O que é este blog?

Este blog trata basicamente de ideias, se possível inteligentes, para pessoas inteligentes. Ele também se ocupa de ideias aplicadas à política, em especial à política econômica. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre livros, sobre questões culturais em geral, focando numa discussão bem informada sobre temas de relações internacionais e de política externa do Brasil. Para meus livros e ensaios ver o website: www.pralmeida.org. Para a maior parte de meus textos, ver minha página na plataforma Academia.edu, link: https://itamaraty.academia.edu/PauloRobertodeAlmeida;

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domingo, 14 de agosto de 2022

Uma mensagem de Dia dos Pais, 2022 - Paulo Roberto de Almeida

 Uma mensagem no Dia dos Pais de 2022:


Neste Dia dos Pais, um ano decisivo para o Brasil, uma saudação de empatia a todos os pais, avôs e bisavôs, e também aos que o serão em breve, e aos que aspiram ser.  


Avesso a partidos, futebol ou religião, fui membro de duas coalizões  mais ou menos estáveis, ou corporações significativas, em minha vida, antes e depois de ser pai: a do Ginásio Estadual Vocacional Oswaldo Aranha, em SP, entre 1962 e 1965, e a do Itamaraty, por concurso direto, de 1977 a 2021.

Ambas representaram tournants decisivos em minha vida intelectual, familiar e pessoal, e disso deixei e deixarei registro. 

O que esperar, em qualquer condição, em 2023, para o Brasil e para cada um de nós?

Obviamente o melhor, mas registro minha postura de ceticismo sadio ao que vem pela frente, um tipo de atitude que justamente aprendi nos tempos do Ginásio Vocacional e que apliquei durante toda a carreira diplomática, com gratificações e algumas tribulações.


Sim, espero um 2023 melhor para o Brasil e para cada um de nós, mas registro meu ceticismo sadio com respeito aos dois aspectos que considero os mais relevantes para o Brasil e para mim: o estado educacional da nação, que continua medíocre (se não piorou), e sua política externa e a diplomacia, cuja condição futura e orientação me inspiram cuidados e preocupação.

O Brasil ainda não alcançou os níveis de prosperidade, de bem-estar individual e de pleno funcionamento do Estado de Direito, e de respeito ao Direito Internacional, que todos nós gostaríamos de registrar, para nós e para toda a nação.

Continuarei engajado, neste bicentenário de nossa condição nacional como Estado independente, em tornar o Brasil uma nação mais digna e orgulhosa de si própria, como esperaram que fizéssemos nossos pais, avós, bisavós, todos os nossos antecessores.

Paulo Roberto de Almeida

PS: Eu mudaria a última frase da ilustração: “Sua mãe foi decisiva nesse processo”!


Livros do professor Arno Dal Ri Jr.: uma relação dos títulos e uma nota biográfica

Acabo de receber, do professor Arno Dal Ri Jr, o seu livro mais recente, uma tradução da obra do jurista italiano, Dionisio Anzilotti: O Direito Internacional nos Julgamentos Internos. Ijuí: Unijuí, 2022. A obra é de 1905 e se encaixa perfeitamente na coleção que ele dirige, Clássicos do Direito Internacional, com vários títulos publicados até aqui.

 

Tenho muitos outros livros dele, com outros acadêmicos de sua área, ou traduzidos por ele, quase sempre no campo do Direito Internacional, que é a área que mais nos aproxima, ainda que eu não seja da mesma tribo que ele (sou doutor em ciências sociais).

Para que se tenha uma visão completa de sua imensa produção acadêmica, solicitei que ele me enviasse uma curta nota biográfica, assim como uma relação de todos os seus livros, próprios, em colaboração, ou traduzidos.

O resultado está abaixo, e creio que se trata de importante informação aos que labutam nesse terreno da atividade acadêmica com importantes implicações no direito constitucional, nas relações internacionais e na cooperação interestatal.

Paulo Roberto de Almeida

 

Arno Dal Ri Jr. 

