O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

Meu Twitter: https://twitter.com/PauloAlmeida53

Facebook: https://www.facebook.com/paulobooks

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Magistrados do STF: exibicionistas sem pudor - Rubens Ricupero

Ricupero, como sempre sensato, na maior parte das vezes. Mas não concordo com essa visão proibitiva, fiscalizadora, quase policialesca, do controle das doações eleitorais. Como liberal, creio que tudo deve ser absolutamente livre, até o poder econômico, desde que transparente. Como acredito, também, que partidos são "partes" da sociedade, não deveria haver, em qualquer hipótese, financiamento público de partidos ou de campanhas: tudo absolutamente privado, inclusive porque partidos são entidades de direito privado.
Total liberdade a todos, a sociedade se encontra mais nas liberdades do que nas proibições.
Paulo Roberto de Almeida

EGOS EM EXPOSIÇÃO
"Maioria do Supremo é de pessoas que se pavoneiam com uma vaidade absurda"
Por Brenno Grillo
Revista Consultor Jurídico, 13 de novembro de 2016

A exposição excessiva do Judiciário é prejudicial, pois se antes a sociedade não sabia praticamente nada sobre a capacidade dos seus integrantes, agora ela tem certeza de seus defeitos. A opinião é do professor, diplomata, ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente do governo Itamar Franco (1992-1994), Rubens Ricupero. "É como a nudez. À nudez, pouca gente resiste", sentencia.

Em entrevista à revista eletrônica Consultor Jurídico, Ricupero criticou duramente o Supremo Tribunal Federal. Os membros da corte, diz ele, se expõem demais, o que acaba diminuindo-os frente à população. “A imensa maioria é formada de pessoas que se pavoneiam com uma vaidade absurda e não são capazes de manter um comportamento como um magistrado deveria ter, de discrição.”

E os juristas do país, segundo o professor, pararam no tempo, tornado-se  “figuras intelectualmente anacrônicas”, que prejudicaram o Direito brasileiro, tornando-o obsoleto. “Enquanto o Direito anglo-saxônico olha o resultado, a efetividade, o nosso é muito formalista, envelhecido, sem ideias.”

E a influência do Direito anglo-saxônico fica visível na operação "lava jato", que investiga corrupção envolvendo a Petrobras e partidos políticos. Para Ricupero, a investigação "só se viabilizou porque os homens que a conduzem conhecem o Direito americano. E muitos estudaram lá. Por exemplo, a delação premiada que, finalmente, foi incorporada ao direito brasileiro, é uma instituição que existe há décadas nos Estados Unidos”.

Mesmo elogiando a inovação trazida pelos envolvidos na "lava jato", Rubens Ricupero não se furta de apontar problemas no caso que deu fama ao juiz Sergio Moro. O uso seguido de prisões preventivas, apontadas por advogados como uma forma de forçar delações premiadas, diz ele, contamina a operação.

Leia a entrevista:

ConJur — Desde a Ação Penal 470, o processo do mensalão, e agora com a operação "lava jato", o Judiciário tem ocupado lugar de destaque no noticiário e nas rodas de conversa. Essa exposição é boa ou ruim?
Rubens Ricupero — Acho que é muito negativa, porque a exposição excessiva revela muito. É como a nudez. À nudez, pouca gente resiste. Porque, no fundo, a roupa foi uma invenção que, além de todos os outros benefícios, tem um benefício estético muito grande. Só pessoas que têm um corpo perfeito aguentam serem expostas a nu. A mesma reflexão se aplica ao caráter, à personalidade das pessoas. Pessoas que se expõem, como esses ministros — falando, gesticulando, mostrando egos superdimensionados—, na verdade, se diminuem aos olhos da população. O Supremo Tribunal Federal pode ser que não tenha sido melhor no passado, mas as pessoas não sabiam. Hoje em dia elas sabem.

O que tem por aí, em geral, é triste. A imensa maioria é formada de pessoas que se pavoneiam com uma vaidade absurda e não são capazes de manter um comportamento como um magistrado deveria ter, de discrição. O contraste com a Suprema Corte americana é chocante. Não garanto que os juízes da Suprema Corte americana sejam melhores do que os nossos, mas ninguém sabe. Porque eles se portam publicamente com muita discrição. É raríssimo alguém dar uma opinião. Recentemente, uma juíza da suprema corte fez uma declaração sobre o Trump, que era correta, mas ela logo depois pediu desculpas, dizendo que não era apropriado, que ela não deveria ter falado aquilo. Aqui eles falam sobre tudo, inclusive, questões que estão sendo julgadas. O Judiciário brasileiro, hoje, — incluindo aí os procuradores e promotores públicos — tem uma imagem melhor, sobretudo a nova geração. É o caso do juiz Moro, dos procuradores em Curitiba. Não só por causa da “lava jato”. São pessoas mais atualizadas.

