procurador que o investiga. E o faz apelando a questões que dizem respeito à vida pessoal do outro.

O Lula dessa carta aberta não passa de uma tentativa fraudulenta de responder à fala muito dura de Celso de Mello, decano do Supremo, que falou em nome do tribunal, lembrando que ninguém, nem o Sumo Pontífice do Petismo, está acima da lei.

Esse Lula caroável e servil às leis é uma farsa. O Lula de verdade manda tomar no c… qualquer um que decida enfrentá-lo, ainda que segundo os mais estritos limites legais. O Lula de verdade anunciou que comparece nesta sexta a um ato que vai chamar de “golpe” o cumprimento da lei e da Constituição.

O falso Lula da carta está com medo que o verdadeiro Lula das gravações vá para a cadeia.

A Inquisição Espanhola, a mais estupidamente violenta - Karen Armstrong (Delanceyplace)

Today's selection -- from Fields of Blood by Karen Armstrong. In the late fifteenth century, the Spain of Ferdinand and Isabella was the most powerful kingdom in the world. Besides its colonial possessions in the Americas, Spain had holdings in the Netherlands, and the monarchs had married their children to the heirs of Portugal, England, and the Austrian Habsburg dynasty. Spain responded to the external threat of the Ottoman empire with the infamous Spanish Inquisition. Beyond Spain's Inquisition, seeking out dissidents in this way would become a feature of modern states, secular as well as religious, in times of national crisis:

"Spain ... embarked on a policy that would come to epitomize the fanatical violence inherent in religion. In 1480, with the Ottoman threat at its height, Ferdinand and Isabella had established the Spanish Inquisition. ... The Spanish Inquisition did not target Christian heretics but focused on Jews who had converted to Christianity and were believed to have lapsed. In Muslim Spain, Jews had never been subjected to the persecution that was now habitual in the rest of Europe, but as the Crusading armies of the Reconquista advanced down the peninsula in the late fourteenth century, Jews in Aragon and Castile had been dragged to the baptismal font; others had tried to save themselves by voluntary conversion, and some of these conversos ('converts') became extremely successful in Christian society and inspired considerable resentment. 

"There were riots, and converso property was seized, the violence caused by financial and social jealousy as much as by religious allegiance. The monarchs were not personally anti-Semitic but simply wanted to pacify their kingdom, which had been shaken by civil war and now faced the Ottoman threat. Yet the Inquisition was a deeply flawed attempt to achieve stability. As often happens when a nation is menaced by an external power, there were paranoid fears of enemies within, in this case of a 'fifth column' of lapsed conversos working secretly to undermine the kingdom's security. The Spanish Inquisition has become a byword for excessive 'religious' intolerance, but its violence was caused less by theological than by political considerations.


Inquisition victims wearing their distinctive hats and carrying penitential candles

"Such interference with the religious practice of their subjects was entirely new in Spain, where confessional uniformity had never been a possibility. After centuries of Christians, Jews, and Muslims 'living together' (convivencia), the monarchs' initiative met with strong opposition. Yet while there was no public appetite for targeting observant Jews, there was considerable anxiety about the so-called lapsed 'secret Jews,' known as New Christians. When the Inquisitors arrived in a district, 'apostates' were promised a pardon if they confessed voluntarily, and 'Old Christians' were ordered to report neighbors who refused to eat pork or work on Saturday, the emphasis always on practice and social custom rather than 'belief.' Many conversos who were loyal Catholics felt it wise to seize the opportunity of amnesty while the going was good, and this flood of 'confessions' convinced both the Inquisitors and the public that the society of clandestine 'Judaizers' really existed. Seeking our dissidents in this way would not infrequently become a feature of modern states, secular as well as religious, in times of national crisis.

"After the conquest of 1492, the monarchs inherited Granada's large Jewish community. The fervid patriotism unleashed by the Christian triumph led to more hysterical conspiracy fears. Some remembered old tales of Jews helping the Muslim armies when they had arrived in Spain eight hundred years earlier and pressured the monarchs to deport all practicing Jews from Spain. After initial hesitation, on March 31, 1492, the monarchs signed the edict of expulsion, which gave Jews the choice of baptism or deportation. Most chose baptism and, as conversos, were now harassed by the Inquisition, but about eighty thousand crossed the border into Portugal, and fifty thousand took refuge in the Ottoman Empire. Under papal pressure. Ferdinand and Isabella now turned their attention to Spain's Muslims. In 1499 Granada was split into Christian and Muslim zones, Muslims were required to convert, and by 1501 Granada was officially a kingdom of 'New Christians.' But the Muslim converts (Moriscos) were given no instruction in their new faith, and everybody knew that they continued to live, pray, and fast according to the laws of Islam. Indeed, a mufti in Oran in North Africa issued a fatwa permitting Spanish Muslims to conform outwardly to Christianity, and most Spaniards turned a blind eye to Muslim observance. A practical convivencia had been restored.

"The first twenty years of the Spanish Inquisition were undoubtedly the most violent in its long history. There is no reliable documentation of the actual numbers of people killed. Historians once believed that about thirteen thousand conversos were burned during this early period. More recent estimates suggest, however, that most of those who came forward were never brought to trial; that in most cases the death penalty was pronounced in absentia over conversos who had fled and were symbolically burned in effigy; and that from 1480 to 1530 only between 1,500 and 2,000 people were actually executed. Nevertheless, this was a tragic and shocking development that broke with centuries of peaceful coexistence. The experience was devastating for the conversos and proved lamentably counterproductive. Many conversos who had been faithful Catholics when they were detained were so disgusted by their treatment that they reverted to Judaism and became the 'secret Jews' that the Inquisition had set out to eliminate."
Fields of Blood: Religion and the History of Violence
Author: Karen Armstrong
Publisher: Anchor A. Knopf
Copyright 2014 by Karen Armstrong
Pages: 238-240

quinta-feira, 17 de março de 2016

Manifesto dos "intelequituais" em apoio aos mafiosos do poder - texto e lista de nomes

Apenas registrando para a História:

MANIFESTO EM DEFESA DAS INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS
O Brasil vive um momento histórico em que a legalidade e as instituições democráticas são testadas, o que exige opinião e atitude firme de todos e todas que têm compromisso com a democracia.
Desde as eleições de 2014, vivemos um grande acirramento político que permeia as mais diversas relações humanas e sociais. Essa situação ganhou novos ingredientes a partir da eleição de Eduardo Cunha para a presidência da Câmara dos Deputados e, de forma especial, após este ser denunciado pelo Ministério Público Federal por seu envolvimento em atos de corrupção, possuindo contas bancárias no exterior e ocultando patrimônio pessoal.
Absolutamente acuado pelas denúncias, pelas fartas provas do seu envolvimento em atos ilícitos e enfrentando manifestações em todo Brasil contra a agenda conservadora e retrógrada do ponto de vista de direitos que lidera, Cunha, que já não tem mais nenhuma legitimidade para presidir a Câmara, decidiu enfrentar o Estado Democrático de Direito. A aceitação de um pedido de impedimento daPresidenta da República no momento em que avança o processo de cassação do deputado é uma atitude revanchista que atenta contra a legalidade e desvia o foco das atenções e das investigações.
Neste sentido, viemos a público repudiar a tentativa de golpe imposta por Eduardo Cunha, por não haver elementos que fundamentem esta atitude, a não ser pelo desespero de quem não consegue explicar o seu comprovado envolvimento com esquemas espúrios de corrupção. Não se trata neste momento de aprovar ou reprovar o governo ou a forma como a Presidenta da República, mas defender a legalidade e a legitimidade das instituições do nosso país.
Por outro lado, defendemos o cumprimento do Regimento da Câmara dos Deputados e da Constituição Federal, ambos instrumentos com fartos elementos que justificam a cassação do mandato de Eduardo Cunha. Caso contrário, toda a classe política e as instituições brasileiras estarão desmoralizadas, por manter no exercício do poder um tirano que utiliza seu cargo de forma irresponsável para manutenção dos seus interesses pessoais. Apelamos às e aos parlamentares, ao Ministério Público e ao Supremo Tribunal Federal, autoridades cuidadoras da sanidade da política e da salvaguarda da ordem democrática num Estado de Direito, sem a qual mergulharíamos num caos com consequências políticas imprevisíveis. O Brasil clama pela atuação corajosa e decidida de Vossas Excelências.
Não aceitamos rompimento democrático! Não aceitamos o golpe! Não aceitamos Cunha na presidência da Câmara dos Deputados!”