Professor efetivo da Universidade Federal de Santa Catarina, sendo responsável pelas disciplinas 'Direito Internacional' e 'Teoria Política' no curso de graduação e 'Teoria e História do Direito Internacional' nos programas de Mestrado e de Doutorado em Direito. É bacharel em Ciências Jurídicas pela Universidade do Vale do Itajaí, Mestre em Direito e Política da União Européia pela Università di Padova e Doutor em Direito Internacional pela Università Luigi Bocconi de Milão, tendo realizado estágios de pós-doutorado na Université Paris I (Panthéon-Sorbonne) e na Universiteit Gent (Bélgica). Atua como professor em programas de Doutorado na Universidade de Florença e na Universidade de Milão e no curso de Mestrado em "Relações Internacionais" da Universidade da República, em Montevidéu. Foi Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito da UFSC e atuou como 'visiting scholar' nas universidades de Montevidéu (La Republica, 2012), Pádua (2013), Pequim (Beihang, 2014), Milão (2015), Helsinki (2017), Osaka (2018) e Florença (2011). É árbitro e consultor do CNPq e da CAPES para a avaliação de pedidos de bolsas de doutorado pleno no exterior, bolsas de pós-doutorado no exterior e pedidos de apoio à participação de eventos no exterior. 

ORCID: 0000-0002-7734-0404 

Academia.eduhttps://ufsc.academia.edu/ArnoDalRiJr

 

Livros:

 

DAL RI Jr., Arno. O Libertador das Nações. Ascensão e declínio do Princípio das Nacionalidades na ciência do Direito Internacional. 2022, no prelo.

 

DAL RI Jr., Arno et al. Iluminismo e direito penal. Florianópolis: Boiteux, 2008

 

DAL RI Jr., Arno. O Estado e seus inimigos. A repressão política na história do direito penal. Rio de Janeiro: Revan, 2006.

 


  DAL RI Jr., Arno. História do Direito Internacional. Comércio e moeda. Cidadania e nacionalidade. Florianópolis: Boiteux, 2004. 



         


            Livros traduzidos do italiano:

            ANZILOTTI, Dionisio. O Direito Internacional nos Julgamentos Internos. Tradução de Arno Dal Ri Jr. Ijuí: Unijuí, 2022. 


 

            ZACCARIA, Giuseppe. A compreensão do Direito. Tradução de Arno Dal Ri Jr. São Paulo: Singular, 2017.

 


 GROSSI, Paolo. O Direito entre poder e ordenamento. Tradução de Arno Dal Ri Jr. Belo Horizonte: Del-Rey, 2010. 



 


 ROMANO, Santi. O Ordenamento jurídico. Tradução de Arno Dal Ri Jr. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2008.

 

           GROSSI, Paolo. Mitologias jurídicas da modernidade. Tradução de Arno Dal Ri Jr. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2007. 


 

 

No momento estou traduzindo o livro de Nouvelles Tendences du Droit International, de Nicolas Politis, que também será publicado na Coleção "Clássicos do Direito Internacional", pela editora da Unijuí.

 

 

Livros que publiquei na Coleção "Clássicos do Direito internacional":

 


 MANCINI, Pasquale Stanislao. Direito Internacional. Ijuí: Unijuí, 2003,

 

            GROTIUS, Hugo. O Direito da Guerra e da PazIjuí: Unijuí, 2004. 


 

     SAVIGNY, Friedrich Carl von. Sistema de Direito Romano Atual. Vol. III. Ijuí: Unijuí, 2004. 

 


 GENTILI, Alberico. O Direito da Guerra. Ijuí: Unijuí, 2005.

 

            VITÓRIA, Francisco de. Os Índios e o Direito da Guerra. Ijuí: Unijuí, 2006. 


 

            VATTEL, Emmerich. O Direito das Gentes. Ijuí: Unijuí, 2008.

 

            KELSEN, Hans. Princípios do Direito internacional. Ijuí: Unijuí, 2010. 


 

            ANZILOTTI, Dionisio. O Direito Internacional nos Julgamentos Internos. Ijuí: Unijuí, 2022.