O problema dos juristas brasileiros é que eles são, quase todos, figuras intelectualmente anacrônicas. O Direito brasileiro é um Direito muito envelhecido. E eu sou bacharel em Direito, e por isso posso falar disso. E meus dois irmãos eram magistrados, se aposentaram como desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo. O Direito brasileiro sempre foi de segunda mão. Sempre inspirado pela Itália, pela Alemanha, pela França. No passado ainda havia, aqui, juristas que se equiparavam, de certa forma, aos grandes juristas mundiais. Hoje, não há mais. O que impera é uma certa mediania.

E é um Direito que não acompanhou a evolução do tempo. Por isso é que, no caso do Direito Empresarial, nós temos coisas absurdas. Mesmo a reforma da Lei de Falência e os esforços que se fizeram são muito insuficientes. O número de recursos... Os casos não terminam. Nos Estados Unidos, quando houve a mega falência da Enron, aquela grande companhia de energia, em um ano, a falência estava liquidada. Era uma falência gigantesca.

ConJur — Algumas levam décadas, não?
Rubens Ricupero — Levam. Enquanto que o Direito anglo-saxônico olha o resultado, a efetividade; o nosso é muito formalista, envelhecido, sem ideias. Tanto assim que a operação “lava jato” só se viabilizou porque os homens que a conduzem conhecem o Direito americano. E muitos estudaram lá. Por exemplo, a delação premiada que, finalmente, foi incorporada ao direito brasileiro, é uma instituição que existe há décadas nos Estados Unidos.

É a chamada plea bargaining, a negociação da sentença. Nos Estados Unidos, em Direito Penal, a maioria dos casos nunca vai a julgamento. Eles são negociados. Porque eles estão mais interessados na rapidez e na efetividade, do que na suposta perfeição da Justiça. O que está funcionando é por causa dessa gente que está em contato com os procuradores americanos e da Suíça. O resto, o que depende desse pessoal mais velho, se arrasta.

ConJur — A “lava jato” é muito criticada pela dobradinha “prisão preventiva-delação premiada”. Os advogados de defesa, e outros tantos juristas, dizem que as prisões decretadas pelo juiz Moro são um incentivador para as delações. O senhor concorda com isso?
Rubens Ricupero — A meu ver há um elemento de verdade nessa acusação. Eu não me sinto satisfeito nem com o excesso de prisões preventivas que se prolongam por meses e meses; nem, justamente, por essa prisão psicológica que se faz para a delação. Eu tenho a impressão de que essas coisas, de fato, contaminam a “lava jato”.

ConJur — Assim como o senhor falou do Supremo, os procuradores da “lava jato” também têm aparecido muito, por exemplo, encampando as 10 medidas do MPF. Essa exposição excessiva do Ministério Público também não é prejudicial?
Rubens Ricupero — Em tese, eu distingo as duas coisas. Eu acho que mesmo em um regime com instituições muito melhores do que as brasileiras, a Suprema Corte e os juízes, de uma maneira geral, têm que ser discretos. Não sou favorável à transmissão ao vivo de julgamento — salvo exceções muito excepcionais. Eu creio que é um princípio basilar da magistratura que o juiz se mantenha com uma certa circunspecção. Então, não comparo uma coisa com a outra.

No segundo caso, eu diria a você que, se nós tivéssemos instituições melhores, seria estranho que houvesse campanha pública de procuradores. Infelizmente, nas circunstâncias brasileiras, é inevitável. Porque é óbvio que a mudança das leis penais e leis processuais penais não virá do Congresso. Porque há tanta gente no Congresso que está ameaçada, inclusive, no caso da operação [“lava jato”]... O que nós temos visto no Brasil é uma tendência sempre a aguar a legislação penal.

O Brasil é um país que tem uma legislação penal e de cumprimento de pena extremamente indulgente. É um país que tem uma violência enorme. Níveis de violência fantásticos. E vai ter uma legislação penal, de processo penal como se fosse a Dinamarca. É completamente contraditório. Então, a meu ver, eu penso que eles têm razão de fazer essa campanha porque é uma maneira, talvez, de esclarecer a opinião pública e criar uma pressão para uma reforma das leis penais. Não que eu pense que apenas a dureza das leis penais resolva. Não. Eu acho que as leis penais e de processo penal têm que ser justas. Elas têm que ser, sem dúvida nenhuma, sentidas. Mas, têm que ser cumpridas. Eu acho um absurdo, por exemplo, essas saídas periódicas que todo mundo já viu e uma boa porcentagem não volta.