Da Agência PT
Segundo um dos organizadores do manifesto, o escritor Fernando Morais, anunciou que o documento será levado aos chefes do Executivo, Dilma Rousseff; do Legislativo; Renan Calheiros, e do Judiciário; Ricardo Lewandowsky, bem como ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot
O manifesto de artistas e intelectuais contra o golpe, em defesa da democracia e da legalidade, e em apoio ao governo da presidenta Dilma Rousseff, intitulado “Carta ao Brasil” recebeu, até esta terça-feira (15), mais de 760 assinaturas.
Segundo um dos organizadores do manifesto, o escritor Fernando Morais, anunciou que o documento será levado aos chefes do Executivo, Dilma Rousseff; do Legislativo; Renan Calheiros, e do Judiciário; Ricardo Lewandowsky, bem como ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Assinam o documento nomes de diversos campos da atividade artística e intelectual, como Chico Buarque, Gregório Duvivier, Leonardo Boff, Tico Santa Cruz, Tizuka Yamasaki, Hector Babenco e o embaixador Samuel Pinheiro Guimarães.

Confira a lista completa:
1. Acauã Sol, ator
2. Adilson Citelli, professor da USP
3. Adilson Marcelino, jornalista e pesquisador
4. Adrian Cooper, cineasta
5. Adriana Maciel, artista plástica
6. Adriane Canan, jornalista e roteirista
7. Afonso Borges, produtor cultural
8. Aida Marques, professora e cineasta
9. Ailton Franco Jr., produtor
10. Alain Fresnot, cineasta
11. Alba Brito, atriz e compositora
12. Alberto Villas, jornalista
13. Alda Caldas, publicitária
14. Aldir Blanc, compositor
15. Aldo Della Monica, jornalista
16. Alexandre Barbosa de Souza, poeta e tradutor
17. Alexandre Sato, ator
18. Alfredo Bertini, produtor
19. Alfredo Saad Filho, professor de economia
20. Alice Braga atriz
21. Alice de Andrade, cineasta
22. Alice Gomes, roteirista
23. Alice Ruiz, escritora e compositora
24. Aline Abovsky, atriz
25. Aline Biz, cineasta
26. Alípio Freire, jornalista e escritor
27. Allan Ribeiro, cineasta
28. Almir Almas, cineasta, VJ e professor
29. Altamiro Borges, jornalista
30. Aluizio Salles Jr, cineasta
31. Amélia Toledo, artista plástica
32. Ana Bielschowisky, cineasta
33. Ana Cecília Costa, atriz
34. Ana Cissa Pinto, diretora de criação
35. Ana Dip, produtora
36. Ana Luisa Lima, critica de arte e editora
37. Ana Luiza Azevedo, cineasta
38. Ana Maria Magalhães, cineasta
39. Ana Petta, atriz e produtora
40. Ana Petta, atriz e produtora
41. Ana Souto, dramaturga
42. Ana Vidotti, jornalista
43. Anderson Augusto, professor e artista plástico
44. André Abujamra, músico
45. André Bechelane, jornalista
46. André Domicciano, dramaturgo e diretor teatral
47. André Felipe da Costa, cientista social
48. André Hosoi, músico e designer
49. André Iki Siqueira, escritor e documentarista
50. André Klotzel, cineasta
51. André Lorenz Michiles, cineasta
52. André Martins Biancarelli, economista
53. André Parente, artista e cineasta
54. André Ristum, cineasta
55. André Singer, cientista político
56. André Vainer, arquiteto
57. Andrea Cals, jornalista, curadora
58. Andrea de Magalhães Matos, economista
59. Andrea Tedesco, atriz
60. Andrei Koerner, professor de ciência política
61. Angela Barros, atriz
62. Angela Corrêa, atriz
63. Angela Lago, escritora
64. Anibal Massaini, produtor de cinema
65. Anita Simis, prof. universitaria
66. Anna Muylaert, cineasta
67. Anne Fryszman, curadora e programadora
68. Annely Damião Nascimento, gestora cultural
69. Antônio Ferreira, cineasta
70. Antônio Grassi, ator
71. Antonio Malta Campos, artista plástico
72. Antonio Nóbrega, artista popular e músico
73. Antonio Paiva Filho, crítico e roteirista de cinema
74. Antônio Pitanga, ator
75. Antonio Prata, escritor
76. Antonio Sergio Bueno, prof. universitário
77. Ari Colares, musico
78. Arrigo Barnabé, compositor
79. Aryane Faria Vellis, produtora e assessora
80. Audálio Dantas, jornalista e escritor
81. Augusto de Campos, escritor e procurador do estado
82. Aurélio Michiles, cineasta
83. Aytan M. Sipahi, médico
84. Azul Serra, cineasta
85. Baby Amorim, produtora e percursionista
86. Beatriz Bianco, educadora
87. Beatriz Goulart, arquiteta e urbanista fau, usp
88. Beatriz Seigner, cineasta
89. Bebel Du Gueto, rapper
90. Bel Bechara, documentarista
91. Ben Berard, escritor e gestor cultural
92. Bernardo Carneiro Horta, jornalista
93. Bernardo Florim, roteirista
94. Bernardo Magalhães, fotografo
95. Bernardo Ricupero, cientista político
96. Bete Mendes, atriz
97. Beth Sá Freire, programadora e curadora
98. Beto Almeida, jornalista
99. Beto Brant, cineasta
100. Beto Rodrigues, cineasta
101. Betse de Paula, cineasta
102. Betty Faria, atriz
103. Bia Barcellos, produtora cultural
104. Bia Lessa, atriz e diretora
105. Bruna de Sousa Silva, cineasta
106. Bruno Bini, cineasta
107. Bruno Dunley, artista plástico
108. Bruno Gomes Monteiro, jornalista
109. Bruno Moreschi, artista visual
110. Bruno Schultze, artista plástico
111. Bruno Simões Coelho, professor de gastronomia
112. Bucassa Kabengele, ator e cantor
113. Caique Botkay, teatro e educação
114. Camila Pitanga, atriz
115. Camile Sproesser, artista visual
116. Carla Caffé, diretora de arte
117. Carla Chaim, artista plástica
118. Carla Francini, produtora e roteirista
119. Carla Massa, atriz
120. Carla Trombini, atriz
121. Carlos Alberto Dias, artista visual, educador e filósofo
122. Carlos Alberto Mattos, jornalista
123. Carlos Gerbase, cineasta e professor
124. Carol Badra, atriz
125. Carol Sylos arquiteta
126. Carolina Benevides, produtora de cinema
127. Carolina Paiva, cineasta
128. Carolina Splendore, atriz
129. Caroline Cagnatto, produtora musical
130. Cássio Dias Pelin, jornalista
131. Castilho Marques Neto, editor e prof. universitário
132. Ceci Vieira Juruâ , economista
133. Cecilia Azevedo Lima Collares, professora faculdade de educação
134. Cecilia Rangel atriz e dramaturga
135. Cejana Di Gumarães, jornalista
136. Célio Turino, historiador
137. Celso Favaretto, prof. universitário
138. Celso Santiago, gestor cultural
139. César Callegari, sociólogo
140. Charles Fricks, ator
141. Chico Amaral, músico
142. Chico Buarque, compositor, cantor, escritor
143. Chico de Paula, escritor e artista visual
144. Chico Diaz, ator
145. Chico Faganello, cineasta
146. Chico Ferraz, filósofo
147. Christiano Melo, diretor de fotografia
148. Cibele Bissoli, atriz
149. Cissa, cartunista e escritora
150. Claudia Assunção, atriz
151. Claudia Büschel, cineasta
152. Claudia Furiat, produtora
153. Claudia Grinsztein Dottori, pesquisadora de Cinema
154. Claudia Mello, atriz
155. Claudia Priscilla, cineasta
156. Claudia Schapira, diretora e atriz
157. Claudio Amaral Peixoto, diretor de arte e cenografia
158. Cláudio Kahns, cineasta
159. Claudio Luiz Sodré Mandes, ator
160. Clélia Bessa, produtora de cinema
161. Cleuza Maria da Cunha Bettoni, professora universitária
162. Conceição Lemes, jornalista
163. Creuza F Borges, diretora e atriz.
164. Cris Rangel, poeta e produtora cultural
165. Cristiana Grumbach, cineasta e astróloga
166. Cristiana Tejo, curadora, professora e gestora cultural
167. Cristina Abi, produtora executiva
168. Cristina Sampaio, socióloga
169. Dácio Bicudo, diretor de filmes
170. Dacio Malta, jornalista
171. Dainara Toffoli, cineasta
172. Danddara, cineasta e artista Florestal
173. Daniel Furiat Sroulevich, produtor
174. Daniel Minchoni, poeta
