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quinta-feira, 29 de agosto de 2019

A Economist comenta Bolsonaro chamuscado

The Amazon’s fires could burn Jair Bolsonaro

The outside world is right to worry, but must show finesse in its dealings with Brazil

PICTURES OF FIRES raging in the rainforest. 

A social-media storm in which #Amazon Is Burning dominated what passes for the global conversation. A war of words in which Emmanuel Macron, France’s president, branded as a liar his Brazilian counterpart, Jair Bolsonaro, who in turn accused Mr Macron of colonialism and mocked his wife’s looks. An offer of $22m from the G7 countries to help fight the fires, which Mr Bolsonaro rejected unless Mr Macron ate his words. It has been an extraordinary ten days for Brazil. Through the smoke, two things are clear: Mr Bolsonaro’s policies are profoundly destructive of the Amazon rainforest, and deterring him will take much more subtlety abroad and more determination from opponents and even allies at home.
A former army captain of far-right views, Mr Bolsonaro won Brazil’s presidency last year partly on a platform of reviving a moribund economy by sweeping away left-wingery and green regulation. He promised to end fines for violations of environmental law, shrink the protected areas that account for half of the Brazilian Amazon and fight NGOs, for which he has a visceral hatred. In office, his government has gutted the environment ministry and Ibama, the quasi-autonomous environmental agency. Six of the ten senior posts in the ministry’s department of forests and sustainable development are vacant, according to its website. The government talks of “monetising” the Amazon but sabotaged a $1.3bn European fund that aims to give value to the standing forest.
Ranchers, illegal loggers and settlers in the Amazon have taken all this as encouragement to power up their chainsaws. Deforestation in the first seven months of this year rose by 67% compared with the same period last year, according to INPE, the government’s space research agency. Mr Bolsonaro called INPE’s data lies and fired its director. His initial reaction was, preposterously, to blame the fires on NGOs.
Mr Bolsonaro’s approach is driven by prejudice and nationalism. “He deeply, ideologically, believes that environmentalism is part of a left-wing view of the world,” says Matias Spektor, at Fundação Getulio Vargas, a university in São Paulo. Brazil’s armed forces have long thought that outsiders have designs on the Amazon, and that they must develop it or risk losing it. The generals in Mr Bolsonaro’s cabinet, usually a force for restraint, are not on this issue. Behind his tirades against Mr Macron is the expectation that Brazilians will rally round the flag. That is why the world needs to tread carefully.
Mr Bolsonaro is right about some things. Mr Macron was high-handed in discussing the Amazon at the G7 without inviting Brazil. While the world has a legitimate interest in the rainforest’s fate, it doesn’t own it (though French Guiana has a chunk). Mr Bolsonaro is right, too, that fires were worse in some past years. Many maps exaggerate their extent.
Brazil has some of the world’s most stringent controls on deforestation. From 2005 these slowed the forest’s destruction dramatically, before they were undermined by budget cuts and now by Mr Bolsonaro.
Like Janus, his government faces two ways on this issue. Brazilian diplomats abroad present their country as committed to halting deforestation. At home, the president winks at those who practise it. That is why it is important to hold his government to its word.
“The main issue is how to get to a rational discussion about what’s happening,” says Marcos Jank of the Centre for Global Agribusiness at Insper, a university in São Paulo. That is something Brazil’s modern farmers want. They persuaded Mr Bolsonaro not to pull out of the Paris agreement on climate change, or abolish the environment ministry. They fear consumer boycotts and the EU pulling out of a recently concluded trade agreement, as Mr Macron threatened. In fact, both would have limited effect. Mr Jank notes that 95% of Brazil’s $102bn-worth of agricultural exports are commodities that don’t go directly to consumers; 60% go to Asia. But Brand Brazil has certainly been damaged.
Politically, too, Mr Bolsonaro is on treacherous ground. Although Brazilian nationalism should not be under-estimated, most Brazilians worry about climate change. As the president spoke on television on August 23rd about the fires, there were pot-banging protests in prosperous parts of cities, which helped to elect him. But halting his scorched-earth practices will require organised political action as well as protest. 

This article appeared in the The Americas section of the print edition under the headline "Playing with fire"

Os negocios bilionários do PT e de Lula: delação de Antonio Palocci

Alguém ainda duvida de que 9 entre 10 medidas OFICIAIS do PT vinha coladas a doações de MILHÕES de reais, ou de dólares?

