O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Economia internacional: previsões do Banco Mundial para mercados de commodities

Desvalorização das commodities será menor que o previsto e petróleo terá alta, destaca Banco Mundial

Ricardo Bergamini  

26/07/2016

 

Preço do barril de petróleo deve aumentar dois dólares, pressionado por interrupções na oferta associadas a problemas domésticos no Canadá e na Nigéria. Queda dos valores de produtos básicos da mineração, energia e agricultura será menos acentuada do que estimativas indicavam há três meses.

Demanda por petróleo no mercado internacional aumento no segundo trimestre de 2016, segundo levantamento do Banco Mundial.

Em atualização sobre a situação das commodities no mercado internacional, divulgada na terça-feira (26), o Banco Mundial aumentou suas previsões de 2016 para os preços do petróleo bruto e reduziu a perspectiva de desvalorização de produtos básicos da mineração, energia e agricultura.

Pressionado por interrupções no suprimento e por uma forte demanda no segundo trimestre, o valor do petróleo deverá subir para 43 dólares/barril — preço que representa um aumento de dois dólares em relação a estimativas anteriores.

O Banco Mundial destaca que os valores do petróleo aumentaram 37% no segundo trimestre desse ano devido a quedas no fornecimento — provocadas principalmente pelos incêndios no Canadá e por sabotagens de instalações na Nigéria.

“Prevemos preços do petróleo ligeiramente mais altos no segundo semestre de 2016 à medida que diminuir o excesso da oferta do mercado do petróleo,” afirmou o economista sênior e principal autor do documento Commodities Markets Outlook — onde foram publicadas as previsões revisadas do organismo financeiro internacional —, John Baffes.

O especialista alertou que “os inventários continuarão altos e levará certo tempo para baixarem”.

Desvalorização das commodities será menor que o previsto

Apesar da recuperação prevista para o petróleo e muitos outros produtos básicos no segundo semestre, a maioria dos índices desses produtos monitorados pelo Banco Mundial deverá diminuir neste ano. Os motivos incluem a oferta persistentemente elevada dessas cadeias.

No caso de produtos básicos industriais — que incluem energia, metais e matéria-prima agrícola —, as perspectivas de baixo crescimento nos mercados emergentes também estão entre as causas da desvalorização das commodities. Porém, a maior parte dessa redução deverá ser inferior a previsões mais pessimistas divulgadas em abril.

O preço da energia — que inclui o do petróleo, gás natural e carvão — deverá ter queda de 16,4% em 2016, uma redução mais gradual do que os 19,3% previstos há três meses.

Commodities como metais e minerais, produtos agrícolas e fertilizantes deverão registrar desvalorização de 3,7% em 2016. A contração é mais moderada do que a redução de 5,1% prevista anteriormente.

Preço da energia afeta valor de alimentos

Como a energia representa mais de 10% do custo da produção agrícola, a oscilação dos preços da energia tem sido um fator importante para o cálculo dos valores dos alimentos.

A análise do Banco Mundial lembra que os preços da energia caíram 45% em 2015 e, segundo o previsto, deverão cair novamente neste ano. Cerca de um terço da provável queda de 32% nos valores dos produtos básicos de cereais e soja de 2011 a 2016 foi provocado pelo declínio dos preços da energia.

“Tanto os países exportadores de energia, como os países exportadores de produtos agrícolas básicos precisam intensificar iniciativas de diversificação econômica para impulsionar a resiliência às flutuações de preços dos produtos básicos”, alertou o diretor do Grupo de Perspectivas do Banco Mundial, Ayhan Kose.

Previsões para 2017

A avaliação do Banco Mundial inclui ainda previsões para o próximo ano, quando o preço dos metais deverá registrar uma queda de 11%. A desvalorização estimada agora é mais acentuada do que os 8,2% calculados previamente.

Segundo a análise da agência da ONU, esse cenário é reflexo da fraca expectativa de demanda

Já os preços da agricultura deverão cair menos do que o projetado em abril, como resultado da redução das colheitas na América do Sul e da estabilização da demanda por biocombustíveis.


terça-feira, 26 de julho de 2016

Novo Diretor do IPRI: Instituto de Pesquisa de Relacoes Internacionais - Paulo Roberto de Almeida

Novo Diretor do IPRI: Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
New IPRI Director: International Relations Research Institute
Nouvel Directeur de l’IPRI : Institut de Recherche de Relations Internationales
Director del IPRI: Instituto de Investigaciones de Relaciones Internacionales

Mensagem em quatro versões enviada a lista de endereços da Funag; telefone e email suprimidos:

Caros amigos, colegas de pesquisas em temas de relações internacionais,
Fui designado, recentemente, para o cargo de Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, braço assemelhado a um think tank criado em 1987 no âmbito da Fundação Alexandre de Gusmão, entidade vinculada ao Itamaraty, que está completando 45 anos de existência no próximo mês de outubro.
O IPRI tem por objetivos realizar pesquisas e divulgar estudos sobre temas de relações internacionais em geral, e de diplomacia brasileira em particular, assim como estimular o intercâmbio científico com entidades similares, sobretudo nos meios acadêmicos, brasileiros e internacionais. Veja a página: http://www.funag.gov.br/ipri/ (atualmente em construção em outras línguas).
Gostaria de explorar as possibilidades de cooperação, por meio de programas estruturados ou mesmo atividades tópicas, em todas as áreas onde existam interfaces comuns de interesse intelectual ou prático. Apreciaria receber sugestões de possíveis empreendimentos conjuntos ou indicações para a minha agenda de trabalho em 2017 nas coordenadas abaixo:

          Paulo Roberto de Almeida (diplomata, professor)
          Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
          Ministério das Relações Exteriores, Anexo II, térreo
          Brasília, DF – 70170-900 Brasil
          www.funag.gov.br/ipri

Dear friends, research colleagues in international relations,
I have been recently nominated to chair, as Director, the International Relations Research Institute (IPRI), a think tank-like entity created in 1987 within the framework of Alexandre de Gusmão Foundation, linked to Itamaraty, the Brazilian Ministry of Foreign Relations, soon to be commemorating its first 45 years of existence next October.
Among the various objectives of IPRI are the tasks of undertaking research and publications related to international relations in general, and of Brazilian diplomacy in especial, as well as to stimulate scientific exchanges with similar entities, both in Brazil and abroad. See our page: http://www.funag.gov.br/ipri/ (currently being translated to other languages).
I would like to explore with you possibilities for cooperation, through structured programs or even topical activities, in all areas where we can found common grounds and interfaces of an intellectual or practical interest. Suggestions for possible joint undertakings or simple indications to compose my work agenda for 2017 are welcome in the following coordinates:

          Paulo Roberto de Almeida (diplomat, professor)
          Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
          Ministry of Foreign Affairs, Annex II
          Brasília, DF – 70170-900 Brazil
          www.funag.gov.br/ipri


Chers amis, collègues de recherche en relations internationales,
J’ai été récemment désigné en tant que Directeur de l’Institut de Recherche de Relations Internationales, une sorte de think tank crée en 1987 au sein de la Fondation Alexandre de Gusmão, entité associée à l’Itamaraty, le Ministère brésilien des Affaires Étrangères, et qui complète 45 ans d’existence ce prochain mois d’Octobre.
IPRI a comme objectifs accomplir des recherches et publier des études sur des sujets relations internationales en général, et de diplomatie brésilienne en particulier, tout comme stimuler des échanges scientifiques avec des entités similaires, surtout dans les milieux académiques, brésiliens et étrangers. Voyez notre page: http://www.funag.gov.br/ipri/ (actuellement en confection dans d’autres langues).
J’aimerais explorer les possibilités de coopération, au moyen de programmes structurés ou même dans des activités spécifiques, dans tous les domaines où des interfaces communes d’un intérêt intellectuel ou pratique existent. Je souhaite recevoir des suggestions sur des possibles initiatives conjointes ou des indications pour composer mon agenda de travail en 2017 dans les coordonnées suivantes :

          Paulo Roberto de Almeida (diplomate, professeur)
          Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
          Ministère des Affaires Étrangères, Annex II
          Brasilia, DF – 70170-900 – Brésil
          www.funag.gov.br/ipri


Caros amigos, colegas de investigaciones en temas de relaciones internacionales,
He sido recién designado al puesto de Director del Instituto de Investigaciones de Relaciones Internacionales, un think tank creado en 1987 como órgano de la Fundación Alexandre de Gusmão, entidad vinculada al Itamaraty, Ministerio brasileño de las Relaciones Exteriores, y que completa sus primeros 45 anos de existencia en el próximo mes de Octubre.
O IPRI tiene como objetivos realizar investigaciones y publicar estudios sobre temas de relaciones internacionales en general, y de diplomacia brasilera en particular, así como estimular el intercambio científico con entidades similares, sobretodo en los medios académicos, brasileros e internacionales. Vea nuestra página: http://www.funag.gov.br/ipri/ (actualmente construyéndola en otras lenguas).
Me gustaría explorar las posibilidades de cooperación, por medio de programas estructurados o mismo actividades tópicas, em todas las áreas donde existan interfaces comunes de interés intelectual o práctico. Mi deseo seria recibir sugerencias de posibles iniciativas conjuntas o indicaciones para a minha agenda de trabajo para 2017 en las coordinadas abajo:

          Paulo Roberto de Almeida (diplomático, profesor)
          Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais
          Ministerio de las Relaciones Exteriores, Anexo II
          Brasilia, DF 70170-900 - Brasil
          www.funag.gov.br/ipri