175. Daniel Ribeiro, cinesta
176. Daniel Santiago, cineasta
177. Daniela Antonelli Aun, produtora executiva
178. Daniela Broitman, cineasta
179. Daniela Thomas, cineasta
180. Dany Roland, musico e ator
181. Davi Meyer, produtor e cineasta
182. David Kullock, cineasta
183. Debora Cruz, jornalista
184. Debora Dias, historiadora
185. Debora Duboc, atriz
186. Déborah Kalume, atriz
187. Decio Ferrone, Professora
188. Deia Brito, produtora de arte
189. Deise Abreu Pacheco, pesquisadora
190. Dener Gomes, jornalista
191. Denise Adams, artista visual
192. Denise Camargo, fotografa
193. Denise Janoski, produtora
194. Diana Almeida, produtora de cinema
195. Diogo Costa, figurinista
196. Diogo Moyses, jornalista
197. Dira Paes, atriz
198. Dmitry Gomes, escritor
199. Dodô Brandão, cineasta
200. Dora Castellar, roteirista
201. Doris Rollemberg, cenógrafa e arquiteta
202. Eda Nagayama, escritora
203. Eda T. De. O. Tassara, prof. universitária
204. Eder Lima, musico e compositor
205. Éder Lopes, ator
206. Eder Santos Jr, cineasta
207. Edilson Castanheira, diretor teatral
208. Edith Derdyk, artista plástica
209. Edna Roland, psicóloga
210. Edouard Fraipont , artista visual e fotógrafo
211. Eduardo De Stefano Menin, cineasta
212. Eduardo Fagnani, economista
213. Eduardo Farias, editor
214. Eduardo Guimarães , blogueiro
215. Eduardo Lurnel, produtor cultural
216. Eduardo Nassife, escritor e roteirista
217. Eduardo Ribeiro Gonçalves Affonso, designer
218. Elaine Bortolanza, produtora
219. Elcio Torres, artista plástico
220. Eleonora Rosset, psicanalista
221. Eliana Avezun, arquiteta
222. Eliana Bolanho, atriz
223. Eliana Martins Cavalcante, bailarina e coreógrafa
224. Eliane Caffé, cineasta
225. Eliete Mejorado Maziero, compositora
226. Eliete Negreiros, cantora
227. Elisa Gomes, designer e produtora
228. Elisa Larkin Nascimento, pequisadora
229. Elisa Ohtake,
230. Elizabeth Lorenzotti, jornalista e escritora
231. Emicida, rapper
232. Emiliano José, jornalista e escritor
233. Emir Sader, sociólogo
234. Eneida Vieira Santos, tradutora
235. Enio José Silva, arquiteto
236. Eric Nepomuceno, escritor
237. Erika Puga, atriz
238. Esther Bermerguy, economista
239. Eunice Gutman, cineasta
240. Evaldo Mocarzel, cineasta e jornalista
241. Eveli Przepiorka, artista plástica
242. Fabiano Gullane, produtor de Cinema
243. Fabiano Maciel, cineasta
244. Fabio Cypriano, jornalista e professor universitário
245. Fabio Konder Comparato, professor universitário
246. Fabio Miguez, artista plástico
247. Fábio Yamaji, animador
248. Fafi Prado, artista educadora
249. Fatima Bushel Garcia, professora
250. Felipe Gomes Moreira, ator
251. Felipe Nepomuceno, documentarista
252. Felipe Tassara, arquiteto
253. Felipe Vieira de Galisteu, artista teatral e professor
254. Fernanda Barcelos, atriz
255. Fernanda Sanches, atriz
256. Fernanda Tanaka, diretora de fotografia
257. Fernanda Vianna, atriz
258. Fernando Coster, cineasta
259. Fernando Morais, jornalista e escritor
260. Fernando Nogueira da Costa, economista e prof. universitário
261. Fernando Nogueira, arquiteto e artista plástico
262. Fernando Velázquez, artista visual
263. Flavia Castro, cineasta
264. Flavio Botelho, produtor e diretor
265. Flavio Carvalho Ferraz, psicólogo
266. Flávio Renegado, cantor e rapper
267. Flavio Scavasin, consultor em acessibilidade
268. Flavio Tambellini, cineasta
269. Francesco Di Tillo, artista plástico
270. Francis Vale, cineasta
271. Francisco (Ícaro) Martins, cineasta
272. Francisco César Filho, cineasta
273. Francisco Ferraz – filósofo e político
274. Francisco Fonseca, prof. de ciência política
275. Frank Mora, cineasta
276. Frederico Cardoso, diretor de filmes, cineeducador
277. Frederico Oioli de Campos, professor
278. Frei Leonardo Boff
279. Gabriel Falcão, ator
280. Gabriel Priolli, jornalista
281. Gabriela Amaral Almeida, cineasta
282. Gabriela Lins e Silva, cineasta
283. Gabriela Mourato, figurinista
284. Gabriela Pompermayer, produtora cultural
285. Galeno Amorim, jornalista
286. Genuino Santos, revisor, pesquisador de texto
287. Georgette Fadel, atriz
288. Georgiana Góes, atriz
289. Geraldo Moraes, cineasta
290. Geraldo Sarno, cineasta
291. Gerson Salvador, médico e escritor
292. Giba Assis Brasil, cineasta
293. Gil Duarte, musico e artista plástico
294. Gilson Packer, administrador cultural
295. Gilson Vargas, cineasta
296. Gisela B. Camara, cineasta
297. Gisele Mandes de Paula, jornalista
298. Glauber Paiva Filho, cineasta
299. Glauber Piva, gestor cultural
300. Glaucia Machado, professora
301. Glauco Arbix, sociólogo
302. Gog, rapper
303. Graça Coutinho, coordenadora de festivais
304. Gregório Duvivier, ator
305. Guilherme Wisnik, arquiteto
306. Guiomar de Grammont, escritora e professora universitária
307. Gustavo Morais, cineasta
308. Gustavo Rosa de Moura, cineasta
309. Hector Babenco, cineasta
310. Helena Iono, produtora de tv
311. Helena Solberg, cineasta
312. Helena Sroulevich, produtora
313. Helena Tassara, cineasta
314. Helenita M. Sipahi, médica
315. Heloisa Passos, fotografa e cineasta
316. Helvécio Marins Jr, cineasta
317. Helvécio Ratton, cineasta
318. Helvia Vorcaro, historiadora, restauradora
319. Helvídio Mattos, jornalista
320. Henri Arraes Gervaiseau, cineasta
321. Henriette Effenberger, escritora
322. Henrique da Paz, ator e diretor de teatro
323. Henrique Zanoni, ator
324. Hermano Penna, cineasta
325. Hildegard Angel, jornalista
326. Hilton Lacerda, cineasta
327. Hugo Kovenski, cineasta
328. Hugo Melo Filho, juiz do trabalho e professor da UFPE
329. Igor Fuser, prof. universitário
330. Ilana Scherl, prof. universitária
331. Imara Reis, atriz
332. Inês Castilho, psiquiatra
333. Inês do Amaral Buchel, ex-promotora e blogueira
334. Ingra Liberato, atriz
335. Iraci de Jesus, figurinista
336. Iran do Espirito Santo, artista plástico
337. Isa Albuquerque, diretora e produtora de cinema
338. Isa Fonseca, jornalista e escritora
339. Isa Grinspum Ferraz, cineasta
340. Isabel M. Sipahi, designer
341. Isabelle Rathery, editora
342. Isadora Ferrite, atriz
343. Ittala Nandi, atriz
344. Ivan Medeiros Masocatto, musico e produtor cultural
345. Ivan Seixas, jornalista e ex preso político
346. Ivana Jinkings, editora
347. Ivany Turibio, jornalista
348. Ivo Herzog, diretor do Instituto Vladimir Herzog
349. Izaías Almada, escritor
350. Jacob Solitrenick, diretor de fotografia
351. Jacques Cheuiche, fotógrafo
352. Jaime Lauriano, artista visual
353. Jaime Lerner, cineasta
354. JC Bruno, artista gráfico
355. Jean Claude Bernardet, cineasta
356. Joana Nin, documentarista e produtora
357. João Cuca, músico
358. João Luiz Vieira, professor de cinema
359. João Miguel Valencise, cineasta, músico
360. João Negrão, jornalista e líder comunitário
361. João Paulo Procópio, cineasta
362. João Paulo Soares, jornalista
363. João Sicsú, economista e professor universitário
364. João Ximenes Braga, escritor
365. Joel Zito Araújo, cineasta
366. Jom Tob Azulay, cineasta
367. Jorge Alfredo, cineasta
368. Jorge Durán, cineasta
369. Jorge Furtado, cinesta
370. Jorge Luiz Souto Maior, prof. universitário e juiz do trabalho
371. Jorge Mattoso, economista e prof. universitário
372. Jorge Peregrino, distribuidor de cinema
373. José Araripe Jr, cineasta
374. José Antonio Abreu de Oliveira, escritor
375. José Arbex Jr, jornalista
376. José Artur Coelho de Aguiar, médico