 

 

Livros que organizei:



 DAL RI Jr., Arno et LIMA, Lucas Carlos (Org.s). A Jurisprudência da Corte Internacional de Justiça. História e influência no Direito Internacional. 
Belo Horizonte: Del-Rey, 2020.

          

 

            DAL RI Jr., Arno; NUNES, Diego et SONTAG, Ricardo (Orgs.). História do Direito Penal. Confins entre Direito Penal e Política na Modernidade Jurídica. Hábitos, 2020. 


 

BALTHAZAR, Ubaldo C., DAL RI Jr., Arno et MOTA, Sérgio R. F. (Orgs.). Direito Estado Constituição. Homenagem ao Prof. Luís Carlos Cancellier de Olivo. Florianópolis: Insular, 2018.

 


 DAL RI Jr., Arno et SONTAG, Ricardo (Orgs.). História do direito penal entre Medievo e Modernidade. Belo Horizonte: Del-Rey, 2015.

 

            DAL RI Jr., Arno, VELOSO, Paulo Potiara de A. et LIMA, Lucas Carlos (Orgs.). A Formação da Ciência do Direito InternacionalIjuí: Unijuí, 2014. 


 

DAL RI Jr., Arno et MOURA, Aline Beltrame de (Orgs.). Jurisdições Internacionais. Interação Fragmentação Obrigatoriedade. Ijuí: Unijuí, 2014. 


 

 DAL RI Jr., Arno et MARQUES, Guilherme Bez (Org.s). Santa Catarina nas Relações Internacionais. Desafios da Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina no cenário internacional. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2009.

 


  DEL VECCHIO, Angela et DAL RI Jr., Arno (a cura di). 
Il diritto internazionale dell'Ambiente dopo il vertice di JohannesburgNapoli: Scientifica, 2005.

 

            LUPI, João et DAL RI Jr., Arno (Org.s). Humanismo medieval. Caminhos e descaminhos. Ijuí: Unijuí, 2005.

 

            BOMBASSARO, Luiz Carlos, DAL RI Jr., Arno et PAVIANI, Jayme (Org.s)  As Interfaces do Humanismo Latino. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.

 


 DAL RI Jr., Arno et OLIVEIRA, Odete Maria de (Org.s). Cidadania e Nacionalidade: efeitos e perspectivas nacionais, regionais, globais. Ijuí: Unijuí, 2003.

 

            OLIVEIRA, Odete Maria de et DAL RI Jr., Arno (Org.s). Relações Internacionais: interdependência e sociedade global. Ijuí: Unijuí, 2003. 


            DAL RI Jr., Arno et PAVIANI, Jayme (Org.s). Humanismo Latino no Brasil de Hoje. Belo Horizonte: PUC Minas, 2001.

 

PAVIANI, Jayme et DAL RI Jr., Arno (Org.s). Globalização e Humanismo Latino. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2000.

 



sábado, 13 de agosto de 2022

Política externa brasileira em tempos de isolamento diplomático (OPEB-UFABC, 2022) : e-book disponível


Ana Tereza Lopes Marra de Sousa; Diego Araujo Azzi; Gilberto Marcos Antonio Rodrigues (orgs.).

Política externa brasileira em tempos de isolamento diplomático

Rio de Janeiro: Telha, 2022.

e-book: 9000Kb.

Inclui bibliografia.

ISBN 978-65-5412-040-1 (e-book)


1. Política externa. 2. Relações internacionais - Brasil. 3. Ciência política. 4. Governo Bolsonaro. I. Sousa, Ana Tereza Lopes Marra de. II. Azzi, Diego Araujo. III. Rodrigues, Gilberto Marcos Antonio. IV. Título.