Defesa Nacional: componente da industria e do crescimento nacional - Rubens Barbosa (OESP)

DEFESA NACIONAL: POR UM PAÍS MAIS SEGURO
Rubens Barbosa
O Estado de S. Paulo, 26/07/2016

            No momento em que a crise econômica afunda o Brasil em grave recessão e desemprego, obrigando o governo de transição a reduzir os gastos públicos de forma drástica de modo a diminuir o tremendo desequilíbrio fiscal, todos os setores da administração pública são afetados. É esta a herança dos treze anos de governo do PT.
            Nesse quadro conjuntural que deve se estender por alguns anos, torna-se ainda mais difícil justificar recursos para um dos setores mais importantes para a manutenção da soberania e da segurança do pais: aquele da Defesa, que detém apenas cerca de 1,5% do orçamento geral da União.
            País pacífico, cuja constituição advoga a solução negociada dos conflitos, a única guerra com vizinhos em que o Brasil se viu envolvido foi contra o Paraguai em 1865. Todos os conflitos de fronteiras foram resolvidos em entendimentos bilaterais ou por arbitragem.  Com esse pano de fundo, não é difícil explicar a falta de uma forte cultura de Defesa, como nos EUA, na Rússia e na Europa. Os 21 anos de autoritarismo contribuíram, por outro lado, para as restrições à renovação do equipamento militar obsoleto pelo medo talvez de estimular o ressurgimento do poder militar no Brasil. Hoje conhecemos os nomes do juízes da suprema corte, mas, ao contrário do que ocorreu entre 1964 e 1984, não sabemos quem são os comandantes militares, apenas a identidade do ministro civil da Defesa.          
            A ausência dessa cultura de Defesa explica, em grande parte, as constantes reduções de recursos públicos para a manutenção da capacidade operacional das três forças. E isso não parece despertar qualquer preocupação na sociedade quanto aos riscos para a proteção de nosso território terrestre (fronteiras) e marítimo (plataformas de exploração de petróleo) e para uma reação adequada às novas ameaças globais, como o tráfico de armas, de drogas, do terrorismo e da guerra cibernética. 
            O mundo se tornou mais complexo e ameaçador. O terrorismo exige recursos e atenção redobrada para tornar o pais mais seguro. O Brasil não é uma ilha e não se pode esperar que sempre estaremos livres de atentados de facções terroristas ou do crime organizado.
Nos dias que correm, não somente o reequipamento das forças armadas -  seguidamente chamadas a desempenhar funções na área de segurança pública, como agora nos jogos olímpicos - mas programas essenciais para a defesa nacional tiveram recursos cortados. Entre outros, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (SISFRON) que, com o atraso previsto pela falta de recursos, só estará finalizado em 2040, o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SISGAAZ) e o Programa Espacial Brasileiro. Este adiamento vem afetando toda a cadeia produtiva, com grande número de falências das empresas participantes e crescente taxa de desemprego no setor.  Para se ter uma ideia da gravidade da situação, a quase totalidade dos projetos que deveriam ser executados até 2021 foram postergados para 2031, quando a tecnologia utilizada já estará desatualizada e terá de ser substituída.
            Segundo dados do Ministério da Defesa, a falta de recursos deixa 46% da frota da marinha parada, sem navios de escolta necessários para dar proteção às plataformas do pré-sal. No exército, os frequentes contingenciamentos exigiram a redução drástica da linha de produção do carro blindado Guarani, que poderá levar a empresa construtora do equipamento a suspender a produção por falta de pagamento. Na aeronáutica, quase metade da frota aérea está parada. A construção do avião cargueiro KC 390 só prossegue porque a Embraer , mesmo sem receber mais de R$ 1,5 bilhão devido pelo governo federal, está bancando o projeto sozinha, com o custo de atraso de dois anos.
            Em breve, o governo brasileiro deverá atualizar a Estratégia Nacional de Defesa, o Plano Nacional de Defesa e o Livro Branco de Defesa. Realista e pragmaticamente, esses documentos deverão enfrentar esses problemas e prever formas para melhor utilização dos recursos e previsibilidade na liberação dos financiamento dos projetos mais estratégicos, pois não há uma percepção generalizada da necessidade da continuação desses programas de governo. Seria importante que a discussão desse documentos não ficasse restrita ao Ministério da Defesa, mas que o Congresso, através das Comissões de Relações Exteriores e Defesa (CRED) da Câmara dos Deputados e do Senado, além de instituições privadas interessadas no assunto pudessem participar do debate e contribuir para seu conteúdo. A CRED do Senado divulgou excelente relatório do Senador Ricardo Ferraço sobre as políticas públicas relacionadas à indústria nacional de defesa, com recomendações que deveriam ser examinadas e debatidas.  O Instituto de Relações Internacionais e de Comércio Exterior (IRICE) já programou para setembro um encontro em São Paulo para começar a discutir esses temas que são de grande relevância para o Brasil.
            A industria brasileira de defesa, em especial a empresa estratégica, terá de se associar e formar "joint ventures" com empresas estrangeiras para ter acesso a novas tecnologias e financiamento, enquanto não houver avanço autóctone significativo em inovação e  financiamento. Formas criativas terão de ser examinadas, como, entre outras, por exemplo, o desconto adiantado de títulos de recebimento de pagamentos do governo para haver disponibilidade imediata de recursos.         
            A recuperação da economia e a volta ao crescimento permitirão que a discussão sobre o papel das Forças Armadas na defesa de nosso território seja ampliada. Nenhum pais pode se dar ao luxo de ignorar essa necessidade. O "soft power" representado pela ação do país no exterior, através de sua política externa, para ser efetivo, deve estar fundado num "hard power" que respalde o interesse nacional.