377. José Augusto da Fonseca Valente, jornalista
378. José Carlos de Assis, economista e prof. universitário
379. José Carlos de Medeiros Gondim, professor e jornalista
380. José Carlos Ribeiro, arquiteto e compositor
381. José Carone Jr, cineasta
382. José Cavalcante de Souza, professor
383. José Celso Martinez Corrêa, artista de teatro
384. José de Abreu, ator
385. José Gatti, professor
386. Jose Joffily, cineasta
387. José Miguel Wisnik, músico
388. José Paulo Moutinho Filho, advogado
389. José Roberto Eliezer, diretor de fotografia
390. Jose Roberto Torero, escritor
391. Josi Burigo, atriz
392. Juarez Moreira, músico
393. Júlia Ayres, figurinista
394. Júlia Barreto, atriz
395. Júlia Lemmertz, atriz
396. Juliana Carapeba, cineasta
397. Juliana de Carvalho, produtora cultural
398. Juliana de Oliveira, bailarina e profª universitária
399. Juliana Lira, produtora executiva
400. Juliana Vicente, cineasta
401. Juliano Garcia, professor de literatura
402. Júlio Caldeira, jornalista e DJ
403. Júlio Machado, ator
404. Júlio Saraiva, ator e arquiteto
405. Junior Brassalotti, ator e produtor cultural
406. Karine Spuri, atriz
407. Kauê Zilli,cineasta
408. Kiko Goifman, cineasta
409. Kimi Nii, artista
410. Kleber Chagas Cerqueira, cientista político
411. Kleber Mendonça Filho, cineasta
412. Laura Capriglione, repórter
413. Laura Faerman, documentarista
414. Laurindo Lalo Leal Filho, prof. universitário
415. Lauro Escorel, cineasta
416. Lawrence Wahba, documentarista
417. Laymert Garcia dos Santos, prof. universitário
418. Léa Maria Aarão Reis, jornalista
419. Léa Van Steen, cineasta
420. Leandro Lago, ator
421. Leandro Rocha Saraiva, roteirista
422. Lécio Rabello, ator
423. Leda Beatriz A. Spinard Ledusha, poeta
424. Lena Cardoso, jornalista e figurinista
425. Léo Gonçalves, poeta
426. Leonardo Remos, artista
427. Leticia Rita, artista visual
428. Letícia Sabatella, atriz
429. Leticia Simões, diretora e roteirista
430. Lícia Brancher, produtora audiovisual
431. Lígia Walper, produtora cinematográfica
432. Liliane M. Rosa Sanseverino, designer gráfico
433. Lina Agifu, atriz
434. Lincoln Secco, prof. universitário
435. Lineu Kohatsu, prof. universitário
436. Lira Neto, escritor
437. Líria Porto, poeta
438. Lírio Ferreira, cineasta
439. Lisandro Santos, diretor de animação
440. Livia Garcia-Roza, escritora
441. Lonnie Gross, psicoterapeuta
442. Lorena da Silva, atriz
443. LS Raghy, artista e escritor
444. Lua Tatit, bailarina
445. Luana Tolentino, professora e historiadora
446. Lucas Baptista de Oliveira, doutorando em ciência politica
447. Lucas Figueiredo, jornalista e escritor
448. Lucia Merlino, educadora somática
449. Lucia Murat, cineasta
450. Lucia Rêgo, gestora e produtora cultural
451. Luciana Burlamaqui, jornalista e cineasta
452. Luciana Cavalcante Torquato, psicóloga
453. Luciana De Francesco, fotografa
454. Luciana Dolabella, produtora
455. Luciana Nanci, cineasta
456. Luciana Salles, gestora cultural
457. Luciana Sendyk, escritora
458. Luciana Servulo da Cunha, cineasta
459. Luciano Loprette, jornalista e escritor
460. Lucienne Guedes, atriz e dramaturga
461. Lucrécia Anchieschi Gomes, pedagoga
462. Lucy Barreto, produtora de cinema
463. Luis Dantas, professor e cineasta
464. Luís Fernando Emediato, editor
465. Luis Henrique de Campos, gestor publico
466. Luiz Felipe de Alencastro, historiador e cientista politico
467. Luiz Alberto Cassol, diretor cinematográfico
468. Luiz Bolognesi, cineasta
469. Luiz Carlos Barreto, produtor de cinema
470. Luiz Carlos Lacerda, cineasta
471. Luiz Marques, prof. universitário
472. Luiz Pinguelli Rosa, físico, professor universitário
473. Luiz Tatit, musico
474. Luiza da Luz Lins, produtora e cineasta
475. Lula Ricardi, artista visual
476. Maíra Buhler, cineasta
477. Malu Bierrenbach, atriz
478. Manfredo Caldas, cineasta
479. Manoel Carlos Conti, jornalista
480. Maralice de Souza Neves, professora
481. Marcela Assad de Almeida, produtora
482. Marcelo Andrade, roteirista
483. Marcelo Brettas, jornalista e escritor
484. Marcelo Carvalho Ferraz, arquiteto
485. Marcelo G. Tassara, cineasta e professor
486. Marcelo Salum, artista visual
487. Marcelo Santiago, cineasta
488. Marcelo Semer, juiz de Direito e escritor
489. Marcelo Vogneron, fotógrafo
490. Marcia Copola, cineasta
491. Marcia Espíndola de Macedo, produtora cultural
492. Márcia Marques, professora
493. Marcio Allemand, jornalista
494. Marcio Branco, ator e produtor
495. Marcio Curi, cineasta e produtor
496. Marcio Kogan, arquiteto
497. Marco Piva, jornalista
498. Marco Ricca, ator
499. Marcos Altberg, cineasta
500. Marcos Bertoni, arquiteto
501. Marcos Costa Lima, professor universitário
502. Marcos Manhães Marins, cineasta
503. Marcos Messerschmidt, poeta
504. Marcus Moura, cineasta
505. Marcus Nascimento, roteirista
506. Marema Valadão, poeta
507. Margret Althuon, economista
508. Maria Alice Vieira, historiadora
509. Maria Aparecida Affonso Moysés, professora
510. Maria Augusta Ramos, cineasta e produtora
511. Maria Aurea Santa Cruz, escritora e produtora cultural
512. Maria Cecilia Iodice, produtora
513. Maria Chiaretti, programadora e produtora de cinema
514. Maria Consuelo Saphira Cordeiro, advogada
515. Maria do Carmo de Brito Fernandes, jornalista
516. Maria Farkas, cineasta
517. Maria Giulia Pinheiro, dramaturga e poeta
518. Maria Gladys, atriz
519. Maria Helena Chira, atriz
520. Maria Lucia de Resende Chaves, artista e pesquisadora
521. Maria Lucia Flacão, economista
522. Maria Lucia Rangel, jornalista
523. Maria Luiza Falcão, economista
524. Maria Maia, documentarista
525. Maria Regina R. Ramos, restauradora
526. Maria Rita Kehl, psicanalista
527. Maria Rita Loureiro, prof. universitária
528. Maria Valéria Rezende, escritora
529. Maria Victoria Benevides, socióloga
530. Mariana de Matos, artista plástica e escritora
531. Marilena Chauí, filósofa
532. Marilena Chauí, filósofa
533. Marília Alvarez Melo, produtora
534. Marília Alvim, cineasta
535. Marilia Del Vecchio, artista visual
536. Marilia Lian Andrade, jornalista
537. Marilia Paiva, arquiteta
538. Marina Maluf, historiadora
539. Marina Person, cineasta
540. Marina Pessanha, documentarista
541. Marina Tenório, coreógrafa
542. Mario Viana, dramaturgo
543. Marisilda Silva, jornalista
544. Marize Muniz, jornalista
545. Marjorie Gueller, figurinista
546. Marta Alencar Carvana, produtora
547. Marta Fantini – radialista
548. Marta Magalhães, psicóloga
549. Martha Ferraris, diretora de produção
550. Martha Vianna, ceramista
551. Marton Olympio, cineasta
552. Martonio Mont’Alverne Barreto Lima, prof. universitário e procurador
553. Mateus Aragão, produtor
554. Mateus Araújo Silva, pesquisador e professor
555. Maurice Capovila, cineasta
556. Maurício Broinizi Pereira, historiador
557. Mauro Aulicino, músico
558. Mauro Baptista Vedia, cineasta
559. Mauro Gentil Mineiro, palhaço
560. Mauro Rodrigues, músico
561. Max Alvin, diretor de tv e documentarista
562. May Shuravel, escritora
563. Mayrá Lima, jornalista
564. Maysa Britto, artista
565. Melanie Dimantas, roteirista
566. Micaela Cajahuaringa, diretora de fotografia
567. Miguel Faria, cineasta
568. Mo Toledo, artista plástico
569. Monica Frota, cineasta
570. Monica Maria Farid Rahme, professora universitária
571. Monique Gardenberg, cineasta
572. Monique Vivian Mandes Guedes, prof. universitaria