Lava Jato investiga compra de medida provisória por Steinbruch, Odebrecht e Ometto
Brasil 29.08.19 14:29
Por Claudio Dantas
O Ministério Público Federal decidiu investigar acusação feita por Antonio Palocci em sua delação premiada contra os empresários Benjamin Steinbruch, Marcelo Odebrecht e Rubens Ometto.
Segundo o ex-ministro, eles teriam oferecido R$ 300 milhões ao PT em troca da aprovação da Medida Provisória 460.
A MP continha uma emenda que ampliava o prazo para uso do crédito prêmio de IPI sobre exportações. – o que significaria uma economia de R$ 200 bilhões em tributos para os exportadores.
Palocci diz que, após decisão contrária do STF, Lula acabou vetando a emenda. Mas logo passaram a renegociar uma compensação, que viria com a MP 470 (Refis). Em troca da aprovação desta, diz o colaborador, os empresários doaram recursos para campanhas do PT.
Odebrecht teria repassado R$ 50 milhões, Steinbruch outros R$ 14 milhões e Ometto teria doado R$ 4,4 milhões.
Segundo Palocci, o presidente da CSN teria solicitado que a Odebrecht – com a qual possuía negócios em comum, fizesse o repasse, devido à dificuldade de sua empresa em fazer “caixa 2”. No caso da Cosan, as doações foram todas registradas oficialmente.
O ex-ministro detalhou as operações em depoimento gravado, mas o áudio ainda não foi anexado aos autos.

Lula a Palocci: “O cara confirmou os 30 milhões de euros, pô, você tem que me ajudar”
Brasil 29.08.19 18:56
Por Claudio Dantas

Antonio Palocci entregou Lula em mais uma negociata, desta vez envolvendo a disputa pelo controle do Grupo Pão de Açúcar. Em seu acordo de colaboração, o ex-ministro disse que o grupo Casino pagou 30 milhões de euros ao ex-presidente para impedir uma manobra de Abílio Diniz que diluiria a participação dos franceses na rede de supermercados.
Palocci revelou ainda que a propina foi repassada por meio do banco Safra. Ele mesmo foi ao banco retirar recursos em cash para Lula. O dinheiro também abasteceu a campanha de Fernando Haddad para a Prefeitura de São Paulo, em 2012, e a de reeleição de Dilma Rousseff, em 2014.

Colapso do governo Bolsonaro? - José Augusto Guilhon de Albuquerque

A ROTA DO COLAPSO TEM RETORNO?

DUAS OU TRÊS COISAS SOBRE A INSTABILIDADE DO GOVERNO
Em meu último comentário, de 15 de agosto, tentei mostrar que a instabilidade do presidencialismo brasileiro, no atual período democrático, levou ao colapso metade dos oito presidentes em poucos anos de mandato. Um breve estudo das variáveis associadas ao exacerbamento da instabilidade intrínseca ao regime de governo mostrou que, todas as vezes em que a ocorrência de um lapso grave da presidência se somou à perda da maioria governativa, à formação de uma maioria de veto capaz de impor um processo de impeachment, ao encastelamento do Presidente e a uma comunicação dirigida exclusivamente ao seus crentes mais fiéis, o colapso foi inevitável.
Levando em conta apenas esses fatores, o prognóstico de um mandato sem acidentes de viagem seria muito pessimista, sobretudo considerando-se que o atual presidente abriu mão, em alguns meses, da credibilidade que os demais levaram alguns anos para perder. Daí o título “Colapso à vista?”, que deu a entender, a alguns leitores, que eu poderia estar prescrevendo um impeachment. Não! digamos que o título mais adequado deveria ter sido: “Colapso no horizonte?” 
Isto, até a semana passada, com a internacionalização da crise da tempestade de fuligem que, para muitos brasileiros alcançados por sua trajetória, evocou o fim do mundo. Teria invocado o fim de um mandato? 
No comentário anterior, não haveria espaço para acrescentar uma dimensão essencial do processo político: a ação presidencial, isto é, o modo como o Presidente – juntamente com seu inner sanctum – opera sua relação com as instituições e os diferentes setores da sociedade, em outras palavras, seu modus operandi.
Ora, o atual presidente vem mostrando, de modo sistemático, que não possui as habilidades necessárias para entender problemas políticos, diagnostica-los, avaliar alternativas para sua solução, adotar uma política a respeito, e implementa-la. Diante de um problema, de qualquer natureza, o atual presidente elege um culpado, individual ou genérico, e o ataca com insultos e acusações por mais remotamente ligadas que sejam ao problema.
O presidente age como se os problemas servissem para incitar sua base fundamentalista a manter uma polarização radical contra os infiéis. E, apenas nesse sentido, vem dando certo. 
Mas agora ele foi longe demais. Diante do problema criado por seu ministro do meio ambiente, que tratou com descaso os governos da Alemanha e da Noruega sobre a questão do Fundo Amazônia, o presidente entrou no modo de Cruzada e partiu para o ataque, recrudesceu quando os dados do Instituto de Pesquisas Nucleares não lhe agradaram e, diante da fuligem apocalítica que assustou os brasileiros e o mundo todo, atacou governos, instituições, supostos terroristas e incendiários.
Foi longe demais, porque levou o País a um isolamento político inimaginável, destruiu décadas de esforços para manter um perfil alto nas questão climáticas e ambientais e, no espaço de algumas horas, jogou no colo dos piores inimigos de nossa principal fonte de comércio exterior, a agropecuária, argumentos feitos de encomenda para fundamentar suas táticas protecionistas.
O panelaço na noite de seu pronunciamento em rede nacional, uma forma de manifestação geralmente restrita aos bairros de classe média alta, atesta que seu apoio no voto de direita e centro direita está-se desgastando. Aos olhos do agronegócio, o que parecia trunfo, é visto agora com receio, porque a recuperação de sua credibilidade externa sofreu um golpe quase letal. E cada vez que o presidente e seu ministro do meio ambiente abrem a boca, mais se repetem as doses de arrogância e hostilidade contra nossos parceiros comerciais e políticos, e mais inimigos se mobilizam contra o País.
Até quando as ruas e o legislativo assistirão em silêncio a essa tragédia?