Sumário

Capítulo 1 - Apresentação 7

Capítulo 2 - Inserção Econômica Internacional sem Visão Estratégica 11

Capítulo 3 - Saúde e Direitos de Propriedade Intelectual: a Política Externa Brasileira na Pandemia 29

Capítulo 4 - Negacionismo e Negócios: a Política Ambiental da Diplomacia Brasileira 47

Capítulo 5 - Política Externa de Direitos Humanos em Cenário de Isolamento Internacional do Brasil 77

Capítulo 6 - As Forças Armadas Brasileiras e os Estados Unidos da América 97

Capítulo 7 - Relações Brasil-EUA nos governos Biden e Bolsonaro (2021) 113

Capítulo 8 - Distensão, Assimetrias e Oportunidades Perdidas: Relações Brasil-China no Governo Bolsonaro 131

Capítulo 9 - Entre a Bíblia e o Agro: Impasses da Agenda Brasileira para a África 149

Capítulo 10 - Há um Novo Ciclo Progressista na América Latina? 167

Capítulo 11 - Posfácio: Uma Proposta de Política Externa Pós-Bolsonarista 185


Video de apresentação na Livraria Tapera Taperá, sábado, 13/08/2022, 16:00hs

https://youtu.be/HizwX3EZ9YY



Outros livros do Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil


OPEB. 2020. As Bases da Política Externa Bolsonarista. Observatório

da Política Externa e Inserção Internacional do Brasil. Ed. UFABC, Santo André, 2020.

__________. 2021. A Política Externa de Bolsonaro na PandemiaObservatório da Política Externa e Inserção Internacional do Brasil. Fund. Friedrich Ebert, São Paulo, 2021.

__________. 2021. Sob nova direção: as relações Brasil – EUAObservatório da Política Externa e Inserção Internacional do Brasil. Por Tatiana Berringer, Gabriel Soprijo, Gabrielly Almeida, Gabriela Leite, Thiago Fernandes e Fernanda Antoniazzo. São Bernardo do Campo, 12 de março de 2021.

__________. 2021. Plano Biden e os impactos para o Brasil. Observatório da Política Externa e Inserção Internacional do Brasil. Por Bruna Belasques, Gabriel Carneiro, Giorgio Romano, Mariana Pessoa, Naomi Takada, Thais Felix e Renata Alencar. São Bernardo do Campo, 13 de julho de 2021.


A próxima imbecilidade do lulopetismo diplomático: OCDE, Mercosul, BRICS - entrevista CELSO AMORIM, comentários Paulo Roberto de Almeida

 Um anúncio precoce — o do ex-chanceler do Lula sobre o afastamento da OCDE (abaixo) — e a minha denúncia precoce sobre a próxima imbecilidade diplomática dos prováveis vencedores em outubro.

Paulo Roberto de Almeida

A provável política externa de um possível governo Lula já antecipa um atraso mais do que certeiro: a OCDE volta a ser tratada como “clube de países ricos”, o que além de ridículo é de uma estupidez atroz: alguns dos membros já eram ricos, quando criaram a OECE, em 1948, mas estavam destruídos pela guerra. Em 1960, quando virou OCDE, e agregou outros países, eles continuaram enriquecendo por causa das boas políticas e práticas econômicas da organização. A OCDE foi essencial para enriquecer os ex-socialistas da Europa central e oriental. Só um imbecil não reconhece seu papel essencial em retirar esses países do atraso e inseri-los na economia global. Até o México se beneficiou, embora seu “lado latino-americano” o tenha mantido atrasado.

A outra imbecilidade é continuar caudatário de um BRICS que hoje serve para manobras geopolíticas de duas autocracias, das quais um tirano vem praticando sistematicamente crimes de guerra, depois de violar a Carta da ONU ao invadir e praticar uma insana guerra de agressão contra a vizinha Ucrânia. 

Ou seja, a política externa lulopetista vai continuar nesse particular na mesma toada do bolsolavismo diplomático.

Já fiz a minha denúncia antecipada, agora a matéria:


Brasil deve priorizar Mercosul com UE e não OCDE, diz Amorim

Termos de acordo com "clube dos ricos" teriam de ser estudados, diz conselheiro de Lula para assuntos internacionais.

https://labnews.poder360.com.br/l/892i0TG7GpJtoi2vsAKjxB5A/qT97Fcy2P763KpMsO2wXfnRA/zxfq2fc5763VsNmc4nG8kFHw 

Dois Cônsules de Sua Majestade Imperial em Luanda (1822-1861) - livro de história diplomática (e social) de Gilberto da Silva Guizelin (Edusp)

 Recebi este livro – Dois Cônsules de Sua Majestade Imperial em Luanda (1822-1861) do autor, Gilberto da Silva Guizelin, via Editora, e foi uma grata surpresa constatar imediatamente a qualidade da pesquisa e o desenvolvimento da redação, pois esta obra de história diplomática e social se lê como um romance, ainda que trate de um aspecto muito relevante de nossa política internacional no século XIX – tráfico, escravidão, relações diplomáticas e comerciais com a África – e da diplomacia triangular envolvendo Grã-Bretanha, Portugal e o Império brasileiro. 