573. Murilo Salles, cineasta
574. Myriam Chinalli, escritora e psicanalista
575. Najla Passos, jornalista
576. Naruna Costa, atriz
577. Nega Duda, cantora
578. Nele Azevedo, artista plástica
579. Nelson Screnci, artista plástico
580. Nerci Ferrari, jornalista
581. Nicia Guerriero, fotografa e escritora
582. Nicole Aun, diretora teatral
583. Nilce Aravecchia, arquiteta, professora da fau
584. Nilson Rodrigues, produtor de cinema
585. Nilson Villas Bôas, cineasta
586. Noilton Nunes, cineasta
587. Nono Penna Bordin, editor de áudio e video
588. Oberdan obss, dj e produtor
589. Orlando Senna, cineasta
590. Oswaldo Caldeira, cineasta
591. Otto, dj
592. Pablo Villaça, critico de cinema e escritor
593. Padre Ricardo Rezende, diretor da ONG Humanos Direitos
594. Paloma Riani, atriz
595. Paola Refinetti, jornalista
596. Patricia Galucci, cineasta
597. Patricia Kauark Leite, filósofa
598. Patrícia Pagu, educadora
599. Patricia Vaz, produtora e pesquisadora de cinema
600. Paula Barreto, produtora de cinema
601. Paula Consenza, atriz
602. Paula Gomes, produtora de cinema
603. Paula Maria dos Santos, interprete
604. Paula Sacchetta, jornalista e documentarista
605. Paulo Barroso, compositor e interprete
606. Paulo Betti, ator
607. Paulo Celestino, cooperativa Paulista de teatro
608. Paulo Cesar Caju, jornalista
609. Paulo Cesar Lima, fotografo
610. Paulo Faria, diretor de teatro
611. Paulo Maldonado, pesquisador
612. Paulo Roberto Feldman, professor da USP
613. Paulo Sérgio Pinheiro, ex-ministro de direitos humanos e prof. universitário
614. Paulo Thiago, cineasta
615. Pedro Felicio, ator
616. Pedro Abhull, ator
617. Pedro Caetano, artista plastico
618. Pedro Farkas, cineasta
619. Pedro Tierra, poeta
620. Pedro Vicente, dramaturgo e artista plástico
621. Pinky Wainer, artista plástica
622. Priscila Miranda, distribuidora de filmes
623. Priscilla Brasil, diretora e roteirista
624. Rachel Monteiro, cineasta
625. Rafael de Boer, professsor universitário
626. Rafael Schlichting, cineasta experiemental
627. Regina Pessoa, artista plástica
628. Regina Rennó, artista plástica
629. Regina Vilarinhos, poetisa
630. Régine Ferrandis, editora
631. Reinaldo Pinheiro, cineasta
632. Renata Druck, cineasta
633. Renata Lucas, artista
634. Renata Lucindo Ferreira Mendonça, psicóloga
635. Renata Pinheiro, realizador a e artista visual
636. Renata Rezende, produtora de cinema
637. Renata Zhaneta, atriz
638. Renato Barbieri, cineasta
639. Renato Cury, artista fotográfico
640. Renato Tapajós, cineasta
641. Ricardo Lísias, escritor
642. Ricardo Pedrosa Alves, poeta
643. Ricardo Resende, curador do museu bispo do rosario
644. Roberta Estrela D’Alva, atriz
645. Roberto Farias, cineasta
646. Roberto Gervitz, cineasta
647. Roberto Lima, dramaturgo e gestor cultural
648. Roberto Muylaert, jornalista
649. Robson Jacqué, coreógrafo
650. Rodrigo Matheus, ator e diretor
651. Rogério Assis, fotógrafo
652. Rogério Barbosa, artista plástico
653. Rogério Correa, cineasta
654. Rogério Velloso, cineasta e video artista
655. Rollo, ator e cantor
656. Romulo Marinho, produtor de cinema
657. Rosa Emilia Dias, cantora
658. Rosaly Isabel Senra Barbosa, bibliotecária e escritora
659. Rosangela Reis Costa, restauradora
660. Rose D’Agostino, atriz e roteirista
661. Rosemberg Cariri, cineasta
662. Rosi Fer, produtora
663. Rosilene Maciel dos Santos, atriz e animadora cultural
664. Rossana Foglia, cineasta
665. Rozane Braga, produtora artística
666. Rubem Grilo, artista plástico
667. Rubem Murilo Leão rego, professor universitário
668. Rubens Zárate, escritor e produtor cultural
669. Rubens Rewald, cineasta
670. Rudson Marcelo, ator e diretor teatral
671. Rui Amaral, grafiteiro
672. Rui Solberg, cineasta
673. Rute Albuquerque, professora e contadora de historia
674. Ruth Klotzel, designer gráfica
675. Sabrina Leal, produtora cultural
676. Samuel Pinheiro Guimarães, embaixador
677. Sandra Alves, cineasta
678. Sandra Miranda, transcritora
679. Sandra Penna, escritora
680. Sandra Regina Cutar, coordenadora cultural
681. Sandro Serpa, documentarista
682. Sato do Brasil, artista e jornalista
683. Sebastião Velasco e Cruz, cientista político
684. Sérgio Augusto, jornalista e escritor
685. Sergio Granado, professor e músico
686. Sergio Mamberti, ator
687. Sergio Muniz, cineasta
688. Sergio Oliveira, realizador e roteirista
689. Sérgio Pinto de Almeida, editor e jornalista
690. Sergio Roizenblit, cineasta
691. Sergio Sanz, cineasta
692. Sergio Siviero, ator
693. Shellah Avellar, arquiteta
694. Silvana de Menezes, artista plástica e escritora
695. Silvana Tavano, jornalista e escritora
696. Silvia Buarque, atriz
697. Silvio Batistela, produtor cultural
698. Silvio Tendler, cineasta
699. Simone Matos, produtora de cinema
700. Simone Saback, roteirista e compositora
701. Sir Dema, dj e articulador cultural
702. Sofia Helena Martins Cavalcante, bailarina e coreógrafa
703. Solange Farkas, curadora
704. Solange Lima, cineasta e produtora
705. Sonia Esper, atriz e produtora
706. Sonia Império Hamburger, coordenadora de cinema e cultura
707. Sonia Irene Silva do Carmo, professora universitária
708. Susana Guimarães Pinto Dias, turismóloga
709. Suzana Amado, produtora de cinema
710. Suzana Coroneos, designer
711. Tabajara Ruas, cineasta e escritor
712. Taciana Barros, música
713. Taiane de Siqueira, assistente de direção
714. Tana Millan, estilista
715. Tata Amaral, cineasta
716. Tathiani Sacilotto, produtora de cinema
717. Tatiana Toffoli, produtora
718. Tato Fischer, músico
719. Tecka Mattoso, atriz
720. Teresa Vignoli, psicoterapeuta, poeta
721. Tereza Athayde, artista
722. Tereza Seiblitz, atriz
723. Tereza Trautman, cineasta
724. Thaelman Carlos, poeta e jornalista
725. Thais Medeiros, atriz e artista plástica
726. Theresa Jessouroun, cineasta
727. Thiago Carrapatoso, agitador cultural
728. Thiago Martins de Mello, artista visual
729. Tiago Tambelli, cineasta
730. Tião Maria, arquiteto e cineasta
731. Tico Santa Cruz, músico
732. Tito Ameijeiras, cineasta
733. Tizuka Yamasaki, cineasta
734. Toni Venturi, cineasta
735. Toninho Rodrigues, ator e diretor de teatro
736. Ubiratan Araújo, chargista e quadrinista
737. Vagner Freitas, presidente da cut
738. Valdizar Pinto do Carmo, jornalista
739. Valquiria Vieira, atriz e bailarina
740. Vandiléia Foro, atriz
741. Vania Catani , produtora de cinema
742. Vera Santana, produtora cultural
743. Verônica M. Melo, psicanalista
744. Vicente Ferraz, cineasta
745. Victor Leguy, artista visual
746. Victor Cesar Bota, cineasta
747. Vincent Carelli, antropólogo e cineasta
748. Vinicius Reis, cineasta
749. Virginia Cavendish, atriz
750. Viviane Castelleoni, figurinista
751. Vladimir Sacchetta, jornalista e produtor cultural
752. Wadih Damous, jurista
753. Wagner Morales, artista visual / cineasta
754. Wagner Moura, ator
755. Wagner Tiso, músico
756. Walderez de Barros, atriz
757. Walnice Nogueira Galvão, professora universitária
758. Walquiria Domingues Leão Rego, Profª Universitária
759. Walter Carvalho, cineasta e fotógrafo
760. Walter Quaglia, dramaturgo
761. Wellington Neri, artista visual, educador e grafiteiro
762. Wolney Oliveira, cineasta
763. Xenia França, cantora
764. Zeca Ferreira, cineasta
765. Zezé Goldschmidt, escritora, poetisa
766. Ziraldo, escritor, cartunista
767. Benvindo Sequeira