É óbvio que não se deve ir nem a um extremo nem a outro. Eu não sou favorável, por exemplo, à legislação penal de alguns estados americanos, que são absurdas, nas quais a pessoa que comete uma terceira violação, mesmo que seja apenas a posse de um cigarro de maconha, pode ser condenada à prisão perpétua. E lá é perpétua mesmo, a pessoa morre na prisão. Acho isso um absurdo. É um atentado.

Tem que se encontrar um ponto de equilíbrio. Mas, o ponto de equilíbrio, às vezes, tem que ser duro. Eu vou lhe dar o exemplo da Itália. A Itália é um país que tem um direito penal brilhante. A maior parte dos penalistas brasileiros até se formaram estudando os livros de penalistas italianos. No entanto, a Itália tem uma espécie de pena que é prisão perpétua de verdade. Os líderes da Cosa Nostra não saem nunca. Morrem na prisão. Por quê? Porque eles compreendem que em alguns casos não há recuperação possível. Para um grande líder da Cosa Nostra que vive daquele poder, daquela riqueza, a prisão tem que ser definitiva.

Porque ele solto causa ainda muito mais danos. O Brasil não tem essa possibilidade, fica jogando com teorias que já não são aplicadas nem onde elas nasceram. Porque foi na Itália que começou o movimento de humanização do Direito Penal, com o marquês de Beccaria. Mas o Brasil é o país que fica preso a conceitos de cem anos atrás.

ConJur — O senhor é a favor da prisão depois de condenação em segunda instância?
Rubens Ricupero — Em muitos casos, sim. Não em todos os casos porque o Brasil tem uma qualidade de Justiça muito diferente conforme os estados. E há estados por aí em que não se pode colocar a mão no fogo pela qualidade da segunda instância. Então, haveria esse risco. Mas creio que os tribunais têm competência para julgar caso por caso, como aquele episódio que houve aqui, da construção do fórum [Trabalhista de São Paulo]. Um dos empresários desse caso da construção do Fórum, que foi condenado a mais de 30 anos, já tinha acionado 33 recursos para não cumprir a pena. Isso, obviamente, é demais, em qualquer lugar. E aí cai mesmo naquela questão: o sujeito que tem dinheiro, que tem bons advogados, não vai preso nunca.

ConJur — O Supremo tem invadido competência do Legislativo?
Rubens Ricupero — O Supremo tem ido muito longe. Nós deveríamos ter, a meu ver, quando houvesse uma grande reforma, um sistema diferente, uma corte apenas constitucional. Como há na Itália, na França e em outros lugares. E uma Suprema Corte para a maioria dos outros processos. E a corte constitucional deveria ter diretrizes que limitassem essa capacidade de legislar em lugar do legislador. Isso tem acontecido no Brasil porque cria-se um vácuo. Aquela famosa regra: o poder odeia o vácuo. Quando há um vácuo, alguém ocupa. No caso, tem sido a corte, porque os legisladores não são capazes de votar, às vezes, em coisas relativas a eles.

ConJur — O Supremo acertou ao proibir as doações para empresas para candidatos?
Rubens Ricupero — Sou favorável à proibição das doações das empresas. Mas acho que não basta, porque é preciso impor limites grandes ao quanto se pode gastar. É preciso adotar normas impedindo que as eleições se transformem em programas, como se fossem filmes, e sejam mais de debates de ideias. Eu creio que mesmo as doações individuais deveriam ser policiadas e observadas de perto. Porque pode acontecer, por exemplo, que uma empresa seja proibida de doar, mas que os políticos façam pressão sobre os diretores das empresas para fazerem doações a título de individual. E aí isso burlaria a lei. É preciso verificar isso com muito cuidado, porque a violação das leis de financiamento de campanha existe em todos os países. Até na Inglaterra, que tem leis muito mais aperfeiçoadas e onde se gasta muito menos do que aqui. É preciso ter um cuidado muito grande para que essas coisas não escapem ao controle.

ConJur — Qual é o modelo de voto que mais lhe agrada?
Rubens Ricupero — Distrital misto. Creio que deve haver um caráter de distrito, com algumas correções. Como é que você vai se candidatar em um estado inteiro como São Paulo, com mais de quinhentos municípios. O dinheiro que isso exige.

ConJur — O senhor é a favor de adiantar as eleições para presidente?
Rubens Ricupero — Não. Eu sou a favor do parlamentarismo. Sempre fui. Eu fui um dos votos minoritários em janeiro de 1963. Sempre fui favorável ao regime parlamentar. Sou contra o regime presidencial. Acho que se nós tivéssemos um regime parlamentar — é claro, não com 35 partidos, mas com um número menor —, episódios como o do impeachment não existiriam.  Porque o governo cairia. O gabinete cai e forma um novo gabinete. Como a Angela Merkel disse quando veio o Brasil, né. No regime parlamentar, a mudança do governo não é uma crise, mas uma solução da crise.