Rubens Barbosa, Diretor Alterno do Comdefesa (Fiesp) e presidente do IRICE.

domingo, 24 de julho de 2016

Impeachment: o mentiroso discurso do golpe pelo PT - Itamar Garcez

Transcrevendo a partir de envio de Ricardo Bergamini:

O golpe como fraude e lenitivo ao fracasso

Para jornalista, o PT se valeu da propaganda política para dissimular o fracasso de seu modelo após 13 anos no poder e, em vez de reconhecer os erros que cometeu, preferiu adotar o discurso do golpe como escapatória.

Itamar Garcez *

A resiliência da esquerda aos reveses sucessivos que a história lhe desferiu é resultado em parte de sua característica de seita e, portanto, da crença de que detém com exclusividade a verdade única. As derrotas são apenas batalhas perdidas; no final, a guerra será vencida com a redenção do proletariado que, para evitar desvios no itinerário, será conduzido com mão de ferro ao paraíso.

Transposta para a realidade que vivenciamos no Brasil, no limiar do julgamento da presidente Dilma Rousseff (PT), a afastada, o PT se valeu da propaganda política para dissimular o fracasso de seu modelo após 13 anos no comando da Nação com o apoio do status quo. No confronto político restavam poucas opções: reconhecer os erros que levaram o país a pior crise econômica, política e ética de sua história ou adotar uma escapatória.

Ora, o PT não tem como justificar a gestão fiscal fraudulenta da presidente. O PT não tem como justificar as derrapagens administrativa e econômica, carreadas por uma mandatária incompetente e presunçosa, que redundaram em quebradeira, carestia e desemprego. O PT não tem como justificar que boa parte dos delatores da Operação Lava Jato são companheiros ou neocompanheiros, como os grandes empreiteiros.

O PT não tem como justificar que, no poder, exerceu a política da mesma forma que seus adversários, qual seja, na base da barganha de compra de apoios. O PT não tem como justificar que, eleito com uma pregação de detentor exclusivo da ética, atolou-se nos mesmos desvãos do uso espúrio do erário.

O PT não tem como justificar que seus heróis se transmutaram de militantes por princípio em políticos sem princípios. O PT não tem como justificar que tramou o impeachment dos três antecessores imediatos do lulopetismo. Mais importante, o PT não tem com justificar o golpe com o qual aniquilou a esperança na política. Não se o fizer com sincera autocrítica.

Portanto, para não enfrentar o debate honesto, com choro e ranger de dentes, restou aos companheiros fraudar a história e amparar-se no refrão golpista como leitmotiv. Para tanto, fugiu da lógica comezinha.

Propaganda fraudulenta como lenitivo

 

O impeachment estribou-se num Judiciário permissivo, que adotou ao extremo a regra in dubio pro réu como na sessão da Corte Suprema de dezembro de 2015, contestada por juristas eminentes. O impeachment sustentou-se na Suprema Corte, cujos membros foram quase todos escolhidos pelo PT. O impeachment foi garantido pela neutralidade silenciosa das Forças Armadas.

O impeachment foi respaldado pela ampla e legítima maioria da população – exaurida pela economia em pandarecos, enojada da corrupção. O impeachment teve a aprovação majoritária do Legislativo, movido, como em 1992, por eleitores desiludidos. O impeachment ancorou-se na Constituição.

Como carece de coerência e sobeja desfaçatez, a narrativa petista – risível diante da hodierna, sangrenta e concreta tentativa de golpe na Turquia – optou por falsear a realidade. Não se trata de ação impensada, mas engendrada em eficiente propaganda política.

Na ânsia de desqualificar o impedimento da mandatária, sustenta-se em estratégia que vai da autoindulgência à sobrevivência. Primeiro, provê conforto à militância atordoada com os crimes conduzidos por suas lideranças. Repetir ad nauseam que o impeachment foi ilegítimo anestesia a decepção.