O Brasil dividido: veja quem fica com os mafiosos petralhas

Uma lista parcial dos apoiadores dos bandidos:

Chico Buarque 
Luis Fernando Verissimo 
Fernando Morais 
Gilberto Gil 
Preta Gil 
Wagner Moura 
Jô Soares 
Marieta Severo
José de Abreu 
Camila Pitanga
Gregorio Duvivier 
Laerte Coutinho
Tico Santa Cruz 
Luiz Carlos Barreto 
Paulo Betti 
Carlinhos Brown 
Alcione
Beth Carvalho 
Xico Sá 
Marilena Chaui
Vladimir Safatle
Dinho Ouro Preto
Chico César 
Osmar Prado 
Tonico Pereira 
Cristiana Lôbo  
Leonardo Boff
Juca Kfouri
Leonardo Sakamoto
Pablo Villaça 
Luiza Trajano (Magazine Luiza) 
Paulo Henrique Amorim 
Luis Nassif 
Paulo Nogueira Batista Jr. 
Leonardo Attuch
Kennedy Alencar 
Viviane Mosé
Mario Sergio Conti 
Barbara Gancia 
Chico Pinheiro 
Guilherme Boulos 
Paulo Moreira Leite 
Luiz Gonzaga Belluzzo
Luís Carlos Bresser-Pereira 
Delfim Netto 
Miguel Nicolelis
Letícia Sabatella 
Renato Janine Ribeiro 
Mário Sérgio Cortella
Frei Betto
Emir Sader 
Marcelo Adnet
Mino Carta
André Singer 
Laura Carvalho 
Maria Rita Kehl
Fábio Konder Comparato
Felipe Santa Cruz 

A batalha da Abolicao - Angela Alonso (Pesquisa Fapesp)

A batalha da Abolição

Estudo reconstrói a importância do movimento abolicionista como força social que levou à libertação dos escravos
MÁRCIO FERRARI | Pesquisa FAPESP, Ed. 240 | FEVEREIRO 2016
Email this to someoneTweet about this on TwitterShare on Google+Share on FacebookShare on LinkedIn