O Sinédrio, fonte da Revolução Liberal no Porto, em 1820

No ano que vem, os portugueses – menos os muito reaças e partidários da monarquia absoluta e do Ancien Régime – comemorarão os 200 anos da Revolução Liberal do Porto, que visava acabar com o regime arcaico e inaugurar uma monarquia constitucional. Haverá um seminário internacional em Lisboa, uma vez que a revolução deu a partida para a convocação das Cortes, que atuaram como Assembleia Constituinte (da qual participaram inclusive muitos representantes das províncias do Brasil, depois postos a correr pela força do movimento recolonizador impulsionado pelos comerciantes lusos).
A base, a fonte, a origem da revolução foi o Sinédrio, criado três anos antes.
Reproduzo aqui a síntese oferecida pela Wikipedia sobre essa entidade secreta.
Paulo Roberto de Almeida

Sinédrio (Portugal)

Esta página cita fontes confiáveis e independentes, mas que não cobrem todo o conteúdo (desde julho de 2016). Ajude a inserir referências. Conteúdo não verificável poderá ser removido.—Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)

Wikipedia, acesso em 29/08/2019

O Sinédrio foi uma associação secreta. O objectivo do sinédrio era preparar uma revolução. Criada em Portugal pelo juiz desembargador portuense Manuel Fernandes Tomás e por José Ferreira Borges, José da Silva Carvalho e João Ferreira Viana, no Porto em 22 de Janeiro de 1818. O seu nome deriva de uma Organização homónima - o Supremo Tribunal judaico.
Embora não fosse uma organização de caráter maçônico, vários dos seus membros eram maçons.
A criação do Sinédrio dá-se após a Revolução falhada que se tentara em Lisboa pelo General Gomes Freire de Andrade, que era o único que se via capaz de fazer frente ao marechal inglês Beresford, que visava o fim do domínio inglês sobre Portugal através da instauração de uma Monarquia Constitucional. A criação do Sinédrio é um dos sinais que antecederam a implantação do liberalismo em Portugal, e foi encorajado pela revolução espanhola de 9 de Março de 1820. Após a revolução liberal, que ocorreu na cidade do Porto a 24 de Agosto de 1820, e associação extinguiu-se, tendo alguns dos seus membros participado na Junta Provisional do Governo Supremo do Reino, que iniciou o período do liberalismo em Portugal.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Inicia-se o boicote a produtos brasileiros: marcas de luxo suspendem compras

Como diria um filósofo, "as consequências sempre veem depois..."
Alguns jornalistas me perguntam se eu acho que o presidente tem alguma estratégia, por trás de suas tomadas de posição, sempre contudentes.
Eu digo que não, que por vários outros motivos, eu penso que o presidente não tem estratégia nenhuma, simplesmente porque o homem não pensa, ponto.
Ele é pura reação: possui instintos primitivos, e deixa esses instintos florescer impunemente (ou com prejuízos para terceiros, como estamos vendo agora).
Ou seja, não há NENHUMA ESTRATÉGIA, porque é impossível para um indivíduo de tão baixa reflexão, conhecimento ou ponderação pensar qualquer coisa de forma ordenada. É só confusão.
Ou seja, ele tem "estilo", se essa nobre palavra pode ser usada: uma atitude agressiva, confrontacionista, sempre atacando supostos inimigos, se contentando com sua família, seu clã, sua tribo, seus asseclas, e seus seguidores, a maior parte tão desmiolados quanto ele. Ao manter essa atitude de ataque, de desrespeito, de choque, ele acha que vai manter unida a sua base e continuar gozando da onda de apoio que teve para se eleger.
Como ele não pensa, não se deu conta que a sociedade já o rejeitou.
Ou ele é contido por generais mais inteligentes, ou por uma junta médica que o declare insano, ou do contrário ele vai continuar acirrando o cenário político no Brasil até ser expelido para fora de onde nunca deveria ter estado, ou entrado.
Infelizmente, para todos nós, ele será meio contido, e assim vamos nos arrastar penosamente em direção a 2022, com prejuízos para todo o Brasil e os brasileiros.
Enfim, nada que os argentino (e alguns outros povos) já não tenham conhecido.
Decadência não é só um conceito para elegantes digressões acadêmicas.
Se os brasileiros ainda não perceberam que o Brasil está decadente, num estado pré-falimentar, é melhor acordar agora. Sejam bem-vindos à realidade.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 28 de agosto de 2019