ConJur — E por que no presidencialismo essa mudança é tão traumática, enquanto no parlamentarismo é mais aceita?
Rubens Ricupero — É que o presidencialismo é muito rígido. É um sistema em que, praticamente, durante o mandato que se conferiu à pessoa eleita, não há como interferir se ele não se provar à altura da confiança depositada. A racionalidade deveria aconselhar a que se mudasse o governo quando este se mostra incapaz de encaminhar soluções dos problemas.

No presidencialismo se espera uma data. No caso brasileiro, daí o impasse, o dilema em que nós estávamos. Ela não deveria ter sido reeleita. Já a reeleição foi um engano, foi um engano obtido graças ao uso maciço de recursos econômicos e ao poder do governo. A atitude do partido, no poder, de não aceitar a transição, de não aceitar a alternância no poder. A verdade é que o PT tem uma tendência que não é democrática. A tendência do PT é muito avessa à alternância do poder. O PT tentou se manter no poder a qualquer custo. Não sou eu que estou dizendo. Eles disseram. Ela [Dilma Rousseff] mesmo declarou que iria fazer o diabo. O Lula disse: “agora vocês vão ver do que nós somos capazes”.  Eles são capazes de tudo e foi o que se viu.

Conseguiram a reeleição, embora por pouca diferença. Esse é que foi o erro. O erro de onde nasce essa crise é a reeleição de uma pessoa que era manifestamente inepta. Que tinha provado isso há quatro anos. Por exemplo, os argentinos, que nós costumamos criticar, não cometeram esse erro. É verdade que lá não poderia mais reeleger. Mas não reelegeram a pessoa que representaria a continuação do governo da Cristina Kirchner. Aqui se elegeu a continuação de um sistema que já estava mergulhado numa profunda crise a partir de 2013. Outra instituição contra a qual eu me pronuncio é a reeleição. Foi um grande erro do Fernando Henrique ter patrocinado essa emenda da reeleição.

Brenno Grillo é repórter da revista Consultor Jurídico.

5 milhoes??? O que?: 5 MILHOES?!? Nao, nao se trata de propina, mas de acessos a este blog

Eu devia estar dormindo quando o contador ultrapassou os 5 milhões de acessos:

Total de visualizações de página

Sparkline 5,044,549
E eu não ganhei nenhum cumprimento por isso?
Que distração, minha e do Blogspot...

Pageviews today: 417 (às 03:43 do dia 15/11/2016)


Pageviews yesterday
: 1,663
Pageviews last month: 
60,517
Pageviews all time history:   
5,044,549
Followers:  
 
 
 

A Alca ja morreu, correto? Mas alguns comecam a pensar se o Brasil nao perdeu uma grande oportunidade... - Paulo Roberto de Almeida

Como dizia Roberto Campos, o Brasil é um país que não perde uma oportunidade de perder oportunidades.
Observando o miserável panorama atual (e futuro, com a posse de Trump) para a negociação de acordos comerciais multilaterais -- certamente não haverá nenhum de grande importância, pelo menos que interesse ao Brasil -- tenho reparado que analistas, observadores e jornalistas estão revendo a história para detectar as oportunidades perdidas, no passado, pelo Brasil.
Acredito, pessoalmente, que não haverá muitas oportunidades nos próximos dois ou quatro anos, e assim pode-se rever o que fizemos de errado, quando a ocasião existia, e nós a desprezamos.
Primeiro, temerosamente, por não saber como ficaria o Brasil com acordos  ditos "assimétricos".
Depois, voluntária e deliberadamente, quando os companheiros recusaram o projeto da Alca porque seria não uma integração, mas uma "anexação", como afirmava, estupidamente, o chefe da quadrilha que tomou o Brasil de assalto em 2003.
Eu não achava a Alca nenhuma maravilha como expliquei em diversos trabalhos feitos naquela conjuntura.
Abaixo duas amostras desses artigos, que ainda não reli, mas que talvez tenham alguns ensinamentos para os dias que correm (e para os que já passaram).
Os companheiros nos condenaram ao atraso e ao isolamento. Este é mais um legado maldito que ficou do AC-DC, do período entre o Antes e do Depois dos Companheiros.