Segundo, fornece à patuleia simplificação retórica à narrativa que pretende converter a presidente Dilma em vítima. Terceiro, ao adotar discurso monotemático foge do debate direto sobre a débâcle petista. Quarto, tenta constranger néscios e desavisados.

Implacável, a história aplicou reveses sucessivos na esquerda. Os percalços levaram-na a contornar o mais notório déspota comunista, Josef Stalin (que tiranizou seus camaradas), a relevar os gulags, a ignorar a derrocada soviética (simbolizada pela queda do Muro de Berlim), a condescender com a revolução cultural chinesa, a defender a ditadura cubana, a compactuar com os desmandos do comandante venezuelano.

Tudo justificado por dogmas e mitos, como o de que só a esquerda representa os pobres ou do Estado forte e onipresente. A exemplo de uma seita, que tem a conversão dos ímpios e a salvação dos fiéis como alvos, a sigla busca no discurso fraudulento o lenitivo ao fracasso.


* Itamar Garcez é jornalista. Graduou-se na UFRGS. Trabalhou no Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil, Gazeta Mercantil e Diário Catarinense. Acompanha política no Congresso Nacional e Palácio do Planalto desde 1988.

 


 

 

 

 

 

Ricardo Bergamini sobre os ganhos das duas castas brasileiras: a dosbrâmanes públicos e a dos párias do setor privado

Transcrevendo seletivamente texto recebido em 24/07/2016:

O Congresso Nacional é constituído por 513 deputados federais e 81 senadores e para atenderem a esses 594 senhores, segundo o ministério do planejamento, em dezembro de 2015 existiam 24.896 servidores ativos que custaram R$ 5,4 bilhões. 
Considerando também os 10.360 servidores inativos que custaram R$ 3,5 bilhões o custo total com essa imoral e criminosa usina de gastos públicos foi de R$ 8,9 bilhões.
Em 2015 o rendimento médio/mês per capita com pessoal ativo da União - 1.310.715 servidores (946.801 civis e 363.914 militares) foi de R$ 9.676,65, enquanto a média/mês per capita nacional para os trabalhadores formais nas atividades privadas foi de R$ 1.944,00 (79,91% menor).  
Em 2015 o rendimento médio/mês per capita com pessoal aposentado e pensionista da União – 1.031.375 servidores (732.331 civis e 299.044 militares) foi de R$ 8.419,18, enquanto a média/mês per capita dos aposentados e pensionistas das atividades privadas (INSS – 28,1 milhões de beneficiários) foi de R$ 1.174,15 (86,05% menor).
Texto acima de autoria de Ricardo Bergamini

Sarajevo no Pacífico? Alfredo Toro Hardy sobre o conflito do mar do Sul da China

Análisis

¿Sarajevo en el Pacífico?

Observatório Político da Chiba, 11/07/2016

Alfredo Toro Hardy es escritor y diplomático venezolano.

            Existe la tendencia a ver a los acontecimientos que desatan guerras como actos aislados. Es así que se habla del asesinato del Archiduque Francisco Fernando en Sarajevo como el factor que puso en marcha a la I Guerra Mundial o de Perl Harbor como el detonante de la II Guerra. Lo cierto es que dichas acciones son siempre producto de un contexto que, por lo general, toma años en desarrollarse. En el Mar del Sur de China las condiciones para un enfrentamiento bélico a gran escala entre China y Estados Unidos van adquiriendo contornos más precisos con cada año que pasa. Saber cómo y porqué comenzarán los tiros es ya otra consideración, pero el contexto está ya configurado. 

            Al momento de escribir estas líneas está a punto de dictarse la sentencia de la Corte Internacional de Arbitraje de la Haya sobre la controversia que separa a China y a Filipinas en el llamado Mar del Sur de China. Ésta bien podría constituirse en el Sarajevo de una confrontación entre Washington y Pekín.

            Pasemos revista a la situación. Los 3,5 millones de kilómetros cuadrados del Mar del Sur de China resultan vitales para la economía mundial. Por allí transitan anualmente 5 millones de millones de dólares en productos, presumiéndose a la vez que alberga inmensas reservas de petróleo y gas. China reclama para sí las dos terceras partes de ese inmenso espacio marítimo, aduciendo como base de su derecho mapas propios, de los años cuarenta y cincuenta, que reflejaban su proyección histórica sobre el mismo. Filipinas, Malasia, Vietnam y Brunei no aceptan la postura china, señalando que la misma contraviene soberanías marítimas o zonas económicas exclusivas derivadas de sus plataformas continentales o de sus espacios insulares, conforme a lo establecido por la Convención de las Naciones Unidas sobre Derecho del Mar. Instrumento éste del cual China es signataria.