Reação a Bolsonaro: mais de 18 marcas, como Timberland, Vans e Kipling, suspendem compra de couro brasileiro

Marcas internacionais como Timberland, Vans e Kipling suspenderam a compra de couro brasileiro. A decisão das marcas é uma reação à devastação da Amazônia promovida pelo agronegócio com incentivo de Jair Bolsonaro. Não se sabe ainda o prejuízo que a decisão acarretará nos negócios do setor, mas a repercussão da decisão de grifes globais representa mais um duro golpe no governo Bolsonaro em todo o mundo

(Foto: Retuters | Reprodução)
Marcas internacionais como Timberland, Vans e Kipling suspenderam a compra de couro brasileiro.  A decisão das marcas é uma reação à devastação da Amazônia promovida pelo agronegócio com incentivo de Jair Bolsonaro.
Não se sabe ainda o prejuízo que a decisão acarretará nos negócios do setor, mas a repercussão da decisão de grifes globais representa mais um duro golpe no governo Bolsonaro em todo o mundo.
"Recentemente, recebemos com muita preocupação o comunicado de suspensão de compras de couros a partir do Brasil de alguns dos principais importadores mundiais. Este cancelamento foi justificado em função de notícias relacionando queimadas na região amazônica ao agronegócio do país", disse o presidente da CICB, José Fernando Bello, no documento enviado pela entidade ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. 

Diplomacia economica - revista do IPRI (Portugal)

Uma excelente revista portuguesa, um excelente dossiê sobre diplomacia econômica:

IPRI, n 61 (IPRI, Portugal)
http://www.ipri.pt/index.php/pt/publicacoes/revista-r-i/arquivo-de-revista-r-i/2896-relacoes-internacionais-61

A diplomacia económica e os desafios da globalização no passado (séculos XIX e XX)
Brexit: referendo de 2016António Goucha Soares
Recensões
Migrações internacionais e insegurança humana no Mediterrâneo: Os anos recentes da Europa, João EstevensSusana Ferreira, Human Security and Migration in Europe’s Southern Borders. Cham, Palgrave Macmillan, 2018, 211 páginas
A memória enquanto instrumento de combate ao terrorismo, Diogo NoivoGaizka Fernández Soldevilla e Florencio Domínguez Iribarren (Coord.), Pardines: cuando eta empezó a matar. Madrid, Tecnos, 2018, 381 páginas

A revista Relações Internacionais está indexada na CSA PAIS, IBSS, IPSA, LATINDEX, SciELO Citation Index da Thomson Reuters e EBSCO.

A nova paranoia amazônica: meus dossiês de 2000 a 2002 - Paulo Roberto de Almeida

A nova paranoia amazônica:
meus dossiês de 2000 a 2002

Paulo Roberto de Almeida
Brasília, agosto de 2019

Em meados de 2000, leitor que sempre fui – enquanto existiu – do jornal Ciência Hoje, da SBPC, deparei-me com uma estranha carta chamando a atenção para uma página de um livro de introdução à Geografia, supostamente distribuído para estudantes do ensino médio dos Estados Unidos, na qual aparecia um mapa bizarramente desenhado, com um inglês mais bizarro ainda, mostrando uma imensa mancha branca no coração da Amazônia (não exclusivamente brasileira), que seria uma "reserva internacional amazônica". Eis o mapa.


Foi o que bastou para chamar a atenção dos alarmistas de plantão, e uma imensa série de mensagens logo inundou as redes sociais – naqueles tempos apenas trocas de mensagens –, extravasando em seguida para os meios de comunicação, logo alcançando autoridades preocupadas com uma suposta conspiração para retirar a Amazônia de nossa soberania.
Imediatamente tratei de checar o que havia, e deparei-me com uma típica fraude montada para enganar incautos, ingênuos e paranoicos. 
Mas já era tarde para restabelecer a calma e a verdade. O assunto foi se espalhando e até foi objeto de questionamentos ao Itamaraty no Congresso, e telegramas foram trocados com a embaixada em Washington, onde eu servia como ministro-conselheiro.
Para diminuir um pouco a "balbúrdia" montei rapidamente um dossiê menos de um mês depois das primeiras mensagens serem trocadas, e coloquei à disposição dos jornalistas, curiosos, paranoicos e outros bisbilhoteiros. Isso foi em junho de 2000.
Mas não bastou, precisei montar dois, depois três dossiês, para tentar desmontar a fraude e mesmo depois do quarto dossiê, em 2002, a mentira volta e meia reaparecia, exatamente como agora.
Elaborei inclusive um quinto dossiê, em abril de 2001, com material cientifico, retirado das páginas das publicações científicas da SBPC e de Ciência Hoje.
Naquela época eu fiz uma seção especial em meu site para divulgar esses dossiês, que ficaram disponíveis durante dois ou três anos. Amainando a paranoia, retirei os materiais, mas guardei esses dossiês, embora jamais tenha registrado o imenso trabalho que tive, tanto na manutenção da correspondência, quando na compilação e organização de um imenso material de informação.
Hoje, passados quase vinte anos depois desses episódios ridículos, parece que a paranoia volta a se manifestar em torno de uma impossível internacionalização da Amazônia, daí minha motivação em disponibilizar uma vez mais esse material, que arranjei na ordem exata de sua preparação: 