280. “Mercosul e Alca na perspectiva brasileira: alternativas excludentes?”, in Marcos da Costa Lima (org.), O Lugar da América do Sul na Nova Ordem Mundial (São Paulo-Recife: Cortez Editora-FAPEPE, 2001, pp. ). Relação de Trabalhos nº 792.
Disponível neste link:  https://www.academia.edu/5783124/019_Mercosul_e_Alca_na_perspectiva_brasileira_alternativas_excludentes_2001_


Tem também estes dois aqui, sob risco de algum overlapping:

036) A Alca e o interesse nacional brasileiro: doze questões em busca de um debate racional (2003)
Link: https://www.academia.edu/5783482/036_A_Alca_e_o_interesse_nacional_brasileiro_doze_quest%C3%B5es_em_busca_de_um_debate_racional_2003_

033) Mercosul e Alca na perspectiva do Brasil: uma avaliação política sobre estratégias de atuação diplomática (2003)
Link:  https://www.academia.edu/5783429/033_Mercosul_e_Alca_na_perspectiva_do_Brasil_uma_avalia%C3%A7%C3%A3o_pol%C3%ADtica_sobre_estrat%C3%A9gias_de_atua%C3%A7%C3%A3o_diplom%C3%A1tica_2003_

024) O Mercosul e a Alca na perspectiva do Brasil: uma avaliação política sobre possíveis estratégias de atuação (2002)
Link:  https://www.academia.edu/5783235/024_O_Mercosul_e_a_Alca_na_perspectiva_do_Brasil_uma_avalia%C3%A7%C3%A3o_pol%C3%ADtica_sobre_poss%C3%ADveis_estrat%C3%A9gias_de_atua%C3%A7%C3%A3o_2002_

O livro citado acima, tem este sumário:



This (other) day in History: armisticio da Primeira Guerra Mundial, 11/11/1918

Eu já tinha lido este This Day in History do Nuew York Times desde o dia 11, pela manhã, mas não tinha encontrado tempo de postar no mesmo dia, sexta-feira passada.
Mesmo atrasado, a data é importante, e nem se tratava de Primeira Guerra, e sim de Grande Guerra, e se imaginava que, por causa da enormidade da catástrofe, com perdas de vidas humanas aos milhões, morticínios inéditos, destruições maciças, não haveria nenhuma outra guerra dessa escala.
E no entanto, uma outra guerra global ocorreu, vinte anos depois daquela que seria a última, "la der des der", como passaram a se referir os franceses.
Aliás, desde 1919, um economista do Tesouro britânico, relativamente pouco conhecido até então, já havia alertado, em The Economic Consequences of the Peace (uma análise dos capítulos econômicos do tratado de Versalhes), que as reparações impostas à Alemanha seriam quase tão catastróficas quanto a própria guerra e que poderiam provocar uma nova guerra. Foi profeta involuntário.
O Brasil entrou na guerra tardiamente, apenas em meados de 1917, pelo envio de um batalhão médico que praticamente não atuou nas frentes de batalha.
Na volta da guerra, soldados trouxeram da Europa, para as Américas, a famosa "gripe espanhola", que matou quase tanta gente quanto as trincheiras da Europa.
Em todo caso, aqui vai a postagem daquele dia saudado em quase todos os países como o fim de uma noite sem fim...
Paulo Roberto de Almeida
Neste link: http://www.nytimes.com/learning/general/onthisday/big/1111.html#article

On This Day
Read the full text of The Times article or other headlines from the day. Buy a Reproduction
Front Page Image

Armistice Signed, End Of The War! Berlin Seized By Revolutionists; New Chancellor Begs For Order