O autor, Gilberto da Silva Guizelin, é doutor em história pela Unesp e mestre em história social pela Universidade Estadual de Londrina. Conduziu uma vasta pesquisa em arquivos e na literatura pertinente, para contar a fascinante história de dois cônsules que, em épocas diversas, representaram o Brasil no "país" africano (foi colônia portuguesa desde o século XVI até 1974) num dos momentos de maior tensão nas relações do império, tanto no primeiro como no segundo reinado, e nas regências.

Interessante que nossa história de relações com Angola colonial começa com essa presença consular (e humana, de brasileiros em Luanda) e também começa, já no Estado independente, exatamente por um consulado, rapidamente convertido em embaixada, em meio à guerra civil pós-abandono por Portugal da sua mais rica colônia na África (e a da guerra de resistência mais dramática, pois continuou como guerra civil durante mais de uma década).

Depois dos livros de Charles Boxer e de José Honório Rodrigues, eu estava querendo ler mais um pouco sobre as relações entre o Brasil e a África, Angola especificamente, no seu período mais denso para a história dos dois povos, e das relações internacionais triangulares, envolvendo Portugal e Grã-Bretanha anti-escravista. Este é o livro para saciar minha curiosidade, junto com o de Jerry Dávila, para o período da independência e guerra civil.

Guizelin pesquisou em todos os arquivos pertinentes, leu toda a literatura a respeito dos intercâmbios entre Brasil e Angola, e destaca a qualidade e importância do trabalho consular, por vezes mais relevante até do que as relações diplomáticas, que ficam na high politics, e não adentra na vida real dos países. O subtítulo apresenta o nome dos dois "heróis" dessa história fascinante: 

Relações Brasil-Angola, de Rui Germack Possolo a Saturnino de Sousa e Oliveira.

Um livro a ser lido e resenhado. O Itamaraty deveria comprar tantos exemplares quanto forem necessários para distribuir em todas as bibliotecas de Angola e dos centros de estudos africanos das universidades brasileiras, além de autoridades naquele mais importante país de nossa interface africana.

Paulo Roberto de Almeida


Introdução a uma nova edição dos Princípios de Economia Política (1804), de José da Silva Lisboa, pela Editora LVM - Paulo Roberto de Almeida

 Recebi, há dois dias, convite, do editor da LVM – que em setembro estará publicando meu livro Construtores da Nação: projetos para o Brasil, de Cairu a Merquior –  para fazer a introdução da reedição digitalizada deste livro do meu primeiro personagem, José da Silva Lisboa, com esta única demanda: teria que ser rapidíssimo, pois o livro já estava ficando pronto. 

Sem esperar, recolhi todos os livros que possuo sobre o maior economista brasileiro, e mais alguns na Biblioteca do Itamaraty, e compus de imediato, este trabalho: 

4216. “O maior pensador econômico brasileiro, embora ainda controverso”, Brasília, 12 agosto 2022, 20 p. Introdução a uma nova edição dos Princípios de Economia Política (1804), de José da Silva Lisboa, pela Editora LVM. 

Permito-me transcrever alguns trechos dessa introdução e a bibliografia que utilizei para compor minha introdução. Pode ser que outros se interessem em aprofundar o conhecimento desse grande intelectual.