0) Índice Geral dos quatro dossiês sobre a Amazônia internacional    https://www.academia.edu/40192551/0_Indice_Geral_dos_quatro_dossies_sobre_a_Amazonia_internacional_mais_o_dossie_de_materiais_cient%C3%ADficos_Dossi%C3%AA_Amaz%C3%B4nia_1_Primeira_Onda_de_Boatos_maio-junho_de_2000
       (transcrito in fine)

1) Dossiê Amazônia 1: Primeira Onda de Boatos, maio-junho de 2000   https://www.academia.edu/40192532/1_Dossie_Amazonia_1_Primeira_Onda_de_Boatos_maio-junho_de_2000

2) Dossiê Amazônia 2: Segunda Onda de Boatos, outubro-novembro de 2000
      https://www.academia.edu/40192511/2_Dossie_Amazonia_2_-_Segunda_onda_de_boatos_novembro_2000

3) Dossiê Amazônia 3: Terceira Onda de Boatos, novembro de 2001
     https://www.academia.edu/40192496/3_Dossie_Amazonia_3_-_Terceira_onda_de_boatos_2001

4) Dossiê Amazônia - Quarta Onda de boatos: maio-julho de 2002
     https://www.academia.edu/40192484/4_Dossie_Amazonia_-_Quarta_Onda_de_boatos_maio-julho_de_2002

5) Dossiê Amazônia, Ciência Hoje Eletrônica
      https://www.academia.edu/40192471/05_Dossie_Amazonia_Ciencia_Hoje_Eletronica

Quem tiver paciência de ler, verá quão aborrecidos são esses materiais, que talvez sejam ainda aproveitados pelos paranóicos profissionais (sempre os há).
Não posso nem dizer "divirtam-se", pois não há nenhum divertimento em toda essa gororoba.
Posso apenas dizer que surpreendeu-me, como me surpreende ainda hoje, encontrar tanta gente ingênua, tanta gente de má-fé – os profissionais da fraude, tanto da extrema direita quanto da extrema esquerda –, e também tanto estupidez igualmente distribuída entre os dois extremos.
Paulo Roberto de Almeida
Brasília, 28 de agosto de 2019

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Índice Geral dos quatro dossiês sobre a Amazônia internacional
(mais o dossiê de materiais científicos)

Dossiê Amazônia 1
Primeira Onda de Boatos, maio-junho de 2000

Estabelecido por Paulo Roberto de Almeida
Embaixada do Brasil em Washington, junho de 2000

Nota introdutória:
         Foram aqui coletados os principais documentos relativos à primeira onda de boatos em torno de mapas de livros escolares dos EUA, supostamente apresentando a região amazônica amputada do Brasil, alegação que obviamente revelou-se inteiramente falsa. Na ocasião, foi indicado o site http://www.brasil.iwarp.com/, como autor dos boatos, mas seus autores permaneceram incógnitos.
         Entre a primeira disseminação dos boatos, nas páginas do boletim eletrônico da SBPC, Ciência Hoje, em 11 de maio de 2000, e seu desmentido formal por nota (de 9.06) do Embaixador do Brasil em Washington, Rubens Antônio Barbosa, publicada em 12.06.00 no mesmo boletim Ciência Hoje, passou-se exatamente um mês, de intensos boatos, preocupações legítimas de diversos segmentos da opinião pública brasileira e também a disseminação irresponsável e fraudulenta de alegações infundadas.
         Os dois Dossiês seguintes tratarão da segunda onda de boatos, ainda em 2000, e da terceira onda, em novembro de 2001. [Nota 2019: ocorreu uma pequena quarta onde, em 2002].


Sumário Amazônia 1:

1) Primeira publicação: Boletim eletrônico Ciência Hoje, de 11 de maio de 2000
2) Carta aos Editores, por Paulo Roberto de Almeida, de 11 de maio de 2000
3) Inserção da Carta na edição de “Ciência Hoje” de 12 de maio de 2000 e contato com editores:
4) Correspondência em 12.05.00 do Prof. Dal Piero, Fernando A.; Recife – PE, contendo um suposto mapa de 1816
5) Troca de correspondência com Carlos Eugênio Soto Vidal, Pesquisador, Embrapa, em 12.05.00, sobre a mesma questao.
6) Troca de correspondência com Katia Perry, em 15.05.00, sobre o mesmo tema
7) Correspondência do Sr. Nylson Gomes da Silveira Filho, em 15.05.00, acusando o serviço diplomático de não cumprir com suas obrigações; resposta de PRA, em 16.05.00
8) Carta Circular do Brazil Center da Universidade do Texas, em 15.05, alertando para a disseminação de notícias falsas em nome do Centro
9) Carta da pesquisadora Simone de Freitas ao jornal Ciência Hoje, de 16.05.00, reconhecendo que sua mensagem não tinha fundamentação
10) Carta de Paulo Roberto de Almeida, ao jornal Ciência Hoje, em 16.05.00, comentando a mesma carta
11) Correspondência de Claudia Osorio de Castro, (claudia@netrasun.iff.fiocruz.br), em 19.05., transmitindo mensagem de Ivan (depois identificado como Ivan de Andrade Serpa), antecedida de resposta de PRA, em 22.05.00
12) Mensagem de Lise Fernandez Sedres (Professora de Stanford), de 18.05, dirigida à lista da Brasa (brasanet@unm.edu ), identificando pela primeira vez a origem das notícias
13) Mensagem de “Retratação”, postada no site http://www.brasil.iwarp.com/, em data próxima ao 23.05.00 (http://brasil.iwarp.com/retrata.htm)
13bis) Nota da coluna de Cesar Giobbi, em 23.05.00, reiterando os boatos alarmistas, chegada ao conhecimento apenas em 30.05
14) Nova mensagem do Sr. Nylson Gomes da Silveira Filho, em 23.05.00, a propósito da mensagem do Brazil Center da Univ. do Texas, que segue em anexo
15) Correspondências (a) e (b) de 24.05, de PRA ao Sr. Nylson Gomes da Silveira Filho, com copia da primeira ao Brazil Center
16) Troca de correspondência com Lise Sedrez (lsedrez@stanford.edu), em 24.05, a propósito do assunto,
17) Correspondência envolvendo o Consulado em Miami no mesmo dia 24.05.00
18) Correspondência de Leda Beck, de 24.05.00, do jornal O Estado de São Paulo na Califórnia, solicitando ajuda para esclarecer a questão; enviado todo o Dossiê disponível até 25.05
19) Correspondência de Ivan da Silveria Serpa, de 29.05, identificando-se como autor da informação passada em 19.05, por Claudia Osorio Castro
20) Mensagem PRA à pesquisadora Simone de Freitas (sfreitas@biologia.ufrj.br), em 30.05, consultando novamente sobre dados adicionais em relação ao assunto
21) Mensagem de 30.05, aos redatores de Ciência Hoje eletrônica, transmitindo cópia de correspondência à pesquisadora Simone de Freitas
22) Troca de correspondência com a pesquisadora Simone de Freitas, em 30 e 31.05.00
23) Troca de correspondência com redatores de Ciência Hoje, em 31.05 e 1.06
24) Consulta da Folha de São Paulo, em 31.05, ao Brazil Center da Universidade do Texas; esclarecimentos prestados em off por PRA
25) Troca de correspondência em 7.06, entre a jornalista Leda Beck (OESP, Califórnia) e a pesquisadora Simone de Freitas
26) Minuta de Nota do Embaixador Rubens Antonio Barbosa aos redatores de Ciência Hoje, em 8.06.00
27) Troca de correspondência com editores de Ciência Hoje, em 9.06, em vista da não publicação nesse dia da Nota do Embaixador, Publicada em 12.06.00
28) Minuta de mensagem do Emb. Rubens Barbosa ao Prof. Lawrence Graham, Diretor do Brazil Center da Univ. Texas em Austin, em 12.06.00
29) Matérias do jornal O Estado de São Paulo de 12.06, sobre a questão dos mapas amazônicos, da autoria da jornalista Leda Beck
30) Correspondência entre PRA e jornalista Leda Beck sobre a matéria, com cc. para Brazil Center, em 13.06.00
30bis) Nota oficial do Itamaraty sobre o caso, de 14.06.00
31) Matéria do jornalista Carlos Orsi, no jornal O Estado de São Paulo, “Roubaram a Amazônia? Mitos da Web brasileira “ em 15.06.00
31bis) Editorial de O Estado de São Paulo, de 16.06, sobre a matéria: O "mito grotesco" da cobiça internacional

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Dossiê Amazônia 2
Segunda Onda de Boatos, outubro-novembro de 2000

Estabelecido por Paulo Roberto de Almeida
Embaixada do Brasil em Washington, novembro de 2000

Nota introdutória:
                 Tem prosseguimento neste Dossiê a compilação de documentos relativos ao problema dos chamados mapas amazônicos. A segunda onde de boatos envolveu basicamente a lista de história do Brasil, com a circulação involuntária ou ingênua do mesmo gênero de notícias infundadas que já tinham sido disseminadas em maio de 2000.
                 Como não havia nada de substancialmente novo, a segunda onda de boatos pode ser combatida de maneira relativamente rápida.