War Ends at 6 O'clock This Morning
The State Department in Washington Made the Announcement at 2:45 o'Clock
ARMISTICE WAS SIGNED IN FRANCE AT MIDNIGHT
Terms Include Withdrawal from Alsace-Lorraine, Disarming and Demobilization of Army and Navy, and Occupation of Strategic Naval and Military Points
By The Associated Press
RELATED HEADLINESOusted Kaiser Flees To Holland
Berlin Troops Join Revolt: Reds Shell Building in Which Officers Vainly Resist: Throngs Demand Republic: Revolutionary Flag on Royal Palace- Crown Prince's Palace Also Seized: General Strike Is Begun: Burgomaster and Police Submit- War Office New Under Socialist Control
Kaiser Fought Hindenburg's Call For Abdication; Failed To Get Army's Support In Keeping Throne
German Dynasties Being Wiped Out: King of Wuerttemberg Abdicates - Sovereign of Saxony to Follow Suit: Princes May Be Exiled: Socialists Are Demanding That Every Sovereign in the Empire Shall be Dethroned
More Warships Join The Reds: Four Dreadnoughts in Kiel Harbor Espouse the Revolutionary Cause: Guardships Also Go Over:
Washington, Monday, Nov. 11, 2:48 A.M.--The armistice between Germany, on the one hand, and the allied Governments and the United States, on the other, has been signed.
The State Department announced at 2:45 o'clock this morning that Germany had signed.
The department's announcement simply said: "The armistice has been signed."
The world war will end this morning at 6 o'clock, Washington time, 11 o'clock Paris time.
The armistice was signed by the German representatives at midnight.
This announcement was made by the State Department at 2:50 o'clock this morning.
The announcement was made verbally by an official of the State Department in this form:
"The armistice has been signed. It was signed at 5 o'clock A.M., Paris time, [midnight, New York time,] and hostilities will cease at 11 o'clock this morning, Paris time, [6 o'clock, New York time.]
The terms of the armistice, it was announced, will not be made public until later. Military men here, however, regard it as certain that they include:
Immediate retirement of the German military forces from France, Belgium, and Alsace- Lorraine.
Disarming and demobilization of the German armies.
Occupation by the allied and American forces of such strategic points in Germany as will make impossible a renewal of hostilities.
Delivery of part of the German High Seas Fleet and a certain number of submarines to the allied and American naval forces.
Disarmament of all other German warships under supervision of the allied and American Navies, which will guard them.
Occupation of the principal German naval bases by sea forces of the victorious nations.
Release of allied and American soldiers, sailors, and civilians held prisoners in Germany without such reciprocal action by the associated Governments.
There was no information as to the circumstances under which the armistice was signed, but since the German courier did not reach German military headquarters until 10 o'clock yesterday morning, French time, it was generally assumed here that the German envoys within the French lines had been instructed by wireless to sign the terms.
Forty-seven hours had been required for the courier to reach the German headquarters, and unquestionably several hours were necessary for the examination of the terms and a decision.
It was regarded as possible, however, that the decision may have been made at Berlin and instructions transmitted from there by the new German Government.
Germany had until 11 o'clock this morning, French time, (6 o'clock, Washington time,) to accept. So hostilities will end at the hour set by Marshal Foch for a decision by Germany for peace or for continuation of the war.
The momentous news that the armistice had been signed was telephoned to the White House for transmission to the President a few minutes before it was given to the newspaper correspondents.
Later it was said that there would be no statement from the White House at this time.
Socialist Chancellor Appeals to All Germans To Help Him Save Fatherland from Anarchy
Berne, Nov. 10, (Associated Press)--In an address to the people, the new German Chancellor, Friedrich Ebert, says:
Citizens: The ex-Chancellor, Prince Max of Baden, in agreement with all the Secretaries of State, has handed over to me the task of liquidating his affairs as Chancellor. I am on the point of forming a new Government in accord with the various parties, and will keep public opinion freely informed of the course of events.
The new Government will be a Government of the people. It must make every effort to secure in the quickest possible time peace for the German people and consolidate the liberty which they have won.
The new Government has taken charge of the administration, to preserve the German people from civil war and famine and to accomplish their legitimate claim to autonomy. The Government can solve this problem only if all the officials in town and country will help.
I know it will be difficult for some to work with the new men who have taken charge of the empire, but I appeal to their love of the people. Lack of organization would in this heavy time mean anarchy in Germany and the surrender of the country to tremendous misery. Therefore, help your native country with fearless, indefatigable work for the future, every one at his post.
I demand every one's support in the hard task awaiting us. You know how seriously the war has menaced the provisioning of the people, which is the first condition of the people's existence. The political transformation should not trouble the people. The food supply is the first duty of all, whether in town or country, and they should not embarrass, but rather aid, the production of food supplies and their transport to the towns.
Food shortage signifies pillage and robbery, with great misery. The poorest will suffer the most, and the industrial worker will be affected hardest. All who illicitly lay hands on food supplies or other supplies of prime necessity or the means of transport necessary for their distribution will be guilty in the highest degree toward the community.
I ask you immediately to leave the streets and remain orderly and calm.
Copenhagen, Nov. 10--The new Berlin Government, according to a Wolff Bureau dispatch, has issued the following proclamation:
Fellow-Citizens: This day the people's deliverance has been fulfilled. The Social Democratic Party has undertaken to form a Government. It has invited the Independent Socialist Party to enter the Government with equal rights.