O maior pensador econômico brasileiro, embora ainda controverso

 

Paulo Roberto de Almeida

Diplomata, professor

Introdução aos Princípios de Economia Política, de José da Silva Lisboa (1804), pela LVM

  

O nascimento da economia política em terras escocesas e sua recente projeção asiática

Adam Smith, o pai fundador da moderna economia política, pode não ter sido seguido nas políticas econômicas aplicadas na Grã-Bretanha a partir do século XIX, sobretudo sob a dominância do fabianismo econômico no século XX, mas ele nunca foi intelectualmente contestado por qualquer outro economista, britânico ou não, nos seus principais argumentos em torno da “ciência do estadismo”, que é como ele costumava designar a nova disciplina. Smith deixou uma única obra nesse terreno, a Riqueza das Nações (1776), bem posterior à Teoria dos Sentimentos Morais (1759), mas é por aquele livro seminal que ele é conhecido universalmente, inclusive, e surpreendentemente, pelos mandarins contemporâneos. Estes decidiram adotar, durante algum tempo, as fantasiosas recomendações econômicas de Marx, que seguiu Adam Smith numa equivocada e ingênua adesão à teoria do valor trabalho.

Os atuais administradores do Império do Meio reformado disfarçam o seu moderno sistema “smithiano” sob o disfarce enganoso de “socialismo com características chinesas”, quando o que de verdade estão construindo é um “capitalismo com características chinesas”. Cabe, com efeito, corrigir o título de um dos livros do sociólogo italiano radicado nos Estados Unidos, Giovanni Arrighi (2007), para quem Adam Smith “teria ido” a Beijing. O contrário ocorreu: os chineses é que foram, literalmente, à Escócia de Adam Smith, tomar lições sobre como se administra uma economia de mercado. Com efeito, a China começou a sua irresistível ascensão por uma espécie de “capitalismo manchesteriano”, típico dos tempos de Adam Smith e de David Ricardo. Como a Grã-Bretanha da primeira revolução industrial, ela exibe traços similares aos daquela mudança nos modos de produção: a deterioração ambiental, causada pelo mesmo combustível nos dois processos de industrialização: o carvão; um agudo aumento da desigualdade social e, não sem razão, os primeiros socialistas criaram o termo de lumpemproletariado, para designar os miseráveis urbanos; e uma democracia muito pouco aberta: a aristocracia britânica manteve durante muito tempo franquias eleitorais reduzidas, que preservaram um sistema político bastante oligárquico até praticamente o final do século XIX. A China “smithiana” ainda não se decidiu pela importação das ideias de outros iluministas britânicos, como John Locke e David Hume, ou do liberal John Stuart Mill.

Adam Smith foi o autor de uma única grande obra, que marcou época no domínio da história econômica, pois foi ela que assinalou, intelectualmente, o fim do mercantilismo e o início prático do liberalismo econômico (que não deve ser confundido com o liberalismo político, uma doutrina que só tomará forma em meados do século XIX). Seu “inquérito” sobre as origens da riqueza das nações produziu efeitos em praticamente todo o mundo, ainda que em ondas temporalmente distantes, como ocorreu com a China de Deng Xiaoping. No caso de Portugal e do Brasil, a semente smithiana foi rapidamente importada, na obra de um pensador único na historiografia econômica dos dois países: José da Silva Lisboa (Salvador, 1756; Rio de Janeiro, 1835). É pelos seus Princípios de direito mercantil e leis de marinha (1798) que começa, na metrópole e na sua principal colônia, uma mudança fundamental nas ideias econômicas. A despeito de sua importância crucial para o nascimento do pensamento econômico em Portugal e no Brasil, sobretudo pela obra que lhe faz sequência, justamente os Princípios de economia política (1804), Silva Lisboa não conheceu a fama que legitimamente sempre cercou Adam Smith, à qual, no entanto, ele teria pleno direito de desfrutar, inclusive pelo fato de ter inovado em relação ao escocês. Precisamos entender as razões desse fato.