Sumário do Dossiê Amazônia 2:
32) Corrrespondência do Sr. Claudio Oliveira, de 23.09.00, dirigida ao PR FHC, chamando novamente a atenção para a questão dos mapas amazônicos
32bis) Matéria jornalística do Sr. Carlos Orsi Martinho, no jornal O Estado de São Paulo, de 6.10.00: “Roubo da Amazônia, o boato que não morre
32ter) Nota circulada na lista de História do Brasil em 9.10.00, voltando ao assunto da “amputação” do Brasil em supostos mapas amazônicos americanos
33) Nota de PRA à Lista de História, na Segunda-feira, 9 de Outubro de 2000, desmentindo as alegações e reproduzindo teor da Nota do Embaixador à revista Ciência Hoje, seguida de correções, em 10.10
34) Novas mensagens de PRA em 10.10.00, a diferentes destinatários sobre o caso dos mapas amazônicos
35) Troca de correspondência, em 10.10, com redatores da Ciência Hoje, a propósito da segunda onda de boatos
35bis) Matéria do jornalista Giordani Rodrigues, “Americanos querem roubar a Amazônia”, no site InfoGuerra, de 14.10.00
36) Editorial do jornal O Estado de São Paulo, “A Amazônia é problema nosso” (19.10.00)
36bis) Artigo de Cristovam Buarque, em O Globo, em 23.10.00, sobre a questão
37) Nova correspondência PRA à lista Mercosul, em 6.11, a propósito de nova onda de boatos motivada por artigo do jornalista Carlos Chagas


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Dossiê Amazônia 3
Terceira Onda de Boatos, novembro de 2001

Estabelecido por Paulo Roberto de Almeida
Embaixada do Brasil em Washington
Atualizado em 9.12.2001; revisto em 16.06.2002
Nota introdutória:

         Foram aqui coletados os principais documentos relativos à terceira onda de boatos em torno de livros escolares americanos supostamente representando a região amazônica amputada do Brasil, concentrada em novembro de 2001. Ainda que iniciada anteriormente, essa onda se desenvolveu extraordinariamente a partir de uma mensagem na Internet disseminada por professores da UNESP, apontando como origem um militante da extrema esquerda, da UniCamp, que não hesitou a afirmar que continuaria a disseminar esse tipo de informação mesmo se ele se revelasse falso, por que se trata de lutar contra qualquer “investida dos imperialistas yankees contra a soberania dos povos latinos-americanos.” Ele também afirmou que “como qualquer um poderia ter feito, enviei uma mensagem que denúncia o avanço dos interesses da grande burguesia internacional contra o território amazônico.” Esse “pesquisador” faria bem em começar por aprender o Português.
         O dossiê continua aberto à incorporação de novos documentos ou informações, mas não parece destinado a oferecer, a partir de dezembro de 2001, novos desenvolvimentos substantivos, uma vez que a fraude foi claramente identificada e o público parece estar consciente da fragilidade das alegações dos fraudadores originais, até hoje não identificados precisamente (supõe-se que sejam os mesmos da primeira onda de boatos, vinculada ao website “Brasil, ame-o ou deixe-o”, aparentemente necessitando de um webmaster, pois que não foi atualizado nos últimos meses).
         A registrar, por fim, as agressões pessoais contra o autor deste dossiê, devidamente consignadas em algumas mensagens, ademais de inúteis considerações de ordem ideológica ostentadas por dois interlocutores da UniCamp e um advogado de São Paulo.
         O autor destas linhas tem poucas reações alérgicas, mas uma delas é contra a burrice, a outra contra a desonestidade intelectual. Ambos vírus estão abundantemente espalhados em várias páginas deste dossiê. Felizmente, eles não têm mais o poder de contaminar ninguém, uma vez que sua estrutura genética e modus operandi foram suficientemente desmontados e demonstrados.
         Ofereço este dossiê como uma homenagem à inteligência dos muitos leitores que souberam distinguir a fraude, ao serem com ela confrontados, e convido estudantes de jornalismo eventualmente interessados em fazer um trabalho investigativo ou uma reflexão sobre a “ética” da Internet a utilizarem-se deste dossiê em toda liberdade, atribuindo-me crédito apenas pelo que me é devido. O “copyright” do besteirol aqui registrado pertence, como seria natural, aos seus respectivos autores.

Paulo Roberto de Almeida
PS.: Nota agregada em 16 de junho de 2002: Foi agregado um último documento (nº 60) a este dossiê, sob a forma de “carta direito de resposta” do Prof. Paulo Cunha, da UNESP, a propósito da matéria do jornalista Paulo Sotero, do Estado de São Paulo.

Sumário Amazônia 3:

38) Mensagem de 15.11.2001, de Meire Mathias, seguida de questionamento PRA sobre o teor do livro de geografia contendo novo mapa
39) Reprodução da suposta página de livro de geografia utilizado em escola secundária dos EUA
40) Troca de correspondência entre PRA e Meire Mathias a propósito do livro, em 16 e 17.11.01
41) Comentários do jornalista Paulo Sotero a PRA, em 19.11.01, e da Prof. Assunção Medeiros (28.11), a propósito do texto da suposta página do livro “americano”
42) Correspondência entre o Sr. Danilo Enrico Martuscelli e PRA, em 19 e 20.11.01
43) Correspondência entre o Prof. Amando Boito Jr e PRA, a propósito do Sr. Danilo Enrico Martuscelli, de 20 a 26.11.01
44) Mensagens veiculadas através da lista de história do Brasil, entre 19 e 21.11.01
45) Mensagem alarmista disseminada através da lista Araxá, pelo Sr. Carlos Tebecherani Haddad (E-mail: carlos.haddad@adv.oabsp.org.br), em 20.11.00
46) Desmentidos PRA, a diversos interlocutores, em 23 e 24.11.01
47) Artigo publicado no jornal “Tribuna da Imprensa”, de 24.11.01
48) Desmentido formal oferecido pelo site informativo “Relatório Alfa”, do jornalista Aldo Novak (http://www.relatorioalfa.com.br/arquivos/20011124_news_trote_amazonia/), em 24.11.01, com materiais esclarecedores sobre as diferentes etapas do boato
49) Novos desmentidos oferecidos por PRA, em 26.11.01, em vista da ampliação dos boatos eletrônicos
50) Agressões eletrônicas do Sr. Carlos T. Haddad, em 26.11.00 e em 29.11.01
51) Mensagem enviada por PRA, em 27.11, à Lista Araxá
52) Reportagem publicada no Jornal do Brasil em 29.11.01
53) Desmentido oficial do Itamaraty, em forma de mensagem individual, em 29.11.01
54) Mensagem veiculado na Lista Mercosul em 30.11, seguida de alerta PRA
55) Artigo de Lina John, “Quem está roubando a Amazônia?”, OESP, 30.11.00
56) Reportagem do jornalista Paulo Sotero, O Estado de São Paulo (2 e 3.12.01)
57) Crônica do brasilianista Matthew Shirts, O Estado de São Paulo (3.12.01)
58) Relatório Alfa, criticando os jornais que publicaram os boatos (7.12.01)
59) Reportagem consolidada do jornalista Paulo Sotero, Agência Estado (8.12.01)
60) “Direito de resposta” do Prof. Paulo Cunha sobre matéria acima (não publicada)


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Dossiê Amazônia - Quarta Onda de boatos: maio-julho de 2002


Paulo Roberto de Almeida
Embaixada do Brasil em Washington
Elaborado em julho de 2002


Preguiça dos fraudadores? Falta de imaginação?

Em finais de maio, e durante todo o mês de junho de 2002, as mesmas mensagens que já tinham circulado no início da terceira onda, em 2001, começaram a ser novamente disseminadas em listas individuais, aparentemente por iniciativa de professores de secundário, mas com uma característica comum: elas procuravam vincular a informação a um funcionário da Editora Abril, aparentemente desconhecido, inexistente ou "reciclado" em novos setores de atividade.
Elas geralmente se apresentaram no formato transcrito abaixo (documento 1, e a despeito de que muito mais pessoas já estavam alertadas quanto ao seu caráter fraudulento, elas continuam a circular, de maneira mais ou menos errática.
Não há rigorosamente NADA de novidade nesta quarta onda, o que impede obviamente uma nova análise de conteúdo, mas isso não impediu novas matérias de imprensa sobre o episódio, inclusive em jornais estrangeiros.
Estou organizando novo dossiê com esses materiais recentes, mas desde já sinto-me na obrigação de alertar para o fato que sua leitura pode ser extremamente aborrecida: os autores ou iniciadores desta quarta onda parecem carecer singularmente de imaginação, ou então são incuráveis preguiçosos, uma vez que não têm nada de novo a oferecer.

Paulo Roberto de Almeida
4 de julho de 2002

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Documento 1): 
Formato típico de uma mensgem da quarta onda de boatos:
----- Original Message ----- 
From: Coplam Planejamento e Marketing Imobiliário 


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Dossiê Amazônia, Ciência Hoje Eletrônica

A Amazônia em debate (Abril de 2001)

Dossiê montado por:

Paulo Roberto de Almeida

Embaixada do Brasil em Washington


Sumário:
                                                                         Páginas
índice detalhado do Dossiê Amazônia            2
Uma floresta gigantesca                    3
Os segredos da biodiversidade        ]   5
Tesouro químico         7
O papel das águas       9
Ocupação humana: uma mistura explosiva       11
Os caminhos da devastação                      13
É possível o desenvolvimento sustentável?             15
Uma exploração racional da floresta           17
Piratas da natureza      19
Como administrar o sumidouro de carbono?     21

Leia também sobre a Amazônia: Reportagens da seção Ciência em Dia:
Um alerta para a Amazônia                                23

Uso da terra determina emissão de CO2 na Amazônia          25

Sequestro de carbono pela floresta amazônica                         27
O impasse de Haia      29
Amazônia absorve excesso de CO2 da atmosfera              30
Aquecimento global: causas e consequências                31

Matérias sobre os cientistas Aziz Ab Saber e Paulo Vanzolini

(ver na parte final do dossiê, a partir da p. 32)
Teoria dos refúgios e redutos                  32
História de uma teoria             34
Samba de um zoólogo paulistano            35
Amor à primeira vista 37
O cientista compositor        39
Paulo Vanzolini          41

Perfis de Ciência Hoje (notas sobre cientistas e pesquisadores):    42


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[Fim do material: Paulo Roberto de Almeida, Brasília, 28/08/2019]