Uma historia da economia global, desde 1500 - Joerg Baten

Ainda está muito caro para meus instintos consumistas: 32 dólares é preço de lançamento em livraria. Aposto como dentro de 3 meses vou poder encontrar por bem menos em abebooks.com, ou mesmo nos usados da Amazon.
Aguardemos, mesmo que eu tenha de revisar um curso de história econômica global que preciso dar a partir do mês de dezembro.
Confiemos no desprezo de alguns recebedores de cortesia.
É possível ler algumas partes neste link: http://widgets.eb20.com/jr/mpop.asp?IID=95538781
Paulo Roberto de Almeida

A History of the Global Economy by Joerg Baten
Add to cart
US$ 32.00
Why are some parts of the world poor today, while others are rich? At which point in time did they diverge, and what were the reasons? These core questions are addressed in a concise and accessible introduction to global economic development since 1500. Leading economic historians from across the globe provide overviews of major world regions together with global comparison chapters and case studies highlighting key themes, individuals, processes and events. Utilising a set of common developmental indicators, the chapters address crucial issues such as how international trade and migration, institutions and flows of physical and human capital impacted economic growth. Richly illustrated with informative figures, maps, tables and charts, A History of the Global Economy summarises the key economic findings, debates and ideas, and provides students and the interested public with an up-to-date and engaging introduction to the origins and evolution of today's global economy.  less
Cambridge University Press; March 2016
ISBN 9781316665060
Read online, or download in secure EPUB or secure PDF format
Title: A History of the Global Economy
Author: Joerg Baten

Congresso Brasil Paralelo 2016: em breve na sua tela, 55 confirmados

Estou entre os 55 depoentes confirmados dessa iniciativa que, confesso, não sabia muito bem do que se tratava quando me contactaram, aliás improvisadamente, por sugestão de um amigo comum, para gravar uma entrevista:

http://www.brasilparalelo.com.br/congresso/

Eu já tinha feito uma postagem sobre essa iniciativa e sobre a minha entrevista, o que foi registrado neste link do meu blog Diplomatizzando: http://diplomatizzando.blogspot.com.br/2016/10/congresso-brasil-paralelo-como-refundar.html

A razão de minha inclusão de surpresa foi porque, dentre todos os vídeos gravados até o dia 14 de outubro, não havia nada sobre relações internacionais do Brasil, ou pelo menos não stricto senso, já que outros depoentes devem ter se pronunciado sobre nossa pequena inserção econômica internacional, nosso protecionismo comercial, nossa baixa competitividade ou importância relativa nos grandes intercâmbios planetários. Mas, aparentemente, havia pouca, ou nenhuma, alusão a temas de política externa ou de diplomacia. Cabe ressaltar que não me pronunciei sobre a política externa atual e corrente, ou sobre a diplomacia do atual governo, ao qual estou associado depois de treze anos no deserto (literalmente), mas sim concentrei minhas críticas sobre a fraude que foram os governos lulopetistas, em todas as áreas, inclusive e principalmente na política externa.
Continuo aguardando a liberação dos vídeo-depoimentos, pois tenho curiosidade por alguns, entre eles, obviamente, o meu próprio, já que não me lembro mais do que falei exatamente (pois vim correndo de um compromisso, antes de correr para outro, sem qualquer preparação substantiva no meio do caminho), salvo pela existência de um pequeno trecho dessa gravação, que já circulou no Facebook dos organizadores, em 8 de novembro, e que deveria estar sendo disponibilizado neste link (que segundo informação do site já teria sido visto 3.400 vezes desde aquela data):

https://www.facebook.com/brasilparalelo/videos/400646140325063/
(não tenho certeza de que o link esteja funcionando, mas a responsabilidade incumbe aos provedores)

Espero ter sido coerente, e compreensível, tendo em vista a ausência completa de um roteiro prévio à entrevista gravada, dos organizadores ou meu mesmo -- o que sempre formulo para minhas intervenções, mesmo quando não leio, quase nunca, o que preparei, com o objetivo simplesmente de organizar as ideias -- ou de tempo suficiente entre uma pergunta e outra do entrevistador (que não aparece nunca no vídeo, apenas sua voz). Minhas respostas for excessivamente longas, e assim descobri que não só escrevo demais, como também falo demais, o que pode ter tendências dormitivas sobre a audiência, mas espero que a contundência de minhas afirmações possa animar pelo menos uma parte dos espectadores.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 15 de novembro de 2016

El impacto economico de Trump en America Latina - Federico Steinberg (InfoLatam)

Federico Steinberg: América Latina EE.UU.