            China ha insistido en que la única manera de resolver la controversia es mediante negociaciones directas con las partes involucradas. Negociaciones que no se han materializado. Entre tanto todos han buscado alterar la topografía de arrecifes o rocas para darle más consistencia a sus argumentos, colocando instalaciones militares en ellos. En los últimos dos años, sin embargo, China habría reclamado 17 veces más tierra al mar (es decir construido islas artificiales), de lo que lo han hecho todas las demás partes combinadas. A la vez, la militarización china de esos espacios sobrepasa con creces a la de los otros. En síntesis, todos se han adentrado en una política de hechos consumados dentro de la cual China, si bien no fue la primera en comenzar, ha sacado sí una ventaja contundente.

            Allí entra en escena el caso arbitral al cual aludíamos. Filipinas, actuando unilateralmente y contra la voluntad de China, solicitó que la Corte  se pronunciara no sólo sobre la controversia que los separa, sino también sobre la validez de los argumentos legales que esgrime Pekín sobre las dos terceras partes del Mar del Sur de China. Dado que la base legal reconocida internacionalmente es la derivada de la Convención sobre Derecho del Mar, dicha sentencia, aún no resultando vinculante para China, podría dejar a este país de espaldas a la legalidad internacional.

            Hasta allí no se trataría más que de un problema jurídico. La peligrosidad del caso derivaría del como Pekín y Washington reaccionan frente a la sentencia. Hasta ahora ambas capitales han estado enfrentadas en una paradójica situación. China, firmante de la Convención sobre el Derecho del Mar, actuando al margen de ésta, mientras Estados Unidos que no es signatario de la misma, exigiendo que se la respete. Esto último en adición a la postura estadounidense de reivindicar el derecho a la libre navegabilidad de aguas internacionales.

            Ambas partes han jugado con mucha dureza en respaldo a sus posiciones. Pekín declarando al Mar del Sur de China como zona neurálgica de interés nacional y por ende militarizándolo crecientemente, patrullándolo y desarrollando en él ejercicios navales. Washington enviando a dos portaviones y a sus respectivos grupos tácticos a navegar el área en abierto desafío a la sensibilidad china y declarando, a la vez, que utilizará el poder combinado de su tercera y su séptima flotas con sus 140 mil uniformados, 200 barcos y 1.200 aviones para contener el expansionismo marítimo chino.

            China podría reaccionar frente a la sentencia de La Haya con altivez, decretando una Zona de Identificación de Defensa Área sobre el Mar del Sur de China y acelerando la militarización del área. Su prioridad seguramente sería la de no proyectar una imagen de acorralamiento. Estados Unidos, de su parte, no sólo está buscando coordinar una respuesta internacional contundente en respaldo a la sentencia sino que con sus acciones ha dado a entender su disposición a desafiar cualquier acción unilateral china. Su prioridad sería la de no dejar pasar la ventaja estratégica brindada por la sentencia. Es un juego de póker extremadamente peligroso ya que ni Xi ni Obama pueden perder cara en estos momentos. El primero porque ha hecho del nacionalismo la base de su poder. El segundo porque cualquier manifestación de debilidad sería capitalizada por Trump. En suma ninguno puede mostrarse débil y ambos disponen de un margen limitado de maniobra. La prescripción ideal para que las cosas se salgan de control.

China e a controvérsia sobre o Mar do Sul da...China - Observatorio da Política China

Recolho dois documentos deste Observatório da Política China, um Think Tank especializado no grande universo político e econômico da região asiática.
Para bem conhecer e saber melhor se expressar sobre esses problemas é preciso primeiro se informar adequadamente. Depois refletir. Em seguida saber sintetizar. Finalmente, ser responsável nos julgamentos e argumentos.
Paulo Roberto de Almeida 

Documentos

Libro Blanco: China se adhiere a la postura de solucionar a través de la negociación las disputas pertinentes entre China y Filipinas en el Mar Meridional de China"

16/07/2016 

El texto completo está accesible en:  

http://news.xinhuanet.com/english/nhbps2016/2016-07/13/c_129141327.htm 

The South China Sea Arbitration

16/07/2016 

Texto íntegro del fallo de la Corte Permanente de Arbitraje de La Haya en relación al Mar de China meridional.

sábado, 23 de julho de 2016

Ah, a burocracia dos cargos oficiais: por enquanto so cessao; nao sei quando a nomeacao... - Paulo Roberto de Almeida

Apenas transcrevo, sem comentários, pois não sou de muita burocracia e quase nada de administração.
Minha especialidade é outra: fazer textos.
Vou fazer um sobre essa coisa também.
Mais tarde...
Paulo Roberto de Almeida

PORTARIA Nº 407, DE 19 DE JULHO DE 2016
O MINISTRO DE ESTADO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, no uso de suas atribuições legais, e considerando o disposto no art. 93 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, com a redação dada pela Lei nº 8.270, de 17 de dezembro de 1991, resolve autorizar a cessão do seguinte servidor, pertencente ao Serviço Exterior Brasileiro, na forma abaixo indicada:
Nome: PAULO ROBERTO DE ALMEIDA
Cargo Efetivo: Ministro de Segunda Classe
Matrícula Siape: 0460584
Para: Fundação Alexandre de Gusmão
Cargo a ser ocupado: Diretor do Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais - IPRI, código DAS 101.5
Amparo Legal: Lei nº 8.112/90, art. 93, inciso I
Responsabilidade do Ônus: Órgão cedente
JOSÉ SERRA

Ônus?! Que ônus???