 

Um pensador original, embora contestado pela historiografia brasileira

Embora um economista político à altura da noção de estadismo que Adam Smith atribuía à aplicação prática da ciência econômica, Silva Lisboa é pouco conhecido na história e na cultura brasileira. Os manuais escolares apenas relatam o fato de que ele influenciou o príncipe regente D. João na decretação da abertura dos portos em 1808, quando da passagem deste por Salvador, uma medida, aliás, inevitável, nas circunstâncias criadas pela fuga da Corte ao Brasil, fugindo da invasão napoleônica, em 1807. Os livros de história assinalam sua tomada de posição em favor da união de Brasil a Portugal, mesmo nos anos turbulentos de 1820 a 1822, assim como sua postura inflexivelmente pró-Coroa, seja no reinado de D. João VI, seja já na defesa do próprio Pedro I, depois dos abalos representados pela Confederação do Equador, em 1824, e pelos conflitos entre o príncipe português e seus súditos brasileiros.

(...)


Mas quem foi Silva Lisboa? Qual o seu papel na construção do Estado independente?

A insistência, nesta introdução, de referir-se ao personagem como Silva Lisboa, e não como Cairu, deve-se simplesmente ao fato de que sua grande obra intelectual foi elaborada e praticamente concluída entre o final do século XVIII – seu livro sobre o Direito Mercantil é de 1798 – e as primeiras duas décadas do século XIX, quando ele conclui o seu livro teoricamente mais ambicioso, ainda que incompleto – os Estudos do bem comum, de 1819-1820 –, passando pela obra verdadeiramente smithiana de 1804 – os Princípios de Economia Política –, antes, portanto, dele converter-se num dos mais fieis cortesãos do governo, o de D. João VI, o do príncipe regente e o do imperador D. Pedro I, e deste receber seus títulos de nobreza e sua cadeira senatorial. A partir da Revolução do Porto (1820) e do início das agitações e turbulências em diversas províncias do Reino Unido do Brasil – que as Cortes de Lisboa pretendiam reverter ao comando direto da metrópole –, Silva Lisboa atuou mais do que qualquer outro defensor dos dois soberanos e seus respectivos governos na defesa da legitimidade de um regime “meio português”, pelo menos até 1831 (e alguns historiadores datam a verdadeira independência do Brasil deste último ano). 

(...)


Os Princípios de Economia Política, uma obra verdadeiramente seminal

Sua intenção inicial, que já tinha sido declarada “no prospecto dos Princípios de Direito Mercantil, seu livro de 1798, era a de oferecer uma série de “tratados elementares” cobrindo diversos aspectos do direito mercantil; mas, a vastidão do empreendimento levou-o, como declarou no Prólogo, a trabalhar “sobre mais vasta escala”, obrigando-o a entrar “frequentemente em conflito com instituições antigas, erros populares, discórdia de sábios e polícia [política] de Estados cultos”, assim expressando os objetivos do seu novo e mais denso trabalho: 

Mas, para não desgostar logo aos leitores com discussões prolixas, em matérias que parecem áridas e pouco atrativas, enquanto se não está convencido da sua importância e influência na felicidade geral, nem familiarizado com a respectiva linguagem técnica, resolvi-me a preludiar com a presente Introdução, em que indico as primeiras ideias de Economia, e exponho os motivos por que recomendo a lição da imortal obra da A Riqueza das Nações do celebrado Adam Smith, e o sigo nas teses cardeais de seu sistema; persuadido de ter sido ele o primeiro que dissipou as escuridades da Economia Política, levantando a facha [tocha] de luz para esclarecer às nações e governos sobre os seus genuínos interesses, que são inseparáveis dos da Humanidade. (Lisboa,1804, p. iv)

 

Nessa sua obra seminal, em uma carreira verdadeiramente prolífica – cerca de 94 escritos, listados por Montenegro (2000, p. 317-325), entre livros, jornais e panfletos e discursos –, além de uma exposição e defesa das ideias de Adam Smith, há uma ruptura radical com respeito ao pensamento econômico francês – a fisiocracia, até então dominante em certos círculos –, assim como uma demanda por maior liberalização das atividades econômicas na colônia brasileira (onde Silva Lisboa já estava firmemente instalado), o que é confirmado por um Apêndice inédito (encontrado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, constante da edição do Banco de Portugal), publicado dois anos depois, “contendo discussões interessantes contra a crítica de um apologista da filosofia rural” (Almodovar, 1993-I, nota 12, p. xvi; Apêndice em cinco partes, p. 123-183). 