Missa campal em celebração à abolição dos escravos e ilustração que representa um abolicionista, escravos e o Parlamento
Missa campal em celebração à abolição dos escravos e ilustração que representa um abolicionista, escravos e o Parlamento
A história da Abolição não se restringe apenas às iniciativas legais do governo imperial, nem à conjuntura econômica internacional, tampouco às rebeliões dos escravos. Foram essas as linhas predominantes que guiaram as interpretações acadêmicas sobre o assunto até agora. Um robusto movimento abolicionista, com sua contrapartida escravista, também teve papel histórico central durante os 20 anos (1868-1888) que precederam a Lei Áurea. É dessa perspectiva pouco conhecida que se alimenta o livro Flores, votos e balas, pela editora Companhia das Letras. A autora é a socióloga Angela Alonso, professora do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) e presidente do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap). A pesquisa, que incluiu um ano na Universidade Yale (EUA), durou seis anos.
“Por ser socióloga e adotar um ângulo interdisciplinar, prestei atenção na mobilização do espaço público, à qual os historiadores talvez não tenham dado a devida importância”, diz Angela, também autora de Joaquim Nabuco (2007), biografia do político abolicionista pernambucano. “Percebi que, por sua estrutura e características, eu estava diante de um movimento social conforme descreve a teoria sociológica e muito semelhante estruturalmente aos que ocorreram na Inglaterra e nos Estados Unidos.” Não por acaso, um dos pontos que a pesquisadora enfatiza em seu estudo é a conexão de parte do movimento abolicionista brasileiro com ativistas da causa no exterior. “Raramente tivemos um estudo de abrangência tão grande sobre o assunto”, diz a professora Lígia Fonseca Ferreira, do Programa de Graduação e Pós-graduação em Letras da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), estudiosa do período e biógrafa do advogado, abolicionista e poeta negro Luiz Gama (1830-1882).
Um dos expoentes da vertente internacionalista da militância contra a escravidão foi o educador Abílio Borges (1824-1891), que, apesar de pertencer à elite imperial, mantinha laços estreitos com associações inglesas e francesas que lutavam contra a escravidão no além-mar. Borges, segundo Angela, “apostou no vexame externo” ao promover uma petição emancipacionista assinada por políticos franceses e entregue ao imperador Pedro II por intermédio do Ministério de Assuntos Estrangeiros da França. “O documento embaraçou dom Pedro”, narra Angela. “Arranhava a reputação do Império aparecer como terra escravista.”
© DIVULGAÇÃO
Confederação abolicionista em 1888, com José do Patrocínio (em pé, primeiro à esq.) e André Rebouças (sentado, primeiro à esq.)
Confederação abolicionista em 1888, com José do Patrocínio (em pé, primeiro à esq.) e André Rebouças (sentado, primeiro à esq.)
Personagens
Borges, que até agora era mais conhecido por ter inspirado Raul Pompeia a criar o personagem do diretor da escola no romance O ateneu, é uma das figuras centrais de Flores, votos e balas, assim como o conhecido abolicionista André Rebouças (1838-1898), engenheiro negro muito requisitado como projetista de obras modernizadoras e interlocutor dos círculos de poder. Do lado dos escravistas, Angela destaca a figura de Paulino Soares de Sousa (1834-1901), fio condutor das táticas e manobras da ala “emperrada” (isto é, inflexível) do Partido Conservador no Parlamento.
O governo (ou o Estado), lembra a socióloga, é o vértice necessário de um triângulo formado pelo movimento abolicionista e seus contramovimentos na sociedade. “Sinal claro desse jogo é que o Estado ora trouxe o abolicionismo para dentro do Parlamento, ora o reprimiu”, diz Angela, referindo-se às sucessivas mudanças de orientação política durante o período estudado, em que se alternaram na chefia do governo, por exemplo, Manuel de Sousa Dantas, abolicionista do Partido Liberal (1884-5), e o Barão de Cotegipe (João Maurício Wanderley), escravista do Partido Conservador (1885-8).
A indecisão política mostra, segundo a pesquisadora, que não faz sentido a ideia, relativamente difundida, de que a abolição foi um processo consensual ou inelutável. A pesquisa indica que a ideia da emancipação dos escravos encerrava ameaças consideráveis à ordem estabelecida. “O Império era fundado na escravidão, não só na economia”, afirma Angela. “A hierarquia social era baseada na posse de bens que davam poder e prestígio, e os bens mais importantes eram os escravos. A escravidão sustentava também o sistema partidário, porque o eleitorado era definido com base na renda.”
O romancista José de Alencar (1829-1877), deputado conservador e um dos porta-vozes mais ativos do antiabolicionismo, diante do quadro que se avizinhava, advertiu em 1867: “Um sopro bastará para […] lançar o Império sobre um vulcão”. Não se tratava, no entanto, de defesa aberta do escravismo, mas de retórica do medo para tentar adiar o processo. É o que Angela chama de “escravismo de circunstância”: setores do Parlamento eram “compelidos pela conjuntura a justificar a situação escravista, sem defender a instituição em si, que, reconheciam, civilização e moral condenavam naquela altura do século”.
© DIVULGAÇÃO
Parlamento durante a votação da Lei Áurea em 1888 e a multidão do lado de fora: texto reduzido ao mínimo necessário
Parlamento durante a votação da Lei Áurea em 1888…
Cenário mundial
Havia-se chegado a esse tenso estado de coisas mediante o processo sobre o qual Angela se debruçou, composto de duas dinâmicas, uma mundial, outra interna. “No âmbito externo, havia um ciclo de abolições pelo mundo e o Brasil se mantinha escravista, chamando a atenção internacional”, diz Angela. O processo tem o ponto de maior tensão em 1850, quando a Inglaterra impõe o tratado do fim do tráfico de escravos, embora o Brasil demore a efetivá-lo. Contudo, até a década de 1860, o Brasil se encontrava mais ou menos protegido pelo fato de haver no mundo ocidental dois outros exemplos escravistas de grande porte, a Espanha, com suas colônias de Porto Rico e Cuba, e os Estados Unidos.
Mas, à medida que esses países avançam rumo ao fim da escravidão, o Brasil foi ficando isolado no cenário mundial. Isso provocou uma inevitável divisão da elite política. “Não se tratava mais de responder ou não à pressão internacional, mas em que velocidade”, ressalta Angela. O processo culmina quando o Parlamento aprova a tramitação da Lei do Ventre Livre, em 1871, como “um sinal de que o Brasil era civilizado”. Nesse momento, observa Angela, já havia uma mobilização articulada na sociedade. “Ressalto que o processo não começa em 1879, quando Nabuco e José do Patrocínio [1854-1905] partem para a atuação no espaço público, e sim na década anterior”, diz a pesquisadora.
Essa trajetória, que culminará na abolição, é dividida por Angela nas três fases enunciadas no título de seu livro: flores, votos e balas. As flores se referem ao símbolo das manifestações abolicionistas promovidas, entre outros, por Borges e Rebouças, que, além de suas atividades de articulação política, criavam associações e cerimônias públicas. “A abolição começou a ser propagandeada em espaços que não eram genuinamente políticos”, diz a socióloga. Em pouco tempo, os teatros passaram a dar abrigo a essas manifestações, intercaladas com números artísticos. Diferentemente do que ocorreu nos EUA, onde os polos de difusão das campanhas abolicionistas civis foram as igrejas quakers, no Brasil o catolicismo era não só credo predominante, mas também religião oficial do Estado. Isso favoreceu a conquista de almas para o abolicionismo entre a elite social e camadas intelectuais, que tinham no teatro sua maior diversão. Os princípios e atividades abolicionistas também se beneficiaram nessa época de avanços que permitiram a impressão e circulação de publicações independentes.
As “conferências-concerto”, como chamavam os ativistas, espalharam-se pelo país. Em 1883, começaram a ser acompanhados por uma adaptação da estratégia norte-americana de organizar rotas de fuga de escravos para territórios livres. A diferença entre o Brasil e os EUA é que aqui não havia territórios oficialmente livres – foram criados pelos abolicionistas, em ruas ou bairros. Aos poucos, os ativistas vão liberando territórios, contando com a aceitação dos proprietários ou recorrendo a campanhas de arrecadação para pagar a alforria dos escravos.
© DIVULGAÇÃO
... e a multidão do lado de fora: texto reduzido ao mínimo necessário
… e a multidão do lado de fora: texto reduzido ao mínimo necessário
Ativismo jurídico
A estratégia tornou-se campanha nacional e deu certo principalmente no Ceará e no Amazonas, que tinham relativamente poucos escravos e contavam com presidentes de província abolicionistas. No caso do Ceará, a movimentação gerou a abolição da escravidão dentro dos limites da província em 1884 – que passou a ser um destino para escravos fugidos e libertos de todo o país. Também de inspiração estrangeira foi a estratégia de Luiz Gama ao buscar inconsistências na lei para pedir a libertação de escravos nos tribunais. “Gama fazia parte de uma facção do abolicionismo que defendia o ativismo jurídico, divergindo de Nabuco, para quem a reforma deveria ser feita no Parlamento”, diz Lígia Fonseca. Angela argumenta que “não havia propriamente divergência entre eles, mas complementaridade de estratégias, cada um recorrendo a um estilo de ativismo”.
A libertação dos escravos no Ceará abre a fase dos “votos”, quando a classe política decide reagir. Com a indicação de Sousa Dantas para a chefia do governo imperial, em 1884, os abolicionistas colaboraram na redação do programa de governo e lançaram 51 candidaturas em apoio a ele. No entanto, os abolicionistas perdem, “menos nas urnas do que na apuração”, segundo Angela. Com a queda de Dantas, sobe o governo escravista de Cotegipe e começa o período das “balas”, com repressão aberta e acirrada às atividades abolicionistas, posta em prática pela polícia ou por milícias à paisana. “É nesse momento que o processo de desobediência civil ganha escala”, afirma a pesquisadora. José do Patrocínio diz que “os abolicionistas sinceros estão preparados para morrer”. Para o historiador Carlos Castilho, professor da Universidade Vanderbilt (EUA), essa é uma evidência da importância dos movimentos sociais no processo estudado. “As lutas pela participação política e cívica têm as próprias histórias e precisam ser repensadas pela historiografia”, diz Castilho.
Em grande parte graças ao movimento social abolicionista, a causa ganhou adesão ou tolerância na sociedade. “No final do processo, o abolicionismo contava com apoio tácito da população urbana, que se calava diante das fugas”, diz Angela. “A escravidão foi sendo comida por todos os lados.” O re-sultado do processo foi, contudo, um empate. Os escravistas cederam, mas os abolicionistas não conseguiram implementar seu programa com extensão de direitos aos libertos. Venceu o empenho do gabinete de João Alfredo em fazer da Lei Áurea uma simples declaração de dois parágrafos, sem as indenizações aos proprietários, mas também sem garantias de vida digna aos ex-escravos.
Projetos
1. Circulação de ideias e estratégias de ação no movimento abolicionista (nº 2009/05921-1); Modalidade Bolsa no Exterior – Regular – Novas Fronteiras; Pesquisadora responsável Angela Maria Alonso (FFLCH-USP/Cebrap); Investimento R$ 78.689,12.
2. Abolicionismo como movimento social (nº 2012/08495-6); Modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular; Pesquisadora responsável Angela Maria Alonso (FFLCH-USP/Cebrap); Investimento R$ 116.566,11.
Livro
ALONSO, A. Flores, votos e balas – O movimento abolicionista brasileiro (1868-88). São Paulo: Companhia das Letras, 2015, 568 p.

