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quarta-feira, 27 de julho de 2016

Economia internacional: previsões do Banco Mundial para mercados de commodities

Desvalorização das commodities será menor que o previsto e petróleo terá alta, destaca Banco Mundial

Ricardo Bergamini  

26/07/2016

 

Preço do barril de petróleo deve aumentar dois dólares, pressionado por interrupções na oferta associadas a problemas domésticos no Canadá e na Nigéria. Queda dos valores de produtos básicos da mineração, energia e agricultura será menos acentuada do que estimativas indicavam há três meses.

Demanda por petróleo no mercado internacional aumento no segundo trimestre de 2016, segundo levantamento do Banco Mundial.

Em atualização sobre a situação das commodities no mercado internacional, divulgada na terça-feira (26), o Banco Mundial aumentou suas previsões de 2016 para os preços do petróleo bruto e reduziu a perspectiva de desvalorização de produtos básicos da mineração, energia e agricultura.

Pressionado por interrupções no suprimento e por uma forte demanda no segundo trimestre, o valor do petróleo deverá subir para 43 dólares/barril — preço que representa um aumento de dois dólares em relação a estimativas anteriores.

O Banco Mundial destaca que os valores do petróleo aumentaram 37% no segundo trimestre desse ano devido a quedas no fornecimento — provocadas principalmente pelos incêndios no Canadá e por sabotagens de instalações na Nigéria.

“Prevemos preços do petróleo ligeiramente mais altos no segundo semestre de 2016 à medida que diminuir o excesso da oferta do mercado do petróleo,” afirmou o economista sênior e principal autor do documento Commodities Markets Outlook — onde foram publicadas as previsões revisadas do organismo financeiro internacional —, John Baffes.

O especialista alertou que “os inventários continuarão altos e levará certo tempo para baixarem”.

Desvalorização das commodities será menor que o previsto

Apesar da recuperação prevista para o petróleo e muitos outros produtos básicos no segundo semestre, a maioria dos índices desses produtos monitorados pelo Banco Mundial deverá diminuir neste ano. Os motivos incluem a oferta persistentemente elevada dessas cadeias.

No caso de produtos básicos industriais — que incluem energia, metais e matéria-prima agrícola —, as perspectivas de baixo crescimento nos mercados emergentes também estão entre as causas da desvalorização das commodities. Porém, a maior parte dessa redução deverá ser inferior a previsões mais pessimistas divulgadas em abril.

O preço da energia — que inclui o do petróleo, gás natural e carvão — deverá ter queda de 16,4% em 2016, uma redução mais gradual do que os 19,3% previstos há três meses.

Commodities como metais e minerais, produtos agrícolas e fertilizantes deverão registrar desvalorização de 3,7% em 2016. A contração é mais moderada do que a redução de 5,1% prevista anteriormente.

Preço da energia afeta valor de alimentos

Como a energia representa mais de 10% do custo da produção agrícola, a oscilação dos preços da energia tem sido um fator importante para o cálculo dos valores dos alimentos.

A análise do Banco Mundial lembra que os preços da energia caíram 45% em 2015 e, segundo o previsto, deverão cair novamente neste ano. Cerca de um terço da provável queda de 32% nos valores dos produtos básicos de cereais e soja de 2011 a 2016 foi provocado pelo declínio dos preços da energia.

“Tanto os países exportadores de energia, como os países exportadores de produtos agrícolas básicos precisam intensificar iniciativas de diversificação econômica para impulsionar a resiliência às flutuações de preços dos produtos básicos”, alertou o diretor do Grupo de Perspectivas do Banco Mundial, Ayhan Kose.

Previsões para 2017

A avaliação do Banco Mundial inclui ainda previsões para o próximo ano, quando o preço dos metais deverá registrar uma queda de 11%. A desvalorização estimada agora é mais acentuada do que os 8,2% calculados previamente.

Segundo a análise da agência da ONU, esse cenário é reflexo da fraca expectativa de demanda

Já os preços da agricultura deverão cair menos do que o projetado em abril, como resultado da redução das colheitas na América do Sul e da estabilização da demanda por biocombustíveis.


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