(...)


Quão Smithiano era Silva Lisboa? Como isso se refletiu nos Princípios de 1804?

Os Princípios de Economia Política constituíram a primeira incursão explícita no terreno relativamente novo da Economia Política na língua portuguesa, representando, assim, a primeira etapa para o seu reconhecimento institucional (Almodovar, 1993-I, p. xix). Para Silva Lisboa era fundamental colocar a nova ciência sobre bases sólidas, mas bem distantes das tradicionais fontes francesas nas quais os homens de Estado portugueses iam buscar inspiração. A distinção a ser feita, naquele momento, estava na ênfase a ser dada à perspectiva britânica, reformista e progressista, contra os pontos de vista revolucionários e perigosos vindos da França. Muitos dos seus argumentos eram retirados não apenas da grande obra The Wealth of Nations, mas também da Theory of Moral Sentiments, citada extensivamente no Apêndice posterior a essa obra de Silva Lisboa, como enfatizado por Almodovar (1993-I, p. xxi, note 22).

(...)

 

Silva Lisboa foi honrado mais adiante, durante o primeiro Reinado, com os títulos de barão e visconde de Cairu, e tornou-se, já no século XX, o patrão dos economistas brasileiros, ainda que poucos economistas, nos dias atuais, leiam as obras do seu “protetor” e suposto inspirador nos programas e disciplinas das faculdades de Economia da imensa maioria dos cursos universitários. Até meados do século XX, Silva Lisboa era apenas uma referência vaga até para os especialistas em história econômica ou pensamento econômico. Suas obras permaneceram sem novas edições durante um século e meio. Para ser mais exato, em 1940, uma Comissão brasileira para os Centenários portugueses – fundação do Condado Portucalense, por Afonso Henriques, durante a Idade Média, no século XIII, e os três séculos do final da União Ibérica, em 1640 –, buscando alguma coisa para comemorar, decidiu reimprimir uma edição fac-similar de uma de suas obras, e um texto menos importante foi escolhido: a Memória dos Benefícios de El-Rei D. João VI (1818; 1940), não exatamente um livro de economia política, mas puramente encomiástico ao rei recentemente coroado. Foi apenas em 1956, que uma nova edição, anotada, dos Princípios de Economia Política (1804) foi publicada, por ocasião do 200o. aniversário do nascimento de Silva Lisboa (1756). Duas décadas mais tarde, em 1975, os Estudos do Bem Comum e Economia Política foram publicados pelo Ipea, com uma excelente e extensa introdução por José Almeida, cuja fidelidade ao original (pontuação, maiúsculas, expressões) foi aqui seguida, ao lado das edições portuguesas, pelo Banco de Portugal, de suas principais obras econômicas. Finalmente, em 1999, preparando as comemorações do 500º aniversário do Descobrimento do Brasil, em 2000, o Senado Federal inseriu em sua Biblioteca Básica Brasileira uma nova edição das Observações sobre a franqueza da indústria, e estabelecimento de fábricas no Brasil (1810), com uma erudita introdução por Fernando Antônio Novais e José Jobson de Andrade Arruda, também utilizada nesta introdução.

 

 

Referências bibliográficas: 

(Observação: algumas entradas estão como Cairu, outras como Lisboa, segundo as fichas catalográficas das respectivas edições de suas obras)

 

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Paulo Roberto de Almeida, doutor em Ciências Sociais pela Universidade de Bruxelas e mestre em Planejamento Econômico pela Universidade de Antuérpia, é autor de diversos livros sobre a política externa e a história diplomática brasileira, entre eles Formação da Diplomacia Econômica no Brasil: as relações econômicas internacionais no Império(3ª edição: Brasília, Funag, 2017), Apogeu e Demolição da Política Externa: itinerários da diplomacia brasileira (Curitiba: Appris, 2021) e A Grande Ilusão do BRICS e o universo paralelo da diplomacia brasileira (Brasília: Diplomatizzando, Kindle, 2022). 

 

[Paulo Roberto de Almeida

Brasília, 4216: 12 agosto 2022, 20 p.]