quarta-feira, 16 de março de 2016

Dialogos edificantes do "monarca" do parlamentarismo petista - Gravacoes telefonicas

Equipe da Lava Jato 'tem que ter medo', diz Lula em áudio


O ex-presidente Lula afirma em uma ligação telefônica interceptada pela Polícia Federal que os deputados do PT precisam "achincalhar" o juiz Sérgio Moro e a equipe da Operação Lava Jato porque eles "têm que ter medo" e "preocupação".
A conversa é com o deputado petista Wadih Damous (RJ). Nela, Lula combina estratégias de ofensiva contra a Lava Jato. As informações foram transcritas pela Polícia Federal e enviadas ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.
"Eu tô botando muita fé de que se a nossa bancada tiver animada ela pode fazer a diferença nesse processo com o Moro, com Lava Jato, com qualquer coisa, sabe?", disse Lula.
E em seguida completa: "Eu acho que eles têm que ter em conta o seguinte, bicho, eles têm que ter medo".
Wadih concorda e Lula continua.
"Eles têm que ter preocupação... um filho da puta desses qualquer que fala merda, ele tem que dormir sabendo que no dia seguinte vai ter dez deputados na casa dele enchendo o saco, no escritório dele enchendo o saco, vai ter uma representação no Supremo Tribunal Federal, vai ter qualquer coisa", diz Lula na conversa.
O ex-presidente diz ainda: "porque a gente não pode achincalhar?".
Segundo a Polícia Federal, a conversa ocorreu em 28 de fevereiro. Veja a transcrição na íntegra:
Lula: O senhor sabe, Wadih, que eu tô, eu já marquei com o Quaquá e o Fabiano.
Wadih: Aham.
Lula: Pra eles virem aqui em São Paulo pra gente ter uma conversa.
Wadih: Aham.
Lula: E.. e.. e eu tô botando muita fé de que se a nossa bancada tiver animada ela pode fazer a diferença nesse processo com o Moro, com Lava Jato, com qualquer coisa, sabe?
Wadih: A bancada tá outra bancada.
Lula: Eu acho que eles têm que ter em conta o seguinte, bixo, eles têm que ter medo.
Wadih: Aham.
Lula: Eles têm que ter preocupação. Um filho da p. desses qualquer que fala merda, ele tem que dormir sabendo que no dia seguinte vai ter dez deputados na casa dele enchendo o saco, no escritório dele enchendo o saco, vai ter uma representação no Supremo Tribunal Federal, vai ter qualquer coisa.
Wadih: Aham.
Lula: Vai ter dez discursos na câmara contra ele, vai citar o nome dele, sabe? Se não parar com esse negócio de que eles tão acima do bem e do mal.
Wadih: É isso mesmo.
Lula: Sabe? Se um filho da p. desses qualquer pode pegar [ininteligível] sabe? E achincalhar, porque a gente não pode achincalhar.
Wadih: É verdade.
Lula: Sabe? Que história que é essa?
Wadih: É verdade. A bancada tá com um perfil bem melhor, presidente.
Lula: Sabe? Eu tô muito otimista, bixo.
Wadih: Não, eu também.
Lula: Eu tô convencido que a bancada poderá ser a redenção do PT, viu?
Wadih: Aham.
Lula: Sabe?
Wadih: E nesse sentido pode contar comigo

Dia da Infamia Politica: o 16o. Brumario de Dom Corleone - Paulo Roberto de Almeida


Dia da Infâmia Política: o 16o. Brumário de Dom Corleone

Paulo Roberto de Almeida
[notas postadas no Facebook, em 16/03/2016]

Aquilo que não se concebia possível, se consumou. Depois que as grandes massas se tivessem pronunciado, não em favor do proto-ditador, como na versão original da repetição da História, mas contra o demolidor de instituições, depois que um juiz de província pretendeu torná-lo réu de processos escabrosos, depois que juristas se tivessem revoltado ante o prometido escárnio, o chefão de milícias e de quadrilhas deu o seu passo à frente.
Não pensávamos que seria confirmado, mas eles ousaram desafiar toda a cidadania revoltada.
Já que o encantador de serpentes atravessou o Rubicão, nos idos de março, só lhe resta agora remodelar toda a república no seu padrão imperial mafioso.
A repetição sempre traz surpresas. Queremos das grandes...

Esse Brumário do Dom Corleone tupiniquim vai custar caro, primeiro pela rápida deterioração dos indicadores econômicos, o que vai atingir todos nós, depois pela reação que tal infâmia política provocará na sociedade e em certas corporações que ainda se esforçam para cumprir seu papel institucional. Repito aqui aquela frase da sabedoria popular: a esperteza quando é muita, cresce e engole o dono...

A deterioração econômica não tem nenhuma importância para o partido cleptocrata e para o seu chefe mafioso. A única coisa que lhes interessa, no momento, e da qual eles necessitam desesperadamente, é uma tábua de salvação para servir de sustentação para, pela ordem:
1) o chefão mafioso;
2) o governo inepto e corrupto;
3) o regime celerado dominado pelo partido totalitário;
4) o próprio partido neobolchevique e seus principais caciques, dirigentes de quadrilha.
A economia brasileira, a dignidade política, o próprio Brasil que se danem, nada mais lhes interessa. Como eles não podem continuar sozinhos, o fiel da balança vem a ser novamente o PMDB: dele depende a sobrevivência do governo, do regime bonapartista, dos seus dirigentes cleptocratas. Todo o resto depende da sociedade e de um pequeno punhado de lutadores da esfera da Justiça. Será possível reverter a queda do Brasil para o caos?

Paulo Roberto de Almeida 
Brasília, 16 de março de 2016
Notas diversas no Facebook.