El impacto económico de Trump en América Latina

trump
Infolatam
Madrid, 13 noviembre 2016
Por FEDERICO STEINBERG

Las claves
  • A América Latina le interesa poder seguir vendiendo sus productos en un mercado lo más amplio y diversificado posible, que incluya a China, Estados Unidos y la Unión Europea. Pero, para ello, necesita de reglas predecibles que garanticen la apertura, y eso es algo que Trump podría poner en duda.
(Infolatam).-  La llegada de Donald Trump a la Casa Blanca rompe décadas de continuidad en la política económica de la principal economía del mundo. Dada la incoherencia de muchas de sus declaraciones durante la campaña, es difícil aventurar cómo será su programa económico y qué impacto tendrá sobre la economía global. Más allá de la retórica proteccionista, podríamos encontrarnos ante un nuevo Reagan, que aumentara el gasto público, sobre todo el militar, al tiempo que bajara los impuestos a las clases altas, aumentando así el déficit público y la inflación.
Sin embargo, tampoco puede descartarse que termine adoptando políticas más o menos continuistas (muchos se han lanzado a subrayar que su margen de maniobra real será pequeño), lo que sin duda frustraría las expectativas de muchos de sus votantes ansiosos por ver el cambio. Incluso, como ha aventurado el politólogo Marc Blyth, es posible que Trump suponga el fin del neoliberalismo y el principio del neonacionalismo, lo que tendría consecuencias nefastas para quienes llevan décadas alertando sobre la necesidad de una mejor gobernanza de la globalización para enfrentar nuestros retos comunes, sobre todo el del cambio climático que tan poco parece preocupar a Trump.
En todo caso, y más allá de que la palabra que mejor define el actual momento es incertidumbre, es posible aventurar algunas ideas sobre cómo podría verse afectada América Latina.
Lo primero que hay que subrayar es que la economía mexicana, la más importante de la región, se verá muy negativamente afectada. Trump ha manifestado su intención de renegociar el NAFTA e imponer aranceles sobre los productos mexicanos. Aunque es poco probable que llegue a hacerlo, la incertidumbre ya ha generado una fuerte depreciación del peso, lo que seguramente obligará a un ajuste fiscal y una contracción monetaria para evitar males mayores. Esto terminará socavando (aunque no hundiendo) el crecimiento mexicano en un contexto en el que la economía ya se estaba desacelerando.
Pero más allá del caso de México, que sin duda es poco representativo de la región porque mantiene lazos económicos con Estados Unidos que son mucho más intensos que los del resto de los países, América Latina debería estar preocupada por la retórica mercantilista de Trump en materia comercial. Aunque a América Latina le ha ido bastante bien cuando Estados Unidos le ha dejado de prestar atención, lo cierto es que la región – y sobre todo Sudamérica – sigue dependiendo para su crecimiento de la expansión del comercio internacional.
Si la retórica de confrontación y la rivalidad geoeconómica que Trump ha venido alimentando se materializa y nos lleva a un mundo menos abierto a los intercambios internacionales, América Latina saldrá notablemente perjudicada. El abandono del TPP (Acuerdo Transpacífico) y del TTIP (el Transatlántico) no deberían ser demasiado nocivos para la región, pero sí lo sería que Trump iniciara un periodo de guerras comerciales y confrontación entre bloques, algo que no podemos descartar a día de hoy.
A América Latina le interesa poder seguir vendiendo sus productos en un mercado lo más amplio y diversificado posible, que incluya a China, Estados Unidos y la Unión Europea. Pero, para ello, necesita de reglas predecibles que garanticen la apertura, y eso es algo que Trump podría poner en duda. Además, en la medida en la que el crecimiento de China pudiera verse reducido por el nacionalismo norteamericano, los países del Cono Sur, grandes exportadores de materias primas, se verían especialmente perjudicados.
Pero no todo tiene por qué ser negativo. Si la retórica proteccionista de Trump termina siendo palabra vacía y lo que sí se produce es un aumento del gasto público que mantenga el crecimiento norteamericano o lo eleve, la región podría salir beneficiada. Además, en la medida en la que la incertidumbre seguramente llevará a que las subidas de tipos de interés que la Fed tenía previstas se demoren, América Latina podría disfrutar durante más tiempo de una amplia liquidez global, que sin duda le beneficiará.
En todo caso, lo que está claro es que, a día de hoy, tenemos muchas más preguntas que respuestas.


barra horizontal

Doctor en Economía por la UAM, Master en Economía Política Internacional por la London School of Economics y Master en Relaciones Internacionales por la Universidad de Columbia, becado por la Fundación La Caixa. Ha realizado estancias de investigación en las universidades de Georgetown y Harvard, ha sido profesor en los master de Relaciones Internacionales y Desarrollo de ICADE y del Instituto Universitario Ortega y Gasset. Entre 2002 y 2004 trabajó en distintos proyectos de desarrollo como consultor para el Banco Mundial (BM), así como en la Oficina Ejecutiva del Secretario General de la ONU en Nueva York. Ha participado en proyectos de investigación financiados por la European Science Foundation, el BM, la ONU, el Ministerio de Asuntos Exteriores de España o la Fundación Carolina. Actualmente es Investigador del Real Instituto Elcano (España) y profesor del Departamento de Análisis Económico de la Universidad Autónoma de Madrid. Es autor de varios libros, capítulos en libros y artículos.