Manual de Economia para candidatos a carreira diplomatica - Samo Goncalves, Renato Bauman (livro disponivel na Funag)

Recomendo para todos, não apenas para os candidatos à carreira diplomática, mas para todas as carreiras em quaisquer áreas de trabalho:


NOVO MANUAL DE ECONOMIA

A FUNAG publicou o novo Manual do Candidato: Economia, de autoria dos professores Renato Baumann e Samo S. Gonçalves.

Espera-se que o candidato que aspira ingressar no Instituto Rio Branco possa encontrar no Manual, assim como nas referências bibliográficas indicadas após cada capítulo, fonte de conhecimento do instrumental básico/conceitual da teoria econômica e informações sistematizadas sobre as características da evolução recente da economia brasileira que o capacitem para um desempenho aceitável no processo de seleção. (Texto extraído da Apresentação da obra)

Baixe GRATUITAMENTE em http://goo.gl/4zFBJG

Saiba mais em http://goo.gl/cG4Qpc

Pensamento estrategico de Varnhagen: contexto e atualidade - Paulo Roberto de Almeida (livro Funag)

Meu trabalho publicado mais recente: 


1237. “O pensamento estratégico de Varnhagen: contexto e atualidade”, in: Sérgio Eduardo Moreira Lima (Org.). Varnhagen (1816-1878): diplomacia e pensamento estratégico (Brasília: Funag, 2016, 260 p.; ISBN: 978-85-7631-613-8; p. 125-197; disponível no site da Funag, link: http://funag.gov.br/loja/download/1156-varnhagen-1816-1878.pdf). Relação de Originais n. 2944.

Nota divulgada pela Funag: 

FUNAG publica:
“Varnhagen (1816-1878) Diplomacia e Pensamento Estratégico”

A FUNAG publicou, na coleção História Diplomática, o livro Varnhagen (1816-1878) - Diplomacia e Pensamento Estratégico, que reúne ensaios de historiadores e diplomatas a partir de pesquisas elaboradas para o Seminário sobre o assunto, organizado pela Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), no Instituto Rio Branco (IRBr), em Brasília, em 1. de abril de 2016, para comemorar o bicentenário do nascimento do diplomata oitocentista brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, conhecido também como Visconde de Porto Seguro.

É notória a importância de Francisco Adolfo de Varnhagen para a historiografia, embora seja menos conhecida sua contribuição à diplomacia brasileira. Por essa razão, a Fundação, em parceria com o IRBr, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e a Universidade de Brasília (UnB), tomou a iniciativa de realizar debate sobre o tema da Diplomacia e Pensamento Estratégico na concepção de Varnhagen e sobre sua participação, durante o Império, no avanço e formulação da ideia de transferência da capital para o Planalto Central.

Apresentado pelo chanceler José Serra e prefaciado por Sérgio Eduardo Moreira Lima, o livro é composto de ensaios de autoria de diplomatas e historiadores, como Arno Wehling (Integridade e integração nacional: duas ideias-força de Varnhagen); Luiz Felipe de Seixas Corrêa (Varnhagen: a formação do Brasil vista de ‘fora’ e de ‘dentro’); Synésio Sampaio Góes Filho (A geração de Varnhagen e a definição do espaço brasileiro); Carlos Henrique Cardim (O descobridor de Brasília: Varnhagen, ideólogo da modernização); Paulo Roberto de Almeida (O pensamento estratégico de Varnhagen: contexto e atualidade”) e Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos (Varnhagen e a América do Sul).

O patrono da historiografia brasileira teve o mérito, como diplomata e homem público, de pensar o Brasil de uma perspectiva geopolítica e geoestratégica. Para ele, a ação diplomática deveria orientar-se nessa direção, como instrumento na realização de propósitos que levariam ao ideal de grandeza nacional. (trecho baseado no Prefácio da obra)

A obra está disponível para download gratuito na Biblioteca Digital da FUNAG. 

A obra reúne ensaios de historiadores e diplomatas a partir de pesquisas elaboradas para o Seminário sobre o assunto, organizado pela Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG), no Instituto Rio Branco (IRBr), em Brasília, em abril de 2016, para comemorar o bicentenário do nascimento do diplomata oitocentista brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen, conhecido também como Visconde de Porto Seguro.
É notória a importância de Francisco Adolfo de Varnhagen para a historiografia, embora seja menos conhecida sua contribuição à diplomacia brasileira. Por essa razão, a Fundação, em parceria com o IRBr, o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) e a Universidade de Brasília (UnB), tomou a iniciativa de realizar debate sobre o tema da Diplomacia e Pensamento Estratégico na concepção de Varnhagen e sobre sua participação, durante o Império, no avanço e formulação da ideia de transferência da capital para o Planalto Central.
Apresentado pelo chanceler José Serra e prefaciado por Sérgio Eduardo Moreira Lima, o livro é composto de ensaios de autoria de diplomatas e historiadores, como Arno Wehling (Integridade e integração nacional: duas ideias-força de Varnhagen); Luiz Felipe de Seixas Corrêa (Varnhagen: a formação do Brasil vista de ‘fora’ e de ‘dentro’); Synésio Sampaio Góes Filho (A geração de Varnhagen e a definição do espaço brasileiro); Carlos Henrique Cardim (O descobridor de Brasília: Varnhagen, ideólogo da modernização); Paulo Roberto de Almeida (O pensamento estratégico de Varnhagen: contexto e atualidade”) e Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos (Varnhagen e a América do Sul).
O patrono da historiografia brasileira teve o mérito, como diplomata e homem público, de pensar o Brasil de uma perspectiva geopolítica e geoestratégica. Para ele, a ação diplomática deveria orientar-se nessa direção, como instrumento na realização de propósitos que levariam ao ideal de grandeza nacional.  

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Venezuela e Cuba: dois paraplégicos maltrapilhos

E pensar que Cuba e Venezuela eram modelos para o que a ex-presidente Dilma Rousseff sonhava para a economia brasileira... Lula pelo menos acreditava em outra coisa : uma economia regida pelas empreiteiras Odebrecht, Andrade Gutierrez, OAS e UTC, uma espécie de “economia política” da corrupção e da propina...
Mauricio David

 

Cuba’s economy

Caribbean contagion

Venezuela’s pneumonia infects the communist island

Jul 23rd 2016 | HAVANA | From the print edition/The Economist

clip_image001

Haircuts all round in Havana

QUEUES at petrol stations. Sweltering offices. Unlit streets. Conditions in Cuba’s capital remind its residents of the “special period” in the 1990s caused by the collapse of the Soviet Union. Today, the benefactor in trouble is Venezuela.

For the past 15 years Venezuela has been shipping oil to Cuba, which in turn sends thousands of doctors and other professionals to Venezuela. The swap is lucrative for the communist-controlled island, which pays doctors a paltry few hundred dollars a month. It gets more oil than it needs, and sells the surplus. That makes Cuba perhaps the only importer that prefers high oil prices. Venezuelan support is thought to be worth 12-20% of Cuba’s GDP.

Recently, the arrangement has wobbled. Low prices have slashed Cuba’s profit from the resale of oil. Venezuela, whose oil-dependent economy is shrinking, is sending less of the stuff. Figures from PDVSA, Venezuela’s state oil company, suggest that it shipped 40% less crude oil to Cuba in the first quarter of 2016 than it did during the same period last year. Austerity, though less savage than in the 1990s, is back. Cuba’s cautious economic liberalisation may suffer.

On July 8th Marino Murillo, the economy minister, warned the legislature that Cuba would lower its energy consumption by 28% in the second half of this year and cut all imports by 15%. The government has ordered state institutions to reduce their energy consumption dramatically. Television producers have been told to film outdoors to save the expense of studio lighting. Foreign businesses, some of which have not been paid by their government customers since last November, are being asked to wait still longer, though the government is negotiating to restructure sovereign debt on which it had defaulted.

It has cut off the supply of diesel to drivers of state-owned taxis and told them to look for other work for the next few months. “It’s entirely illogical,” says Hector, a driver. Tourism has surged since the United States loosened travel restrictions in 2014, which will partially offset the loss of Venezuelan aid. The cost of fuel is minuscule compared with the fares Hector’s American passengers pay.

A week after Mr Murillo, the government’s leading economic reformer, issued his warning to the legislature he was relieved of his ministerial duties, though he remains in the Politburo. His replacement as economy minister, Ricardo Cabrisas, is seen as a competent veteran.

The crisis seems to have slowed reforms of Cuba’s socialist economy, which were never rapid. Raúl Castro, who took over as president from his brother, Fidel, in 2008, has since allowed entrepreneurs to start small businesses, cut the state workforce by 11% and opened a free-trade zone for foreign firms at the port of Mariel. But Cuba still operates a price-distorting dual-currency system. Small businesses cannot buy from wholesalers or import products directly. Many foreign investments in such areas as sugar and tourism, which would bring in billions of dollars, are stuck in the planning stages. Venezuela’s lurgy should sharpen Cuba’s eagerness for the remedy of reform. It seems to be dulling it.